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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

CURSO DE MEDICINA
PFIC - FARMACOLOGIA
Prof. Dr. Marcos R Straliotto

Farmacologia da Tireoide
Tireoide
Tireoide está entre as maiores glândulas
endócrinas, pesando aproximadamente 15 g
no indivíduo adulto e exerce efeitos variados
e importantes sobre homeostasia metabólica.

Suas células foliculares sintetizam


tireoglobulina que, a partir de passos
sequenciais – captação, oxidação e
acoplamento de iodo em moléculas de
tirosina – forma os hormônios tireoidianos.

A produção desses hormônios é regulada


pela hipófise por meio do hormônio
estimulador da tireoide (TSH).
Tireoide
Os hormônios secretados pelo hipotálamo e pela hipófise são todos peptídeos
ou proteínas de baixo peso molecular que atuam ligando-se a locais específicos
nos seus tecidos-alvo.

CRH- Hormônio liberador de corticotropina


GHRH – Hormônio liberador do hormônio do crescimento
GnRH – Hormônio liberador de gonadotropinas
Sistema portal hipofisário

TRH – Hormônio liberador de tireotrofina hipotalâmica

TSH – Hormônio estimulante da tireóide


Síntese e secreção dos hormônios tireoidianos

Os dois principais hormônios tireóideos são:


tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4) além da triiodotironina
reversa (rT3)
A produção desses hormônios é regulada pela hipófise por meio do
hormônio estimulador da tireoide (TSH).

➢ HIPOTIREOIDISMO - Secreção inadequada de hormônio


tireoidiano resulta em bradicardia, baixa resistência ao frio e
retardo mental e físico.

Em crianças, isso pode causar retardo mental e nanismo.

➢ HIPERTIREOIDISMO - O excesso de secreção de hormônios


tireoidianos pode causar taquicardia e arritmias cardíacas,
debilitação corporal, nervosismo, tremores e produção excessiva
de calor.
Síntese e secreção dos hormônios tireoidianos
A glândula tireoide é composta por múltiplos folículos que consistem em uma simples camada
de cels epiteliais circundando um lúmem preenchido com tireoglobulina (espaço coloide), que
é a forma de armazenamento dos hormônios tireoideanos.

Desiodases
(tecido-alvo)

TG: tireoglobulina (armazenamento)


MIT: Tirosina monoiodada
DIT: Tirosina diiodada
Síntese e secreção dos hormônios tireoidianos
TSH
Hormônio regulador da tireoide

Forma de armazenamento dos


hormônios tireoideos.

(iodeto) (iodo)
Hormônios tireoidianos

• O principal hormônio produzido pela tireoide é tiroxina (T4) (80 a


100 g/dia), mas o hormônio metabolicamente ativo é tri-
iodotironina (T3).

• Apenas 20% da produção de T3 (30 a 40 g/dia) são provenientes


da tireoide, sendo os restantes 80% produzidos em tecidos
periféricos mediante desiodação de T4.

• A meia-vida do T4 é de 6 a 7 dias, contra 1 dia de T3.

• Importante função: em crescimento, desenvolvimento e controle


metabólico, bem como efeitos sobre sistemas nervoso,
cardiovascular e ósseo, além de inibirem a secreção hipofisária de
TSH.

• Sua ação é mediada por receptores nucleares, modulando a


transcrição gênica e, portanto, a síntese proteica.
Hormônios tireoidianos
Transporte sanguíneo:
• Globulina de ligação da tiroxina (TGB) – 70% (T3 e T4)
• Transtirretina (TTR) (pré-albumina da tiroxina) – 10 a 15% (T4)
• Albumina – 10%
• Lipoproteinas – 3%
• Livres (não ligados) – 0,03% T4 e 0,3% da T3

Farmacocinética:
• Tanto T3 quanto T4 são absorvidas após administração por via oral.
• Alimentos, preparações com cálcio e antiácidos contendo alumínio
diminuem a absorção de T4.
• A desiodinação é a principal via de metabolismo do T4.
• O T3 também sofre desiodinação sequencial.
• Os hormônios são metabolizados também por conjugação com
glicuronídeos e sulfatos e excretados na bile.
Doenças da tireoide
Doenças de tireoide passíveis de tratamento farmacológico são:
• Hipotireoidismo (diminuição da função tireoidiana);
• Hipertireoidismo (aumento da função tireoidiana);

HIPOTIREOIDISMO HIPERTIREOIDISMO
Reposição hormonal com T4 Medicamentos antitereoidianos
(propiltiouracila e metimazol)
Terapias ablativas
(iodo radioativo e cirurgia)

