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Henrique Alcântara – 21.1


SÍNDROME ÁLGICA IV
DOR TORÁCICA
SUMÁRIO:
3….CAPÍTULO 1: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

3….a) Causa Pulmonar


3….b) Causa Gastrointestinal
3….c) Causa de Dor da Parede Torácica
3….d) Outras Causas

4….CAPÍTULO 2: PERICARDITE AGUDA

4….a) Quadro Clínico


4….b) Exames Complementares
4….c) Tratamento
5….d) Complicações

6….CAPÍTULO 3: DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA

6….a) Introdução
6….b) Classificações
6….c) Quadro Clínico
6….d) Diagnóstico
6….e) Tratamento

7....CAPÍTULO 4: DOENÇA ISQUÊMICA DO


MIOCÁRDIO

7….a) Conceitos Gerais


8….b) Angina Estável
10…c) Síndrome Coronariana Aguda sem Supra ST
13...d) Síndrome Coronariana Aguda com Supra ST

17….QUESTÕES

17….Capítulo 1: Diagnóstico Diferencial


17….Capítulo 2: Pericardite Aguda
18….Capítulo 3: Dissecção Aórtica Aguda
18….Capítulo 4: Doença isquêmica do Miocárdio
24….Questões Extras

35….GABARITO

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CAPÍTULO 1: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL tais), pode ter febre baixa. As vesículas da doença
só aparecem dias depois dos sintomas. Tratar com
A) CAUSA PULMONAR analgésico e antivirais (aciclovir, fanciclovir, valaci-
Pulmonar: embolia, pneumotórax, pneumonia, clovir). Neuralgia Pós-Herpética (NPH) geralmente
pleurite, hipertensão pulmonar, DPOC, asma brôn- ocorre em idosos. A dor é leve, mas há relato de dor
quica, tromboembolismo pulmonar. A pleura visceral grave e incapacidade (tratar dor crônica com antide-
é inervada pelo plexo autonômico simpático e não pressivos tricíclicos e anticonvulsivantes).
tem receptor de dor, já a pleura parietal tem, sendo
a dor pleurítica (intensa de início abrupto em pon- D) OUTRAS CAUSAS
tada que piora na inspiração profunda ou tosse). Ataque de pânico: distúrbios de ansiedade, ataque
A dor pleurítica é localizada e segue nervos inter- de pânico e outras doenças psiquiátricas são res-
costais. Tosse, dispneia, macicez à percussão, dimi- ponsáveis por 10% dos atendimentos de dor toráci-
nuição do murmúrio vesicular (MV) e do frêmito to- ca na Emergência. Os sintomas duram > 30 min e
racovocal (FTV) são outras manifestações depen- são de diferentes formas (queimação, aperto, faca-
dendo da doença. da). Devido hiperventilação alterar segmento ST e
Causa irritação pleural: pleurite, pneumotórax, onda T, ECG pode deixar dúvida. O que ajuda o di-
pneumonia e TEP (não acomete pleura). agnóstico diferencial é a idade jovem, ausência de
Hipertensão pulmonar: não é dor pleurítica, de- fatores de risco cardiovasculares, padrão atípico de
sencadeada pelo esforço e aliviada com repouso e dor (lembrar que mulheres tem esse padrão no in-
oxigenoterapia (confunde com dor de origem cardía- farto), história prévia de depressão, somatização
ca), mas pode ter isquemia do VD secundária ao (dor pela mente) e fobias. Tratar com terapia cogniti-
↑pressão intracavitária ou o estiramento das pare- va comportamental e intervenção de grupo. Terapia
des das artérias pulmonares. farmacológica nas doenças de base (antidepressi-
DPOC ou Asma: pode ter dor torácica anterior em vos, ansiolíticos).
pontada ou aperto, associada à tosse (esforço mus-
culatura intercostal e abdominal).

B) CAUSA GASTROINTESTINAL
Gastrointestinal: esófago (esofagite, espasmo, re-
fluxo); vesícula biliar (cólica, colecistite); colangite;
úlcera péptica; pancreatite.
Espasmo Esofagiano Difuso (EED): há cólica eso-
fagiana. Localização retroesternal típica, intensa e
irradia para tórax, dorso, braço e mandíbula; dura
segundos ou minutos. No geral ocorre no repouso,
mas pode ser por deglutição, tensão emocional e
exercícios. E é aliviada com nitrato (confunde com
IAM). Esofagite (refluxo, química ou infecciosa) tam-
bém podem ter dor torácica.
Outras: doença das vias biliares, doença ulcerosa
péptica e pancreatite também podem ter dor abdo-
minal que se estende ao tórax.

C) CAUSA DE DOR DA PAREDE TORÁCICA


Parede: costocondrite, fratura de costela, herpes-
zóster. Doenças osteoarticulares causam dor toráci-
ca. São pacientes jovens e sem fatores de risco
para doença coronariana com dor torácica de insta-
lação aguda.
Costocondrite: inflamação (genética e trauma) da
articulação costocondral (liga costela ao esterno).
Geralmente é unilateral. Na síndrome de Tietze é a
mesma coisa, só que com edema e calor local; há
prova inflamatória (PCR, VHS) positivas. Tratar com
repouso, gelo e anti-inflamatório; patches de lidocaí-
na e corticoide local só para quadros intensos.
Hérpes-zóster: associada a imunodepressão, ini-
cia-se com parestesia (formigamento), evolui para
hiperestesia (aumento da sensibilidade) na região
dorsal bem localizada (trajeto dos nervos intercos-

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CAPÍTULO 2: PERICARDITE AGUDA (Pericardite aguda com supra ST difuso poupando
V1 e aVR; infradesnivelamento de PR em deriva-
A) QUADRO CLÍNICO ções precordiais).
Pericardite: inflamação dos folhetos pericárdicos
(agudo ou subagudo/crônico).
No agudo há dor torácica precordial ou retroester-
nal, contínua, tipo pleurítica (piora com inspiração
profunda e tosse), piora em decúbito dorsal e alivia
ao sentar com tronco inclinado para frente (posição
genupeitoral) ou abraçado ao travesseiro (posição
de Blechman). Pode simular angina pectoris com
caráter constritivo e irradiando para braço esquerdo.
Há dispneia por irritar pleura parietal (respiração
superficial para evitar dor).
Como a maioria das agudas é viral, há quadro viral Exames de Imagem e Ecocardiografia: no RX de
inespecífico (astenia, dor no corpo, febre). tórax observa-se ↑área cardíaca (coração em mo-
No exame físico, há taquicardia e taquipneia. O ringa) com campos pleuropulmonares normais. Cal-
atrito pericárdico é patognomônico. cificações no pericárdio sugere pericardite constriti-
va em paciente com IC.
B) EXAMES COMPLEMENTARES Já o ecocardiograma é realizado em todos e pode
ECG: em muitos casos a inflamação atinge o epi- confirmar derrame pericárdico; ECO normal não ex-
cárdio, causando alteração elétrica. Pericárdio pari- clui e dividimos em pequeno (modo M < 10 mm na
etal não tem atividade elétrica. Pode ocorrer altera- parte posterior do VE), moderado (10-20 mm em
ções do ritmo (taquicardia sinusal, arritmias atriais). todo coração), importante (> 20 mm).
»Estágio 1: supradesnível ST, ST de aspecto côn- Outro é a Tomografia Computadorizada do Cora-
cavo em várias derivações (poupa V1 e aVR). Pode ção (TCC), encontra-se pericárdio uniformemente
ter infradesnível PR (V5 e V6). espessado, derrame pericárdio e realce precoce
»Estágio 2: normaliza segmento ST e PR, além do após contraste venoso. Observar densidade do der-
achatamento da onda T. rame, pois transudato tem baixa densidade (oposto
»Estágio 3: nem sempre tem, pode apresentar in- do exsudato, hemorragia e neoplasia).
versão da onda T difusa, após normalizar segmento A Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) quanti-
ST. fica o grau de espessamento e volume do derrame
»Estágio 4: ECG normaliza semanas após resolu- pericárdico. Identifica sinais de injúria inflamatória
ção. A inversão da onda T pode se manter (“pericar- miopericárdica por técnica do realce tardio.
dite crônica”) Pode usar medicina nuclear: diagnóstico diferenci-
Diferenciar supra ST da pericardite e IAM: supra ST al da dor; diagnóstico de pericardite por BK em ativi-
da pericardite tem concavidade para cima (IAM dade; diagnóstico de pericardite em paciente com
não); Há infradesnivelamento intervalo PR na peri- doenças sistêmicas (meningite, sepse pneumocóci-
cardite; Na normalização do ECG da pericardite, a ca, artrite reumatoide, LES); acompanhamento de
inversão da onda T só quando ST voltou a linha paciente com pericardite induzida por quimioterápi-
base; Supra ST da pericardite não tem formação cos ou radioterapia; suspeita clínica de pericardite
onda Q de necrose. com indefinição diagnóstica após investigação com
Outro diagnóstico diferencial é repolarização preco- ecocardiograma e RMC.
ce: fazer razão entre amplitude do início do ST so-
bre amplitude da onda T (ST/T) em V6. É pericardite Laboratório: inespecífico (leucocitose, ↑VHS e
quando ST/T ≥ 0,25. PCR); eleva marcadores de lesão miocárdica (tropo-
nina I, CKMB).

C) TRATAMENTO
Atenção: pericardite aguda contraindica anticoagu-
lação plena (risco de hemopericárdio e tampona-
mento cardíaco), se for necessário dar heparina in-
fusora (efeito curto e fácil de reverter).

Idiopática ou Viral: mais comum, predomina crian-


ças e jovens. A forma idiopática (+ comum) é quan-
do não há identificação e deve ser viral ou autoimu-
ne. Os vírus são coxsackie B (principal) e echovi-
rus tipo 8 (quadro gripal). Outros: adenovírus, EBV,
CMV, influenza, varicela, rubéola, caxumba e parvo-

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vírus B19. Diagnóstico por viragem sorológica (↑ tí- (↑) e esquerdas (↓).
tulos de anticorpo antiviral ≥ 4x em 3 semanas) ou
PCR. Quadro clínico brando e autolimitado (não pre- Pericardite Recorrente: comum na pericardite agu-
cisa identificar causador), alguns evoluem para tam- da e deve-se a mecanismos imunes persistentes.
ponamento cardíaco. Tratar com AINE (ibuprofeno e Usar colchicina + AINE. Em alguns casos fazer peri-
retirada progressiva) ou AAS em dose alta, e sus- cardiectomia.
pender após melhora da dor ou ↓PCR. Associar col-
chicina para aliviar dor e diminuir recorrência. Pred- Pericardite Constritiva: a tuberculose no Brasil é
nisona só para casos refratários. mais relevante que as virais. A inflamação crônica
leva à calcificação e perda da complacência. Ao
Piogênica: febre alta, calafrios e prostração. Dor to- exame, há turgência jugular, knock pericárdico (som
rácica é menos frequente. Maioria das bactérias in- diastólico precoce audível na borda esternal inferior
fecta por infecção contínua (pneumonia, empiema esquerda ou no ápice cardíaco), sinal de Kussmaul
pleural, mediastinite), mas o meningococo e S. au- (ingurgitamento da veia jugular durante inspiração)
reus chegam via hematogênica. Tratar com pericar- e ascite.
diocentese (drenagem) e antibioticoterapia empírica
(oxacilina + gentamicina). Derrame Pericárdico: o pericárdio possui o líquido
pericárdico (10-50 ml, parece transudato, amarelo-
Urêmica: toxinas nitrogenadas agem diretamente claro e límpido) e esse líquido pode aumentar por
no pericárdio, tornando-o friável e propenso a he- causas: idiopático; infeccioso (viral, bacteriano,
morragias (derrame sanguinolento). Responde bem fúngica, parasitário, endocardite infecciosa com abs-
à diálise e contraindica a anticoagulação. Nos casos cesso valvar); pós-radiação; neoplásico (metastáti-
sem diálise, dar cautelosamente AINE (devido rim), co, primário, paraneoplásico); cardiogênico; trau-
corticoide local ou pericardiectomia. mático (trauma fechado ou penetrante, iatrogenia);
autoimune (doença reumática, outras); drogas (lú-
Doenças Reumatológicas: Febre reumática (curso pus induzido por droga, outras); metabólico (hipoti-
autolimitado é chamada de “pericardite em pão com reoidismo, urêmico, síndrome de hiperestimulação
manteiga”, tratar com AAS ou corticoide); ovariana).
Artrite reumatoide (associado a doença articular Na maioria dos casos o ECO e a identificação de in-
avançada e nódulos subcutâneos. Na dúvida, punci- flamação já aponta para pericardite aguda ou autoi-
onar líquido e apresenta > 20.000 leucócitos por mune. No caso duvidoso, fazer pericardiocentese
campo, glicose < 45 mg/dl e FR+); com análise do líquido e biópsia.
Lúpus (pericardiocentese é inespecífica e tratar com
AINE ou doses anti-inflamatórias de corticoides).

Outras Causas: IAM (diagnóstico diferencial com


nova isquemia miocárdica); Pós-cirurgia cardíaca
(trauma da pericardiotomia na 1 semana de pós-
operatório); Pós-traumática; HIV (HIV ou outros
agentes como CMV, tuberculose e bactérias pio-
gênicas sendo mais crônico); Tuberculose (crônico);
Infecções fúngicas (crônico); Neoplasia (secundária
a metástase ou raramente por tumor primário); Hi-
potireoidismo (assintomático e crônico).

D) COMPLICAÇÕES
Tamponamento Cardíaco: acúmulo de líquido peri-
cárdico sob pressão, comprimindo todas as câma-
ras cardíacas. Necessita de pericardiocentese de
alívio. Devido restrição diastólica encontramos: pul-
so paradoxal (↓PA sistólica e amplitude do pulso ar-
terial durante inspiração); tríade de Beck (hipoten-
são arterial + turgência jugular + hipofonese de bu-
lhas); Descenso Y abolido (o descenso Y representa
momento de abertura da tricúspide).
No ECG encontra-se “alternância elétrica” que se
refere à amplitude dos complexos QRS a cada ciclo
cardíaco (típico de derrame volumoso). No ECO
acha colabamento das câmaras direitas e mudança
na velocidade de enchimento das câmaras direitas

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CAPÍTULO 3: DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA D) DIAGNÓSTICO
RX de tórax: apresenta alargamento do mediastino
A) INTRODUÇÃO e derrame pleural discreto. Pode fazer ECG que não
Síndromes Aórticas Aguda (SAA): dissecção da demostrará isquemia (contra ideia de IAM, mas lem-
aorta, hematoma intramural e úlcera aterosclerótica brar que dissecção pode causar IAM).
penetrante da aorta. A dissecção da aorta é a ruptu- Como RX não confirma e nem afasta diagnóstico de
ra da camada íntima da artéria, desenvolvendo um dissecção, sempre fazer Ecocardiograma Transeso-
hematoma que disseca a parede aórtica, criando fágico (ETE), Ressonância Magnética ou Tomogra-
uma falsa luz que acumula sangue. No geral ocorre fia Computadorizada com Contraste. Aortografia é
na parede lateral direita da aorta ascendente e aorta muito invasiva, só usar quando há forte suspeita e o
descendente logo abaixo do ligamento arterioso. ETE, RM e TC forem negativos.

Causa: hipertensão, aneurisma de aorta, síndrome ETE: exame preferido dos pacientes estáveis.
de Marfan (distúrbio do tecido conjuntivo), síndrome Quando usado no “M-Mode”, a sensibilidade e espe-
de Ehlers-Danlos (distúrbio do tecido conjuntivo), cificidade são ótimas. Tem resultados melhores
aortites inflamatórias (arterite de células gigantes, para dissecções da aorta ascendente. Eco transto-
takayasu), anomalias congênitas da valva aórtica, rácico pode ser usado por ser mais rápido e sim-
coarctação da aorta tratada cirurgicamente, trauma, ples, mas não é muito menos sensível.
usuário cocaína (picos hipertensivos).
RM: ótimo para pacientes estáveis e que podem es-
B) CLASSIFICAÇÕES perar. Ótima sensibilidade e especificidade. Limita-
De Bakey: do por debris metálicos ou implantes do paciente.
» Tipo I: ruptura da íntima na aorta ascendente e
descendente. TC: ótimo para pacientes estáveis e com contraindi-
» Tipo II: ruptura da íntima só na aorta ascendente. cações de ETE ou RM. Ótimos dados anatômicos.
» Tipo III: ruptura da íntima só na aorta descenden-
te (IIIa = dissecção após emergência da subclávia E) TRATAMENTO
esquerda até emergência do tronco celíaco; IIIb = Tratamento clínico no momento da suspeita diag-
dissecção após emergência subclávia esquerda e nóstica. Monitorar paciente e dar betabloqueador
ultrapassa a emergência do tronco celíaco). (metoprolol, propranolol ou esmolol IV) em caso de
hipertensão (buscar FC = 60 bpm). A alternativa se-
Stanford: ria verapamil IV ou diltiazem IV. Em PA alta adicio-
» Tipo A (67%): tipos I e II De Bakey. Distúrbio do nar vasodilatador (nitroprussiato de sódio) ou usar
colágeno. apenas labetalol IV (bloqueador alfa e beta-adre-
» Tipo B (33%): tipo III De Bakey. Hipertensão nérgico com efeito vasodilatador e betabloqueador).
crônica. Analgesia com morfina IV.

Tempo: hiperaguda (<24h); aguda (2-7 dias); suba- Tratamento cirúrgico: em Stanford A sempre tratar
guda (8-30 dias) e crônica (> 30 dias). com cirurgia devido alta mortalidade; fazer também
em Stanford B complicado (propagação da dissec-
C) QUADRO CLÍNICO ção, dor contínua, sinais de ruptura iminente ao exa-
Homem, 50 anos, dor torácica muito intensa na re- me de imagem, comprometimento dos ramos aórti-
gião anterior (aorta ascendente) ou região interesca- cos). A cirurgia é a colocação de um enxerto de in-
pular (aorta descendente), que se estende para ab- terposição e trocar valva aórtica se for acometida.
dome e simulando dorsalgia. É frequente a migra- As causas de morte perioperatória são IAM, para-
ção da dor com astenia, síncope e dispneia. Pode plegia, insuficiência renal, tamponamento, hemorra-
estar hipertenso. Fica hipotenso nos casos de tam- gia e sepse.
ponamento cardíaco, hemotórax ou IAM. Na cirurgia usa-se circulação extracorpórea e sutura
distal do enxerto (Dacron).
Região afetada: insuficiência aórtica aguda, angina
pectoris e IAM (mais comum na coronária direita),
deficit neurológico e AVE, diferença de PA entre
MMSS, hemopericárdio e tamponamento cardíaco,
hemotórax.

