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UNIBRA – CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO

Curso: FARMÁCIA
Disciplina: FARMACOLOGIA CLÍNICA
Professora: Janira Alves

AULA 03 – TIREÓIDE
Definição: A tireoide é um glândula localizada na região do pescoço apresentando uma morfologia muito
semelhante ao de uma borboleta. A tireoide exerce diversos efeitos para manter a homeostasia e atividades
nos quais há o envolvimento dos hormônios produzidos na tireoide, além de regular o crescimento,
metabolismo e o gasto de energia. A tireoide não apresenta uma superfície totalmente lisa, é uma superfície
um pouco protuberante que são chamados de folículos no qual se apresenta na superfície da glândula. Os
folículos são a unidade funcional da tireoide que são formados por uma região central constituído por um
protoplasma que é chamado de colóide, uma região rica em proteína e que em sua volta há células
foliculares que são responsáveis por produzir os hormônios T3 e T4 além de produzir a tireoglobulina, uma
proteína essencial para síntese de hormônios da tireoide. Há também a célula paralicular que é responsável
pela produção da calcitonina, o hormônio envolvido com o metabolismo do cálcio.

Ponto de vista molecular


O TSH se liga a um receptor nas células foliculares acoplado a uma proteína G que ao ser estimulado vai
induzir uma enzima que vai ter como consequência o aumento do cAMP que vai ativar o PKa aumentando
o cálcio, fosfoinostídeos e os fatores de crescimentos.

A função do TSH é aumentar a produção de hormônios da tireoide.

- Iodo: o principal elemento para síntese de HT. O iodo ingerido é reduzido a iodeto no trato digestivo e
absorvido pelo intestino delgado.
- Tireoglobulina (TG): glicoproteína que apresenta 2 subunidades. É expressa apenas na tireoide e
representa 70% a 80% do conteúdo proteico glanular.

Metabolismo dos hormônios da tireoide


Captação do íon iodeto

Síntese de tireoglobulina

Iodinação

Condensação

Liberação proteolítica dos hormônios

Importância dos hormônios tireoidianos


- Sintetizados a partir
do iodo.
Desenvolvimento Temperatura Metabolismo
Crescimento - 90% é T4 e 10% é T3
normal corporal energético
(3x mais ativo)

Como agem os hormônios?


Inicialmente o T3 se liga aos receptores e todo o T4 precisará ser convertido em T3 pelo processo da
deodinação ou o T3 foi produzido diretamente pela glândula tireoide e chegou ao tecido periférico e vai se
ligar em um receptor intracelular que possui uma capacidade de reconhecer sequencias de nucleotídeos em
alguns genes que serão reconhecidos pelos genes de tireoide e vão induzir a ligação da RNA polimerase a
produzir um RNA mensageiro que vai produzir uma proteína.

A tireoide produziu o T4 que chegou aos tecidos periféricos onde foi convertido em T3 que se ligou em
um receptor intracelular onde vai regular a expressão gênica contribuindo para o crescimento,
desenvolvimento e metabolismo;
UNIBRA – CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Curso: FARMÁCIA
Disciplina: FARMACOLOGIA CLÍNICA
Professora: Janira Alves

Ação dos HT
Ativação do ciclo feltis
Efeito direto sobre:
Síntese e degração dos lipídeos
- Bomba de Na+ / K+
Neoglicogênese e glicogenólise
- Bomba de Ca ++
Síntese e degração de proteínas
ATPase miofibrilar
Ciclo de cori

Hipotireoidismo
O que é?

•Deficiência de hormônios tireoidianos, que pode ser acompanhada ou não pelo bócio (crescimento anormal da tireoide)

Causas

•Congênita (crescimento)
•Doença auto-imune (Tireoidite de Hashimoto)
•Após cirurgia de retirada da tireoide e liberação dos hormônios da tireoide (amiodarona, lítio, iodo)

Tipos

•Primário: há um efeito ou uma destruição da própria tireóide


•Secundário: a causa é hipotalâmica ou hipofilária

Sintomas

•Diminuição reversível de todas as funções corporais


•Pele fria e pálida
•Palpebras caídas
•Diminuição do débito cardíaco e bradicardia
•Retenção de CO2
•Diminuição do apetite
•Latergia
•Fadiga muscular
•Anemia
•Infertilidade ou importencia
•Diminuição do metabolismo basal

O hipertireoidismo pode ser causado pela deficiência do TSH (alteração hipofisária), deficiência do TRH
(alteração hipotalâmica) e redução das funções da tireoide.