O tratamento dessas duas condições é importante, uma vez que ambas causam
sintomas limitantes para os pacientes, podem levar a complicações em outros
órgãos e sistemas (doença cardiovascular, osteoporose) ou descompensar
doenças preexistentes.
Hipotireoidismo
Tireoidite de Hashimoto: Nas áreas não endêmicas, onde o iodo está
presente em quantidades suficientes, a destruição autoimune da
tireoide é a causa mais frequente de hipotireoidismo.
Hipotireoidismo
Tireoidite de Hashimoto • Autoimune (Ac contra a
glândula)

• 5 a 8x mais comum em
mulheres

• Redução de T3 e T4 e
aumento TSH e TRH

Na tireoidite de Hashimoto, um
autoanticorpo destrutivo ataca a
glândula tireoide, causando
insuficiência desta e diminuição de
síntese e secreção de hormônio
tireoidiano.
Em consequência, não ocorre inibição
mediante retroalimentação do
hipotálamo e da adeno-hipófise, e os
níveis plasmáticos de TSH se
elevam.
Hipotireoidismo
Tratamento farmacológico: Terapia de Reposição hormonal

Preparações sintéticas dos sais sódicos dos isômeros naturais dos


hormônios tireoidianos, que são amplamente utilizadas na terapia com
hormônios tireoidianos.

• Tiroxina (T4): Levotiroxina sódica – tratamento de escolha.

• Tri-iodotironina (T3): Liotironina sódica – Coma Mixedematoso.

• Levotiroxina + Liotironina (4:1) – Liotrix®, Tyroplus®.


Hipotireoidismo

Levotiroxina sódica (T4):

• Absorção ocorre a nível de duodeno e no íleo, biodisponibilidade


70%.
• Tomar com estômago vazio; tomar 30 min a 1 hora antes ou 4
horas após a refeição.
• Alta ligação às proteínas plasmáticas;
• T4 sérica aumenta 2-4 horas após administração oral;
• Meia-vida de 7 a 9 dias;
• Cerca de 30% desiodadas nos tecidos periféricos, pequenas
concentrações no fígado, excretados via bile.
• Realizar exames de sangue após 6 semanas após inicio ou troca
de dosagem;
• Levotiroxina pode ser administrada 1 vez/dia.
Hipotireoidismo Preparações sintéticas de
tiroxina (T4) - Levotiroxina
sódica (1ª escolha)
Levotiroxina sódica (T4):

• Dose para adulto é de cerca de


1,7mcg/Kg/dia ou 125 mcg/dia.
• Possibilidade de aumento a cada 6-
8 semanas.

OBS: Manter a mesma marca comercial !


Hipotireoidismo
Preparações sintéticas de
Liotironina sódica (T3): triiodotinonina (T3)

Indicação:
• Coma mixedematoso ou na preparação de um paciente com câncer
da tireoide para terapia com Iodo.

Absorção: quase 100%, com níveis séricos máximos 2-4 h após a sua
ingestão oral.
• A liotironina é menos desejável para terapia de reposição crônica;
• Meia-vida plasmática curta;
• Elevações transitórias das concentrações séricas de T3 acima da
faixa normal.
• Doses de 10-15 μg de liotironina sódica, 3 vezes/dia, produzem
níveis séricos normais de T3 livre no indivíduo atireótico.
Liotironina sódica (T3):
Cynomel ®: 25 e 50 mcg.
Triyotex ®: 75 mcg

Desvantagens do uso da Liotironina sódica:

- Apesar de ser 3 a 5 vezes mais potente, não é indicada para terapia


de reposição de rotina:
• Maior dificuldade em monitorar sua reposição adequada por
meios de exames laboratoriais convencionais;
• Maior atividade hormonal, e consequente risco aumentado de
cardiotoxicidade.

OBS: evitar em pacientes com cardiopatias.