Sintomas compressivos: síndrome de Horner (pto-


se, miose e anidrose), rouquidão, disfagia, compro-
metimento de vias respiratórias e síndrome de cava
superior.

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CAPÍTULO 4: DOENÇA ISQUÊMICA DO Atenção: mulheres, idosos, transplantados e dia-
MIOCÁRDIO béticos tem dor torácica atípica (pontada, fisgada,
dispneia, vertigem e sintomas dispépticos).
A) CONCEITOS GERAIS
Introdução: é o desequilíbrio entre demanda e ofer- Doença Coronariana
ta de O2 ao miocárdio. A maior causa é a ateroscle- Síndrome coronariana
rose, placas de ateroma (macrófagos modificados, Angina estável aguda sem supra de ST IAM com supra
colesterol oxidado e fibrose na camada íntima das
Angina IAM sem
artérias grandes e médias) na coronária, carótida, instável supra
vertebral, aorta, mesentérica, renal, ilíaca e femoral.
Breve isquemia, Isquemia Necrose Necrose trans-
O crescimento progressivo da placa (↓lúmen) causa angina típica 2- prolongada subendo- mural, parece
angina pectoris, claudicação intermitente, angina 15 min, alivia sem necrose, cárdica, an- angina instável,
mesentérica e hipertensão renovascular. com repouso ou angina típica gina instá- no grave pode
Os sintomas surgem ao esforço (↑ consumo O2 do nitrato, pode ter > 20 min, vel com ter edema agu-
equivalente angi- ECG normal ↑troponina. do de pulmão
miocárdio) devido: FC (↑ batimentos = ↑ consumo); noso, ECG e tro- ou não, tro- ou choque car-
Contratilidade (↑ força=↑ consumo); Pós-carga (↑ ponina normais. ponina nor- diogênico, ECG
pós-carga=↑ consumo). Paciente hipertenso e taqui- mal. com supra ST e
cárdico tem melhora da dor no peito ao ↓PA e FC. ↑troponina.
Há ↑placa com DM, HAS, dislipidemia e tabagismo.
Outras causas de obstrução: Vasoespasmo (angi- Outras Manifestações:
na de Prinzmetal, descontinuar nitrato, abuso cocaí- »Angina de Prinzmetal: uma angina instável provo-
na e anfetaminérgicos); Arterites coronarianas cada por vasoespasmo coronariano súbito (geral-
(Takayasu, Kawasaki, Poliarterite nodosa, AR, LES, mente CD), oclusivo, com síndrome coronariana
esclerodermia); Oclusão ostial (estenose aórtica, aguda (dor anginosa forte) e supra ST no ECG.
disseção aórtica, aortite sifilítica, síndromes de es- Dura alguns minutos e pode ser revertido com nitra-
pondilite anquilosante); Embolia (lesões vasculares, to sublingual ou nitroglicerina venosa. Não causa
trombos atriais e ventriculares, próteses valvares, IAM. Predomina em homens de 45-55 anos sem fa-
êmbolos de gordura, embolia paradoxal, neoplasias tores de risco para aterosclerose (só tabagismo e
intracardíacas, endocardite infecciosa); Anomalias cocaína que pode ter enxaqueca e fenômeno de
coronarianas congênitas (origem da artéria coroná- Raynaud). Ocorre de madrugada ou de manhã e
ria esquerda no seio de Valsalva anterior, síndrome precipitada por hiperventilação prolongada.
de Blad-White-Garland); Trombose coronariana Diagnóstico: clínica (dor anginosa em repouso + su-
(ACO, anemia falciforme, hemoglobinopatias, polici- pra ST em parede inferior + reversão precoce do su-
temia vera e trombocitose, PTT, CIVD, deficiência pra), em caso duvidoso, fazer coronariografia com
de ATIII, mieloma múltiplo, leucemia, malária); Ou- teste provocativo (ergonovina). Geralmente não tem
tros (trauma, irradiação, amiloidose, homocistinúria, relação com coronariopatia aterosclerótica.
distrofias musculares). Tratamento: antagonista do cálcio em altas doses
+ nitratos. Pode usar diltiazem, verapamil ou di-
Anatomia Coronariana: As coronárias são Coroná- hidropiridina. NÃO dar betabloqueador (devido va-
ria Direita (CD), Circunflexa (Cx) e Descendente An- soespasmo). Também não dar antiagregantes pla-
terior (DA). DA emite artérias intramurais (penetram quetários ou tratamento intervencionista. Prognósti-
o miocárdio). CD e Tronco de Coronária Esquerda co é bom (pode ter repetições em 3-6 meses e rara-
(TCE) originam-se da raiz da aorta. Cx e DA saem mente tem taquiarritmia ventricular maligna ou IAM).
do TCE. Outras são ramo diagonal (Dg) e descen- »Isquemia Silenciosa: apresenta alteração dinâmi-
dente posterior (Dp). ca do segmento ST e onda T. Há pacientes que
Dominância Direita x Esquerda: basta localizar ar- nunca relatam angina pectoris (mulheres, idosos, di-
téria do nódulo AV e descendente posterior (vascu- abéticos, nefropatas e transplantados). Diagnóstico
larizam porção basal do septo interventricular e pa- por exame provocativo de isquemia (TE), paciente
rede posterior e inferior do VE); se forem ramos de deve receber AAS e estatinas para estabilizar placa.
CD, então é dominância direita (70% pessoas); se A revascularização miocárdica é indicada com crité-
forem ramos de Cx, então é esquerda (30%). rios de alto risco nos exames não invasivos.
Vascularização: CD(Ventrículo Direito); Cx (Parede »Síndrome “X” Cardíaca: episódios anginosos pro-
lateral do VE); DA (parede anterior e região apical longados, mostrando depressão ST no teste de es-
do VE, septo Iv exceto porção basal). forço e coronariografia normal. Acomete mulheres
jovens. Há 2 teorias: doença endotelial difusa micro-
Abordagem Inicial: definição de angina típica: des- vascular do leito coronariano (angina microvascu-
conforto ou dor retroesternal; desencadeada por lar), baixo limiar à dor. Associação com ansiedade.
exercício ou estresse; aliviada com repouso ou ni- Diagnóstico diferencial: ultrassonografia pode reve-
trato. Se apresentar só 2 será angina atípica. Se for lar placas obstrutivas não detectadas na coronario-
só 1 é dor torácica não cardíaca. grafia e teste provocativo com ergonovina pode re-

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velar angina de Prinzmetal. A limitação do teste são: o valor preditivo (VP) está
Tratamento: reduzir fatores de risco coronarianos, diretamente relacionado a prevalência (P); sensibili-
nitrato SL em caso de dor (betabloqueador se não dade limitada nos pacientes com ECG basal muito
funcionar). Nos refratários, usar antidepressivos tri- alterado; pacientes com outras limitações ao teste
cíclicos (imipramina). O prognóstico no geral é bom. (embolia pulmonar, enfermidade aguda, limitação fi-
siológica ou psicológica, intoxicação, distúrbio hidro-
B) ANGINA ESTÁVEL eletrolítico e metabólico); contraindicações relativas
Quadro Clínico: angina estável é precordialgia típi- (dor torácica aguda, estenose ou insuficiência val-
ca provocada por exercício (limiar anginoso) ou es- var, taqui ou bradiarritmia ventricular).
tresse; aliviada no repouso ou por nitrato sublingual »Imagem de Perfusão Miocárdica por Radionu-
e dura < 15 min (2-5 min). Geralmente é homem 45- clídeos (MPI): boa sensibilidade e especificidade. É
50 anos ou mulher 55-60 anos, sendo falado pres- reservado para: paciente com ECG basal que impe-
são, aperto, peso ou desconforto em vez de “dor”. de interpretação do TE; TE inconclusivo; necessida-
de de identificar precisamente artéria isquêmica.
Diagnóstico: A história clínica e exame físico (hi- Imagem é registrada pelo SPECT (fóton) ou PET
pertensão arterial, achados de doença ateroscleróti- (pósitron), e pode ser feito junto com eletrocardio-
ca e dislipidemia como sopros e xantelasmas) são grama (Gated) avaliando perfusão e função cardía-
importantes; caracterizar dor no tipo (opressiva), lo- ca. O exame se baseia em: esforço controlado (es-
calização (subesternal), intensidade, duração, irradi- teira, bicicleta); injeção de radiotraçador (tecnécio-
ação (pescoço, mandíbula, epigástrio), sintomas as- sestamibi ou tálio); imagem miocárdica de esforço
sociados, fatores de piora (exercício ou estresse) e (minutos após); imagem miocárdica de repouso (dia
melhora (repouso, nitrato). Pode ter sinal de Levine seguinte ou algumas horas).
(paciente aperta o peito com a mão). Interpretar o exame dessa forma: sem falha de per-
Fazer ECG de repouso, mas não afasta diagnóstico, fusão no esforço ou repouso (exame negativo); fa-
pois 50% apresenta alteração (sobrecarga VE, blo- lha de perfusão miocárdica no esforço (isquemia es-
queio de ramo, alteração repolarização ventricular) tresse-induzida); falha perfusão fixa (infarto, fibrose
e atenção para onda T simétrica e pontiaguda e ou miocárdio hibernante). Ele serve para localizar
desnivelamento segmento ST (sinal de isquemia). segmento isquêmico (orientar para angioplastia ou
Os testes complementares mais usados são os tes- by-pass). A limitação está na imagem de paciente
tes provocativos (provocam isquemia). Para decidir obeso e com mama proeminente, preferir usar PET.
se vai fazer esses testes, considerar: idade avança- E possui as mesmas limitações do TE.
da, padrão anginoso, tabagismo, alteração ECG, »Ecocardiograma de Estresse: boa sensibilidade
dislipidemia e diabetes (o principal). e especificidade. Avalia alterações na motilidade da
parede ventricular e na função do VE. É possível
Teste Não Invasivo: provoca isquemia por ↑de- também checar função em repouso e anormalida-
manda de O2 ou ↓fluxo coronariano (vasodilata ou- des valvares. As limitações são na incapacidade de
tros sítios). O primeiro é o teste ergométrico; se não fazer esforço, obesidade e DPOC (pioram a ima-
puder, fazer MPI e ecocardiograma; pode usar tam- gem), e para melhorar dá para usar contraste ultras-
bém tomografia e ressonância. sonográfico por via intravenosa.
»Teste Ergométrico (TE): é o exame de escolha »Exames com Estresse Farmacológico: indicado
para diagnóstico e estratificação (risco e prognósti- para pacientes com limitação de esforço (doença ar-
co) de angina estável. Quando provoca isquemia, o terial periférica, sequela AVE, problemas ortopédi-
paciente refere sintomas anginosos ou apresenta in- cos MMII). São cintilografia com dipiridamol e eco-
fra de ST retificado ou descendente ≥ 1mm (0,1mv cardiograma com dobutamina (ECO de estresse).
no ponto ST80 que seria 80ms). Os protocolos usa- Dipiridamol: vasodilatador das arteríolas coronaria-
dos são Bruce (adultos) e Naughton (idosos). A ca- nas, mas não das coronárias epicárdicas. Isso faz a
pacidade funcional é medida em MET (equivalentes- parte boa do coração roubas o sangue da parte ruim
metabólicos). 1 MET= gasto energético no repouso (a parte ruim já é naturalmente vasodilatada).
em pé. 1 minuto esteira pelo Bruce = 1 MET. Por Dobutamina: amina inotrópica e cronotrópica que
isso 5 min = 6 MET (esteira+repouso). Mede a curva pode provocar isquemia por ↑consumo O2.
de pressão arterial e FC e para ser confiável o paci- Contraindicado dipiridamol em broncoespasmo
ente deve chegar até 85% de sua FC máxima (220- (asma, DPOC) e uso regular de aminofilina (inibe
idade). A especificidade é menor nas mulheres. dipiridamol). Outro método é a ressonância magnéti-
ca com estresse farmacológico (dobutamina e vaso-
dilatadores) com boa sensibilidade e especificidade.

»Testes Anatômicos: os testes funcionais podem


ser inconclusivos, conflitantes com clínica ou não
podem ser feitos. Os novos testes são angiotomo-
grafia de coronárias(CCTA), escore de cálcio (CAC)

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Henrique Alcântara – 21.1
e angiorressonância. Só fazer esses testes em paci- insuficiência mitral, cardiomegalia, história prévia de
entes com média probabilidade de doença coro- IAM e ondas Q patológicas no ECG basal.
nariana e que o teste funcional não identificou. Classificação Gravidade da Angina Estável (CCS)
Angio-TC de coronárias tem vantagem do alto va- Classe I: angina aos grandes esforços; sem limitar atividades
lor preditivo negativo (exclui a possibilidade de este-
Classe II: angina aos médios esforços (andar rápido, subir
nose coronariana), mas o problema é que ela vê a
ladeira, andar 3 quadras); limitação leve das atividades
anatomia, não a funcionalidade. Não fazer esses
testes em quem tem muita calcificação ou stent com Classe III: angina aos pequenos esforços (subir escada, andar
2 quadras); limitação importante das atividades
artefatos; também não fazer em FC elevada (>60-70
bpm e deve ser betabloqueado), arritmias, incapaci- Classe IV: angina aos mínimos esforços (qualquer atividade)
dade de manter inspiração profunda por 5 s, risco A classe I e II são baixo risco, já III e IV são alto.
de nefropatia por contraste ou segmentos arteriais Todo paciente com angina estável confirmada deve
muito estreitos (< 1,5 mm). fazer ecocardiograma (mensurar função do VE) e
Escore de cálcio é uma tomografia sem contraste um teste provocativo. Os critérios de alto risco:
(calcula calcificação e densidade máxima da placa). »Ecocardiograma: disfunção grave repouso (FE <
É sensível, mas não muito específico (principalmen- 35%), não explicada por causa não coronariana.
te idoso). Identificar pelo Agatston: 0 (sem doença »TE: infra ST ≥ 2mm baixa carga esforço ou persis-
identificada); 1-99 (doença leve); 100-399 (doença te na recuperação, indução supra ST ou TV/FV;
moderada); ≥ 400 (doença grave). »Cintilografia de repouso: grande área hipoperfu-
Angiorressonância não expõe o paciente à radiação são (≥10% do miocárdio) sem evidência de IAM.
ionizante, sem contraste iodado, não precisa beta- »Cintilografia de estresse: defeitos em múltiplos
bloquear, calcificação não interfere; mas demora (30 territórios vasculares ou grande área hipoperfusão.
min), depende da habilidade do examinador, não »Ecocardiograma-estresse: motilidade anormal
pode fazer em portador de marca-passo e CDI com dose baixa de dobutamina (≤10 mcg/kg/min) ou
(stent não é contraindicação) e imagem é inferior. FC < 120 bpm, dismotilidade em +2 segmentos ou
No dia a dia se usa angio-TC. +2 leitos coronarianos, dilatação ou disfunção VE
grave (FE < 45% no pico exercício ou queda ≥10%);
Teste Invasivo: o padrão-ouro é a cineangiocoro- »Escore Cálcio: < 400 Agatston;
nariografia (coronariografia, cateterismo ou CAT). »Angio-TC: doença multivascular com obstrução ≥
Com ele é possível ver detalhes da anatomia coro- 70 % ou lesão de tronco ≥ 50%.
nariana, avaliar gravidade e forma de intervir sobre
a lesão. Mas por ser invasivo, fazer só em: Tratamento:
»Angina com resposta ruim ao tratamento clínico; »Medidas Não Farmacológicas: orientar paciente,
»Portadores de testes não invasivos de alto risco; planejar e motivar hábitos saudáveis (combater fato-
»Evidência de disfunção ventricular; res de risco) como dieta, exercício e não fumar.
»Sobrevivente de arritmias graves ou morte súbita;
»Avaliação pré-operatória de cirurgias não cardía- »Medidas Farmacológicas: antiagregantes plaque-
cas e doença cardiovascular em candidato a trans- tários, estatinas, betabloqueadores e IECA. Outros
plante renal ou hepático; aliviam sintoma (anti-isquêmicos ou antianginosos).
»Diagnóstico incerto após teste não invasivo, em Antiagregantes Plaquetários: AAS 75-162 mg/dia
paciente com mais benefícios do CAT que riscos. (inibe COX e evita produção de tromboxano e agre-
Mas ele só vê anatomia, não funcional, por isso não gação). Se não puder AAS, dar clopidogrel (Plavix
deve ser visto isoladamente. 75 mg/dia, um tienopiridina que antagoniza ADP, ini-
As análises complementares são: bindo receptor P2Y12).
»Angiografia quantitativa: quantifica a obstrução Estatinas: tratamento da dislipidemia ao ↓LDL-c e
de forma computadorizada. triglicerídeos, discretamente ↑HDL-c. Iniciar o trata-
»Ultrassonografia intravascular: visualiza a pare- mento em pacientes com alto risco e manter entre
de da coronária por transdutor na extremidade do 50-70 mg/dl. É dose única diária, via oral, de noite
cateter, vendo morfologia e distribuição da placa. (para sinvastatina) ou qualquer horário (atorvastati-
Outros são tomografia de coerência óptica e angios- na e rosuvastatina para terapia de alta intensidade).
copia de circulação coronariana. Betabloqueadores: benefício por ↓contratilidade
»Reserva de Fluxo Fracionada (FFR): mede pres- (inotropismo negativo) e ↓FC (cronotropismo negati-
são e fluxo distal à estenose coronariana por sensor vo) por inibir receptor beta-1-adrenérgico do miocár-
na ponta do fio-guia. Faz relação entre pressão an- dio e nódulo sinusal, ↓pós-carga em hipertensos. In-
tes e depois da obstrução por hiperemia máxima in- dicado para paciente com FE <40% ou após IAM ou
duzida por adenosina. Alterado quando ≤ 0,8. Alter- síndrome coronariana aguda. São o metoprolol, car-
nativa é IFR baseado no índice instantâneo, em re- vedilol e bisoprolol. Manter FC 55-60 bpm repouso.
pouso no período diastólico, sem dar adenosina. IECA: o “pril” reduz pós-carga e inibe efeito da angi-
Classificação: Os critérios clínicos que ↑risco de otensina II no miocárdio. Indicada para todo pacien-
doença coronariana são: idade > 70 anos, DM, ICC, te coronariopata hipertenso, DM, doença renal

