O documento discute o tratamento do hipotireoidismo e hipertireoidismo. O tratamento do hipotireoidismo envolve a administração de levotiroxina ou triiodotironina para restaurar os níveis hormonais. A levotiroxina é o tratamento de escolha devido à sua estabilidade, custo e conversão em triiodotironina. No hipertireoidismo, as opções de tratamento incluem fármacos anti-tireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia para reduzir a produção hormonal excessiva.
O documento discute o tratamento do hipotireoidismo e hipertireoidismo. O tratamento do hipotireoidismo envolve a administração de levotiroxina ou triiodotironina para restaurar os níveis hormonais. A levotiroxina é o tratamento de escolha devido à sua estabilidade, custo e conversão em triiodotironina. No hipertireoidismo, as opções de tratamento incluem fármacos anti-tireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia para reduzir a produção hormonal excessiva.
O documento discute o tratamento do hipotireoidismo e hipertireoidismo. O tratamento do hipotireoidismo envolve a administração de levotiroxina ou triiodotironina para restaurar os níveis hormonais. A levotiroxina é o tratamento de escolha devido à sua estabilidade, custo e conversão em triiodotironina. No hipertireoidismo, as opções de tratamento incluem fármacos anti-tireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia para reduzir a produção hormonal excessiva.
na forma de TIREOGLOBULINA. A secreção predominante do pró-hormônio TIROXINA (T4), que é convertido (desiodinase) no fígado e em outros tecidos na forma ativa, a TRIIODOTIRONINA (T3). Concentrações séricas dos hormônios da tireoide são reguladas com precisão pelo hormônio hipofisário, a TIREOTROPINA (TSH), em um sistema clássico de retroalimentação negativa. As ações predominantes do hormônio tireoidiano são mediadas pela sua ligação a receptores nucleares de hormônio tireoidiano (TR) e pela modulação da transcrição de genes específicos. TIREOIDE - REGULAÇÃO TRH - Hormônio Hipotalâmico Estimulador de Tireotrofina. TSH - Tireotrofina – Hormônio Estimulante da Tireoide. Hormônios da Tireoide (HTs): Tiroxina – T4 Triiodotironina – T3 O TSH ->(HTs)/ HTs ->TSH -> TRH => feedback negativo.
Estima-se que a produção diária normal de tiroxina varia entre
80 e 100 μg, e a da triiodotironina situa-se entre 30 e 40 μg. HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO Os distúrbios da tireoide envolvem a produção ou a secreção dos hormônios tireoidianos e resultam em alterações da estabilidade metabólica. HIPOTIREOIDISMO é caracterizado por uma deficiência de produção do hormônio pela glândula tiroide, que pode ser severa ou moderada. HIPERTIREOIDISMO refere-se ao aumento da síntese e liberação dos hormônios tireoidianos pela glândula tireoide. TIREOTOXICOSE refere-se à síndrome clínica decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes, secundário à hiperfunção da glândula tireoide ou não. TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO Objetivos do tratamento: restaurar as concentrações teciduais de hormônio tireoidiano; aliviar os sintomas; prevenir déficits neurológicos em recém-nascidos e crianças; reverter as anormalidades bioquímicas do hipotireoidismo. TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO As drogas disponíveis para essa finalidade são LEVOTIROXINA SÓDICA (L-T4) e TRIIODOTIRONINA (T3). A levotiroxina (L-tiroxina, T4) é o fármaco de escolha para reposição de hormônio tireoidiano e terapia supressora, visto que é quimicamente estável, custo relativamente baixo, desprovida de antigenicidade, e de potência uniforme. Como o T3 (e não o T4) é a forma biologicamente ativa, a administração de levotiroxina (T4) leva à formação de um reservatório de hormônio tireoidiano, que é convertido rapidamente e de modo consistente em T3. TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotireoidismo (2013) L-T4 tem uma absorção rápida e abrangente no intestino delgado (jejuno e íleo superior), com concentrações de pico 2-4 horas após a ingestão da medicação. O T4 tem uma meia-vida mais longa (7 dias) e alcança níveis séricos mais estáveis em comparação com T3, permitindo uma utilização de uma dose diária única Recomendamos a levotiroxina como a droga de escolha para o tratamento de hipotireoidismo. (Grau A) Não recomendamos o uso rotineiro de terapia combinada de levotiroxina e triiodotironina para pacientes com hipotireoidismo. (Grau A) TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotireoidismo (2013) Recomendação 16 O painel recomenda que a levotiroxina deva ser administrada em jejum de 30 minutos ou após pelo menos 2 horas de jejum. Grau A. Como alternativa, pode ser administrada à noite. (Grau B) No hipotireoidismo clínico, recomenda-se uma dose diária de levotiroxina inicial de 1,6-1,8 mcg/kg de peso