Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Definição
o É decorrente da instabilização e/ou rompimento de uma placa de ateroma coronariana, causando
obstrução parcial/total do fluxo sanguíneo na coronária acometida, com isquemia e até necrose do miocárdio
o Diferente da DAC, na SCA os sintomas se manifestam em repouso
o Pode ser classificado como:
▪ Angina instável: Infra de ST/inversão de onda T + Troponina negativa (ausência de necrose do miocárdio)
▪ IAM sem supra de ST: Infra de ST/inversão de onda T + Troponina positiva
▪ IAM com supra de ST: Supra de ST → Troponina sempre positiva
• Dor torácica
o Origem cardíaca:
▪ Doença aterosclerótica/síndromes isquêmicas agudas
▪ Pericardite
▪ Angina variante de Prinzmetal (vasoespástica)
▪ Angina microvascular
▪ Anomalias coronarianas
▪ Doenças valvares aórticas
▪ Miocardiopatia hipertrófica
o B: Provavelmente anginosa
▪ Algumas características e favor outra contra a dor anginosa
• Angina estável
o É a doença arterial coronariana crônica
o Obstrução da coronária por placa de ateroma geralmente entre 50-90% do lúmen.
o Caracterizada por:
▪ Dor/desconforto precordial, irradiada para MMSS ou mandíbula
▪ Precipitada por estresse físico ou emocional
▪ Rápido alívio ao repouso ou uso de nitratos (5-10 min)
o Angina instável
▪ Não ocorre elevação dos MNM (ausência de necrose)
▪ Se evidencia de necrose miocárdica, é chamado da IAM sem supra de ST!!
• IM recorrente e reinfarto
o Reinfarto: ocorre nos primeiros 28 dias após o primeiro evento
o IM recorrente: ocorre após 28 dias de um outro IM.
• Síndrome de Takotsubo
o “Síndrome do coração partido”
o Miocardiopatia estresse induzida
o Quando desconfiar:
▪ Mulher pós menopausa + grande estrese emocional
▪ Grande supra de ST, QT prolongado
▪ Aumento discreto de troponina, desproporcional a clínica e extensão do acometimento no ECG
▪ Coronárias normais
▪ Alterações contráteis do VE não são explicadas por um único ramo coronário
• Eletrocardiograma na SCA
Deve ser realizado em até
o Suboclusão
10min da admissão do PS
▪ Inversão simétrica da onda T >1mm
▪ Infra de ST ≥0,5mm em 2 derivações contíguas
o Oclusão total
▪ Supra de ST em 2 derivações contíguas ≥ 1mm
• Exceção: V2 e V3, o ponto de corte é 2,5mm se homem <40 anos, 2mm se homem >40 anos. 1,5mm se mulher
o Sinais indiretos de isquemia miocárdica
▪ Boqueio de ramo novo
▪ Onda Q
▪ Plus/minus de onda T na parede anterior
▪ Supra de aVR e/ou V1 + infra ST difuso (>7 derivações)
▪ Alteração dinâmica
▪ TV
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 4
o Exame físico
▪ Dor torácica característica anginosa
▪ IC aguda
▪ Hipotensão arterial
▪ Presença de B3
▪ Congestão pulmonar (crepitações basais)
▪ Insuficiência mitral nova (sopros)
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 5
• Diagnóstico IAM
o 2 dos 3 critérios positivos:
▪ História clínica característica
▪ Alterações isquêmicas no ECG
▪ Curva de marcadores de necrose miocárdica
o IM tipo 2:
▪ Causado pelo desbalanço entre a oferta e a demanda de oxigênio para o miocárdio
▪ Não há ruptura ou instabilização de placa aterosclerótica
▪ São incluídos aqui: vasoespasmos, embolia coronária, dissecção aórtica ou coronária
▪ É um diagnóstico secundário, pois deriva de uma causa primária
▪ O tratamento é focado no manejo das causas subjacentes de desequilíbrio oferta/demanda
o IM tipo 3:
▪ Morte súbita. Pacientes vítimas de morte cardiovascular que apresentaram na véspera:
• Sintomas de isquemia miocárdica aguda
• Novas alterações isquemias no ECG ou FV
▪ Foram a óbito antes da coleta de MNM
▪ Se na autópsia de um paciente com suposto IM tipo 3, se identifica trombose coronária relacionada a IM,
este deve ser reclassificado como IM tipo 1
o IM tipo 4:
▪ Injúria aguda cardíaca pós angioplastia
▪ 4A: associado a intervenção coronariana percutânea (PCI)
▪ 4B: associado a trombose do Stent
▪ 4C: associado a estenose pós PCI
o IM tipo 5:
▪ Injúria aguda cardíaca pós angioplastia, com elevação da troponina >10x o percentil 99.