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Henrique Alcântara – 21.1
crônica ou FE < 40%. Os BRA (sartans) podem ser Em casos de dúvida, usar o SYNTAX escore.
uma alternativa aos IECA caso paciente não tolere. É possível fazer híbrido (enxerto DA e angioplastia
Agentes Anti-isquêmicos: »Betabloqueadores; nas demais coronárias), mas só em casos especiais
»Nitratos: vasodilatação sistêmica, ↓retorno venoso, como calcificação da aorta proximal ou pobreza de
↓demanda O2, eficaz contra vasoespasmo coronari- vasos para fazer by-pass + DA desfavorável (oclu-
ano. Nitrato sublingual é usado para alívio imediato são crônica ou tortuosidade excessiva).
do sintoma. Alguns pacientes precisam de nitrato + Detalhes da Angioplastia: a ideia de base é colo-
betabloqueador + antagonista cálcio. As drogas são car um cateter no lúmen da coronária insuflando um
o dinitrato de isossorbida ou isordil e mononitrato de balão e colocando um stent (são feitos de metal e
isossorbida ou monocordil. Fazer de 6/6 horas em 3 dar preferência aos farmacológicos que liberam ra-
doses diárias, ficando 12h sem tomar. Devido a va- pamicina ou pacilitaxel e reduzem reestenose).
sodilatação pode ocorrer hipotensão, cefaleia, rubor Complicações: oclusão aguda durante procedimento
facial, bradicardia. Cuidado com sildenafil. (diminuiu com stents, antiplaquetários e heparina
»Antagonistas dos Canais de Cálcio: possuem efei- venosa periprocedimento); oclusão subaguda-trom-
to vasodilatador sendo os principais as di-hidropiridi- bose após procedimento (até 30 dias) e tardia-rees-
nas (nifedipina, anlodipino, felodipina) que são +va- tenose (4-8 meses), diminui com stents farmacoló-
sosseletivos e não usar nifedipina de curta ação por gicos e antiplaquetários. Fazer angiografia ou US in-
produzir taquicardia reflexa e nunca usar em IAM; o travascular ou FFR (<0,95) para ver se deu certo.
verapamil ou Dilacoron é fenilalquilamina +cardios- Depois do procedimento, o paciente deve tomar
seletivo, ↓FC e ↓contração; o diltiazem ou Balcor é AAS (para sempre) + clopidogrel (6-12 meses) e é
benzotiazepina e tem propriedade intermediária. possível estratificar risco pelo DAPT escore.
»Outros agentes: ranolazine ou Ranozex (inibidor
da corrente de influxo tardio de sódio e melhora a C) SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM
tensão diastólica ventricular e consumo de O 2 mais SUPRA DE ST
cuidado ao usar diltiazem, verapamil, antiarrítmicos Introdução: a dor torácica será em repouso duran-
e antipsicóticos. Efeitos adversos são constipação, do > 20 min há uma semana; de aparecimento re-
náuseas, tonteira e cefaleia); nicorandil(éster de ni- cente (2 meses e já era angina classe III ou IV);
cotinamida que ativa canal de potássio e efeito nitra- crescendo, com frequência e duração maiores ou
to,↑fluxo coronariano e ↓pré e pós-carga); ivabradi- com limiar menor comparado à angina que tinha.
na ou Procoralan (inibidor da corrente If que ↓FC); Isso é a Síndrome Coronariana Aguda (SCA). O
trimetazidina ou Vastarel (inibe o metabolismo dos ECG deve ser realizado até 10 min, e deve procurar
ácidos graxos e estimula o da glicose). se tem ou não supra ST. Nos traçados indefinidos,
Há contrapulsação externa facilitada (EECP) insu- fazer ECG seriado a cada 15-30min na 1° hora.
flando manguito nas pernas para ↑retorno venoso e Quando há supra ST é um infarto clássico, uma
enchimento ventricular na diástole; estimulação me- oclusão coronariana aguda e completa, levando a
dula espinhal (C7-T1/T2); e revascularização trans- necrose. Já no sem supra ST há um trombo corona-
miocárdica (cria canais no miocárdio com laser). riano suboclusivo sobre um ateroma que acabou de
romper (aterotrombose). Há uma competição de for-
»Tratamento Intervencionista: seria angioplastia ças obstrutivas (retrombose e vasoconstrição) e
percutânea ou revascularização cirúrgica. E serve forças recanalizadoras (fibrinólise e vasodilatação)
para aumentar sobrevida e alívio dos sintomas. que gera a dor intermitente. A vantagem é que não
Para isso deve solicitar coronariografia e CAT. Essa é tão grave quanto IAM com supra ST (apenas pe-
terapia está indicada com sintomas limitantes e per- quenos focos necróticos), a desvantagem é o risco
sistentes ou com anatomia de benefício comprova- de um novo SCA em 2 meses. A diferença de angi-
do para revascularização (lesão no tronco, multivas- na instável para IAM sem supra ST é quantitativa
cular, disfunção ventricular). sobre isquemia (angina instável sem necrose).
Escolha Angioplastia X revascularização:
Indicação de Revascularização Cirúrgica Abordagem Inicial: triagem para dor torácica.
Lesão não protegida (sem enxerto distal patente) de tronco Tipo A- Definitivamente Dor/desconforto retroesternal
da CE com obstrução ≥50%. anginosa ou precordial pelo esforço;
irradia para ombro, mandíbula,
Lesão trivascular ou lesão na DA proximal + outro ramo braço; dura minutos e alivia ao
coronariano principal com obstrução ≥70%. repouso ou nitrato < 10 min.
Lesão bivascular com isquemia miocárdica extensa ou grave Tipo B- Provavelmente Tem a maioria, mas não toda a
pelos critérios de alto risco da estratificação. anginosa característica da dor anginosa.
Complementar com exames
Lesão multivascular ou na DA proximal com ≥70% e disfunção
ventricular FE 35-50%, com viabilidade miocárdica. Tipo C- Provavelmente não Poucas características dor
anginosa anginosa (dor atípica, sintomas
Anatomia muito desfavorável para angioplastia (oclusão Precisa exame complementar equivalente anginoso).
coronariana crônica, há mais de três meses).
Tipo D- Definitivamente não Nenhuma caraterística dor
Lesões multivasculares em diabéticos.
anginosa anginosa, não cardíaco.

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Considerar SCA mesmo se não cumprir critérios,
principalmente idosos, diabéticos e mulheres. Con-
siderar equivalentes anginosos (dispneia inexplicá-
vel sem dor, ICC descompensada sem dor, náuseas
e vômitos + sudorese fria, síncope ou pré-síncope
em idosos, exaustão inexplicável).

Avaliação ECG e Marcadores de Necrose:


»Eletrocardiograma: normal, alterações antigas ou
novas: Onda T simétrica e apiculada, com segmento
ST retificado; Inversão onda T; Pseudonormalização
da onda T; Infradesnivelamento segmento ST.

Regra: qualquer alteração dinâmica (nova ou presu-


mivelmente nova) da onda T e do segmento ST sig-
nifica isquemia miocárdica espontânea.
»Marcadores de Necrose Miocárdica:
Avaliar paciente com SCA sem supra ST com curva
dos marcadores de lesão miocárdica, dosando tro-
ponina T ou I de alta sensibilidade na admissão em
1-3h do início dos sintomas. O marcador é sensível
e específico, estratifica risco (prognóstico).
AHA: Probabilidade de Sinais e Sintomas serem SCA
Probabilidade Alta Intermediária Baixa
(1 critério) (1 critério) (1 critério)
História Sintoma de is- Sintoma de Sintoma não
quemia (>20 isquemia; > sugestivo de
min), em re- 70 anos; DM; isquemia; Uso
pouso, ou dor Homem de cocaína
anginosa, his-
tória de DAC,
incluindo IAM
Exame Físico Regurgitação Doença vas- Desconforto
mitral transitó- cular periféri- torácico redu-
ria, hipotensão, ca zido por palpa-
diaforese, ede- ção
ma pulmonar
ou estertores.
ECG Desnível novo Onda Q; Seg- Achatamento
ST (≥1mm) ou mento ST ou ou inversão
inversão onda onda T anor- onda T em de-
T em múltiplas mais antigas rivações com
derivações onda R domi-
precordiais nante; ECG
normal
Marcadores Elevado Normal Normal
Cardíacos

Estratificação de Risco: O ECG em 10 min deter-


mina tratamento.
SCA com supra ST: terapia de reperfusão; SCA
SCA sem supra ST: perceba a onda T invertida si- sem supra ST: iniciar terapia para angina instável ou
métrica e em forma de sino na parede anterior (V2- IAM sem supra ST. A estratificação serve para sa-
V4) e lateral (V5,V6,DI e aVL). ber o risco de infarto e óbito nos próximos 30 dias.

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Henrique Alcântara – 21.1
»Escores: TIMI Risk, GRACE e PURSUIT: Tratamento: o objetivo é estabilizar o trombo coro-
Escore TIMI Risk nariano suboclusivo. Inicialmente utiliza-se terapia
Fatores de Risco
medicamentosa e faz-se a avaliação da necessida-
de de reperfusão precoce. Há 4 estratégias:
Idade > 65 anos; 3 fatores de risco para coronariopatia; Este-
»Estratégia Invasiva Imediata (arteriografia e re-
nose coronariana ≥ 50% documentada; Infra ST ≥ 0,05 mV
ECG admissional; 2 episódios anginosos nas 24h prévias; vascularização em 2h): angina refratária; sinais ou
Uso AAS (7 dias prévios); Elevação de TnI, TnT ou CK-MB. sintomas de IC ou regurgitação mitral; instabilidade
Risco Estimado hemodinâmica; angina recorrente ou isquemia em
repouso (mesmo com terapia); TVS (taquicardia
Risco de morte, IAM ou angina recorrente requerendo revascu-
larização nos próximos 14 dias:
ventricular sustentada) ou FV(fibrilação ventricular).
Baixo Risco: 0-2 pontos; Médio Risco: 3-4 pontos; Alto Ris- »Estratégia Invasiva Precoce (arteriografia e re-
co: 5-7 pontos. vascularização em 24h): paciente não incluído na
Há o índice de risco TIMI (TRI); quanto maior TRI imediata e: com GRACE > 140, alteração troponina
(>30), maior o risco. e infra ST novo ou presumidamente novo.
»Estratégia Invasiva Retardada (arteriografia e re-
TRI= [Fcx(idade/10)2]/pressão sistólica
vascularização em 25-72h): paciente não incluído
O risco GRACE prediz o risco de morte ou IAM não nas anteriores e: GRACE 109-140, TIMI ≥ 2, DM, in-
fatal durante intervenção hospitalar e após a alta (6 suficiência renal (TFG < 60 ml/min/1,73 m 2), FE <
meses, 1 e 3 anos). Avalia 8 critérios: idade, classifi- 40%, angina pós-infarto, angioplastia nos últimos
cação de Killip, PA sistólica, desvio ST, PCR na seis meses, revascularização miocárdica prévia.
apresentação, creatinina sérica, marcadores de ne- »Estratégia Conservadora: paciente com baixo ris-
crose e FC. Outro escore é o PURSUIT. co (dúvida sobre origem do sintoma ou paciente
»Classificação Tradicional de Risco: com comorbidade grave), intensifica terapia medica-
Alto Risco – Pelo Menos Um dos Abaixo mentosa com realização teste de estresse pré-alta
História Clínica Progressão sintomas nas últimas 48h. ou angio-TC de coronárias. Fazer CAT só se tenha
Características Prolongada (> 20min), presente no sintomas importantes ou evidências de isquemia.
Dor Anginosa atendimento.
Terapia Medicamentosa: sem supra ST, não dar fi-
Idade >75 anos.
brinolítico.
Exame Físico Sinal congestão pulmonar; 3° bulha; »Antiplaquetário: na admissão deve receber AAS
(Função Ventricular) Hipotensão ou taquicardia; Sopro de
insuficiência mitral (novo). (mastigar e engolir 160-325 mg), um antiplaquetário
inibidor produção tromboxano A2. Em terapia dupla,
ECG Infra ST > 0,5 mm (0,05 mV) de início
recente; BRE novo; Taquicardia
incluir antagonista do ADP (inibidores do receptor
ventricular sustentada. P2Y12 – clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor).
Dobrar dose de ataque (600 mg) do clopidogrel em
Marcador de Necrose Troponina I ou T > 0,1 ng/ml.
paciente que irá para coronariografia. Na estratégia
Médio Risco – Pelo Menos um dos Abaixo conservadora, ataque fica 300 mg.
História Clínica IAM ou revascularização cirúrgica O prasugrel (uma tienopiridina) é mais rápida e po-
prévia; doença cerebrovascular ou tente que o clopidogrel, mas tem mais risco de san-
artéria periférica; uso prévio de AAS.
gramento (não usar em paciente com sangramento
Características Prolongada ou não, presente no patológico ativo ou história de AVEi ou TIA, <75
Dor Anginosa atendimento. anos, peso < 60kg ou candidato de cirurgia). Se
Idade >70 anos. usado, suspender 7 dias antes da cirurgia (os outros
ECG Onda T invertida > 2 mm (0,2 mV); são 5 dias antes).
Onda Q patológica (infarto antigo). O ticagrelor é mais potente que o clopidogrel e não
Marcador de Necrose Troponina I ou T > 0,01 ng/ml.
precisa ser metabolizado (clopidogrel é pródroga),
realizando inibição reversível.
Baixo Risco – Todos os Abaixo Dá para usar associado os inibidores da GpIIbIIIa
Características Angina aos pequenos esforços (classe (tirofiban venoso, eptifibatide venoso, abciximab).
dor anginosa III ou IV da CCS) de início crescente (2 »Anticoagulante: iniciar após terapia antiplaquetá-
semanas) em paciente com alto risco
de doença coronariana. ria e usar 2-5 dias (terapia conservadora) ou até re-
alizar angioplastia ou 6-8 horas antes da cirurgia.
Idade >70 anos.
Usar fondaparinux, enoxaparina, Heparina Não Fra-
ECG Normal; Com alteração antiga. cionada (HNF), bivalirudina ou argatroban.
Marcador de Necrose Troponina I ou T normais. »Drogas Anti-Isquêmicas: Nitratos indicados em
»Outros Marcadores de Risco: Proteína C-reativa paciente com angina no atendimento, crise hiperten-
(marcador inflamatório); ligante CD40 (marcador ati- siva ou sinal de insuficiência cardíaca. Início pela
vidade plaquetária); copeptina; adrenomedulina; via sublingual, a cada 5 min por 3x. Se sintomas
BNP (marcador disfunção ventricular), NT-pró-BNP. persistir, dar nitroglicerina IV. Contraindicado em
que usou sildenafil ou similares nas últimas 24h

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(48h para tadalafil) por risco de hipotensão. Só alte-
ram a dor, não a mortalidade.
Betabloqueadores, sem contraindicações (se tiver,
usar antagonista do cálcio), deve ser dado nas pri-
meiras 24h via oral. Usar morfina se dor persistir.
Estatinas estabilizam a placa em lomgo prazo e es-
tão indicadas para todo paciente com SCA em altas
doses (atorvastatina 80 mg/dia).
Drogas obrigatórias primeira 24h são IECA (não tão
precoce quanto aspirina). Indicado para diabéticos,
hipertensos, nefropatas ou disfunção VE (FE <40%).
Manter estatinas e IECA indefinidamente.

D) SÍNDROME CORONARIANA AGUDA COM No IAM de parede anterior: supra ST em “abóbada”


SUPRA DE ST fica indefinidamente quando há aneurisma do VE
Introdução: placa ateroma na coronária que sofre ou área acinesia ou discinesia.
rotura e forma trombo intravascular. Em obstrução Paredes e Coronária: Parede anterior – DA(V1-
parcial há angina instável ou infarto sem supra ST. V4); Parede lateral – Cx (DI e aVL são lateral alta e
Com obstrução total ocorre IAM com supra ST. V5-V6 são lateral baixa + apical); Parede inferior –
Algumas características: com supra ↑marcadores de CD (DII, DIII, aVF).
necrose sendo uma necrose transmural (sem supra O que ocorre em uma parede reflete inversamente
é uma necrose subendocárdica). O IAM com supra na outra. Na parede inferior, o supra ST e onda Q
evolui para a formação de ondas Q de necrose são maiores em DIII e depois em aVF; além disso,
(sendo 2/3 dos casos de IAM). aparece um infra ST na parede lateral alta (DI e
aVL), sendo que o oposto também vale. Quando o
Diagnóstico: infarto é na parede posterior (sem as derivações V7,
»Clínica: um paciente 40-45 anos, com fatores de V8 e V9 na escápula direita) o espelho da parede
risco para aterosclerose coronariana. Forte dor to- septal ajuda: infra ST e onda R grande em V1 e V2
rácica retroesternal ou precordial em aperto ou peso (pode chegar até V4).
(dor constritiva) sem ou com irradiação para mandí- Infarto VD: por ser alimentado pela CD, há geral-
bula ou membro esquerdo. Sudorese fria (diafore- mente infarto da parede inferior também, piorando o
se), náuseas, vômitos e apreensão, sensação morte prognóstico por causar hipotensão arterial, risco de
iminente. Pode ter pródromo (desconforto médio choque cardiogênico e BAVT. Suspeitar de infarto
nos últimos dias) seguido de dor forte. Há apresen- do VD quando há supra ST em V1 e nada em V2.
tações atípicas (idosos, mulheres e DM); como dor Fazer derivações direitas, principalmente V3R e
em queimação, sem dor e taquidispneia com diafo- V4R, em infartos de parede inferior, sempre!
rese, ou síncope, dor nauseante no epigastro. Lem-
brar que dor que migra para dorso (região interesca- »Ecocardiograma/USG Torácico: detecta anorma-
pular) pode ser dissecção aórtica aguda; sopro dias- lidades segmentares na SCA, diagnóstico diferenci-
tólico no precórdio ou diferença de pressão arterial al, avalia complicações e monitora hemodinâmica.
entre os braços também sugerem isso.
»Marcadores de Necrose Miocárdica: colabora
»Eletrocardiograma: o ECG classifica IAM em para diagnósticos duvidosos, ajuda na determinação
“com supra ST”(oclusivo, fazer trombolítico ou angi- de prognóstico, e diagnóstico de reinfarto precoce.
oplastia primária) ou “sem supra ST”(suboclusivo, Mas lembrar, NÃO ficar esperando o marcador, o
não fazer trombolítico). ECG determina a conduta. Usar como marcador de
Na prática supra ST é diagnóstico de IAM (exceção escolha a troponina I ou T na admissão dentro de
é a Síndrome da repolarização precoce em homem 1-3h do início dos sintomas, e está alterado quando
jovem; Aneurisma de VE; HVE; Bloqueio de ramo; é maior que percentil 99.O CK-MB faz um pico após
Síndrome de WPW; Síndrome de Brugada). 15-24h do início dos sintomas e volta ao normal 48-
Para identificar o desnivelamento ST (supra ou in- 72h, já a TnI ou TnT ficam elevadas 7-14 dias.
fra), comparar com o segmento PR ou TP. Pode ocorrer falsos-positivos com CPK-MB: cirur-
Definição Supra ST, sem hipertrofia ventricular es- gia cardíaca, miocardite ou pericardite aguda, rab-
querda ou bloqueio de ramos esquerdos (BRE): ele- domiólise, hipertermia maligna, destrofia muscular
vação nova do ST no ponto J (final do QRS) em 2 de Duchenne, dermatomiosite, trauma torácico, rea-
derivações contíguas, >1mm (0,1mV), em todas as nimação cardíaca. E na troponina: lesão cardíaca
derivações (exceto V2-V3); Em V2-V3, elevação ST (traumática, cirúrgica, inflamatória) que não IAM.
>2mm em homem >40 anos ou >2,5mm em homem »Diagnóstico: IAM é confirmado com qualquer um
<40 anos ou >1,5mm em mulher. desses critérios: Elevação da troponina com um dos
seguintes achados (sintomas de isquemia miocárdi-