corporal ideal. (Grau B) Na doença subclínica, sugerimos uma dose inicial diária de 1,1-1,2 mcg/kg. (Grau D) Deve-se considerar ajustes individuais na terapia com L-tiroxina. (Grau D) TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotireoidismo (2013) EXISTEM DIFERENÇAS DE BIOEQUIVALÊNCIA ENTRE AS MARCAS DA LEVOTIROXINA? A levotiroxina tem um índice terapêutico estreito e existe um risco aumentado de induzir sub- ou supertratamento com pequenas variações de dose. Para evitar variações de bioequivalência entre as diferentes marcas, o painel sugere evitar mudanças na preparação da levotiroxina durante todo o tratamento. Em caso de mudança, os níveis de TSH e T4 livre devem ser sempre verificados após 2 meses. (Grau D) TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL 2010: Levotiroxina é tratamento de escolha para o hipotireoidismo causado por tireoidite autoimune de Hashimoto, na fase final da doença de Graves, e pelo uso de iodo radioativo e de alguns medicamentos (iodeto, contrastes radiográficos, amiodarona, lítio, fenilbutazona). Tiroxina (T4) tem meia-vida mais longa (6-7 dias) que triiodotironina (T3), na qual se converte, facultando o ajuste de dose e tendo menos risco de induzir hipertireoidismo. Triiodotironina (T3)é menos empregada em reposição prolongada por exigir maior número de tomadas diárias, ter custo mais elevado e induzir mais frequentemente hipertireoidismo; pode ser usada quando se deseja início ou término de ação mais rápidos. Revisão Cochrane de ensaios em que pacientes com hipotireoidismo sub-clínico receberam terapia de reposição não mostrou redução de morbidade cardiovascular, alteração de sintomas ou qualidade de vida; o tratamento pareceu melhorar alguns parâmetros do perfil lipídico e do ecocardiograma TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO Após início do tratamento, sintomas de hipotireoidismo começam a melhorar em 2 a 4 semanas (Redução de peso e edema, aumento de frequência cardíaca, apetite e disposição física, melhora de sensação de bem-estar geral e hábito intestinal). Rouquidão, anemia e alterações de pele e fâneros podem levar vários meses para normalizar-se O objetivo do tratamento é a resolução do quadro clínico e a normalização dos níveis de TSH. Excesso de tiroxina no tratamento do hipotireoidismo pode levar a hipertireoidismo, muitas vezes subclínico (níveis normais de hormônios tireodianos, diminuição de TSH, em indivíduo assintomático) TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO AVALIAÇÃO DOS DESFECHOS TERAPÊUTICOS A concentração sérica de TSH constitui o parâmetro de monitoramento mais sensível e específico para o ajuste da dose de levotiroxina. As concentrações começam a cair dentro de algumas horas e em geral estão normalizadas em 2 a 6 semanas. As concentrações de TSH e de T4 devem ser verificadas a cada seis semanas até que seja alcançado um estado de eutireoidismo. Os níveis elevados de TSH indicam reposição insuficiente. Em pacientes com hipotireoidismo causado por insuficiência hipotalâmica ou hipofisária, os únicos critérios disponíveis para estimar uma dose de reposição apropriada de levotiroxina consistem em alívio da síndrome clínica e restauração dos valores normais de T4. TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO As opções de tratamento para paciente portador de hipertireoidismo incluem fármacos anti-tireoidianos para diminuir a síntese e a secreção hormonais, a destruição da glândula por meio da administração de iodo radioativo ou a remoção cirúrgica. Objetivos do tratamento: eliminar o excesso de hormônio tireoidiano; minimizar os sintomas e as consequências em longo prazo; fornecer um tratamento individualizado com base no tipo e na gravidade da doença, na idade e no sexo do paciente, na presença de patologias não tireoidianas e na resposta ao tratamento prévio. TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO Terapia Farmacológica: TIOUREIAS (TIONAMIDAS) IODETOS BLOQUEADORES ADRENÉRGICOS IODO RADIOATIVO TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO Propiltiouracila (PTU) e o Metimazol bloqueiam a síntese dos hormônios tireoidianos ao inibir o sistema enzimático da peroxidase na glândula tireoide, impedindo, assim, a oxidação do iodeto sequestrado e a sua incorporação subsequente nas iodotirosinas e, por fim, iodotironina (“organificação”). O iodeto inorgânico, após entrar na célula folicular da tireoide, é oxidado pela tireoide peroxidase e liga- se covalentemente (organificação) aos resíduos de tirosina da tireoglobulina. Os resíduos de tirosina iodados — a monoiodotirosina (MIT) e a di-iodotirosina (DIT) — combinam-se (acoplam-se) para formar as iodotironinas em reações catalisadas pela tireoide peroxidase. Assim, duas moléculas de DIT combinam-se para formar o T4, e a MIT e DIT ligam-se para formar o T3.