Tratamentos para hipotireoidismo


 Reposição dos hormônios da T3 e T4, mais especificamente é feito a reposição com O T4.
 Reposição do TSH e TRH → uso em procedimentos diagnósticos de uso parenteral.
 Preparação mais apropriada → Levotiroxina (T4) – meia-vida prolongada, 1x ao dia.
 Liotironina (T3) → mais ativa que o tiroxina – meia-vida curta, usada para supressão a curto prazo do
TSH.
 Terapia com agentes antitireoidianos
 Tireodiectomia cirúrgica
 Destruição da glândula com iodo radioativo.

Requerimento aumentado da levotiroxina


 Má absorção: doenças intestinais e inflamatórias
 Gravidez: o uso em gestantes pode levar a aborto ou induzir a anormalidade.
 Drogas que reduzem absorção do L-T4: hidróxido de alumínio, sulfato ferroso.
 Drogas que aumentam o metabolismo hepático de L-T4: rifamicina, fenobarbital, carbamazepina.
 Drogas ou situações que diminuem a conversão de T4 em T3: amiodarona e deficiência do selênio.
UNIBRA – CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Curso: FARMÁCIA
Disciplina: FARMACOLOGIA CLÍNICA
Professora: Janira Alves
Compostos usados clinicamente:
Tratamentos para hipertireoidismo
Tionamidas
Agentes antitireodianos Iodetos
Utilizado em pacientes com glândulas pequenas e doença leve.
Iodo radiativo
Tionamidas – atravessam a barreira placentária
Diminuem a produção de hormônio, inibindo a tireoide peróxidase (iodação tirosinas e acoplamento MIT e
DIT). A liberação dos hormônios não é afetada, efeitos clínicos demoram a aparecer (Hormonio pré-
formado). São indicadas para hiperfunção tireoidiana, doença de graves, hipertireoidismo, bócio difuso e
oftalmopatia. Reações adversas ocorrem em 3-12% dos pacientes, sendo mais comum a erupção prurignosa
maculopapular acompanhada de febre e raramente erupção urticariforme, vasculite, artralgia, hepatite,
linfanodenopatia.
 Propiltiouracil e metimazol
 Bociógeno: induzem TSH
 Reino Unido: Carbimazol

- Propiltiouracil: droga de escolha na gravidez e lactação


São rapidamente absorvidos e sua administração é a cada 6/8 horas.
- Metimazol
Totalmente absorvidos em taxas variáveis e sua administração é 1x ao dia.

Inibidores aniônicos
- Perclorato de potássio: bloquear captação de iodeto em pacientes com hipertireoidismo induzido por
amiodarona, sendo raramente usados devido causar anemia aplásica.

Iodetos
Desde 1940 são raramente usados e seu mecanismo de ação consiste em inibir a organificação e liberação
dos hormônios da tireoide (retroalimentação negativa). Diminuem o tamanho e vascularização da glândula
hiperplásica (importante na preparação pré-operatória) e apresenta melhora dos sintomas tireotóxicos
dentro de 2-7 dias. Devem ser utilizados após instituição da terapia com tionamidas e evitar o uso se houver
necessidade do uso do iodo radioativo. Evitar o uso na gravidez e não utilizar sozinho pelo risco de provocar
exacerbação da tireotoxicose. Sua toxicidade pode ser pouco frequente apresentando aumento de volume
das glândulas salivares, ulceração das mucosas, conjuntivite, febre medicamentosa, gosto metálico e
distúrbios hemorrágicos. É comercializado através de soluções de iodeto de potássio.

Iodo radioativo
Sua administração é VIA ORAL, sendo rapidamente absorvido e armazenado nos folículos onde há a
destruição do parênquima tireoidiano. Suas vantagens incluem a fácil administração, baixo custo, eficácia e
ausência de dor. Não pode ser administrado na gravidez e lactação e há o risco de desenvolver
hipotireoidismo.

Agentes bloqueadores dos recepetores adrenérgicos


Quando há os sintomas da tireotoxicose (sintomas da estimulação simpática, ou seja, sudorese, tremor e
taquicardia, o uso de betabloqueadores é indicado, sendo o propranolol o mais indicado.

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