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ca; novo bloqueio de ramo; nova alteração de ST; meses; dissecção aórtica; sangramento patológico
evolução para onda Q; exame de imagem com evi- ativo ou diátese hemorrágico; trauma facial ou TCE
dência de perda de miócitos ou nova anormalidade significativo < 3 meses; cirurgia intracraniana ou me-
regional de parede ventricular; trombo em coronária dulas < 2 meses; hipertensão grave não controlada
por angiografia ou autópsia) diferenciar do TINOCA e não responsiva ao tratamento emergência; uso de
(paciente com ↑troponina sem obstrução coronaria- SK < 6 meses (pode usar outros fibrinolíticos).
na, lembrar do MINOCA que é IAM sem lobstrução Contraindicações Relativas: hipertensão arterial
significativa ou >50%); Parada cardiorrespiratória crônica grave mal controlada; PA > 180x110 mmHg
com sintomas isquêmicos e alteração de ECG su- (↓PA com nitroglicerina venosa); AVE isquêmico > 3
gestivo de isquemia. IAM é classifica em 5 tipos: meses; demência; doença intracraniana conhecida;
TIPO 1 (espontâneo): Ruptura de placa. reanimação cardiopulmonar traumática ou prolonga-
TIPO 2 (desequilíbrio anemia, alteração PA…
da (> 10 min); grande cirurgia há 3 semanas; san-
oferta/demanda): gramento interno (2-4 semanas); punção vascular
que não pode ser comprimida; gestação; úlcera
TIPO 3 (óbito sem morte antes da coleta da troponina ou
marcador necrose): de sua elevação. péptica em atividade; terapia anticoagulante oral.
Tipos de Trombolíticos: fibrina-inespecíficos (estrep-
TIPO 4: (4a) intervenção coronariana percutâ-
nea (4b) trombose de stent. toquinase ou SK); fibrina-específicos (alteplase ou
tPA, tenecteplase ou TNK-tPA, reteplase ou rPA).
TIPO 5 (cirurgia): cirurgia de revascularização.
Preferência para específico (embora tPA ↑risco AVC
do que SK). A rPA ≠ tPA. Melhor é TNK-tPA.
Tratamento: angioplastia deve ser feita em <90 Comparação entre os Fibrinolíticos
min; se precisar transferir, deve demorar <120 min.
Agente Fibrino- Metabolismo Meia-vida Reação
No início do atendimento, fazer 5 perguntas: quan- específico (min) alérgica
do começou a dor no peito? (Determina delta-T que
SK - Hepático 18-23 Sim
é o tempo do início da dor até atendimento); Já foi
revascularizado? (Angioplastia ou cirurgia); É as- tPA ++ Hepático 3-8 Não
mático ou está intoxicado com cocaína? (contraindi- TNK-tPA +++ Hepático 18-20 Não
ca betabloqueador); Usou viagra ou correlato nas úl-
timas 24-48h? (Contraindica nitrato); Contraindica-
Regime de Doses dos Fibrinolíticos
ção a trombolítico? Fazer ECG em <10 min!
Achado o supra ST, começar alívio da dor, estabili- Agente Tratamento Terapia
antitrombótica
zação hemodinâmica e redução da isquemia. A te-
rapia medicamentosa anti-isquêmica e antitrombóti- SK 1,5 milhões UI em 100 ml de SG HNF ajustada
5% ou SF 0,9% em 30-60 min. ao peso por 48h
ca é semelhante à SCA sem supra ST. E fazer a te-
ou enoxaparina
rapia de reperfusão miocárdica o mais rápido! tPA 15 mg EV em bolus, seguidos por por 8 dias
0,75 mg/kg em 30 min e, então,
0,5 mg/kg em 60 min.
»Terapia de Reperfusão Miocárdica: é indicado Não exceder dose total de 100 mg.
reperfusão: sintomas de IAM (dor torácica aguda);
TNK-tPA Bolo único: 30 mg se <60kg; 35
Delta-T até 12h; Supra ST em 2 ou mais derivações mg 60-70kg; 40 mg 70-80kg; 45
consecutivas ou bloqueio de ramo novo. O melhor é mg 80-90kg; 50 mg >90kg.
a angioplastia desde que feita <90 min desde o 1° Em > 75 anos, usar metade da
contato médico ou <120 min para ser transferido dose de acordo com o peso.
para uma unidade com angioplastia. Se não der SG: soro glicosado; SF: soro fisiológico.
tempo, fazer fibrinolítico <30 min desde a chegada. Complicações: hipotensão responsiva a volume
(SK); arritmia; hemorragia precoce. Em PA < 90
»Angioplastia Primária: reabertura da coronária mmHg, suspender infusão, colocar pernas do paci-
com stent (metálico ou preferencialmente farmacoló- ente para cima, infundir SF 0,9% rápido até restau-
gico). Acesso radial e abordar só a lesão (exceto em rar PA; continuar infusão mais lenta. Em hemorra-
choque cardiogênico). Dá para fazer angioplastia gia, suspender infusão e tratar com plasma fresco
em 12-24h dos sintomas em paciente que tenha evi- congelado e crioprecipitado (rico fibrinogênio).
dência de isquemia persistente, choque cardiogêni- Coronariografia confirma retorno fluxo (TIMI 3;
co, IC grave ou paciente com supra ST reanimado. TIMI 0 é ausente, TIMI 1 mínimo e TIMI 2 parcial).
Critérios de Reperfusão: melhora súbita da dor; re-
»Trombolítico (Fibrinolítico) Venoso: se angio- dução supra ST > 50%; pico precoce dos marcado-
plastia for demorar >90-120 min, usar fibrinolítico res de necrose e arritmias de reperfusão (ritmo idio-
dentro de 30 min após chegada na unidade (caso ventricular acelerado ou RIVA). Isso é importante,
não tenha contraindicação; se tiver, esperar angio). pois se paciente não apresentar isso dentro de 1,5h
Contraindicações Absolutas (não fazer): hemorragia ou piorar, fazer angioplastia de resgate.
intracraniana; lesão vascular cerebral estrutural; ne-
oplasia intracraniana maligna; AVE isquêmico < 3 »Terapia Medicamentosa: junto com a terapia de

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Henrique Alcântara – 21.1
perfusão são usadas algumas drogas: Avaliação Isquemia Residual: fazer teste ergo-
Antiplaquetários: AAS + antagonista do ADP (clo- métrico com baixa carga se não tiver sintoma angi-
pidogrel, prasugrel ou ticagrelor). O AAS é para o noso ou IC. Com angina, fazer coronariografia.
resto da vida, já o clopidogrel é para 1 ano com uso Avaliação Função Sistólica VE: fazer ecocardio-
de stents ou 14 dias caso tenha feito fibrinolítico. grama-Doppler antes da alta. Determina função VE,
Não usar prasugrel em paciente com histórico de FE, detecta defeitos segmentares e trombo mural.
AVE ou AIT (risco de sangramento). Inibidor da gli- Com FE<40%, fazer coronariografia pré-alta. Cintilo-
coproteína Iib-Iia (abciximab) só para preparar angi- grafia para ver áreas viáveis.
oplastia primária (10-60 min antes e manter 12-18h). Avaliação Risco Arritmia (Morte Súbita): paciente
Anticoagulante: HNF e bivalirudina. HNF em bolus com histórico de arritmias ventriculares instáveis
para atingir TCA entre 200-300s durante angioplas- (TV com instabilidade hemodinâmica ou FV aborta-
tia primária. Se for trombolítico, pode usar HNF, da) após 48h IAM deve receber Cardiodesfibrilador
enoxaparina e fondaparinux; usados após infusão implantável (CDI). Em outros casos, implantar CDI
dos trombolíticos por 48h e preferencialmente du- em FE<30%; FE<35% com ICC NYHA II ou III;
rante internação (8 dias ou até revascularização). FE<40%, ECG-Holter com TV não sustentada e es-
Betabloqueador: fórmulas orais nas primeiras 24h tudo eletrofisiológico com TV sustentada.
se não tiver contraindicação (IC, baixo DC, risco de Fármacos: controlar HAS, DM, tabagismo e dislipi-
choque cardiogênico, ↑intervalo PR, BAV, asma). demia. Além disso, usar AAS, inibidor do receptor
IECA ou Antagonista da Angiotensina II: nas pri- P2Y12, betabloqueador, IECA e estatina (pode tam-
meiras 24h para todos os pacientes, principalmente: bém espironolactona em paciente com disfunção
localização anterior, IC ou FE <40%. Iniciar com cardíaca ou diabetes). Fazer reabilitação, dieta e
dose baixa, progredindo. Cuidado com hipotensão, teste ergométrico (retorno ao trabalho e fazer sexo).
insuficiência renal e hipercalemia.
Estatinas: alta dose, todo paciente (atorvastatina). Principais Complicações:
Outras: antagonista da aldosterona (espironolacto- »Arritmias: taquiarritmia reentrante com FC > 120
na, eplerenona; usar em quem já usa betabloquea- bpm (FA, flutter, taqui supra, TV sustentada) + dor
dor e IECA; desde que tenha FE <40% e IC sinto- fase hiperaguda IAM é considerada “instável” e
mático ou diabetes). Nitrato (só melhora sintoma, deve ser revertida com cardioversão elétrica; bradi-
usar na presença de hipertensão ou IC; não usar arritmia + hipotensão tratar imediatamente.
em hipotensão, bradi ou taquicardia, uso de inibido- Taquiarritmias e Extrassistolia: Extrassístoles
res da fosfodiesterase nas últimas 24-48h; dinitrato ventriculares (presente em quase todos os casos
de isossorbida 5 mg SL é droga inicial, pode repetir nas primeiras 24h, não tratar e não dar lidocaína);
3x em 5-10 min; nitroglicerina venosa dose 10 Fibrilação atrial (marca mau prognóstico; FA alta
mcg/kg/min e depois titular dose só para que não resposta deve reverter com cardioversão elétrica;
respondeu a dinitrato, grave hipertenso ou conges- FA persistente dar anticoagulante e controlar res-
tão pulmonar). Antagonista de Cálcio (só sintoma, posta ventricular); RIVA (pode ser por reperfusão,
para quem não tolera betabloqueador. Nifedipina de transitória, se precisar tratar dar atropina); Taqui
liberação rápida é contraindicada devido taquicardia Ventricular Não Sustentada (TVNS – na fase hipera-
reflexa). Oxigênio (2-4 ml/min só para hipoxêmicos). guda não precisa tratar; tardia é mau prognóstico,
Morfina (principalmente para edema agudo de pul- fazer estudo eletrofisiológico e indicar cardiodesfibri-
mão, dose de 4-8 mg IV com dose menor em idoso lador implantável); Taqui Ventricular Monomórfica
e repetir a cada 5-15 min até alívio da dor ou efeitos Sustentada (TVMS – rara, predomina na fase tardia,
adversos; não usar junto com AINE). alto risco de morte súbita com FE <40%; reverter
Infarto VD: evitar nitrato, morfina e diuréticos! com cardioversão elétrica, antiarrítmico venoso
como amiodarona ou procainamida; indicar cardio-
Prognóstico: os deletérios são: idade > 75 anos; desfibrilador implantável e manter amiodarona oral);
mulher; DM; infarto prévio; FE < 40% ou ICC prévia; Taqui ventricular polimórfica (rara, isquemia induzi-
infarto parede anterior e múltiplas derivações envol- da, revascularizar precocemente); Fibrilação ventri-
vidas. Mas o principal classificação é da Insuficiên- cular (primária é a principal causa de morte pré hos-
cia Ventricular Esquerda (IVE) chamada Killip: pitalar nas primeiras 2h até 48h com piora de prog-
Killip I (sem IVE): sem estertores ou B3; nóstico intra-hospitalar; secundária é grave disfun-
Killip II (IVE leve): estertores ou BR; ção VE, choque cardiogênico, mortalidade alta; tar-
Killip III (edema agudo de pulmão): estertores > me- dia > 48h tem alto risco de morte súbita).
tade hemitórax, dispneia e ortopneia; Bradiarritmias e Bloqueios Fasciculares: Bradi-
Killip IV (choque cardiogênico): PA sistólica <90 cardia sinusal (IAM inferior por reflexo vasovagal, hi-
mmHg, hipoperfusão periférica e orgânica, conges- potensão que responde à atropina, se não funcio-
tão pulmonar. nar usar MP); BAV 1° grau (IAM inferior ou uso de
betabloqueador, no bloqueio trifascicular usar MP
»Conduta Pós-IAM: no 3° dia o paciente assinto- em demanda); BAV 2° grau Mobitz I (IAM inferior,
mático deve caminhar e tomar banho sozinho. responde à atropina, se não responder usar MP);

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Henrique Alcântara – 21.1
BAV 2° grau Mobitz II (IAM anterior no septo, mal parede livre VE (geralmente IAM anterior entre 1-
prognóstico, indicado marca-passo); BAVT (IAM in- 14 dias). Há morte súbita não arrítmica (hemoperi-
ferior tem BAVT transitório, supra-hissiano, infarto cárdio agudo e tamponamento cardíaco com disso-
VD, indicar MP provisório; IAM anterior tem BAVT ciação eletromecânica). O paciente só se salva se
permanente, indicado MP definitivo); Bloqueios fas- tiver um pseudoaneurisma ventricular (tamponado
ciculares (IAM anterior, BRD, BRE, hemibloqueios, por trombose e pericárdio). Diagnóstico clínico com
bloqueio bi e trifascicular; indicar MP em demanda). tríade de Beck (abafamento bulhas + choque + tur-
gência jugular), ecocardiograma com pseudoaneu-
»Hemodinâmicas: choque cardiogênico é o líder de risma. Tratar com cirurgia de emergência (no caso
morte intra-hospitalar. Predomina no IAM anterior. do pseudoaneurisma é semieletiva).
PA < 90 mmHg por + 30 min + hipotensão. Cuidado Aneurisma Ventricular: abaulamento apical (compli-
que pode ser hipotensão arterial volume responsiva cação mais comum, geralmente IAM anterior),
(hipovolemia e vasodilatação), a congestão pulmo- área necrosada estica e diminui FE. Pode ser assin-
nar vai determinar. Fazer ECO para confirmar. tomático ou levar a ICC sistólica, agravamento da
Classificação Hemodinâmica de Forrester: isquemia (angina) ou TV monomórfica sustentada
Classe I (normal): IC>2,2 L/min/m², PCP<18 mmHg. de difícil controle. Não é como o pseudoaneurisma
Classe II (congestão): IC > 2,2 e PCP > 18. que tem rotura miocárdica. Pode ter deslocamento
Classe III (hipovolemia grave): IC < 2,2 e PCP < 18. do ictus, supra ST persistente (2-4 semanas), abau-
Classe IV (choque): IC < 2,2 e PCP > 18. lamento RX tórax. Confirmar com eco-Doppler e tra-
Tratamento: revascularizar, droga inotrópica (dobu- tar com aneurismectomia + revascularização cirúrgi-
tamina), Balão Intra-Aórtico (BIA). ca (ICC refratária, angina ou TV sustentada).
Edema Agudo de Pulmão: IAM anterior por IVE
aguda. Há dispneia, ortopneia fraca, cianose, ester- »Tromboembólicas: profilaxia mecânica e farma-
toração pulmonar, B3, sudorese, apreensão. Eco- cológica reduziu TVP e TEP. O problema é trombo
cardiograma afasta complicações mecânicas. Tratar mural no VE (5-10% pacientes). Atenção com IAM
com O2 ou ventilação pressão positiva; furosemida parede anterior ou aneurisma apical VE (50% inci-
IV; nitroglicerina venosa; dobutamina. dência). Ecocardiograma transtorácico detecta trom-
Infarto VD: associado com IAM inferior, mau prog- bo. 15% pacientes com trombo mural vira AVE is-
nóstico com risco de instabilidade hemodinâmica, quêmico (1% nos pacientes com IAM até 4 meses).
BAVT e óbito. Há hipotensão arterial, turgência ju- Usar anticoagulação oral (cuidado com sangramen-
gular, sinal de Kussmaul, ictus VD palpável, hepato- to, visto que o paciente já usa AAS+clopidogrel, vi-
megalia, bradicardia. Supra ST só em V1, olhar V3R rando tripla terapia), indicado para FA de alto risco
e V4R. Fazer ECG e tratar com reposição volêmica para tromboembolismo; Prótese mecânica valvar;
com SF 0,9% (1-2L); dar dobutamina, terapia de TVP; Hipercoagulabilidade; Paciente assintomático
reperfusão (controlar hipotensão e bradicardia), com trombo mural (usar por 3 meses). Se usar war-
marca-passo de dupla câmara se não responder. farin, deixar INR em 2-2,5.