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 6
o Observação: por no mínimo 6 horas do início da dor (tempo hábil para alteração de troponina convencional)
o Exame físico: 3/3 horas ou se dor
o ECG: 3/3 horas ou se dor
o Troponina qualitativa: 3/3 horas
o Troponina US: realizar junto com ECG, na chegada e após 1 a 3 horas
o Protocolo negativo = descarta IAM, mas não SCA o Protocolo positivo = IAM
▪ Evoluiu sem dor ▪ Exame físico sugestivo de IC aguda
▪ Sem alteração no exame físico ▪ Novas alterações no ECG
▪ ECG seriado sem alterações ▪ Elevação de MNM
▪ MNM negativos
o TIMI risk
o Braunwald
▪ Avalia o risco de morte em 7 dias, se baseando no diagnóstico de insuficiência cardíaca aguda.
o Classificação de Killip
▪ Avalia o risco de morte em 7 dias, se baseando
no diagnóstico de insuficiência cardíaca aguda.
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 8
o MONABICHE
▪ Morfina: 2-4mg IV, repetir a cada 5-10min (se dor refratária ao nitrato)
▪ Oxigênio 2-4L/min: se SpO2 <90%
▪ Nitrato: Isordil SL 5mg, até 3x a cada 5min / Nitroglicerina 10ug/min IV, aumentar até controle HAS, EAP, ..
▪ AAS: 300mg VO macerados (3cps). Manutenção 100mg/dia
▪ Beta Bloqueador VO: Carvedilol 6,25 12/12hs / Propranolol 10mg 12/12hs / Atenolol 25mg 12/12hs
▪ IECA VO: Captopril 25mg 8/8hs / Enalapril 5-10mg 12/12hs (se PAS >100)
▪ Clopidogrel VO: 300-600mg (4-8cps). Manutenção 75g/dia
▪ Heparina: Enoxaparina bolus 30mg IV + 1mg/Kg SC 12/12h. HNF ataque 60Ui/Kg + manutenção 12ui/Kg
▪ Estatina: Atorvastatina 40-80mg / Rosuvastatina 20-40g.
o Nitratos
▪ Contra indicado se:
• PAS <100
• Uso de Sildenafila nas últimas 24hs ou Tadalafila nas últimas 48hs
• Infarto de VD
▪ Dinitrato de Isossorbida (Isordil)
• Comprimido 5mg SL, fazer até 3 doses, com intervalo de 5min entre elas
▪ Nitroglicerina (Tridil)
• 5mg/ml, ampolas de 5 e 10ml
• Iniciar com 10ug/min e ir aumentando até controle dos sintomas e da PA
• Diluir 1 ampola de 50m (10ml) em 240ml SF e iniciar 5ml/h
o Betabloqueadores
▪ Ajustar dose até atingir FC 50-60bpm
▪ Contra indicações:
• FC<60, PAS <100
• PR >240ms, BAV 2° ou 3° grau
• Asma ou DPOC
• Disfunção ventricular grave
• Infarto de VD
▪ Se CI para seu uso, considerar BCC (Diltiazen 30mg 8/8hs, Verapamil 80mg 8/8hs)
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 9
o Heparina
▪ HNF:
• Dose inicial: 100u/Kg IV em bolus (60U/Kg se 2° antiagregantes plaquetário associado)
• Manutenção: de 12u/Kg/h, máximo de 1000u/h durante 24-48hs. Manter KTTP 50-70
▪ Enoxaparina
• <75 anos: 30g bolus IV. Após 15min, 1mg/Kg SC 12/12hs até alta hospitalar
• >75 anos: não fazer bolus. Iniciar 0,75mg/Kg SC 12/12hs
• Se TFG <30: não fazer bolus. Iniciar 1mg/Kg SC 24/24hs
o 2° antiagregantes plaquetário
▪ Se paciente for encaminhado para CAT em <24hs, deixar para fazer após CAT, pois se caso seja necessário
uma CRM após estudo anatômica das coronárias, o paciente não precisará aguardar de 5-7 dias.
▪ IAM com supra de ST faz sempre!
▪ Clopidogrel:
• Dose de ataque: 300mg se tto conservador, 600mg se angioplastia. Manutenção de 75mg/dia
• Se fibrinólise: Dose de ataque 300mg se <75 anos. Sem ataque se >75 anos
• É reservado dentre os antiagregantes plaquetários, para pacientes com maior risco de sangramento
• Se for realizado revascularização cirúrgica, suspender por pelo menos 5 dias
▪ Prasugrel:
• Alternativa ao Clopidogrel. Comprimidos de 5 e 10mg
• Dose de ataque: 60mg. Dose de manutenção: 10mg/dia
• Maior benefício nos pacientes DM e no IAM com supra
• Indicado para paciente com IAM com supra ST que farão angioplastia primária. Administrar apenas
após definição da anatomia coronária no cateterismo
• Mais potente que o clopidogrel, com maior redução de mortalidade
• Contra indicação: maior risco de sangramento
o AVCi prévio, Peso <60Kg ou Idade >75 anos
• Em caso de revascularização cirúrgica, suspender por pelo menos 7 dias antes
▪ Ticagrelor:
• Alternativa ao Clopidogrel
• Dose de ataque: 180mg. Dose de manutenção: 90mg 2x/dia
• Indicado para todos pacientes com IAM com supra ST não submetidos a fibrinólise.
