Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBSERVAÇÕES
Em pacientes jovens e sem comorbidades, a dose inicial de L-T4 pode ser a dose plena (1,6 a 1,8ug/kg/dia), já em
idosos ou coronariopatas, a dose inicial deve ser menor, com pequenos incrementos posteriores.
AVALIAR RISCO VS BENEFÍCIO
Nos casos de DM (por conta da estimulação à gliconeogênese), hipertensão arterial, insuficiência hepática e
insuficiência suprarrenal, devemos avaliar risco.
Os hormônios da tireoide podem aumentar o metabolismo dos hormônios da suprarrenal, podendo causar
insuficiência suprarrenal aguda.
LIOTIRONINA
É menos usada pelo fato de ter um tempo de meia-vida menor, necessitando maiores administrações ao dia. Além
disso, interfere nos níveis de T3 livre (regula menos o TSH do que a levotiroxina), sendo usada apenas quando
necessitamos de um efeito rápido (em coma mixedematoso, usar junto com levotiroxina).
É um análogo sintético ao T3, administrado por via oral ou parenteral, T1/2 curto (<24h), sendo menos desejável para
terapia de reposição crônica.
LIOTRIX
É a combinação de T3+T4 na razão de 4:1
EFEITOS ADVERSOS
Sinais e sintomas de tireotoxicose, taquicardia, arritmias, palpitações, diarreia, insônia, nervosismo, perda de peso,
intolerância ao calor, transpiração excessiva, risco de angina, arritmias ou IC, alergias...
TERAPIA DE REPOSIÇÃO
A levotiroxina é o hormônio de escolha para terapia de reposição com hormônios tireoidianos (potência uniforme e
duração de ação prolongada), sendo que indivíduos com <60 anos e naqueles com cardiopatia diagnosticada é
apropriado instituir a terapia com uma dose diária mais baixa. Frequentemente, na gravidez, há requerimento de
doses mais altas.
COMA MIXEDEMATOSO
Representa a expressão extrema do hipotireoidismo grave de longa duração, sendo mais comuns em mulheres nos
meses de inverno, tendo como fatores precipitantes as infecções respiratórias (pneumonias), administração de
sedativos e agravamento de uma condição clínica pré-existente. As principais manifestações são hipotermia,
depressão respiratória (hipoventilação), bradicardia, hipoglicemia e diminuição da consciência.
TRATAMENTO
Levotiroxina em altas doses (administração em bolus = 500 a 800 ug ou continuada = doses de 100ug/dia IV). Alguns
autores sugerem o uso de liotironina em combinação com a L-T4 (devido prejuízo da conversão periférica de T4-T3),
hidrocortisona venosa (para evitar insuficiência adrenal), suporte respiratório (ventilação mecânica), tratamento da
infecção precipitante, correção da hipoglicemia, hiponatremia e aquecimento.
CÂNCER DE TIREOIDE
A base da terapia consiste em:
Tireoidectomia cirúrgica;
Iodo radioativo (destruição da glândula);
Levotiroxina (faz feedback negativo, diminuindo TSH).
FÁRMACOS ANTITIREOIDIANOS (PARA HIPERTIREOIDISMO)
São fármacos que interferem diretamente na síntese dos hormônios da tireoide ou inibidores iônicos, que bloqueiam
o transporte do iodo (cotransportador de sódio iodeto). Além disso, podemos atuar aumentando as concentrações de
iodo (diminui a liberação dos hormônios) e por meio do iodo radioativo, que provoca lesão da glândula com radiação
ionizante. Além disso, devemos tratar as manifestações periféricas do hipertireoidismo (antagonistas b-adrenérgicos
e bloqueadores do canal de Ca+2, a fim de diminuir taquicardia e risco de fibrilação atrial). Os fármacos antitireoidianos
de utilidade clínica pertencem à família das tionamidas (propiltiouracila e metimazol), cujo mecanismo de ação é por
meio da inibição da tireoide peroxidase e inibição da desiodação periférica da T4 em T3 (via D1).
