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FACULDADE FACOTTUR

NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
PROJETO INTERDISCIPLINAR

ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA O CONTROLE DO HIPOTIREOIDISMO

Olinda - PE
2022
LUCAS BRAZ DE ANDRADE
6º PERÍODO – TURNO: NOITE

ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA O CONTROLE DO HIPOTIREOIDISMO

Trabalho entregue como requisito parcial para obtenção de nota referente ao Projeto Interdisciplinar VI,
que comporá parte da nota da 3ª Avaliação Semestral.

Olinda - PE
2022
1 INTRODUÇÃO

O hipotireoidismo é caracterizado por ser uma síndrome clínica resultante da


produção ou ação deficiência dos hormônios tireoidianos, resultando em diminuição na
atividade biológica dos hormônios tireoidianos nos tecidos-alvo também conhecida como
tireoidite linfocítica crônica, é a causa mais comum de hipotireoidismo primário adquirido.
Pode ocorrer em todas as faixas etárias - na idade adulta acomete 2% das mulheres e 0,2%
dos homens - e nos indivíduos com mais de 65 anos, a prevalência é de 6% em mulheres e
de 2% nos homens. (COLOMBO; et al.; 2015).
A glândula tireoide é uma pequena glândula em formato de borboleta encontrada
logo abaixo da proeminência laríngea. Embora pese menos de 28 gramas, produzem
hormônios que influenciam essencialmente todos os órgãos, tecidos e células do corpo,
tendo assim um enorme efeito sobre a saúde. A glândula tireoide responde à estimulação
pelo hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela hipófise. Quando estimulada, a
glândula tireoide produz dois hormônios principais: a tiroxina (T4), um hormônio da tireoide
assim chamada por suas quatro moléculas de iodo; e a tri-iodotironina (T3), um hormônio da
tireoide assim denominada em decorrência de suas três moléculas de iodo. O T3 é a forma
mais predominante e ativa de hormônio da tireoide que o corpo pode usar. (KRAUSE, 2012).
A glândula tireoide regula vários processos no organismo, incluindo o metabolismo
de lipídios e carboidratos, a temperatura corporal e a frequência cardíaca. A tireoide
também produz calcitonina, um hormônio que ajuda a regular a quantidade de cálcio no
sangue. Por fim, o T3 reverso (RT3), um isômero do T3, é derivado do T4 pela ação da
deiodinase. O corpo não é capaz de usar o RT3. (KRAUSE, 2012).
O paciente portador de hipotireoidismo pode ter órgãos e sistemas comprometidos
pela deficiência de hormônios tireoidianos, tendo com manifestações mais marcantes os
sintomas gerais de: fadiga, letargia, déficits cognitivos (concentração, memória, raciocínio),
sonolência, depressão, fraqueza muscular, mialgias e artralgias, intolerância ao frio,
rouquidão, aumento de peso, palidez cutânea, apneia do sono e, raramente, coma mix
edematoso; - pele e fâneros: pele seca e fria, unhas quebradiças, queda de cabelos, edema
palpebral; - gastrintestinal: constipação; - sistema reprodutivo: distúrbios menstruais
(podendo variar de amenorreia à menorragia), anovulação, infertilidade, disfunção erétil,
redução da libido; - cardiopulmonar: bradicardia, hipertensão arterial diastólica, Em alguns
casos podem ser encontradas dor anginosa, bulhas hipofonéticas, cardiomegalia (por
derrame pericárdico), dispneia, derrame pleural; - sistema nervoso: parestesias,
hiporreflexia, retardo no relaxamento do reflexo Aquileu, síndrome do túnel do carpo.
(COLOMBO; et al.; 2015).
O TSH desempenha papel fundamental na função tireoidiana, regula a captação de
nutrientes pela tireoide, bem como o transporte intracelular de proteínas específicas
envolvidas na síntese, no armazenamento e na liberação dos hormônios tireoidianos.
Portanto o nutricionista junto à equipe multidisciplinar é o profissional mais indicado para
compreender e avaliar as deficiências nutricionais, assim é possível investigar as causas do
hipotireoidismo, pois, muitos nutrientes são fundamentais para a síntese, secreção e
metabolismo dos hormônios da tireoide, como iodo, selênio, zinco, ferro, magnésio vitamina
A e Vitamina D. A deficiência desses nutrientes é muito comum, sua deficiência e prejudicial
para a função da glândula tireoidiana e causando, além do hipotireoidismo, outras doenças e
inúmeras alterações metabólicas que podem impactar a saúde e a qualidade de vida.
(HUNGRIA; SENA; LÚCIA; 2020).
2. OBJETIVOS GERAIS