»Mecânicas: Rotura do Músculo Papilar: necrose »Dor Torácica: Angina instável pós-IAM: 20% paci-
(geralmente do IAM inferior) atinge músculo papilar entes têm angina em repouso entre 48h-2 semanas
e causa insuficiência mitral aguda. Há grave falência após IAM. Alto risco de reinfarto ou óbito. Estabilizar
sistólica com edema agudo de pulmão ou choque paciente com anti-isquêmico e antitrombólico; Indi-
cardiogênico; sopro sistólico intenso (frêmito palpá- car coronariografia e revascularização pré-alta. Dife-
vel), foco mitral e irradia para borda esternal esquer- renciar angina estável pós-IAM (mais tardia e me-
da, região axilar e dorso. Diagnóstico com eco-Dop- lhor prognóstico).
pler ou cateter Swan-Ganz mostrando onda V acen- Reinfarto: incidência 5-10%, maior no grupo que
tuada na pressão encunhada (PCP). Tratamento ci- usou trombolítico. A melhor conduta, se possível, é
rúrgico (24-48h), estabilizando antes com aminas angioplastia primária.
vasoativas (dopa ou nora + dobuta), vasodilatadores Pericardite pós-IAM (epistenocárdica): incidência
e balão intra-aórtico. 20%, dentro de 2 semanas. Dor torácica que piora
Rotura do Septo Interventricular: há comunicação na inspiração e alivia ao sentar ou prostrar. Há atrito
interventricular (CIV) com shunt esquerda-direita pericárdico, ECG com infra PR e supra ST côncavo
(geralmente IAM anterior), sobrecarregando VD e em várias derivações (exceto aVR e V1). Pode ter
VE (falência sistólica biventricular), gerando edema ou não derrame pericárdico no ecocardiograma.
agudo de pulmão ou choque cardiogênico, sopro Tratar com AAS 1g oral 4/6h e colchicina; evitar
holossistólico intenso (frêmito palpável) na borda es- AINE e corticoides (expansão infarto).
ternal esquerda e irradia para todo precórdio. Diag- Existe a síndrome de Dressler: pericardite pós-IAM
nóstico com eco-Doppler ou cateter Swan-Ganz <5% entre 2-6 semanas. Deve-se a reação autoimu-
mostrando saturação artéria pulmonar > átrio direito. ne apresentando febre baixa, mialgia, dor pleurítica,
Tratamento cirúrgico, estabilizando antes. leucocitose e ↑VHS. Tratar igual epistenocárdica.
Rotura da Parede Livre do Ventrículo: há rotura da

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QUESTÕES: empiema pleural. O agente etiológico isolado na he-
CAPÍTULO 1: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL mocultura foi o Streptococcus pneumoniae. No 5°
dia de internação, apresentou ao exame físico: FC =
01) Paciente sexo feminino, 32 anos, pele negra, fu- 160 bpm, PA = 80 x 50 mmHg (PA sistólica = 60
mante, obesa, apresenta-se ao PS com relato de mmHg durante a inspiração), T= 38,7°C. Veias jugu-
dor muito forte no peito, sensação de queimação lares estavam ingurgitadas, as bulhas cardíacas
entre o peito e a barriga, que se irradia para o pes- praticamente inaudíveis, o murmúrio vesicular audí-
coço, particularmente após as refeições e quando vel bilateralmente mas diminuído nas bases, pre-
se deita. Diz que trabalha como empregada do- sença de estertores crepitantes nas bases, subma-
méstica em uma casa com muitas escadas e que cicez à percussão das bases. O fígado estava pal-
durante seu trabalho não sente as dores. O chefe pável a 6 cm da reborda costal direita, consistência
do Serviço de Pronto Atendimento da Santa Casa aumentada. As extremidades estavam frias e a per-
de Araras recomendou a internação para observa- fusão periférica era diminuída. Qual das hipóteses
ção. ECG seriado normal. CK-MB menor que 10% abaixo explica a presença desses dados clínicos?
que a CK total. Níveis de troponina normais. Qual o a) Pneumotórax hipertensivo.
seguinte passo é o mais indicado? b) Pericardite purulenta com tamponamento cardía-
a) Oxigenioterapia, por cateter nasal a 2-4 litros/mi- co.
nuto. c) Endocardite bacteriana.
b) Atropina a 0,5 mg até um total de 4 mg/día. d) Miocardite aguda.
c) Inibidor de bomba de próton. e) Mediastinite.
d) Ecocardiograma com Doppler.
02) Menino de 12 anos de idade apresenta-se com
02) Um homem de 42 anos apresenta-se ao Pronto- uma história de dor torácica aguda, pleurítica, que é
Socorro com queixa de dor no peito. Além da isque- pior na posição supina. A temperatura da criança é
mia miocárdica, cada uma das seguintes é uma de 38,5°C e ausculta-se atrito pericárdico. O diag-
causa potencial de desconforto no peito, EXCETO: nóstico MAIS provável é:
a) Espasmo esofágico. a) Dor torácica musculoesquelética.
b) Dissecção aórtica. b) Pericardite.
c) Herpes-zóster. c) Endocardite bacteriana.
d) Bronquiectasia. d) Êmbolo pulmonar
e) Costocondrite.
03) A pesquisa de dor torácica é um desafio para o
03) Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando as médico, já que são inúmeras as causas etiológicas.
causas de dor torácica e os sinais/sintomas associa- Marque a alternativa em que os sintomas estão rela-
dos. cionados com o fator causal.
Coluna 1: a) Na pericardite, a dor é de natureza pleurítica e pi-
1- Angina. ora quando o paciente deita, respira ou deglute, e
2- Infarto do miocárdio. melhora na posição sentada e inclinada para frente.
3- Dissecção aórtica. O atrito pericárdico é um sinal patognomônico.
4- Hipertensão pulmonar. b) A embolia pulmonar apresenta, como sintoma
5- Pericardite. mais comum, a dor torácica de início gradativo.
Coluna 2: Dispneia é sintoma raro.
( ) Atrito pericárdico. c) O prolapso de válvula mitral se apresenta como
() Assimetria de pulso e pressão arterial; deficit neu- dor bem localizada no ápice cardíaco e tem relação
rológicos. bem definida com atividades físicas e com irradia-
() B3. ção para o epigástrio.
() Dor geralmente associada com dispneia. d) Doenças esofágicas causam dor com característi-
() Dispneia, sudorese, fraqueza, náuseas e vômitos. cas bem distintas da dor coronariana. Não se apre-
A ordem CORRETA de preenchimento dos parênte- sentam com dor em aperto ou em queimação.
ses, de cima para baixo, é:
a) 2-5-3-4-1. 04) Os derrames pericárdicos crônicos podem cau-
b) 5-3-1-4-2. sar poucos sintomas. Sua presença é detectada fre-
c) 1-2-4-5-3. quentemente pela demonstração de aumento da si-
d) 2-1-4-3-5. lhueta cardíaca à radiografia de tórax ou através da
e) 5-1-3-2-4. realização de ecocardiograma. A doença que pode
ser causa de derrame pericárdico maciço e que ra-
CAPÍTULO 2: PERICARDITE AGUDA ramente evolui com tamponamento cardíaco é:
a) Neoplasia.
01) Menino, 4 anos, internou no serviço de emer- b) Tuberculose.
gência pediátrica com diagnóstico de pneumonia e c) Hipotireoidismo.

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d) Insuficiência renal crônica. mmHg. RCR em 2T. Sopro sistólico ejetivo em bor-
da esternal esquerda. Pulmões limpos. Pulsos peri-
CAPÍTULO 3: DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA féricos com amplitude reduzida, especialmente em
membro superior direito. O traçado do eletrocardio-
01) Um paciente de 67 anos, do sexo masculino, hi- grama na admissão encontra-se a seguir:
pertenso em uso irregular de medicação chega na
sala de emergência com quadro de dor torácica com
irradiação abdominal associada à sudorese. Após
avaliação inicial, foi submetido a uma angiotomogra-
fia que mostra dissecção da aorta iniciada após a
emergência da artéria subclávia esquerda e que se
estende até as artérias renais. Qual a classificação
da dissecção?
a) Tipo 1 de Stanford.
b) Tipo 2 de De Bakey.
c) Tipo 3 de De Bakey.
d) Tipo A de De Bakey.
e) Tipo A de Stanford. A conduta inicial mais adequada é:
a) Encaminhar para serviço de hemodinâmica de ur-
02) Qual a causa mais comum de óbito por Dissec- gência para realização de cineangiocoronariografia
ção Aórtica Aguda: e colocação de balão de contrapulsação intra-aórti-
a) Tamponamento cardíaco. co, após avaliação radiológica e ecocardiográfica.
b) Isquemia abdominal. b) Providenciar suporte hemodinâmico, realizar eco-
c) Isquemia de membro inferior. cardiograma transesofágico e encaminhar para ci-
d) insuficiência renal aguda. rurgia cardíaca de urgência.
e) Edema agudo de pulmão. c) Providenciar acesso venoso profundo e iniciar, o
mais rápido possível, reposição de volume e infusão
03) Paciente com dor torácica aguda e intensa reali- de trombolítico.
za tomografia computadorizada do tórax que de- d) Realizar cineangiocoronariografia diagnóstica se-
monstra aorta com descolamento da íntima, apre- guida de angioplastia coronariana com colocação de
sentando luz verdadeira e luz falsa, o que configura stent.
o diagnóstico de:
a) Coarctação de aorta. CAPÍTULO 4: DOENÇA ISQUÊMICA DO
b) Aneurisma roto. MIOCÁRDIO
c) Dissecção aórtica.
d) Dilatação aneurismática sacular. 01) Embora a maioria dos casos de Infarto Agudo
e) Aneurisma parcialmente trombosado. do Miocárdio seja causada por aterosclerose coro-
nariana, pacientes podem desenvolver oclusões co-
04) Julgue o item a seguir relativo a emergências ronarianas completas devido a:
cardiovasculares. "Dissecções agudas da aorta com a) Êmbolos coronarianos, relacionados ao uso de
envolvimento da aorta ascendente são considera- anticoncepcional oral, anemia falciforme, policitemia
das emergências cirúrgicas devido ao elevado risco vera, trombocitose.
de ruptura aórtica, de tamponamento cardíaco, de b) Vasculite coronariana, na doença de Takayasu,
insuficiência aórtica aguda e grave e de acidente doença de Kawasaki, poliarterite nodosa, lúpus eri-
vascular encefálico. tematoso sistêmico.
a) CERTO. c) Vasoespasmo coronariano, nos casos de endo-
b) ERRADO. cardite bacteriana, neoplasmas intracardíacos, trom-
bos atriais ou ventriculares esquerdos.
05) Ramos, 52 anos, negro, motorista, natural do d) Doença trombótica da artéria coronariana, que
RJ, tabagista de 60 maços/ano e hipertenso em pode ser associado à angina variante, abuso de co-
acompanhamento irregular, procurou Posto de Saú- caína ou anfetamina, descontinuação de nitrato.
de próximo de sua residência com dor torácica de
início súbito após esforço físico, de forte intensida- 02) Paciente masculino, 70 anos, portador de dislipi-
de, sendo prescritos analgésicos comuns, sem me- demia, fumante habitual 20 cigarros por dia, assinto-
lhora. Após 10 horas de sua chegada, foi transferido mático quanto ao aparelho cardiovascular, apresen-
para a emergência com dor muito mais intensa, com ta, durante teste ergométrico para avaliação pré-
irradiação para o dorso, região interescapular e lom- operatória, infradesnivelamento de segmento ST de
bar, associada a sudorese e náuseas. Exame físico: 3 mm durante o segundo estágio do teste, sem dor
agitado, sudorese fria e palidez cutaneomucosa, ta- torácica durante o exame. Assinale o diagnóstico
quipneico, afebril, taquicárdico. PA = 100 x 46 mais adequado para o quadro clínico descrito.

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a) Infarto agudo do miocárdio. exercício apresenta acurácia diagnóstica
b) Isquemia silenciosa. semelhante (83 e 85%, respectivamente).
c) Angina do peito instável. c) Ecocardiografia sob estresse pelo dipiridamol
d) Angina do peito estável. parece apresentar uma acurácia diagnóstica um
e) Angina de Prinzmetal. pouco menor, e essa diferença pode ser atribuída a
uma menor sensibilidade do dipiridamol na
03) É uma característica da angina variante de identificação de pacientes com doença uni-arterial.
Prinzmetal: d) A adição de atropina à ecocardiografia pela
a) Infradesnivelamento do segmento ST. dobutamina aumenta a porcentagem de testes
b) Dor em repouso. ineficazes.
c) Não provocar arritmias graves.
d) Dor que não cede com nitratos. 06) Um paciente de 50 anos, obeso, tabagista e se-
e) Estar relacionada à estenose coronária grave, dentário, realizou teste ergométrico prévio interrom-
frequentemente de tronco. pido no estágio Il por fadiga e dor torácica. Que ou-
tro achado neste teste indicaria um sinal de prog-
04) A base dos sinais e sintomas da Síndrome X nóstico adverso importante?
cardíaca não tem sido bem elucidada, mas algumas a) Taquicardia sinusal após o esforço.
considerações gerais sobre o perfil clínico desses b) Redução da pressão arterial durante o esforço.
pacientes podem ser feitas. Assinale a alternativa c) Aumento da pressão arterial durante o esforço.
CORRETA, tendo como base a afirmativa acima. d) Depressão de até 0,03 milivolt do segmento ST.
a) Prevalência semelhante entre o sexo feminino e
masculino, na mesma faixa etária que a angina 07) Sobre o uso de testes não invasivos na avalia-
devido à doença cardíaca coronariana obstrutiva, ção diagnóstica de cardiopatia isquêmica, assinale a
com dor torácica do tipo angina com duração alternativa INCORRETA.
frequentemente mais prolongada, com forte a) Para aqueles pacientes que apresentam Angina
associação com ansiedade grave (pânico). pectoris típica, não há necessidade de confirmação
b) Prevalência semelhante entre o sexo feminino e diagnóstica por teste não invasivo, podendo o
masculino, em idade mais jovem do que a angina médico iniciar o tratamento clínico.
devido à doença cardíaca coronariana obstrutiva, b) Os testes não invasivos são realizados não
com dor torácica do tipo angina com duração apenas com o objetivo de se fazer o diagnóstico de
frequentemente mais prolongada, com fraca cardiopatia isquêmica, mas, sobretudo, para se
associação com ansiedade grave (pânico). avaliar a gravidade da isquemia.
c) Predomina no sexo feminino, na mesma faixa c) O teste ergométrico apresenta algumas
etária que a angina devido à doença cardíaca limitações, como por exemplo, na presença de
coronariana obstrutiva, com dor torácica do tipo bloqueio completo de ramo esquerdo ou na
angina, podendo ter fraca associação com presença de marca-passo. Nestes casos, o paciente
ansiedade grave (pânico). pode ser encaminhado para a realização de
d) Predomina no sexo feminino, na mesma faixa cintilografia miocárdica ou ecocardiografia de
etária do que a angina devido à doença cardíaca estresse.
coronariana obstrutiva, com dor torácica do tipo d) Dos testes diagnósticos não invasivos, o teste
angina com duração frequentemente mais ergométrico é o que apresenta a maior
prolongada, sem associação com ansiedade grave sensibilidade.
(pânico). e) O eletrocardiograma de repouso realizado
e) Predomina no sexo feminino, em idade mais jo- durante um episódio espontâneo de dor torácica
vem do que a angina devido à doença cardíaca co- pode confirmar o diagnóstico.
ronariana obstrutiva, com dor torácica do tipo angina
com duração frequentemente mais prolongada, po- 08) Na investigação de síndrome coronariana isquê-
dendo ter forte associação com ansiedade grave mica em diabético idoso, com claudicação intermi-
(pânico). tente e asma brônquica a melhor conduta, dentre as
abaixo, é:
05) A Ecocardiografia sob estresse é um método uti- a) ECG.
lizado para a avaliação de pacientes com DAC (Do- b) Teste ergométrico computadorizado.
ença Arteriosclerótica Coronariana), pois estresse c) Cintilografia de perfusão sob "stress" com
cardiovascular causa isquemia miocárdica, sendo dipiridamol.
assim, é inadequado considerar que: d) Holter de 24 horas.
a) Quando for comparada ao Teste Ergométrico, a e) Ecocardiograma sob "stress" com dobutamina.
ecocardiografia sob estresse tem maior
sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de 09) Quando lidamos com Doença Arteriosclerótica
DAC (Doença Arteriosclerótica Coronariana). Coronariana, abordamos a terapêutica medicamen-
b) A ecocardiografia pela dobutamina e pelo tosa, com objetivos fundamentais do tratamento e

19
Henrique Alcântara – 21.1
prevenção do infarto do miocárdio e redução da encontram-se apenas levemente acima dos valores
mortalidade; reduzindo os sintomas e a ocorrência normais.
da isquemia miocárdica, propiciando melhor quali- e) Não existe diferença entre angina instável e
dade de vida. Assinale a alternativa INCORRETA: infarto sem elevação do segmento ST.
a) A utilização de medicamentos como antiagregan-
tes plaquetários, hipolipemiantes, em especial as 13) Um paciente de 42 anos de idade deu entrada
estatinas, bloqueadores beta-adrenérgicos após no serviço de emergência com dor no peito há 1h,
IAM e Inibidores da Enzima Conversora de Angio- realizando o ECG abaixo. Considerando esse caso
tensina I (IECA) reduzem a incidência de infarto e hipotético, assinale a alternativa que apresenta a
aumentam a sobrevida. conduta CORRETA.
b) O uso de nitratos, antagonistas dos canais de cál-
cio e trimetazidina não reduzem os sintomas e os
episódios de isquemia miocárdica, a qualidade de
vida dos pacientes se mostrando pouco alterada.
c) A ivabradina, o mais recente dos antianginosos,
mostrou-se, especialmente, benéfica nos pacientes
com disfunção ventricular e frequência cardíaca >
70 bpm, a despeito do uso de betabloqueadores.
d) É importante, prioritário e fundamental iniciar o
tratamento com medicamentos que reduzem a mor- a) Anti-inflamatório devido ao quadro sugestivo de
bimortalidade. pericardite.
b) Trombólise devido ao quadro sugestivo de
10) A respeito da doença cardiovascular, são apre- tromboembolismo pulmonar.
sentadas as seguintes assertivas. c) Analgesia simples devido ao quadro sugestivo de
I. O uso de antioxidantes, como as vitaminas C e E, repolarização precoce.
reduz o risco cardiovascular na população. d) Angioplastia primária após AAS 300 mg e
II. Hereditariedade, sexo masculino e idade superior clopidogrel 300 mg.
a 65 anos são fatores de risco não modificáveis. e) Angioplastia primária após AAS 300 mg e
III. A terapia com ácido fólico reduz a homocisteine- clopidogrel 600 mg.
mia, mas não o risco cardiovascular.
Qual é a alternativa CORRETA? 14) Uma mulher de 63 anos chega ao hospital
a) Apenas I. referindo dor precordial típica, em caráter
b) Apenas II. progressivo nos últimos dois dias, que ocorria com
c) Apenas III. leve esforço e agora surge em repouso, porém
d) Apenas II e III. cedendo a nitrato sublingual. Ela é fumante e
e) I, II e III. dislipidêmica. Ao exame clínico, encontra-se
ansiosa, com ausculta pulmonar normal, B4 e
11) Em implantes de stents coronarianos após angi- normotensa. O eletrocardiograma evidencia
oplastia: infradesnível do segmento ST nas derivações D1,
a) O período de maior ocorrência de reestenose é AVL, V5 e V6. Qual dos seguintes medicamentos é
entre três e seis meses. menos provável de beneficiá-la?
b) A trombose intra-stent é prevenida com uso de a) Heparina.
anticoagulante, mantendo-se o RNI entre 2,5 e 3. b) Fibrinolítico.
c) O stent de metal é preferível ao stent c) Aspirina.
farmacológico nas lesões em coronárias de menor d) Inibidores da glicoproteína IIB IIIA.
diâmetro, segmentares longas e de tronco de
coronária esquerda. 15) Dentre as opções abaixo, qual não reduz a
d) A utilização do clopidogrel por um ano previne a mortalidade no infarto agudo do miocárdio?
reestenose nos stents farmacológicos. a) AAS.
b) Clopidogrel.
12) Por definição, qual a diferença fundamental c) Trombolíticos.
entre angina instável e infarto sem elevação do d) Nitratos.
segmento ST? e) Betabloqueadores.
a) A dor precordial é mais intensa na angina
instável. 16) Com relação ao infarto de miocárdio, assinale a
b) No infarto sem elevação do segmento ST existem alternativa verdadeira:
marcadores de necrose detectáveis. a) Na microscopia, além das alterações nucleares,
c) Não existe alteração eletrocardiográfica no infarto ocorre aumento da basofilia celular.
sem elevação do segmento ST. b) As alterações macroscópicas são visíveis em
d) Na angina instável, os marcadores de necrose geral a partir de 4 horas de infarto.