*OBS: o mecanismo da inibição da desiodação periférica serve apenas para a propiltiouracila, e não para o metimazol.
DIFERENÇAS ENTRE PROPILTIOURACILA E METIMAZOL
De maneira geral, temos que o metimazol é o de primeira linha, por conta de menores efeitos adversos e necessitar
somente uma administração ao dia, contudo, no primeiro trimestre de gravidez, a propiltiouracila é mais
recomendada pelo fato de que o metimazol pode causar problemas no feto, em pacientes com crise tireotóxica
(devido à capacidade de inibição da conversão periférica T4-T3) e em pacientes que não toleram metimazol.
´
EFEITOS ADVERSOS
Dermatológicas: rash cutâneo, prurido, alopecia.
Hematológicos: agranulocitose (embora raro, é bastante importante = em 0,2 a 0,5% dos pacientes. Os sinais de
alerta são faringite e febre), granulocitopenia e trombocitopenia.
GI: perda de apetite, hepatite.
Reumatológicas: artralgia, mialgia, síndrome lúpus-like.
Hipotireoidismo: aumento do volume da glândula e do TSH
USOS TERAPÊUTICOS
São utilizados no tratamento de hipertireoidismo (tratamento definitivo, em associação com iodo radioativo ou para
controlar o distúrbio na preparação para o tratamento cirúrgico).
*Tanto o propiltiouracila quanto metimazol atravessam a placenta.
**Após estado de eutiroidismo, a dose deve ser reduzida ao mínimo, e os pacientes devem ser rigorosamente
monitorados (tratamento com menor dose possível com TSH em faixa normal).
INIBIDORES IÔNICOS
São ânions que se assemelham ao iodo e que interferem na concentração de iodo na glândula tireoide, bloqueando o
transportador de sódio-iodeto (NIS). São eles: tiocianato, perclorato e fluoroborato.
*O lítio diminui a secreção de T4 e T3, podendo causar hipotireoidismo em alguns pacientes sob tratamento de mania
(assim como altas concentrações de iodo).
IODETO
O iodeto inibe de maneira aguda e transitória a síntese de iodotirosinas e de iodotironinas, ou seja, há bloqueio da
liberação e redução da síntese de hormônios tireoidianos. É utilizado no período pré-operatório, na preparação para
tireoidectomia, e não é útil para tratamento a longo prazo.
IODO RADIATIVO
Os principais isótopos utilizados para diagnóstico e tratamento da doença da tireoide são I123 e I131. É utilizado para
tratar tireoide hiperativa (especialmente em pacientes idosos com cardiopatia), câncer de tireoide e doença de Graves.
É contraindicado na gravidez (pode ser usado até 6 meses antes) e na amamentação. Está disponível para
administração oral, T1/2 de 8 dias e pode haver indução de hipotireoidismo iatrogênico.
Vantagens: paciente é poupado dos riscos do desconforto da cirurgia, custo baixo, não há necessidade de
hospitalização.
Desvantagens: elevada incidência de hipotireoidismo tardio, verifica-se um aumento pequeno nos tipos
específicos de câncer de estômago, rim e mama.
CRISE TIREOTÓXICA
É uma “tempestase tireoidiana”, ou seja, é o extremo do hipertireoidismo, levando a disfunções cerebrais, cardíacas,
confusão, dellirium, agitação, psicose franca (manifestações neurológicas são mais importantes), febre elevada (38 a
41 graus), taquicardia, fibrilação atrial aguda, diarreia, náusea e vômito. O tratamento é por propiltiouracil (doses
elevadas, por via oral ou retal, iodo (após 1h da dose de PTU, a fim de que o iodo não piore ainda mais a crise),
propanolol (IV ou VO) e dexametasona (IV), a fim de evitar insuficiência suprarrenal.