Descrever quais as principais estratégias para o controle do


hipotireoidismo.

2.1. OBJETIVOS ESPECIFICOS

Descrever principais alterações.


Importância do tratamento.
Importância do profissional nutricionista.
3. ESTRATÉGIA DE BUSCA

Critérios de inclusão: artigos, protocolos médicos, originais completos, inglês,


português e espanhol publicados nos últimos 10 anos. Fontes de pesquisa:
PUBMED - U. S. National Library of Medicine (NLM), SCIELO – Scientific
Electronic Library Online —biblioteca virtual de revistas científicas em
formato eletrônico, OMS- Organização Mundial da Saúde.

Critérios de exclusão: Tcc, resumo, incompletos, citações, mais de 10 anos de


publicação.

4. TERMOS/PALAVRAS-CHAVE

Hipotireoidismo; hormônios; metabolismo; nutrição; controle.


5 REFERENCIAL TEÓRICO

O que é Hipotireoidismo?

O hipotireoidismo (H) se refere a uma diminuição da produção do hormônio da


tiroide, o que provoca um aumento nos níveis de TSH. A secreção diminuída de hormônios
tiroidianos também pode ser o resultado de estimulação reduzida da glândula tiroide,
devido à diminuição do hormônio liberador de tirotropina (TRH) ou da diminuição da ação
de TSH. O hipotireoidismo pode também ser causado pela ação reduzida dos hormônios
tiroidianos nos órgãos-alvo, como nos casos raros de resistência aos hormônios tiroidianos.
(Brenta; et al.;2013).

Formas de hipotireoidismo

Existem várias formas de tireoidite, tais como pós-parto, subaguda, silenciosa ou


tireoidite induzida por citoquinas, também podem causar hipotireoidismo permanente ou
transitório. Menos frequentemente, pode ser uma consequência de doenças infiltrativas ou
infecciosas, radioterapia externa, disgenesias da tiroide, defeitos funcionais na biossíntese e
liberação dos hormônios tiroidianos ou defeitos congênitos na biossíntese dos hormônios da
tiroide. Tanto a deficiência como o excesso de iodo são causas bem reconhecidas de
hipotireoidismo primário, como também é o uso de certos fármacos, que incluem agentes
antitiroidianos: lítio, químicos bociogênicos naturais e sintéticos inibidores da tirosina-
quinase, a interleucina-2 ou interferon-α (IFN-α). (Brenta; et al.;2013).

Diagnóstico laboratorial do hipotireoidismo

O diagnostico é feito através da dosagem sérica de TSH e T4 livre (T4L). O TSH é


padrão-ouro para avaliação da função tireoidiana, com sensibilidade de 98% e especificidade
de 92% para definição do diagnóstico. No hipotireoidismo primário (95% dos casos) há
inicialmente a elevação de TSH e, na evolução, redução dos níveis de T4 e, posteriormente,
de T3. No caso de ser improvável a presença do hipotireoidismo, mas devendo esta
possibilidade pode ser descartada, havendo a necessidade apenas da dosagem de TSH. Na
suspeita de hipotireoidismo, devem ser dosados TSH e T4L (este não sofre interferências
pelos fatores que afetam as proteínas ligadoras). O TSH elevado com T4L baixo define a
presença de hipotireoidismo primário. (Colombo; et al.; 2015).