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c) A obstrução da artéria coronária circunflexa 21) O ECG abaixo é de um homem de 56 anos, ta-
esquerda é responsável pela maioria dos casos. bagista, hipertenso, sem tratamento, que procura o
d) A necrose acompanha-se de reação inflamatória pronto-socorro com dor torácica.
aguda visível microscopicamente 2 horas após o
infarto.
e) No infarto o mecanismo predominante de morte
celular é a apoptose.

17) Paciente apresentando aspectos clínicos, eletro-


cardiográficos e enzimáticos de infarto agudo do mi-
ocárdio vem a falecer e é encaminhado à necropsia.
O exame histológico do coração revela o seguinte
tipo de necrose: O diagnóstico mais provável é:
a) Caseosa. a) Pericardite.
b) Liquefativa. b) Dissecção de aorta ascendente.
c) Coagulativa. c) IAM originado em tronco da descendente anterior.
d) Enzimática. d) Miocardiopatia dilatada.
e) Gangrenosa. e) IAM anterior extenso.

18) Paciente com quadro clínico de dor torácica irra- 22) O supradesnivelamento do segmento ST no ele-
diado para as costas, com diagnóstico de síndrome trocardiograma é encontrado em todas as situações
coronariana aguda. Ao exame físico, apresenta so- abaixo, EXCETO em:
pro diastólico no 2° e 3° espaço intercostal esquer- a) Pericardite.
do. No eletrocardiograma apresenta supradesnível b) Hipertrofia ventricular esquerda.
do segmento ST nas derivações D2, D3 e aVF. c) Hipocalcemia.
Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com: d) Aneurisma crônico de ventrículo esquerdo.
a) Pericardite aguda. e) Hiperpotassemia.
b) Embolia pulmonar.
c) Pancreatite. 23) De acordo com as diretrizes do ACC/AHA, o
d) Dissecção de aorta. marcador de necrose miocárdica melhor indicado
e) Aneurisma de ventrículo esquerdo em parede para estratificação de risco nos pacientes vítimas de
inferior. síndrome coronária aguda, sem supra de ST, é:
a) CPK total.
19) Paciente masculino de 59 anos de idade, porta- b) Mioglobina.
dor de HAS e dislipidemia, dá entrada no setor de c) Troponina.
emergência com quadro de desconforto e dor em d) LDH-Colesterol.
região torácica anterior, que se irradia para dorso,
acompanhada de sudorese e agitação. O exame 24) Um paciente de 25 anos de idade é admitido no
físico revela: RCR de 3 tempos com B4, PA: 135 pronto-socorro com dor precordial de forte intensida-
mmHg, FC: 92 bpm, dosagem de CPK: 818 U/L e de. Relata que é usuário de drogas ilícitas e que,
CPK-MB: 341, troponina T: 2,4 mg/ml e troponina I: horas antes do início dos sintomas, havia feito uso
6,3 mg/ml. ECG revela supradesnível de segmento de cocaína em quantidade maior que o habitual. O
ST nas seguintes derivações: D2, D3, aVF V7 e V8. Eletrocardiograma evidenciou isquemia miocárdica
Após 24 horas, o paciente evolui com hipotensão e anterosseptal. Diante deste quadro, qual das drogas
turgência de veias jugulares. O quadro descrito é abaixo não está indicada na abordagem terapêutica
compatível com: inicial:
a) IAMEST inferoapical + disfunção de VE0 a) Nitroglicerina.
b) IAMSEST inferoapical + pericardite pós-IAM b) Atenolol.
c) IAMEST inferodorsal + infarto de VD c) Verapamil.
d) IAMSEST inferodorsal + aneurisma de VE d) Aspirina.

20) O infarto agudo de parede inferior do ventrículo 25) Quando empregamos um fibrinolítico, qual das
esquerdo está associado mais frequentemente com: condições a seguir não constitui contraindicação ab-
a) Infarto de ventrículo direito. soluta?
b) Infarto da parede lateral do ventrículo esquerdo. a) Período menstrual.
c) Comunicação interventricular pós-infarto. b) Sangramento intracraniano.
d) Bloqueio completo do ramo esquerdo. c) AVC isquêmico nos últimos 3 meses.
d) Neoplasia do sistema nervoso central.
e) Suspeita de dissecção aórtica.

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Henrique Alcântara – 21.1
26) O achado mais específico de reperfusão corona-
riana, após uso de trombolítico, no infarto agudo do 31) Na prevenção de morte súbita cardíaca pós IAM
miocárdio é: em paciente com fração de ejeção <40% você indi-
a) Pico precoce de CKMB. caria inicialmente:
b) Taquicardia ventricular lenta. a) Cardioversor implantável.
c) Redução de segmento ST. b) Propafenona.
d) Alívio da dor precordial. c) Monitorização com Holter.
d) Marca-passo cardíaco.
27) Paciente com IAM apresenta ritmo idioventricu- e) Desfibrilador implantável.
lar acelerado com estabilidade hemodinâmica, qual
dentre as opções abaixo é a melhor conduta? 32) A arritmia mais frequentemente encontrada no
a) Xylocaína EV. infarto agudo do miocárdio de parede inferior é:
b) Amiodarona EV. a) Fibrilação atrial.
c) Adenosina EV. b) Extra-sístoles ventriculares.
d) Betabloqueador EV. c) Taquicardia ventricular.
e) Observar. d) Bradicardia sinusal.
e) Bloqueio atrioventricular total.
28) Homem, 65 anos de idade, queixa dor precordial
de forte intensidade associada à sudorese profusa e 33) Qual a causa de morte mais frequente nas pri-
dispneia há uma hora. Sofreu acidente vascular ce- meiras 72 horas após o infarto de miocárdio?
rebral isquêmico há um mês e é portador de hiper- a) Arritmias.
tensão arterial sistêmica e dislipidemia. Exame clíni- b) Rotura cardíaca.
co: murmúrio vesicular simétrico, sem ruídos adven- c) Insuficiência cardíaca congestiva.
tícios. Ritmo cardíaco regular em dois tempos, bu- d) Embolia pulmonar.
lhas normofonéticas sem sopros, PA de 185 x 90 e) Broncopneumonia.
mmHg, FC de 60 bpm, pulsos periféricos amplos e
simétricos. O eletrocardiograma encontra-se abaixo. 34) O senhor Pedro, um executivo de 56 anos, é ad-
A conduta mais adequada é: mitido ao hospital com dor no peito de 2 horas de
duração. Sua frequência cardíaca é de 42 bpm, com
bradicardia sinusal no ECG, o qual também revelou
supradesnivelamento de ST nas derivações II, III e
aVF Qual o diagnóstico mais provável do senhor
Pedro?
a) Tônus vagal aumentado.
b) Infarto do miocárdio de parede inferior.
c) Aneurisma de aorta.
d) Intoxicação por atropina.
e) Infarto do miocárdio de parede posterior.

a) Angioplastia coronariana transluminal 35) Homem de 56 anos hipertenso e diabético deu


percutânea. entrada no Pronto-Socorro com duas horas de dor
b) Trombólise química com alteplase. precordial de forte intensidade, irradiada para mem-
c) Trombólise química com estreptoquinase devido bro superior esquerdo e acompanhada de sudorese.
a risco de hemorragia do sistema nervoso central. O eletrocardiograma apresentava 2 mm de supra-
d) Pesquisar dissecção de aorta, pois a alteração no desnivelamento do segmento ST em DII, DIII e AVF.
ECG não justifica a dor torácica. Ao exame estava em bom estado geral com palidez
cutânea +/++, PA = 100 x 70 mmHg, P = 60 (2 ex-
29) O aumento de mortalidade no infarto agudo do trassístoles por minuto). Coração e pulmão sem al-
miocárdio está associado ao uso de: terações. Nega cirurgias ou traumas recentes. Teve
a) Diltiazem. infarto há cerca de 4 meses quando recebeu estrep-
b) Anlopidina. toquinase. Qual alternativa contém diagnóstico e o
c) Nifedipina. grupo hemodinâmico CORRETO pela classificação
d) Verapamil. de Forrester?
a) Infarto inferior, grupo I.
30) O aumento de mortalidade no infarto agudo do b) Infarto anterior, grupo I.
miocárdio está associado ao uso de: c) Infarto inferior, grupo II.
a) Diltiazem. d) Infarto anterior, grupo II.
b) Amlopidina. e) Não se pode fazer o diagnóstico definitivo de IAM
c) Nifedipina. sem a dosagem das enzimas cardíacas.
d) Verapamil.

22
Henrique Alcântara – 21.1
36) Paciente, masculino, 50 anos apresenta um in- tromboembólico pulmonar para início da
farto agudo do miocárdio anterior extenso e evolui administração trombolítico.
com hipotensão, taquicardia e rebaixamento de e) Infusão de agentes inotrópicos e vasopressores
consciência. Pressão arterial 88/48 mmHg e fre- por se tratar de insuficiência ventricular esquerda
quência cardíaca de 124 batimentos por minuto. To- decorrente de infarto agudo do miocárdio.
das as medidas abaixo são apropriadas, EXCETO:
a) Instalar balão intra-aórtico. 39) Paciente admitido no pronto-socorro com qua-
b) Iniciar nitroprussiato ou nitroglicerina para dro clínico de insuficiência cardíaca. Tem antece-
diminuir a pós-carga. dente de infarto agudo do miocárdio há cinco me-
c) Indicar estudo hemodinâmico imediato. ses. O eletrocardiograma à admissão exibe eleva-
d) Monitorizar as pressões com cateter de Swan- ção do segmento ST em parede anterior com pre-
Ganz. sença de ondas Q. As dosagens seriadas da CKMB
e) Iniciar agentes inotrópicos (dopa ou dobutamina). e troponina foram normais. O diagnóstico mais pro-
vável é:
37) Assinale a alternativa CORRETA: a) Comunicação interventricular tardia pós-IAM.
a) O substrato anatomopatológico comum ao infarto b) Ruptura de músculo papilar.
agudo do miocárdio à angina instável é a placa de c) Ruptura de parede livre do ventrículo esquerdo.
ateroma calcificada não complicada. d) Aneurisma de ventrículo esquerdo.
b) O uso de betabloqueadores nas síndromes
coronarianas agudas tem a finalidade de estabilizar 40) Mulher de 74 anos, internada em unidade de te-
a placa de ateroma rota, com obstrução trombólica rapia intensiva há 48 horas com o diagnóstico de In-
secundária. farto Agudo do Miocárdio (IAM) de parede inferior,
c) Na angina estável não é necessário o uso de desenvolve, subitamente, quadro de dispneia. O
antiagregantes plaquetários. exame objetivo mostra PA = 140 x 80 mmHg, FP =
d) O uso de nitratos deve ser evitado no infarto FC = 100 bpm, FR = 36 ipm, palidez cutânea, vaso-
agudo do miocárdio com comprometimento do constrição periférica, taquidispneia, crepitações pul-
ventrículo direito. monares bilaterais na metade inferior do tórax, B3,
e) O uso de estatinas é contraindicado na fase B4, sopro sistólico grau III/VI, rude, na borda ester-
aguda do infarto miocárdio. nal esquerda média. Qual é o diagnóstico mais pro-
vável?
38) Um homem de 65 anos de idade, portador de di- a) Falência de bomba pós-IAM.
abetes e de hipertensão arterial apresenta quadro b) Infarto de ventrículo direito.
doloroso precordial iniciado há 2 dias, quando foi in- c) Ruptura de septo interventricular.
ternado em unidade hospitalar em cidade remota, d) Tromboembolismo pulmonar.
de modo a aguardar transferência para uma unida-
de de referência em cardiologia. O resultado do ele- 41) O aneurisma do ventrículo esquerdo:
trocardiograma apresenta supra de ST e onda Q, a) É resultado, em sua grande maioria, de IAM por
embora o paciente se apresente hemodinamica- lesão da artéria descendente anterior esquerda.
mente estável. Ele chega a uma unidade terciária b) Envolve, em sua grande maioria, a parede
para vaga em UTI. Durante o transporte, houve pio- posterior do ventrículo esquerdo.
ra súbita do estado clínico do paciente, que apre- c) Com raras exceções, tem indicação cirúrgica,
sentou dispneia, diaforese e edema agudo de pul- uma vez diagnosticado, mesmo que
mão. Na admissão na UTI, o paciente apresentava oligoassintomático, pelo risco de rotura e morte
PA de 98 mmHg x 72 mmHg (PA média de 81 súbita.
mmHg), sopro mesossistólico leve, mas audível, em d) Quando indicada sua ressecção, esta deve ser
ápice, irradiando-se para axila. Além de edema agu- completa com um pouco de tecido sadio adjacente.
do de pulmão. Considerando-se o referido caso e) Não se acompanha de trombos murais e embolia
clínico e os conhecimentos médicos relacionados a arterial periférica.
ele, é CORRETO afirmar que, ao admitir o paciente,
a equipe deverá realizar: 42) Homem, 52 anos, com infarto agudo do miocár-
a) Estabilização do quadro respiratório, com suporte dio anterosseptal, não trombolisado, apresentou,
ventilatório e ecocardiograma precoce, para após 4 dias, instabilidade hemodinâmica e edema
planejamento de plastia ou troca mitral. agudo pulmonar. Exame físico: sopro cardíaco rude
b) Estudo hemodinâmico para reperfusão de em borda esternal esquerda e frêmito em precórdio.
resgate e iniciar imediatamente terapia com dupla Assinale a alternativa INCORRETA:
antiagregação plaquetária. a) Deve-se iniciar a infusão de drogas inotrópicas
c) O procedimento do balão intra-aórtico, em razão como dobutamina e diuréticos.
de tratar-se de sopro secundário à degeneração b) Há indicação de balão intra-aórtico.
ventricular esquerda, com reperfusão programada. c) O tratamento é cirúrgico, devendo o paciente ser
d) Intubação orotraqueal e investigação de evento transferido imediatamente para hospital com equipe

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Henrique Alcântara – 21.1
de cirurgia cardíaca.
d) Deve-se iniciar imediatamente terapia 02) Mulher, 56a, tabagista e diabética refere dor
trombolítica para reperfusão da área infartada. precordial irradiada para o membro superior esquer-
do e náuseas há três horas. Eletrocardiograma:
43) Paciente do sexo feminino, 50 anos, portadora
de lúpus eritematoso sistêmico, admitida com histó-
ria de dor precordial persistente há 14 horas. Seu
eletrocardiograma revelou supradesnível do seg-
mento ST de 4 mm em parede anterolateral. Ao lon-
go de 2 horas, desenvolveu sopro holossistólico de
forte intensidade com irradiação para o tórax à direi-
ta e choque cardiogênico. Qual das complicações
abaixo pode ter ocorrido?
a) Pericardite pós-infarto. A localização do infarto agudo do miocárdio é na pa-
b) Tamponamento pericárdico. rede:
c) Comunicação interventricular. a) Inferoposterior.
d) Insuficiência mitral. b) Inferolateral.
e) Embolia pulmonar. c) Inferoanterior.
d) Anterior.
44) Enfermo. 50 anos, apresenta dor do tipo
pleuropericárdica e febre, que se iniciou cerca de 4 03) Homem, 53 anos, tabagista há 32 anos, apre-
semanas pós-infarto agudo do miocárdio. A senta dor precordial intensa irradiada para o braço
hipótese mais provável é: esquerdo com duração de 25 minutos, acompanha-
a) Síndrome de Dressler. da de falta de ar, sem queixas prévias. Exame físi-
b) Pericardite epistenocárdica. co: PA = 140 x 90 mmHg, FC = 100 bpm e crepita-
c) Pericardite bacteriana. ções pulmonares bilaterais em bases e terços mé-
d) Aneurisma de ventrículo esquerdo. dios. ECG: inversão de onda T nas derivações pre-
e) Reinfarto do miocárdio. cordiais. Troponinas normais. O diagnóstico e a
conduta são, respectivamente:
QUESTÕES EXTRAS a) Infarto sem supradesnivelamento do segmento
ST, angiografia em até 72 horas.
01) Mulher de 42 anos de idade, primigesta, com- b) Angina instável de alto risco; angiografia em até 2
pleta hoje 34 semanas de gestação. Procura o pron- horas.
to atendimento de um hospital terciário por dor to- c) Angina instável de risco intermediário; angiografia
rácica em aperto, de forte intensidade, com irradia- em até 24 horas.
ção para membro superior esquerdo há 30 minutos, d) Angina instável de baixo risco; tratamento clínico
acompanhada de dispneia leve. Tem antecedente não invasivo.
pessoal de hipertensão arterial (diagnóstico prévio à
gestação). No exame clínico, pulso = 96 bpm; pres- 04) Em qual dos cenários clínicos abaixo a cirurgia
são arterial = 142 x 98 mmHg, pulsos arteriais pre- de revascularização do miocárdio é melhor em ter-
sentes nos quatro membros. Altura uterina compatí- mos de mortalidade do que tratamento percutâneo
vel com a idade gestacional. O restante do exame em cardiopatia isquêmica?
clínico é normal. O eletrocardiograma realizado na a) Paciente com insuficiência cardíaca e fração de
sala de emergência está mostrado abaixo. ejeção do ventrículo esquerdo inferior a 35% com
lesão severa de tronco de coronária esquerda.
b) Paciente com angina estável crônica.
c) Paciente com estenose de 50% na artéria des-
cendente anterior sem isquemia ao teste funcional.
d) Paciente com estenose de 60% na artéria des-
cendente anterior.
e) Paciente com infarto agudo do miocárdio com 72
horas de evolução.