Propiltiouracila é o fármaco de escolha na crise tireotóxica (sendo associado a iodeto,
dexametasona e betabloqueadores), por sua ação adicional de inibir a conversão periférica de levotiroxina em triiodotironina (FTN, 2010) TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO Propiltiouracila (PTU) e o Metimazol PTU apresenta ainda ação inibitória sobre a enzima iodotironina 5’-desiodinase, conversora intratireoidiana e periférica do T4 para T3 (indicado na tireotoxicose). Ambos reduzem as concentrações séricas de anticorpos antirreceptores de TSH (TRAb) e aumentam a atividade de linfócitos T supressores, sugerindo ação imunodepressora. Metimazol é a droga mais empregada (comodidade posológica com menos efeitos colaterais – teratogenicidade). PTU é medicamento de escolha para gestantes no primeiro trimestre (após este período, metimazol pode ser utilizado, induzindo menores danos hepáticos). PTU é preferido na tempestade tireotóxica, pois reduz em 35 a 40% a concentração de T3 em 24 h, por interferência na conversão de T4 em T3. TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO Propiltiouracila (PTU) e o Metimazol Doses iniciais habituais de PTU são de 300 a 600 mg ao dia (geralmente em três ou quatro doses fracionadas) ou 30 a 60 mg de metimazol ao dia, em três doses fracionadas. Deve ocorrer também uma melhora dos sintomas e normalização das alterações laboratoriais dentro de 4 a 8 semanas, quando se pode iniciar uma redução gradual do esquema para doses de manutenção. Em geral, as doses de manutenção diária de PTU são de 50 a 300 mg e de metimazol, de 5 a 30 mg. As reações adversas menores consistem em exantemas maculopapulares pruriginosos, artralgias, febre e leucopenia transitória benigna (contagem de leucócitos < 4.000/mm3). Nessas situações, pode-se tentar o uso da tioureia alternativa, porém ocorre sensibilidade cruzada em cerca de 50% dos pacientes. Reações graves incluem agranulocitose e hepatotoxicidade. TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO - PROPILTIOURACILA TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO - PROPILTIOURACILA TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO IODETOS O iodeto bloqueia agudamente a liberação de hormônio tireoidiano, inibe a biossíntese dos hormônios tireoidianos ao interferir na utilização intratireoidiana de iodeto e diminui o tamanho e a vascularização da glândula. Iodo + iodeto de potássio (solução de iodeto de potássio iodada) pode ser utilizado previamente à tireoidectomia (reduz a vascularização e torna a glândula menos friável) e no tratamento da crise tireotóxica (em associação com tionamidas e betabloqueadores). A ação antitireoidiana do iodeto é perdida em poucos dias ou semanas de uso, e por essa razão não pode ser empregado por períodos maiores. O iodeto de potássio está disponível como solução saturada (SSKI, 38 mg de iodeto por gota) ou como solução de Lugol, que contém 6,3 mg de iodeto por gota. É administrado nos 7 a 10 dias que precedem a cirurgia, sob forma de 3 a 5 gotas de solução de lugol (iodo a 5% e iodeto de potássio a 10% em água) ou 1 a 3 gotas de solução saturada de iodeto de potássio, 2 a 3 vezes ao dia. TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO - IODETOS TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO - IODETOS TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO BLOQUEADORES ADRENÉRGICOS Propranolol e o Nadolol bloqueiam parcialmente a conversão de T4 em T3, porém essa contribuição para o efeito global é pequena. Os β-bloqueadores são utilizados para aliviar os sintomas de tireotoxicose, como palpitações, ansiedade, tremor e intolerância ao calor. Esses fármacos não exercem nenhum efeito sobre a tireotoxicose periférica nem sobre o metabolismo das proteínas e não reduzem o TSAb e nem impedem a ocorrência de tempestade tireoidiana. Os β-bloqueadores costumam ser usados como terapia adjuvante com fármacos anti-tireoidianos, são contraindicados na presença de insuficiência cardíaca descompensada, a não ser que seja causada exclusivamente por taquicardia (alto débito). TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO As doses de Propranolol necessárias para aliviar os sintomas adrenérgicos variam; todavia, uma dose inicial de 20 a 40 mg por via oral, quatro vezes ao dia, mostra-se efetiva para a maioria dos pacientes (frequência cardíaca < 90 batimentos/min). Nos pacientes mais jovens ou mais gravemente tóxicos, podem ser necessárias doses de 240 a 480 mg/dia. Betabloqueadores não seletivos como propranolol reduzem efeitos cardíacos e não cardíacos de tirotoxicose; bloqueadores cardiosseletivos como metoprolol e esmolol também podem ser efetivos. REFERÊNCIAS
GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª
ed. Artmed, 2012. WELLS, Barbara G. et al. Manual de Farmacoterapia. 9ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formulário Terapêutico Nacional. 2 ed. Brasília, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_ nacional_2010.pdf MAIA, Ana Luiza, et al. Consenso brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v57n3/v57n3a06.pdf BRENTA, G. et al. Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotireoidismo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v57n4/pt_03.pdf