• Pode ser utilizado após fibrinólise.
• Mais potente que o clopidogrel, com maior redução de mortalidade
• Antiplaquetário de efeito reversível (diferente do clopidogrel e prasugrel)
• Contra indicação: maior risco de sangramento!
o AVCh prévio
o Hemorragia ativa
o Plaquetopenia importante
o Hepatopatia moederada/grave
o Pacientes em diálise
• Em caso de revascularização cirúrgica, suspender por pelo menos 5 dias antes
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 10
• Fibrinolíticos
o Estreptoquinase
▪ Dose de 1.500.000UI em 100ml de SF, em 30-60min
▪ Infundir em acesso exclusivo
▪ Se hipotensão: lentificar infusão, Trendelenburg, eventualmente expansão com SF
o Alteplase (t-PA)
▪ 15mg IV em bolus. 0,75mg/Kg IV em 30min. Após, 0,5mg/Kg IV em 60min.
▪ 100mg ao total, em 1h e meia
o Tenecteplase (TNK-tPA)
▪ Dose única em bolus:
• 30mg se <60Kg.
• 35mg se 60-70Kg,
• 40mg se 70-80Kg,
• 45mg se 80-90Kg.
• 50mg se >90
▪ Equivalente a Alteplase, mas com menos sangramentos. Sua facilidade de uso permite uso pré-hospitalar
• Critérios de reperfusão:
o Melhora da dor torácica
o Arritmias de reperfusão: Ritmo Idioventricular Acelerado (RIVA)
▪ Semelhante a TV, porém com FC mais baixa
o Redução de pelo menos 50% no maior supra ST
o Pico precoce dos marcadores
o Desaparecimento súbito da dor
• IAM de VD
o Acompanha IAM de parede inferior (DII, DIII e aVF)
o Pode ser confirmado fazendo derivações direitas (V3R, V4R)
o Clínica sugestiva:
▪ ↓PA + pulmões limpos
▪ ↓FC (coronária D irriga feixe de hiss) + turgência jugular
o Conduta:
▪ A mesma do IAM
▪ Reposição volêmica!
▪ Reperfusão
▪ Nunca utilizar nitrato, BB, morfina (diminuem pré-carga, prejudicando o DC)
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 11
o Exemplo de prescrição:
▪ Caso clínico:
• Paciente masculino, 73 anos, 60Kg, DM2
• Apresentou angina há 5 horas com duração de 1 horas iniciada ao repouso e o término se deu ao repouso tbm.
• Faz uso prévio de AAS e estatina.
• Chega ao OS em Killip I, PA 110x60, FC 90bpm
• ECG revela infra de ST em parede inferior. Troponina de 30 (normal <14), creatinina 1,5
• Cateterismo realizado há 3 anos apresentava artéria coronária D com 60% de lesão em terço médio
• Paciente e alto risco, devendo ser encaminhado para cateterismo em até 24hs
▪ Prescrição
• Dieta VO hipossódica. Jejum de 4hs antes do cateterismo
• Repouso absoluto no leito
• Monitorização eletrocardiográfica contínua
• Cateter de O2 2-4l/min, se saturação <90%
• SF 0,9%. Iniciar 60ml/h (1ml/kg/h) durante 12h antes do cateterismo e manter por pelo menos 12hs após
• Morfina 2mg IV, ACM
• Dinitrato de Isossorbida 5mg SL agora e ACM
• AAS 300mg, VO, macerado agora. Manter 100mg/dia de manutenção após almoço
• Atenolol 25mg VO 12/12hs
• Enalapril 10mg VO 12/12h
• 2° antiagregantes plaquetário: Ticagrelor 180mg.
o (Se CAT levar <24hs, realizar na sala e hemodinâmica. Se levar >24hs, fazer dose de ataque)
o Clopidogrel em pacientes com maior risco de sangramento
o Manutenção: Ticagrelor 90mg VO 12/12h ou Clopidogrel 75mg VO 1x/dia
• Enoxaparina 60mg SC 12/12hs
• Atorvastatina 80mg VO 1x/dia
• Pantoprazol 20mg VO 1x/dia jejum
Kéven Wrague e Laura Almeida, ATM23 13
o Trombolítico ou angioplastia?
▪ Se angioplastia no próprio hospital: angioplastia em até 90min
▪ Não tem angioplastia no hospital:
• Transferência vai levar <2h: angioplastia
o Independente do tempo, se paciente chocado, IC grave ou CI ao trombolítico: angioplastia
• Transferência vai levar >2h ou incapacidade de transferência: trombolisar em até 30min
o Transferir se falha ao trombolítico ou reoclusão