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UNIVERSIDADE PAULISTA

CAMPUS CAMPINAS
BIOMEDICINA
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Título: Hipertireoidismo

Autores: RA:
Ana Beatriz Pires de Oliveira N4949D7
Bianca Heloísa M. Vergílio N52213-5
Thainá Silva Oliveira N3831H-5

CAMPINAS
2022
UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS CAMPINAS
BIOMEDICINA
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Título: Hipertireoidismo

Trabalho de pesquisa apresentado


como requisito para aprovação na
disciplina de Atividades Práticas
Supervisionadas, curso de Biomedicina
da Universidade Paulista - UNIP.
Orientador: Prof. Daniel Thome Catalan.
Resumo

O hipertireoidismo é um distúrbio causado pela produção excessiva de


hormônios tiroidianos, a triiodotironina e a tiroxina, conhecidos também como T3
e T4, respectivamente. Essa produção excessiva é multifatorial, que dentre as
suas principais causas estão a Doença de Graves, que é um distúrbio no próprio
sistema imunológico do corpo que as células de defesa atacam a glândula
tireoide, tumores e a deficiência de iodo no corpo. Os principais sintomas incluem
os olhos saltados, perda de peso muito rápida e irritabilidade, pelo fato de os
hormônios tiroidianos fazerem parte de todo o funcionamento do organismo, a
desregulação deles reflete em todo o corpo, desencadeando outros diversos
sintomas, e por ser um distúrbio multifatorial, seu tratamento precisa ser
realizado de acordo com a causa em cada paciente, podendo também precisar
de cirurgia. O diagnóstico é realizado inicialmente o clínico, de acordo com os
sintomas, e em seguida o laboratorial, realizando primeiramente o exame de
sangue para analisar as dosagens hormonais das taxas de T3 e T4, que em caso
de hipertireoidismo se encontra aumentado, porém, quando está muito recente,
corre o risco de não detectar o aumento, então dosa-se as taxas de TSH, que se
encontra diminuído em casos de hipertireoidismo.

Palavras-chave: Hipertireoidismo; Hormônios tiroidianos; Glândula tireoide;


Diagnóstico.
Introdução

A tireoide é uma das maiores glândulas do corpo humano, e fica situada próximo
da região do pescoço, tendo diversas funções e agindo em órgãos de extrema
importância. ¹

Além disso, também é responsável pela produção de hormônios tireoidianos, T3


e T4 (Triidotiroxina e Tiroxina respectivamente) que têm sua produção
estimulada pelo hormônio tireostimulante (TSH) mantendo a estabilidade do
metabolismo. ¹

O T3 é a forma ativa do hormônio, porém é produzido em menor quantidade, já


o T4 é produzido em larga escala, sendo convertido em T3 pelo fígado e rins.
Ambos são transportados pela corrente sanguínea e atingem todo o corpo. ²

Quando existem alterações nas taxas dessas substâncias, pode-se existir


hormônios em excesso (hipertireoidismo) ou em quantidade reduzida ou
insuficiente (hipotiroidismo). ²

Em ambos os casos, pode ser detectada a presença de bócio, ou seja, o


aumento significativo da tireoide. Em situações de Hipotireoidismo, é perceptível
a desaceleração do metabolismo, tendo reação oposta para Hipertireoidismo. ³

O Hipertireoidismo é caracterizado pela diminuição do nível de TSH, mas nível


elevado de T3 e/ou T4, já que o receptor continua sendo acionado, podendo
causar sintomas como: ansiedade; taquicardia; aumento da frequência de
evacuações; aumento de apetite entre outros. ²

Entre as principais causas do Hipertireoidismo, temos a doença de Graves, que


está relacionada principalmente a fatores genéticos, mas que também pode se
relacionar a tabagismo, gravidez e estresse por exemplo. 4

O que ocorre nesses casos é a produção desenfreada de anticorpos TRAb


(thyroid stimulating hormone receptor antibody), que se ligam ao receptor do TSH
(TSHR) estimulando a síntese em excesso de T3 e T4. 5

Além disso, também é comum a relação de doenças de Graves com a ingestão


de iodo, já que, tal patologia é mais comum em regiões geográficas onde existe
deficiência para este mineral. O iodo é considerado uma substância primordial
na produção dos hormônios tireoidianos, por isso impactando na tireoide e
ocasionalmente no metabolismo. 6