05) Paciente feminina, 45 anos, portadora de hiper-


tensão arterial, ex-tabagista, procura ambulatório
Qual a conduta para o caso? com queixa de dor torácica precordial em queima-
a) Cesárea imediata. ção, que irradia para pescoço. Refere que a dor
b) Angioplastia primária. aparece ao esforço moderado nos últimos 3 meses,
c) Captopril sublingual. dura em torno de 5 minutos e melhora espontanea-
d) Heparina em dose plena. mente. Realizou o seguinte eletrocardiograma:

24
Henrique Alcântara – 21.1
deste exame?
a) Cintilografia miocárdica.
b) Angiotomografia de coronária.
c) Endoscopia digestiva alta.
d) Angiografia coronariana.

07) Tanto no infarto do miocárdio como na pericardi-


te aguda, frequentemente a queixa principal é dor
precordial. Sobre as alterações eletrocardiográficas
nessas duas doenças, podemos afirmar que:
a) As alterações no infarto costumam ser regionais
e na pericardite aguda são difusas.
b) As alterações na pericardite aguda se localizam
na parede inferior.
Qual exame deve ser realizado como próximo passo c) A região subendocárdica é acometida nas duas
na investigação? situações clínicas.
a) Teste ergométrico. d) As ondas Q patológicas estarão presentes na
b) Tomografia coronária com escore de cálcio. evolução da pericardite aguda.
c) Cateterismo com coronariografia diagnóstica.
d) Cintilografia miocárdica de estresse farmacológi- 08) A tabela a seguir mostra os principais trombolíti-
co. cos (1, 2, 3 e 4) hoje disponíveis e suas característi-
cas de uso na síndrome coronária aguda.
06) Homem, 65 anos, hipertenso, tabagista, procu- Propriedades 1 2 3 4
rou pronto-socorro após episódio de dor epigástrica Meia-vida (min) 20 5 15 20
de intensidade 6/10 desencadeada pelo estresse
Fibrina-específica Baixa Alta Alta Alta
emocional, que durou cerca de 20 minutos, com re-
solução espontânea. Vem apresentando episódios Antigenicidade 2+ Não Não Não
de dor epigástrica de leve intensidade e náuseas Hipotensão 3+ 1+ 1+ 1+
desencadeados por esforços moderados há dois
Patência em 90 min 60-68% 73-84% 83% 85%
meses. Medicamentos em uso: captopril e omepra-
zol. PA = 135 x 80 mmHg, exame físico sem outras Os números 1, 2, 3 e 4 referem-se, respectivamen-
alterações. Troponina < 0,01 mcg/L. Foi optado por te, a:
realização de estratificação não invasiva por meio a) Alteplase, estreptoquinase, reteplase e tenecte-
de teste de esforço em esteira rolante. Dois traça- plase.
dos deste exame são mostrados abaixo: b) Reteplase, tenecteplase, estreptoquinase e alte-
plase.
c) Estreptoquinase, alteplase, reteplase e tenecte-
plase.
d) Tenecteplase, alteplase, estreptoquinase e rete-
plase.
e) Reteplase, alteplase, tenecteplase e estreptoqui-
nase.

09) Homem, 78 anos, hipertenso e tabagista, apre-


senta síncope, precedida de dor torácica de forte in-
tensidade com irradiação anteroposterior. Encontra-
se ansioso, com fácies de dor; sudoreico; Frequên-
cia Cardíaca (FC) = 110 bpm; Pressão Arterial (PA)
= 160 x 100 mmHg no membro superior direito e 90
x 60 mmHg no esquerdo e Frequência Respiratória
(FR) = 20 irpm. Ritmo cardíaco é regular e sem so-
pros. O diagnóstico mais provável é:
a) Infarto agudo do miocárdio.
b) Dissecção aórtica.
c) Tromboembolismo pulmonar.
d) Pneumotórax espontâneo.

Qual é a conduta mais adequada após realização

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Henrique Alcântara – 21.1
10) Paciente de 78 anos foi trazida ao pronto atendi- cações prescritas de forma irregular Realizou o se-
mento por dor precordial, de início há 2 dias, com guinte eletrocardiograma na entrada:
caráter intermitente, mais forte há 3 horas. Em seu
histórico, constavam hipertensão arterial, diabetes
mellitus tipo 2 e AAS, sinvastatina e captopril. Ao
exame físico, apresentava pressão arterial de 178 x
70 mmHg e frequência cardíaca de 88 bpm, sem
outras alterações significativas. A dosagem inicial
de troponina indicou = 3,9 ng/ml (normal: até 0,16
ng/ml). O eletrocardiograma realizado por ocasião
da admissão está reproduzido abaixo:

Evoluiu com sinais de hipotensão, congestão


pulmonar e má perfusão periférica. Qual a conduta
a ser realizada no momento, além do controle
hemodinâmico, uso de dupla antiagregação
plaquetária e anticoagulante parenteral?
a) Trombolítico.
b) Intervenção coronária percutânea.
c) Cirurgia de revascularização do miocárdio.
d) Tratamento clínico e teste provocativo de
Que estratégia, dentre as abaixo, oferece melhor isquemia.
expectativa de benefício?
a) Angiocoronariografia de urgência nas próximas 2 13) Uma paciente de 42 anos é admitida no ambien-
horas pelo alto risco clínico. te hospitalar em função de quadro de dor torácica
b) Terapia agressiva farmacológica antitrombótica de forte intensidade, ventilatório-dependente, com
com dupla antiagregação plaquetária, enoxaparina, cerca de quatro horas de evolução. O eletrocardio-
sem cateterismo cardíaco. grama revela a presença de um supradesnivela-
e) Terapia com dupla antiagregação plaquetária, mento difuso do segmento ST (exceto em aVR e
enoxaparina e transferência da paciente para V1), com concavidade superior, além de infra de PR
hospital com cateterismo cardíaco nas próximas 24 em diversas derivações; não há ondas T negativas,
horas. exceto em aVR. O tratamento CORRETO dessa pa-
d) Administração de trombolítico intravenoso, ciente mais provavelmente incluirá:
anticoagulação com heparina e encaminhamento da a) Corticoide intravenoso e hemodiálise.
paciente para angioplastia adjuvante nas próximas 3 b) Anti-inflamatório não esteroide e colchicina.
horas. c) Terapia trombolítica ou angioplastia primária.
e) Transferência da paciente para hospital terciário d) Anticoagulação plena, nitrato intravenoso, AAS e
para realização de ecocardiografia pericárdica. betabloqueador.

11) Todas as assertivas abaixo relativas à dissec- 14) Paciente de 64 anos de idade do sexo masculi-
ção aguda de aorta estão corretas, EXCETO uma. no relata 4 anos de evolução de dor torácica em
Assinale-a: precórdio tipo constritiva, com aproximadamente 5
a) Homens são mais frequentemente afetados do minutos de duração, desencadeada aos moderados
que mulheres. esforços, com irradiação para membro superior es-
b) Em geral, os pacientes apresentam hipotensão. querdo e que alivia com o repouso. História de hi-
c) Dor torácica é o sintoma mais comum. pertensão arterial e dislipidemia, em uso de valsar-
d) Deficit de pulso é mais comum em dissecções tana e rosuvastatina. Em relação ao tratamento da
proximais do que em distais. condição, assinale a assertiva INCORRETA:
e) Alguns pacientes podem apresentar elevação dos a) Os betabloqueadores reduzem a demanda de
níveis de troponina ou alterações isquêmicas ao oxigênio do miocárdio, por inibição da contratilidade,
eletrocardiograma de repouso. da pressão arterial e da frequência cardíaca.
b) Os nitratos de longa duração devem ser
12) Homem de 65 anos, com dor precordial que irra- utilizados de forma a atingir níveis plasmáticos
dia para mandíbula, associada a náuseas e diafore- adequados nas 24 horas, evitando assim efeito
se, de início há 30 minutos. Filho refere que o paci- rebote.
ente já apresentara dor de caráter semelhante há 2 c) Os nitratos melhoram os sintomas, pois reduzem
semanas. É portador de hipertensão arterial sistêmi- a necessidade de oxigênio do miocárdio e causam
ca, diabetes mellitus e dislipidemia, tomando medi- vasodilatação coronariana

26
Henrique Alcântara – 21.1
d) Os bloqueadores do canal de cálcio são tão supradesnivelamento do segmento ST em parede
eficazes quanto os betabloqueadores no tratamento anterior do ventrículo esquerdo. O paciente encon-
da condição. tra-se hemodinamicamente estável, sem arritmia, e
e) Em caso de alergia ao ácido acetilsalicílico, o recebe aspirina, clopidogrel, enoxaparina, oxigênio,
clopidogrel pode ser utilizado. com sedação da dor. O hospital A, onde está sendo
atendido, não possui serviço de hemodinâmica, que
15) Paciente de 75 anos, tabagista, hipertenso, dia- está disponível em outro hospital, B, cujo acesso
bético e dislipidêmico, relata início, há seis horas, de demandaria cerca de 3,5 horas de transporte do pa-
dor precordial tipo queimação, de forte intensidade, ciente. Qual melhor opção terapêutica na sequência
associada a náuseas e vômitos, piora com exercício de atendimento?
leve, sem fatores de melhora e com irradiação para a) Trombólise endovenosa.
membro superior esquerdo. Ao exame, apresenta b) Transferência imediata para o hospital B para ser
ritmo cardíaco regular, pressão arterial de 170 x 100 submetido à angioplastia coronária primária, uma
mmHg; SatO2 de 92% em ar ambiente e com o se- vez que o paciente encontra-se em estabilidade
guinte ECG: hemodinâmica.
c) Tratamento conservador com nitrato e
betabloqueador, uma vez que se encontra
clinicamente estável.
d) Tirofibana e realização de coronariografia até 72
horas do início dos sintomas.

19) Paciente do sexo masculino, com 54 anos, che-


ga ao pronto atendimento referindo desconforto to-
rácico descrito como uma sensação de peso e loca-
liza a sensação colocando a mão sobre o esterno,
Nesse caso, a primeira conduta terapêutica a ser com irradiação para o ombro esquerdo. O descon-
feita é: forto foi desencadeado após esforço físico habitual.
a) Encaminhar para cateterismo cardíaco Nega sintomatologia semelhante anteriormente. A
(cineangiocoronariografia). dor aliviou 20 minutos após chegar ao hospital. Tem
b) Prescrever estreptoquinase 1.500.000 UI EV em diagnóstico há três anos de dislipidemia. Em uso de
uma hora. sinvastatina 20 mg ao dia. Nesse caso, qual é a hi-
c) Prescrever morfina 2 mg EV. pótese diagnóstica?
d) Prescrever aspirina 300 mg VO. a) Embolia de pulmão.
b) Esofagite.
16) Paciente de 53 anos, diabético, com hipertensão c) Síndrome coronariana aguda.
controlada com tiazídico, apresenta síndrome coro- d) Pneumotórax.
nariana aguda sem alteração do segmento ST e e) Dissecção de aorta.
com algum grau de disfunção de VE. Qual das se-
guintes drogas será a mais eficaz no tratamento do 20) Com relação aos critérios anatômicos e clínicos,
paciente acima? existe indicação para a cirurgia de revascularização
a) Propranolol. miocárdica nos pacientes:
b) Anlodipino. a) Com lesões coronárias acima de 70% em três
c) Captopril. vasos e com disfunção ventricular (FE <50%).
b) Assintomáticos e com lesão de 40% do tronco da
d) Nifedipino. coronária esquerda.
c) Sintomáticos em vigência de infarto agudo do
17) Em pacientes com síndrome coronariana aguda miocárdio.
que apresentem aumento de troponina e CK-MB, d) Sintomáticos com lesão de 90% na coronária
com ECG sem elevação do segmento ST, não há direita.
evidência de beneficio no uso de: e) Assintomáticos com lesão de 80% na coronária
a) Nitroglicerina EV. circunflexa.
b) Heparina de baixo peso molecular.
c) Heparina convencional. 21) Paciente de 48 anos com quadro de dor torácica
d) Antiplaquetários. de início súbito, de moderada intensidade, cortante,
e) Trombolíticos. sem irradiações, com piora à inspiração profunda,
procurou o Pronto Atendimento (PA) após 6 horas
18) Um paciente de 54 anos, hipertenso, dislipidêmi- do início da dor. Na admissão, encontrava-se com
co, tabagista, apresenta dor retroesternal anginosa pressão arterial de 136 x 76 mmHg; frequência car-
típica persistente com 1 hora de duração. O eletro- díaca de 88 bpm; pulsos cheios, amplos e simétri-
cardiograma na admissão no pronto-socorro revela cos bilateralmente. À ausculta cardíaca notava-se

27
Henrique Alcântara – 21.1
um rangido em borda esternal esquerda, melhor au- e) Não há estudos demonstrando aumento de
dível com o diafragma. Ausculta pulmonar sem alte- sobrevida com uso de nitratos orais.
rações relevantes. Hipertenso, tabagista e história
familiar de pai com infarto agudo do miocárdio aos 23) Homem, 76 anos, previamente assintomático,
60 anos. Exame laboratorial revelou troponina de chega à UPA referindo dor torácica de forte intensi-
2,54 ng/ml (VR: menor que 0,40). Realizado ECG dade com irradiação para MSE há 1 hora. É tabagis-
abaixo: ta (44 anos/maço) e não faz uso de nenhuma medi-
cação. Exame físico: PA MSE = 142 X 70 mm; MSD
= 194 X 60 mmHg; pulsos diminuídos em MSE e
ausculta cardíaca com sopro diastólico 3+ no foco
aórtico. Qual é a principal hipótese diagnóstica?
a) Estenose mitral decorrente de febre reumática.
b) Insuficiência mitral decorrente de ruptura de
músculo papilar.
c) Insuficiência aórtica decorrente de dissecção de
aorta.
d) Estenose aórtica decorrente de calcificação do
idoso.
e) Insuficiência aórtica decorrente de coarctação de
Considerando o caso clínico descrito, assinale a aorta.
alternativa que apresenta a MELHOR conduta para
esse paciente: 24) Homem, 62 anos, diabético tipo 2, hipertenso,
a) Solicitar ecocardiograma e iniciar anti-inflamatório dislipidêmico, tabagista, deu entrada no pronto-
como ibuprofeno associado à colchicina para socorro referindo mal-estar epigástrico, mal definido,
tratamento da condição de base descrita. após alimentação copiosa. Apresenta-se pálido, su-
b) Iniciar protocolo de síndrome coronariana aguda doreico e referindo náuseas, Você inicia a monitori-
com supradesnivelamento de ST e enviar o paciente zação, obtendo PA de 60 x 40 mmHg; FC de 80
para realização de cateterismo coronário o mais bpm; SATO2 de 96%, ausculta pulmonar limpa. O
rápido possível. ECG mostra o traçado abaixo.
c) Tratar a dor e realizar angiotomografia de aorta
ou ecocardiograma transesofágico para descartar
dissecção aórtica.
d) Iniciar anticoagulação plena, visto que o paciente
apresenta dor torácica pleurítica associada a
achados típicos de embolia pulmonar maciça ao
eletrocardiograma associado ao aumento de
troponina. Realizar ainda angiotomografia pulmonar
o mais rápido possível para confirmação diagnóstica
e avaliação de trombolítico para embolia maciça. Qual a conduta CORRETA?
a) Nitroglicerina, AAS, Clopidogrel, enoxaparina e
22) Homem, 76 anos, portador de hipertensão arte- volume.
rial sistêmica, dislipidemia e infarto prévio com angi- b) Dobutamina, nitroglicerina, AAS e cateterismo
oplastia, refere quadro de dor torácica típica para cardíaco.
caminhar um quarteirão plano. Exame físico: PA= c) Morfina, oxigênio, nitrato endovenoso, dopamina,
144 X 88 mmHg, FC = 70 bpm, ausculta cardíaca, diuréticos. Considerar trombólise ou angioplastia
pulmonar sem alterações. Eletrocardiograma: ritmo primária.
sinusal.com sinais de sobrecarga de ventrículo es- d) Expansão volêmica, noradrenalina, balão intra-
querdo. Em relação à prevenção secundária da do- aortico se necessário. Considerar trombólise ou
ença arterial coronariana, assinale a alternativa IN- angioplastia primária.
CORRETA.
a) Ácido acetilsalicílico está sempre indicado, na
dose de 75 a 162 mg ao dia, salvo contraindicações.
b) Na doença coronariana, recomenda-se manter de
LDL-C para níveis inferiores a 130 mg/dl.
c) Betabloqueadores (beta-1 específicos ou não)
estão indicados, salvo contraindicações.
d) Indicação de inibidores da enzima conversora de
angiotensina não está limitada a pacientes com
disfunção ventricular esquerda, hipertensão arterial
ou diabetes mellitus.

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Henrique Alcântara – 21.1
25) Homem de 80 anos chega no PS com quadro cardíaco regular em 2 tempos com bulhas hipofo-
de dor opressiva, duração de 20 minutos, irradiando néticas e sopro diastólico aórtico. A ausculta pulmo-
para MSE, que aliviou com nitrato sublingual e re- nar está limpa. Após expansão volêmica e estabili-
pouso vinha acompanhado de palidez e sudorese. dade momentânea da pressão arterial, foram reali-
Antecedentes HAS e DM em uso de metformina 850 zados exames complementares (eletrocardiograma
mg 3 x ao dia, sinvastatina 20 mg, AAS 100 mg, ate- e tomografia de tórax) que estão ilustrados a seguir.
nolol 50 mg e captopril 25 mg 3 x ao dia. Exame ini-
cial REg, pálido, eupneico, PA = 13/8; FC = 80 bpm;
ACV = RCR em 3t (b4) ssrmi 2/4, AP normal, pulsos
diminuídos em MMII. Realizou ECG inicial que mos-
trava infra de st de v2-v4 e um ritmo sinusal, colhido
2 marcadores de necrose troponina normais. Qual o
diagnóstico mais provável desta paciente?
a) Angina instável.
b) IAM sem supra.
c) Angina estável.
d) SCA.

26) Homem, 70 anos, hipertenso, sedentário, dislipi-


dêmico, sobrepeso, tabagista, diabético, com dor to-
rácica retroesternal em peso iniciada em repouso,
de forte intensidade, sem irradiação, acompanhada
de sudorese, há três horas. Foi admitido na emer-
gência com o ECG abaixo.

Assinale a alternativa que apresenta a conduta cor-


reta a seguir:
a) Cateterismo cardíaco seguido de angioplastia co-
ronária
b) Pericardiocentese.
c) Trombólise sistêmica com alteplase e enoxapari-
na.
d) Cirurgia de emergência.
e) Anticoagulação plena com heparina não fraciona-
da.