Hipotireoidismo

Levotiroxina T4 Liotironina T3
Efeito terapêutico 3 a 4 semanas. 48 a 72 horas.
máximo Ação terapêutica dura Ação terapêutica dura
1 a 3 semanas após até 72 horas após a
suspensão de suspensão do
tratamento crônico. tratamento crônico.
Passagem placenta Pequenas proporções Pequenas proporções

Leite materno Concentração mínima Concentração mínima


excretada pelo leite excretada pelo leite
Hipotireoidismo

Levotiroxina T4 Liotironina T3
Fármaco de escolha Efeito rápido e rapidamente
reversível
Alta eficácia; Usado no lugar da levotiroxina
Uma dose diária (1/2 vida 7 quando a absorção GI ou a
dias) conversão de T4 em T3
estiverem prejudicados.
Baixos índices de efeitos Meia-vida curta;
colaterais Doses múltiplas diárias;
Custo mais elevado.
Não disponível no Brasil.
Terapia com levotiroxina (T4) - Hipotireoidismo
Levotiroxina T4
Hipotireoidismo primário Pctes > 60 anos e naqueles com cardiopatia
(Manter TSH normal) diagnosticada:
Hipotireoidismo 2ª e 3ª Início com doses de 12,5 a 50 ug/dia.
Dose pode ser aumentada em 25 ug por dia, a cada
( manter T4 livre normal)
6-8 semanas
Hipotireoidismo na Administrar dose mais alta de levotiroxina, devido
gestação baixa passagem placentária
Acompanhar níveis de TSH (4 a 6 semanas após
cada ajuste)
Coma Mixedematoso Iniciar com dose de ataque de 250-500 ug, seguida
de uma dose de reposição integral diária.

Hipotireoidismo congênito Se iniciada nas 2 primeiras semanas de vida, pode-


se obter desenvolvimento físico e mental normal.
Dose inicial de 10-15ug/kg, acompanhamento cada
1-2 meses nos primeiros 6 meses; 3 - 4 meses entre
6 meses e 3 anos, e 6 -12 meses a partir dos 3 anos.
OBS: Para os autores, monoterapia com T4 permanece o
Liotrix tratamento de escolha para hipotireoidismo.

Mistura de tiroxina e de tri-iodotironina 4:1 (T4 + T3)

• É equivalente a levotiroxina;

• Não oferece nenhuma vantagem clínica sobre a levotiroxina;

• A conversão de T4 em T3 no tecido periférico geralmente resulta


em proporções fisiológicas dos dois hormônios;

• Não produz melhora no bem estar, função cognitiva ou na


qualidade de vida.
Terapia com levotiroxina - Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Tireotoxicose

• Tireotoxicose é definida como excesso de hormônios


tireoidianos, e seu tratamento depende da etiologia.

• O aumento da produção de hormônio tireoidiano constitui a


causa mais comum, com a associação comum de estimulação dos
receptores de TSH e aumento da captação de iodo pela glândula
tireoide.

• Hipertireoidismo subclínico é definida por indivíduos com níveis


séricos subnormais de TSH e concentrações normais de T4 e
T3.
Hipertireoidismo

• Doença de Graves (ou bócio tóxico difuso) constitui a


causa mais comum de tireotoxicose.

• É um distúrbio autoimune, caracterizado por aumento da


produção de hormônio tireoidiano, bócio difuso e anticorpos
IgG, que se ligam ao receptor de TSH e o ativam.

• As mulheres são mais acometidas do que os homens, com


proporção que varia de 5:1-7:1. É mais comum entre 20 e 50
anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.
• Costuma estar associada a outras doenças autoimunes.

• O bócio uninodular/multinodular tóxico responde por 10-40%


dos casos de hipertireoidismo, sendo mais comum em pacientes
idosos.
Doença de Graves

Hiperestimulacao do receptor de TSH, mas TSH é baixo.


Hipertireoidismo
Sinais e sintomas:
Hipertireoidismo

Objetivo do tratamento:
• Nos casos de hipertireoidismo, em que há aumento de produção
hormonal pela glândula tireoide, o tratamento visa restabelecer os
níveis normais de hormônios tireoidianos.

• Isto pode ser feito com a diminuição da síntese desses hormônios,


utilizando-se:
• medicamentos antitireoidianos;
• destruição de tecido tireoidiano com 131I ou;
• tireoidectomia total.

• Os três tratamentos apresentam vantagens e desvantagens, sendo


que os dois últimos são considerados tratamentos definitivos.
Agentes antitireoidianos
• Medicamentos antitireoidianos pertencem ao grupo das
tionaminas, sendo seus representantes:
• propiltiouracila (PTU);
• Metimazol (tiamazol);
• Carbimazol.

• São efetivos no controle do hipertireoidismo.

• Metimazol é o medicamento de eleição na maioria dos


pacientes, ficando PTU como medicamento de escolha para
gestantes no primeiro trimestre.