Para detecção laboratorial dessa disfunção, tem-se a identificação de TSH, T4


live e T3 livre, além de exames posteriores mais específicos. 7

O tratamento para hipertireoidismo se baseia em uso de drogas antireoidianas,


cirurgia e tratamento com iodo radioativo 7
Hormônios tiroidianos

Os hormônios tiroidianos tem como principal função o crescimento e maturação


de vários órgãos e tecidos, mesmo esse crescimento ocorrendo na fase
embrionária, depois do nascimento pode ser que não estejam ainda maduros o
suficiente, e tem um padrão de desenvolvimento específico, no qual depende do
aporte específico do hormônio triiodotironina, conhecido também como T3, que
é o principal hormônio tiroidiano, do qual depende também a diferenciação e
manutenção da atividade e metabolismo desses órgãos e tecidos na vida adulta,
por esse motivo é tão importante para manutenção da qualidade de vida.

A glândula que secreta os hormônios tiroidianos é a tireoide, que está localizada


na face anterior da traqueia, que além do T3, secreta também o T4, que é a
tiroxina, que é responsável por derivar, por desiodação, parte dos hormônios T3
circulantes. O hormônio T3 tem atividade biológica cinco vezes maior que o T4,
que depende da atividade do organismo, já que praticamente todo tecido tem
receptores para esses hormônios, mas o hormônio T4 é produzido em maior
quantidade. Então, para a atividade normal do organismo, precisa da regulação
do T3, o que não depende só da tireoide, mas também do eixo hipotálamo-
hipófise-tireoide e das enzimas desiodases.

A função tiroidiana é controlada pelo hormônio liberador de tirotrofina, TRH, que


é produzido no hipotálamo, que se dirige para a adeno-hipófise, liberando
receptores específicos, estimulando a síntese e liberação do hormônio tirotrófico,
o TSH, que por sua vez, aumenta a atividade da célula tiroidiana, estimulando a
secreção hormonal.

Os hormônios tiroidianos tem sua ação por meio de receptores nucleares que
estimulam o metabolismo energético, especialmente no fígado e nos músculos,
aumentando a expressão de genes que codificam enzimas-chaves catabólicas.

As substâncias como hormônios, peptídeos e neurotransmissores produzidos no


hipotálamo ou outras regiões do sistema nervoso central tem um papel de
modular a secreção de TSH, que é o principal regulador dos hormônios
tiroidianos, que tem um importante papel em praticamente todas as funções do
organismo, como o crescimento e desenvolvimento somático e neural, o
metabolismo intermediário, a termogênese e a função sexual. Pelo fato de os
hormônios tiroidianos terem uma grande quantidade de funções, o principal
dominante de sua produção, o TSH, possui múltiplos mecanismos regulatórios
que permitam que a secreção dos hormônios tiroidianos seja ajustada
adequadamente nas situações em que é exigida sua atuação.

Eles agem em quase todas as células do corpo humano, controlam inúmeras


atividades, como os batimentos cardíacos, o peristaltismo e até mesmo a
respiração celular. A ação desses hormônios também tem capacidade de
controlar o metabolismo, controlando o crescimento e o desenvolvimento do
organismo. Além disso, recentemente tem demonstrado que a regulação
hormonal pode ser programada em períodos da vida de um organismo,
principalmente na gestação, lactação e infância, preparando o organismo a se
adaptar de forma adequada durante a vida, a situações nutricionais, emocionais
ou mesmo físicas, encontradas no período neonatal. A idade também é um fator
que pode ser associado a modificações da secreção de TSH, os indivíduos
idosos podem ter o seu TSH diminuído, apesar de permanecerem com os níveis
de T3 e T4 normais, por um aumento na desiodação hipofisária de T4 ou na
captação de hormônios tiroidianos pelo tireotrófo.

Em algumas pessoas que se encontram em situações de estresse agudo ou em


certas doenças, podem apresentar uma diminuição do TSH sérico, por ser inibido
pelo principal hormônio do estresse, o cortisol, apesar da simultânea redução
das concentrações de T3 livre, estas alterações são geralmente transitórias e
desaparecem quando os indivíduos se recuperam, caracterizando como
síndrome do T3 baixo.