Hipotireoidismo central observa-se TSH baixo ou normal e T4L baixo. A dosagem de


anticorpos antitireoidianos, mais especificamente antitireoperoxidase (ATPO) auxilia na
definição da etiologia autoimune (tireoidite de Hashimoto). Outras possíveis alterações
laboratoriais são anemia leve a moderada, podendo ser normocítica, macrocítica (associada
ou não à anemia perniciosa) e microcítica e hipocrômica (por deficiência de ferro, secundária
à menorragia), aumento do colesterol total (por aumento do LDL), alterações enzimáticas
(aumento das transaminases e creatinofosfoquinase), bem como hiperprolactinemia (com
ou sem galactorreia) nos casos de hipotireoidismo primário. (Colombo; et al.; 2015).
O hipotireoidismo central pode estar associado à deficiência de outros hormônios
hipofisários – neste caso, deve ser solicitada ressonância magnética da hipófise para
definição da etiologia. Cintilografia de tireoide com 131I não está indicada na investigação
do hipotireoidismo – a captação será baixa ou ausente, independentemente da etiologia,
tanto nos casos de origem primária como central. A ultrassonografia de rotina da tireoide
não é recomendada, exceção em casos de pacientes com anticorpos antitireoidianos
negativos para identificar pacientes com tireoidite autoimune ou com palpação tireoidiana
anormal e também pode ser considerada para pacientes com hipotireoidismo subclínica
para ajudar na avaliação do risco de progressão para hipotireoidismo. Deve haver grande
cuidado na interpretação de testes de função tireoidiana em pacientes com doenças
sistêmicas graves. Estas condições comumente levam a alterações nestes testes, sem que
haja doença tireoidiana de fato. Em geral há inicialmente redução de T3, com ou sem
elevação do T4, e, posteriormente, redução do T4 com TSH normal. Na fase de recuperação,
o T3 e o T4 normalizam-se, e o TSH transitoriamente se eleva. (Colombo; et al.; 2015).

Deficiências nutricionais

Deficiências de micronutrientes como iodo, selênio, zinco, ferro, vitamina A,


magnésio e vitamina D e B12 em pacientes com hipotireoidismo clínico, HS e TH. Esses
micronutrientes são considerados os principais envolvidos na síntese e no metabolismo dos
HTs, e agem de forma isolada ou em conjunto na produção hormonal e no metabolismo da
glândula. A deficiência de um ou mais desses elementos compromete a função tireoidiana,
podendo causar vários distúrbios da tireoide a avaliação nutricional para investigar o estado
de minerais e vitaminas no organismo e um fator determinante para o controle do
hipotireoidismo. (HUNGRIA; SENA; LÚCIA; 2020).
6. REFERÊNCIAS

(PROTOCOLO DE HIPOTIREOIDISMO NO ADULTO, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO; UFSC). Dr. Giovani


Colombo: Supervisor da Residência de Endocrinologia e Metabologia
Disponível em: http://www.hu.ufsc.br/setores/endocrinologia/wp-
content/uploads/sites/23/2015/01/PROTOCOLO-DE-HIPOTIREOIDISMO-2-NO-ADULTO-OK-20-de-
julho.pdf acesso em: 16-09-22.

Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia / L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump, Janice L.


Raymond; [tradução Claudia Coana… et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 1227p.

HUNGRIA, S. SENA, X.;LÚCIA,Y.Deficiências nutricionais e hipotireoidismo. Disponível em:


http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/rrsfesgo/article/viewFile/9192/47967422 acesso em:
02-10-22.

Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotireoidismo; 2013.


Disponível em:
https://www.scielo.br/j/abem/a/RyCDtMtQqCKP5vG8hVSwpQC/?lang=pt&format=pdf Acesso em:
18-11-2022.

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