• PTU é preferido na tempestade tireotóxica, pois reduz em 35 a


40% a concentração de T3 em 24h, por interferência na
conversão de T4 em T3.
Agentes antitireoidianos
Mecanismo de ação:
• Inibem a síntese de hormônios da
tireoide por meio de interferência na
organificação do iodeto e na reação de
acoplamento, reações catalisadas pela
peroxidase tireoidiana, também conhecida tireoperoxidase
como tireoperoxidase.

• PTU apresenta ainda ação inibitória


sobre a enzima iodotironina 5’-
desiodinase, conversora intratireoidiana e
periférica do T4 para T3. Esta conversão
fica, pois, inibida.

• Ambos reduzem as concentrações


séricas de anticorpos antirreceptores
de TSH e aumentam a atividade de
linfócitos T supressores, sugerindo ação
imunodepressora.

Inibem a iodinação dos grupos tirosila e a


condensação para formar T3 e T4
Agentes antitireoidianos
Resultado final:
Bloqueio da síntese dos
hormônios tireoidianos.

Ou Metimazol

PTU:
Bloqueio da conversão
periférica.
Agentes antitireoidianos

Propil ® Tapazol ®
Agentes antitireoidianos - tionamidas
Propil ® Tapazol ®
PTU Metimazol (tiamazol)
Dose inicial 300 a 600 mg/dia em 2 a 3 5 a 10 mg/dia em casos leves,
tomadas por via oral 40 mg/dia casos graves
(manutenção 50 a 100 mg/dia) (manutenção 5 a 10 mg/dia)
Meia-vida 1 a 2 horas 3 a 6 horas
São eficazes por mais tempo por São eficazes por mais tempo por
se acumularem em células do se acumularem em células do
parênquima tireoidiano parênquima tireoidiano
Tempo de ação Até 8 horas Até 24 horas

Apresentação 100 mg 5 e 10 mg
(1 cp de 8 em 8 horas) (1 a 2 cp de 8 em 8 horas)

Vantagens Inibe parcialmente a conversão Meia-vida mais longa, única


de T4 a T3 periférica dose diária;
1ª escolha em tireotoxicose! Menor incidência de efeitos
adversos graves
Menor Hepatotoxicidade
Agentes antitireoidianos
Agentes antitireoidianos
Reações adversas:
Mais comuns:
• Exantema urticariforme (geralmente desaparece sem a interrupção do
fármaco)

Menos comuns:
• Artralgias, parestesias, cefaleia, náuseas, pigmentação cutânea, queda de
cabelos.

Raras:
• Febre, hepatite, nefrite, agranulocitose.

Interações medicamentosas:
• Adrenocorticóides →Necessidade de ajuste de dose
• Anticoagulantes → Intensificam o efeito
• Depressores da medula óssea → aumento do risco de agranulocitose
• Medicamentos hepatotóxicos → ↑risco hepatotoxicidade.
Betabloqueadores
• Betabloqueadores são empregados paliativamente no
tratamento de hipertireoidismo, visando melhorar mais
rapidamente sintomas adrenérgicos, como taquicardia, tremor e
sudorese.

• Em casos de hipertireoidismo com taquicardia associada à


insuficiência cardíaca, determinam melhora do quadro
hemodinâmico.

• Propranolol, atenolol, esmolol e metoprolol podem diminuir a


conversão periférica de T4 em T3 e, por isso, são os agentes
preferidos nesta condição.

• Esmolol por ter início de ação rápido e meia-vida de eliminação


curta (9 min) é preferido para o tratamento da tempestade
tireoidiana.
Betabloqueadores
• Betabloqueadores não apresentam efeito sobre secreção de
hormônios tireoidianos, tamanho do bócio ou atividade
imunológica, não devem ser usados como única escolha, a não
ser por curtos períodos até emprego de iodo radioativo ou cirurgia.

• Em crise tireotóxica, betabloqueador pode coadjuvar o


tratamento feito com fluidos intravenosos e metimazol, com a
finalidade de melhorar taquicardia e acidose láctica.
Betabloqueadores

Muitos dos sintomas do


hipertireoidismo simulam aqueles
associados à estimulação
simpática.

Os betabloqueadores, como
metoprolol ou propranolol, são
eficazes em diminuir a
estimulação generalizada que
ocorre no hipertiroidismo.
Iodeto
• Iodeto é o remédio mais antigo para distúrbios da glândula
tireoide.

• Em altas concentrações pode influenciar várias funções


importantes da glândula tireoide.

• O iodeto limita seu próprio transporte e inibe de maneira aguda e


transitoriamente a síntese de iodotirosinas e de iodotironinas (o
efeito de Wolff-Chaikoff).