O corpo humano dos mamíferos tem mecanismos extremamente complexos de


utilização de energia, que possibilitam a sobrevivência em situações de falta de
nutrientes, estes mecanismos podem permanecer por toda a vida, facilitando a
adaptação a um ambiente de escassez. No entanto, quando a situação
nutricional altera, o que antes poderia significar uma adaptação vantajosa pode
vir a se tornar inadequada, produzindo mudanças permanentes na fisiologia do
corpo.

A regulação da secreção hormonal se faz por feedback negativo de alça longa


por T3 e T4 sobre a adenohipófise e o hipotálamo, quando a concentração
destes hormônios está elevada, a produção de TRH é inibida pelo hipotálamo e
de TSH é inibida pela adenohipófise, fazendo com que a tireoide reduza a
captação de iodo como a liberação de vesículas de tiroglobulina, assim ocorre a
diminuição da produção e secreção de T3 e T4. Outro mecanismo que estimula
a secreção do hormônio é a noradrenalina e colesterolemia, através do estímulo
da secreção de TRH pelo hipotálamo.

Hipertireoidismo

O hipertireoidismo consiste em um aumento na função da glândula tireoide e


consequentemente o aumento dos hormônios T3 e T4 circulante, seja por
estímulo tireotrófico ou pela função autônoma do tecido tireoidiano. Suas
principais etiologias são as doenças autoimune da tireoide, deficiência de iodo,
Doença de Graves, redução do tecido tireoidiano por cirurgia do tratamento de
Doença de Graves ou por iodo radioativo, câncer na tireoide e bócio nodular
tóxico.

Um dos gatilhos comuns para o desenvolvimento do hipertireoidismo é a Doença


de Graves, que é um distúrbio do sistema imunológico em que ele ataca a
tireoide, também a falta de iodo por tumores, uso de alguns medicamentos e na
dieta é uma causa com bastante registro, mas depois que o iodo passou a ser
obrigatório na composição do sal de cozinha, reduziu o número de casos. O
bócio, que é um inchaço na garganta pelo resultado de acúmulo de massa magra
que comprime a traqueia, dificultando até e respiração, é uma evidência de falha
na tireoide, que pode propiciar o hipertireoidismo.

Sintomas

Um dos principais sintomas são os olhos saltados, irritados e com fotofobia,


nervosismo, ansiedade, irritação e agitação, juntamente com mãos tremulas e
com sudorese nas mãos, pode também ocorrer perda de apetite, intestino solto,
perda de peso, intolerância a temperaturas altas, queda de cabelo, unhas frágeis
e quebradiças, perda de cálcio nos ossos, fraqueza muscula, insônia e aumento
do volume da tireoide.
Com o aumento do T3 e T4 na corrente sanguínea, provoca alteração em todo
o organismo, já que esses hormônios interferem no ritmo de funcionamento dos
órgãos, o coração, por exemplo, fica mais agitado, favorecendo episódios de
taquicardia, quando afeta o cérebro causa os sintomas de ansiedade,
irritabilidade e nervosismo, pode também desregular digestão e causar também
intolerância ao calor. Outra manifestação é a exoftalmia, que é uma alteração
nos músculos da parte de trás dos olhos, onde ocorre um acumulo de água e
proteína neste local, fazendo com que projete os olhos para frente, dando a
impressão de que os olhos estão saltados.

Também acelera o metabolismo, fazendo com que tenha um consumo de


energia elevado, e para suprir essa demanda, o corpo utiliza reserva energéticas
do tecido adiposo, ocorrendo uma perda de peso rápida.

Diagnóstico

Além da avaliação clínica do paciente, observando se há perda de peso,


intolerâncias, palpitações, tremores e hiper defecção, o médico solicita exames
de sangue para medir as taxas dos hormônios T3 e T4 na circulação,
normalmente os aumentos não são notáveis nos primeiros estágios da doença,
então mede-se o TSH para maiores achados, que é o hormônio que regula a
atividade da tireoide, no hipertireoidismo ele aparece abaixo do normal.
Tabela 1: Diagnósticos de achados laboratoriais.
Fonte: Portal MedicinaNET
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5607/hipertireoidismo.htm

No caso de suspeita de adenoma hipofisário secretor de TSH ou tumor


hipofisário é analisado na tomografia computadorizada ou na ressonância
magnética, quando há presença do anticorpo antireceptor do TSH, o TRAb, é
específico para a doença de graves, indicando que ela está ativa. A
ultrassonografia da tireoide pode confirmar a presença de nódulos na tireoide, a
radiografia e a tomografia podem evidenciar o bócio subesternal.

Tratamento

O tratamento é passado pelo médico de acordo com a etiologia da doença de


cada paciente, as principais indicações terapêuticas são os betabloqueadores,
que ajudam a aliviar os sintomas simpaticomiméticos, como as palpitações,
tremores e ansiedade, as drogas antitireoidianas, o propiltiouracil e o metimazol
inibem a ação da tireoperoxidase, reduzindo a oxidação do iodo, elas são usadas
para tratamento quando a causa é produção de hormonios excessiva da
glândula, o tratamento com iodo radioativo faz a destruição progressiva das
células tireoidianas, a solução de potássio iodado (lugol), contrastes iodados e
glicocorticoides são administrados combinando com as tionamidas para o
tratamento de pacientes graves.

O tratamento cirúrgico é indicado em casos em que os bócios estão muito


volumosos, em que há presença de sintomas compressivos locais, quando há
nódulos malignos ou com suspeita de malignidade, contraindicação de outras
terapias ou em alguns casos por preferência do próprio paciente.

O tratamento da oftalmopatia é pode ser realizado com o uso de lagrimas


artificiais, colírios ou pomadas lubrificantes, óculos escuros, tampões oculares
para dormir, glicocorticoides, irradiação da orbita e cirurgia, para diminuição do
desconforto, e o tratamento da dermopatia, no caso da Doença de Graves, é
utilizado curativos com glicocorticoides tópicos.
O tratamento necessita cuidados e acompanhamento de perto, pois muitos dos
medicamentos pode dar efeitos adversos no estômago e na pele, o ideal é
acompanhamento com endocrinologista e dosagem hormonal periodicamente.

Questionário Caso Clínico

2.1 Identifique os resultados laboratoriais alterados nesta paciente;


Resposta
Triglicérides moderadas, TSH diminuído e aumento de T4.

2.2 Por que os níveis de TSH estão diminuídos nesta paciente?


Resposta
Pois houve aumento no hormônio T4 inibindo o TSH pela hipófise sugerindo
hipertireoidismo.
2.3 Descreva as etapas de produção dos hormônios tireoidianos e explique qual
a participação do iodo neste processo.
Resposta
A síntese dos hormônios tireoidianos necessita do uso de iodo, que é ingerido
na alimentação e na água como iodeto, é ativamente concentrado pela tireoide
e convertido em iodo orgânico dentro das células foliculares pela peroxidase
tireoidiana. As células foliculares circundam um espaço preenchido por coloide,
que consiste em tireoglobulina, uma glicoproteína que contém tirosina em sua
matriz.

A tirosina em contato com a membrana das células foliculares é iodada em 1


(monoiodotirosina T3) ou 2 (di-iodotirosina T4) locais e depois acoplada para
produzir 2 formas de hormônio tireoidiano. T3 e T4 livres são então liberados na
corrente sanguínea, onde se ligam às proteínas séricas para seu transporte. A
proteína transportadora primária é a globulina ligadora tiroxina (GLT), com alta
afinidade, porém baixa capacidade de ligação de T3 e T4, outras proteínas de
ligação são a pré-albumina de ligação a tiroxina (transtiretina), que tem alta
afinidade, mas baixa capacidade para T4 e a albumina, que tem baixa afinidade,
mas alta capacidade de se ligar ao T3 e T4.

Todas as reações necessárias para a formação e liberação de T3 e T4 são


controladas pelo TSH, que é secretado pelas células tireotróficas pituitárias. A
secreção de TSH é controlada por um mecanismo de retroalimentação negativa
na hipófise: o aumento das concentrações de T4 e T3 livres inibe a síntese e a
secreção de TSH, ao passo que concentrações mais baixas incrementam a
secreção de TSH. A secreção de TSH também é influenciada pelo TRH, que é
sintetizado no hipotálamo. Os mecanismos precisos que regulam a síntese e
liberação de TRH não estão claros, embora a retroalimentação negativa dos
hormônios tireoidianos iniba a síntese de TRH.