Inibição da síntese e liberação de hormônio


tireoidiano
Iodetos Inibem a organificação e a liberação dos hormônios

tireoperoxidase
Diminuem a vascularização, o

Iodeto – 127 Iodeto tamanho e a fragilidade da


glândula hiperplásica.

• Iodeto pode ser utilizado previamente à tireoidectomia (reduz a


vascularização e torna a glândula menos friável) e no tratamento
de crise tireotóxica (em associação com tionaminas e
betabloqueadores).

• Antes da cirurgia, iodeto pode ser empregado isoladamente ou,


mais frequentemente, após o hipertireoidismo ter sido controlado
com tionaminas.

• É administrado nos 7 a 10 dias que precedem a cirurgia, sob


forma de 3 a 5 gotas de solução de Lugol (iodo a 5% e iodeto de
potássio a 10% em água) ou 1 a 3 gotas de solução saturada de
iodeto de potássio, 2 a 3 vezes/dia.

• Absorção intestinal e excreção renal.


• Administração oral ou retal.
Iodeto
131I - Iodeto radioativo
• O isótopo radioativo do iodeto é usado para destruir parcial ou
totalmente a glândula, reduzindo sua função ou seu tamanho,
para tratamento de hipertireoidismo ou ablação de restos e
metástases de carcinoma diferenciado de tireoide após
tireoidectomia.

• Embora o iodo tenha diversos isótopos radioativos, o de maior uso


é 131I, que tem meia-vida de 8 dias e emissões radioativas que
incluem partículas beta tóxicas.

• É rapidamente captado pela tireoide, organificado e depositado no


coloide folicular.
131I - Iodeto radioativo
• Iodeto radioativo: 131I (na forma de sal sódico);
• Meia vida: 8 dias (2 meses terá desaparecido);
• Contraindicação: gravidez e crianças menores de 5 anos;

• Considerações terapêuticas:
• Alternativa à cirurgia no hipertireoidismo
• Radiação em excesso pode destruir a tireóide e levar a
hipotireoidismo.

Indicação clínicas:
• Escolha para a maioria do pacientes com Doença de Graves;
• Pacientes com bócio multinodular tóxico
• Pacientes com contraindicação cirúrgica.
Inibidores da captação de iodetos ou
Inibidores aniônicos

• Mecanismo de ação:
• Competem com o iodeto pela captação nas células foliculares
da tireóide, através do simportador de sódio-iodeto, diminuindo
assim o suprimento intratireóideo de iodeto disponível para a
síntese dos HT.

Percolato
Tiocianato
Tecnécio
Inibidores da captação de iodetos ou
Inibidores aniônicos

Perclorato, Tiocianato e Tecnécio (na forma de


Pertecnetato)

Considerações terapêuticas:
• O uso clínico no hipertireoidismo é limitado, devido ao risco de
desenvolvimento de anemia aplásica.
• As tiaminas são mais efetivas.
• Utilizados como agentes de contraste radiológico.
• Hipotireoidismo após exames radiológicos extensos: antagonismo!
Inibidores de tirosinoquinase
• A ativação descontrolada de receptores de tirosinoquinases
corresponde a um dos principais mecanismos envolvidos em
desenvolvimento e progressão do câncer.

• Sua inibição representa novo enfoque para a terapia contra o câncer


e se apresenta como nova opção terapêutica no manejo do câncer
diferenciado de tireoide avançado, principalmente em casos
refratários a iodo.

• Fármacos: vandetanibe (indicado para câncer medular da tireoide),


sorafenibe, cabozantinib e lenvatinib, os dois primeiros registrados
no Brasil.

Demonstraram eficácia em aumentar a sobrevida livre de progressão da


doença, mas não a sobrevida total.
Referência bibliográficas:

▪ GOLAN D.E.; TASHJIAN A.H.; ARMSTRONG E.J.; ARMSTRONG


A.W. Princípios de Farmacologia - a Base Fisiopatológica da
Farmacoterapia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
▪ RANG H.P.; DALE, M.M.; RITTER J.M.; FLOWER, R. Rang & Dale
Farmacologia. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
▪ BRUNTON, L.L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMAN, B.C. Goodman &
Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12 ed. Porto
Alegre: AMGH, 2012.
▪ KATZUNG,B.G. Farmacologia básica e clínica, 13.ed.-Porto
Alegre:AMGH, 2017.
▪ Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada, 6.ed.-Porto Alegre:Artmed,
2016.

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