A maior parte da T3 circulante é produzida fora da tireoide pela monodesiodação


de T4. Apenas um quinto da T3 circulante é secretada diretamente pela tireoide.
2.4 Procure saber o que são os anticorpos anti-TPO e anti-tireoglobulina e por
que estes exames foram feitos nesta paciente.
Resposta:
A antiperoxidase tireoidiana (anti-TPO) é um anticorpo produzido pelo sistema
imune e que ataca a glândula tireoide, resultando em alteração nos níveis de
hormônios produzidos pela tireoide.
A anti-tireoglobulina é um anticorpo autoimune, ou seja, que ataca células do
próprio corpo. Nesse caso específico, ela ataca as células da tireoide, podendo
acontecer a liberação dos hormônios tireoidianos ou a redução da sua produção.
Para analisar se os anticorpos do sistema imune da paciente não estavam
atacando as células da tireoide assim alterando os resultados.

2.5 Foi feito o diagnóstico de doença de Graves nesta paciente. Pesquise sobre
e descreva alguns sintomas típicos da doença de Graves, explicando se possível
seu mecanismo de aparecimento.
Resposta:
Fadiga, pressão alta, frequência cardíaca irregular, sudorese, ansiedade, olhos
inchados diarreia, fraqueza muscular, perda de peso, e também em mulheres é
comum ausência de menstruação. A causa da doença de Graves é autoimune
fazendo com que o SI tenha mal funcionamento e ataque a tireoide fazendo ficar
hiperativa.

2.6 Descreva os efeitos dos hormônios tireoidianos sobre o metabolismo em


geral.
Resposta:
O hormônio tireoidiano é necessário para o desenvolvimento normal dos tecidos
cerebral e somático em recém-nascidos e, em todas as idades, regula o
metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. T3 é a forma mais ativa na
ligação ao receptor nuclear; T4 tem somente atividade hormonal mínima.
3 : estimulam a rápida abssorção da glicose pelas células, aumento da secreção
de insulina, diminuição na secreção de triglicerídeos e colesterol no sangue
causando um depósito excessivo de gordura no fígado, no hipotiroidismo
prolongado está associado a entupimento dos vasos sanguineos causando
infartos e acidentes vasculares cerebrais.

2.7 Indivíduos com hipotireoidismo causado por deficiência nutricional de iodo


também apresentam aumento da tireóide (bócio endêmico). Como isto pode ser
explicado?
Resposta:
O efeito visível e inconfundível da deficiência de iodo é o aumento da tireoide ou
bócio endêmico. A tireoide usa o iodo para produzir os hormônios T3 e T4. Se a
substância está em excesso, o órgão sofre um processo de inflamação. O
sistema imunológico manda anticorpos para a região, que acabam atacando a
própria glândula. Se o iodo escasseia, a tireoide não tem matéria-prima para
fabricar a dupla hormonal.

2.8 Um indivíduo portador de feocromocitoma pode apresentar sinais e


sintomasbastante semelhantes aos apresentados pela paciente estudado neste
caso clínico, como palpitações, tremores, sudorese excessiva, aumento da
temperatura corporal, entre outros. O que é feocromocitoma e qual(is) exame(s)
de laboratório poderia(m) ser indicado(s) para diferenciar estas duas situações?
Resposta:
Feocromocitoma se refere a um tumor nas células localizadas acima dos rins,
alterando a taxa de hormônios produzidos nesse local.
Para diagnóstico podem ser feitos exames hormonais (urina ou plasma) para
análise dos hormônios produzidos pelas glândulas adrenais como a Adrenalina
por exemplo, além de exames de imagem que permitem a visualização das
estruturas renais e a possibilidade de um tumor, confirmando assim a
Feocromocitoma, e TSH e T3 e T4 livre para confirmação em caso de Doença
de Graves.
Conclusão

A tireoide é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos, T3 e T4,


atuando em quase todas as células, eles controlam inúmeras atividades, como
os batimentos cardíacos, o peristaltismo e até mesmo a respiração celular. A
ação desses hormônios também tem a capacidade de controlar o metabolismo,
o crescimento e o desenvolvimento do organismo.

A desregulação deles ocorre quando há aumento do T3 e T4 na corrente


sanguínea, atingindo todo o corpo, desencadeando outros diversos sintomas.
Por sua ampla atuação o distúrbio pode levar a Doença de Graves, uma
condição autoimune podendo atingir as articulações, o coração e o cérebro,
deixando sequelas cardíacas graves, com consequências por toda a vida e
podendo levar à morte.

Os hormônios dizem basicamente ao corpo como utilizar a energia produzida por


ele e o quão rápido se deve trabalhar por isso sua extrema importância, além de
atuar em diversas células que são indispensáveis para o bom funcionamento do
corpo humano.

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