A hipótese diagnóstica e conduta inicial mais 28) Analisando a revascularização cirúrgica vs. per-
adequada são: cutânea, quando se compara revascularização ci-
a) Pericardite. Prescrever AAS em altas doses, sem rúrgica com angioplastia com balão, os resultados
necessidade de internação. eram semelhantes quanto à mortalidade e à incidên-
b) ECG normal. Alta para investigação não invasiva cia de Infarto do Miocárdio – IM. Podemos apenas
com teste provocativo de isquemia. concordar, completamente com o seguinte item:
c) Angina instável. Internação com dupla a) Durante os últimos 25 anos, observou-se consis-
antiagregação, anticoagulação, estatina e tente redução de cada evento, seja morte, IM ou
cateterismo. nova revascularização, nos dois grupos, demons-
d) Infarto com supradesnível do segmento ST. trando evolução do padrão assistencial. A análise
Internação e trombólise imediata. de subgrupos, não pré-especificada, demonstra pre-
ferência da indicação cirúrgica, conforme o aumento
27) Homem, 49 anos, é admitido em hospital terciá- da complexidade anatômica, assim como da Inter-
rio com quadro de dor torácica em região retroester- venção Coronária Percutânea (ICP) para anatomias
nal de forte intensidade, com irradiação para o dor- menos complexas.
so, acompanhada de sudorese intensa, há cerca de b) Durante os últimos 25 anos, observou-se consis-
3 horas. Inicialmente, foi atendido em uma unidade tente aumento de cada evento, seja morte, IM ou
básica, tendo recebido aspirina e nitrato sublingual, nova revascularização, nos dois grupos, demons-
sem melhora do quadro. É tabagista e hipertenso de trando evolução do padrão assistencial. A análise
longa data e faz uso irregular das seguintes medica- de subgrupos, não pré-especificada, demonstra pre-
ções: enalapril, anlodipina e clortalidona. O exame ferência da indicação cirúrgica, conforme o aumento
físico da admissão revela o paciente ansioso, sudo- da complexidade anatômica, assim como da Inter-
reico, com PA = 80 x 40 mmHg, pulsos periféricos venção Coronária Percutânea (ICP) para anatomias
regulares e finos. A ausculta cardíaca mostra ritmo menos complexas.

29
Henrique Alcântara – 21.1
c) Durante os últimos 25 anos, observou-se incon- b) A inflamação do pericárdio apresenta grandes al-
sistente redução de cada evento, seja morte, IM ou terações fisiopatológicas independentemente da
nova revascularização, nos dois grupos, demons- quantidade de líquido
trando evolução do padrão assistencial. A análise c) Nos casos de aumento da área cardíaca ao RX
de subgrupos, não pré-especificada, demonstra pre- de tórax, não há indicação de fazer ecocardiograma.
ferência da indicação cirúrgica, conforme o aumento d) No Eletrocardiograma (ECG), a bradicardia é um
da complexidade anatômica, assim como da Inter- sinal importante de derrame pericárdico.
venção Coronária Percutânea (ICP) para anatomias e) O tratamento sempre inclui o uso de um antibióti-
menos complexas. co com boa concentração no pericárdio, como uma
d) Durante os últimos 25 anos, observou-se consis- cefalosporina, por exemplo.
tente redução de cada evento, seja morte, IM ou
nova revascularização, nos dois grupos, demons- 32) Paciente 64 anos, masculino, tabagista de 60
trando evolução do padrão assistencial. A análise maços/ano, portador de hipertensão e diabetes, re-
de subgrupos, não pré-especificada, demonstra pre- lata quadro de precordialgia típica de início há 7 ho-
ferência da indicação cirúrgica, conforme a diminui- ras. Deu entrada na emergência ansioso, com PA
ção da complexidade anatômica, assim como da In- 170 x 90 mmHg, frequência cardíaca de 98 bpm.
tervenção Coronária Percutânea (ICP) para anato- Ritmo cardíaco regular, sem ruídos adventícios pul-
mias menos complexas. monares. Realizado ECG de entrada, sem evidência
de supra desnivelamento do segmento ST. No en-
29) Um paciente do sexo masculino e de 61 anos de tanto, o resultado dos marcadores de necrose mio-
idade foi atendido na emergência com dor precordial cárdica revelou elevação dos valores de troponina e
de forte intensidade, irradiada para o dorso, sudore- CK-MB. Qual a melhor conduta?
se fria e palidez cutânea. Os pulsos periféricos eram a) AAS, nitrato, betabloqueador e indicar trombólise.
palpáveis exceto os do membro inferior direito. A b) AAS clopidogrel, nitrato, betabloqueador e indicar
pressão arterial era de 190 x 110 mmHg. A ausculta trombólise
revelou um sopro diastólico suave em foco aórtico c) AAS, clopidogrel, nitrato, betabloqueador e estati-
acessório. A radiografia de tórax foi inconclusiva. A na.
hipótese diagnóstica é: d) AAS, clopidogrel, nitrato.betabloqueador, estatina
a) Infarto agudo do miocárdio. e heparina.
b) Dissecção aguda da aorta. e) AAS, nitrato, heparina, estatina e indicar trombóli-
c) Embolia arterial periférica. se.
d) Infarto pulmonar.
33) Homem 56 anos, diabético e tabagista, chega à
30) Homem de 38 anos, tabagista, portador de sín- emergência de um hospital terciário de grande porte
drome metabólica, é admitido na emergência com com queixa de dor precordial irradiada para o mem-
dor torácica em aperto, forte intensidade, desenca- bro superior esquerdo, acompanhada de náuseas e
deada em repouso com duração de 20 minutos e sudorese, iniciada há quatro horas. Na chegada, foi
ocorrida há 20 horas. Os marcadores de necrose submetido a um ECG que revelou supradesnível do
miocárdica na admissão estavam normais e o ECG segmento ST na parede anterior. Foi coletado exa-
realizado está abaixo. me de sangue, incluindo a medida da troponina I.
Qual é a conduta correta?
a) Administrar AAS 300 mg VO e clopidogrel 300
mg VO e encaminhar para monitorização em
unidade de terapia cardiovascular.
b) Aguardar o resultado da troponina I para
definição do manejo posterior.
c) Administrar imediatamente fibrinolítico
endovenoso.
d) Administrar AAS 300 mg VO, ticagrelor 180 mg
VO e encaminhar imediatamente para a realização
Neste caso o diagnóstico é: de cinecoronariografia.
a) IAM sem superesnível do segmento ST. e) Se o resultado da primeira medida de troponina I
b) Angina estável CCS 2. estiver normal, repetir o exame em 3 horas para
c) Dor torácica de origem não cardíaca. estabelecer a estratégia diagnóstica adicional e o
d) Angina instável de alto risco. plano terapêutico.

31) Assinale a assertiva CORRETA em relação à 34) Paciente, 60 anos, sexo masculino, hipertenso
pericardite aguda. há 20 anos, tabagista 30 anos/maço e diabético in-
a) O sintoma mais comum da pericardite é a dor to- sulinodependente. Foi admitido no pronto-socorro
rácica que piora com a inspiração. com queixa de dor precordial de intensidade 7/10,

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Henrique Alcântara – 21.1
iniciada em repouso há 1 hora, com irradiação para segmento ST de 5 mm na derivações precordiais de
ambos os membros superiores e dorso, associado a V1 a V6 e nas derivações do plano frontal D1 e aVL.
náuseas e vômitos. Ao admitir o paciente na sala de Os níveis de troponina T e de CKBM estavam eleva-
emergência, a propedêutica mais adequada a ser dos e com valores acima do triplo do limite superior
seguida é: de referência. Com base nas informações clínicas e
a) Solicitar mioglobina, creatinofosfoquinase, laboratoriais do caso clínico precedente, julgue o
creatinoquinase MB massa e troponina por item subsequente. O provável diagnóstico para esse
apresentarem alta especificidade e valor preditivo paciente é de infarto do miocárdio transmural – com
positivo em casos de infarto agudo do miocárdio, supra anterior extensa. do segmento ST do eletro-
nas primeiras 2 horas dos sintomas. cardiograma – , localizado na parede
b) Realizar eletrocardiograma nos primeiros 10 a) CERTO.
minutos após a admissão do paciente e repetir b) ERRADO.
sempre que necessário ou se houver mudança dos
sintomas (melhora ou piora). 37) Quando analisamos a angiografia coronária por
c) A presença de supradesnivelamento do tomografia computadorizada, podemos apenas
segmento ST > 2 mm em derivação AVR sugere CONCORDAR com o seguinte:
infarto de ventrículo direito, sendo o próximo passo a) A angiotomografia (angio-TC) de coronárias tem
a realização de radiografia de tórax para avaliar sido utilizada de forma crescente na avaliação de
congestão pulmonar. pacientes sem suspeita de coronariopatias. Ela
d) A presença de supradesnivelamento do apresenta alta sensibilidade para a detecção de
segmento ST > 2 mm em derivações D2, D3 e AVF estenose coronariana, incluindo doença multiarterial
sugere infarto de parede inferior. A complementação e lesão em tronco de coronária esquerda.
eletrocardiográfica com derivações V3R, V4R, V5 e b) A angiotomografia (angio-TC) de coronárias tem
V6 deverá ser realizada objetivando diagnosticar sido utilizada de forma crescente na avaliação de
infarto de ventrículo direito e de parede posterior. pacientes com suspeita de coronariopatias. Ela
apresenta baixa sensibilidade para a detecção de
35) Dentro da necessidade de monitorização, um de estenose coronariana, incluindo doença multiarterial
seus pacientes deu entrada essa manhã transferido e lesão em tronco de coronária esquerda.
de outro hospital já com diagnóstico de IAM, sendo c) A angiotomografia (angio-TC) de coronárias tem
que a monitorização eletrocardiográfica é recomen- sido utilizada de forma crescente na avaliação de
dada a todos os pacientes com suspeita de SCA, a pacientes com suspeita de coronariopatias. Ela
partir do primeiro contato médico. Sendo INCORRE- apresenta alta sensibilidade para a detecção de
TO o seguinte item: estenose coronariana, excluindo doença
a) Deve ser contínua, durante a permanência na multiarterial e lesão em tronco de coronária
unidade coronariana. esquerda,
b) Pode ser utilizada sob a forma de telemetria, em d) A angiotomografia (angio-TC) de coronárias tem
unidade intermediária ou no quarto na fase pré-alta sido utilizada de forma crescente na avaliação de
hospitalar. pacientes com suspeita de coronariopatias. Ela
c) As arritmias cardíacas e os distúrbios de apresenta alta sensibilidade para a detecção de
condução são raras nas primeiras horas do IAM, estenose coronariana, incluindo doença multiarterial
mas sua identificação deve ser imediata para e lesão em tronco de coronária esquerda.
adequada intervenção.
d) O traçado eletrocardiográfico deve ser estável, 38) Mulher, 58 anos de idade, diabética tipo 2, vem
com derivações padronizadas, com sistema de com quadro anginoso aos esforços em investigação
alarmes ajustados, permitindo adequada de doença coronariana, tem cintilografia de esforço,
identificação de arritmias, assim como de alterações positiva para isquemia e cateterismo cardíaco que
do segmento ST. mostra obstrução até de 90% na artéria descenden-
te anterior, 70% na artéria circunflexa e 80% na ar-
36) Um paciente de quarenta e oito anos de idade, téria coronária direita. Atualmente em uso de AAS,
sem doenças prévias, procurou atendimento de atenolol, atorvastatina, nitrato, se dor. Qual o trata-
emergência em um hospital de nível terciário, com mento de escolha no momento para esta paciente?
quadro de dor retroesternal, de grande intensidade, a) Angioplastia com stent farmacológico nas 3
em aperto, com irradiação para o membro superior artérias.
esquerdo (tipo formigamento), iniciada havia quatro b) Revascularização cirúrgica do miocárdio.
horas. Com exceção da presença de quarta bulha c) Intervenção híbrida (RM cirúrgica + angioplastia).
cardíaca, não apresentou outras alterações signifi- d) Associar anticoagulante.
cativas no exame físico. O eletrocardiograma reali-
zado na sala de emergência evidenciou ritmo sinu-
sal, frequência ventricular média de 98 bpm,
SÂQRS de +60°, presença de supradesnivelo do

31
Henrique Alcântara – 21.1
39) Observe o eletrocardiograma a seguir: prescrever inibidor de glicoproteína 2b-3a em até 10
minutos.
e) Administrar dupla antiagregação plaquetária com
AAS e clopidogrel, aplicar enoxaparina, prescrever
betabloqueador caso não haja contraindicação.
Solicitar encaminhamento para serviço de
hemodinâmica para angioplastia primária em até 90
minutos, podendo ser acrescentado mais 30
minutos para o transporte do paciente. Caso não
seja possível obter a angioplastia em tempo
adequado, iniciar trombolítico em até 30 minutos.

Em relação a esse eletrocardiograma, é CORRETO 41) Homem de 57 anos teve dor opressiva ao cami-
afirmar que corresponde a um paciente com infarto nhar no parque há 15 dias. Quando interrompe o
agudo do miocárdio com supradesnivelamento do exercício e fica em repouso, os sintomas cessam
segmento ST de parede: após alguns minutos. Sem outros sintomas. Porta-
a) Anterior, artéria acometida descendente anterior. dor de hipertensão arterial há 3 anos, controlada.
b) Posterointerior, artéria acometida diagonal. Assinale a alternativa CORRETA:
c) Laterobasal, artéria acometida circunflexa. a) Devido a dor de característica isquêmica, deve
d) Lateral, artéria acometida circunflexa. ser solicitado cateterismo.
e) Inferior, artéria acometida coronária direita. b) Deve tratar-se de aneurisma da aorta e deve ser
solicitada uma tomografia do tórax.
40) Diante de um paciente de 68 anos, portador de c) Deve ser realizado um teste de esforço para
hipertensão, diabetes e dislipidemia, que se apre- verificar se há indício de isquemia miocárdica.
senta em um serviço de emergência com queixa de d) Deve se tratar de tromboembolismo pulmonar e
dor torácica, com 1 hora de evolução, e que o ele- ser realizada uma tomografia de tórax.
trocardiograma revela elevação do segmento ST de e) Deve se tratar de infarto agudo do miocárdio e
4 mm nas derivações de V1 a V4, a conduta mais solicitar um cateterismo cardíaco para angioplastia
adequada, considerando um serviço sem hemodinâ- primária.
mica disponível, é:
a) Administrar dupla antiagregação plaquetária com 42) Assinale a alternativa CORRETA:
AAS e clopidogrel, aplicar enoxaparina, prescrever a) O substrato anatomopatológico comum ao infarto
betabloqueador caso não haja contraindicação. agudo do miocárdio à angina instável é a placa de
Solicitar marcadores de necrose miocárdica com 0, ateroma calcificada não complicada.
3 e 9 horas do início da dor, e, caso positivo, b) O uso de betabloqueadores nas síndromes
encaminhar para realização de angioplastia coronarianas agudas têm a finalidade de estabilizar
primária. a placa de ateroma rota, com obstrução trombótica
b) Administrar dupla antiagregação plaquetária com secundária.
AAS e clopidogrel, aplicar enoxaparina, prescrever c) Na angina estável não é necessário o uso de
betabloqueador caso não haja contraindicação. antiagregantes plaquetários.
Solicitar marcadores de necrose miocárdica com 0 e d) O uso de nitratos deve ser evitado no infarto
6 horas do início da dor, e, caso positivo, agudo do miocárdio com comprometimento do
encaminhar para realização de angioplastia ventrículo direito.
primária.
c) Administrar dupla antiagregação plaquetária com 43) Homem, 50 anos, admitido em unidade de pron-
AAS e clopidogrel, aplicar enoxaparina, prescrever to atendimento com relato de dor torácica súbita, de
betabloqueador caso não haja contraindicação. leve intensidade, em aperto iniciado há 15 minutos
Solicitar encaminhamento para serviço de de sua admissão. Após rápida coleta de enzimas de
hemodinâmica para angioplastia primária em até 12 injúria miocárdica, seu ECG revelou corrente de le-
horas do início da dor. Caso não seja possível são subepicárdica nas derivações D2, D3 e aVF. Ao
encaminhar para serviço de hemodinâmica, exame físico, apresentava: PA = 160 x 80 mmHg;
prescrever inibidor de glicoproteína 2b-3a em até 15 FC = 100 bpm. Em se tratando de infarto agudo do
minutos. miocárdio, qual dos critérios abaixo determina a re-
d) Administrar dupla antiagregação plaquetária com perfusão coronária imediata?
AAS e clopidogrel, aplicar enoxaparina, prescrever a) A característica da dor torácica.
betabloqueador caso apresente-se taquicárdico e b) O achado eletrocardiográfico.
infundir trombolítico. Solicitar encaminhamento para c) O nível de pressão arterial.
serviço de hemodinâmica para angioplastia primária
em até 60 minutos. Caso não seja possível d) A frequência cardíaca.
encaminhar para serviço de hemodinâmica, e) Os valores das enzimas cardíacas.

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44) A classificação de DeBakey para os aneurismas Com base nos dados clínicos e no ECG, qual seria
de aorta considera o local envolvido na dissecção a hipótese diagnóstica mais provável?
(tipos I, II e III). Quando a dissecção origina-se na a) Dissecção aórtica.
aorta ascendente e se estende por toda a aorta, é b) Pericardite aguda.
classificada como: c) Cardiomiopatia hipertrófica.
a) Tipo I. d) Síndrome coronariana aguda.
b) Tipo II. e) Taquiarritmia supraventricular por reentrada.
c) Tipo III.
d) Tipo A. 48) Homem, 59 anos, obeso, com HAS de longa
data, em tratamento irregular, chega à emergência
45) Homem de 60 anos de idade, hipertenso, dia- com dor torácica intensa, com irradiação para o dor-
bético, dislipidêmico, tabagista, chega com história so. PA=230 x 140 mmHg; FC = 112 bpm: hiperfone-
de dor opressiva torácica ao subir ladeira que dura se de B2 em área aórtica. ECO em repouso de-
cerca de 10 minutos e alivia com repouso há 6 me- monstra hipertrofia de VE. Troponina I: 0,1 ng/dl. A
ses, sem outros sintomas associados, exceto por hipótese diagnóstica mais provável é a de
dispneia que ficou mais intensa aos esforços. Atual- ___________ e a conduta medicamentosa IV de
mente em uso de enalapril 20 mg 2x/dia, metformina imediato é usar ____________.
850 mg 3x/dia e sinvastatina 20 mg à noite. Ao exa- a) Hipertensão acelerada – nitroglicerina,
me físico: BEG; eupneico; anictérico; acianótico; ori- b) Síndrome coronariana aguda – nitroglicerina.
entado. AP = MV+ sem RA; FR 14 irpm; ACV = c) Aneurisma dissecante de aorta – metoprolol.
RGR em 3T (B4) BNF com sopro sistólico de regur- d) Infarto agudo do miocárdio – metoprolol.
gitação mitral (+2/+6); presença de sopro carotídeo e) Pericardite – cetoprofeno.
à direita; PA= 140 x 80 mmHg; FC= 78 bpm; abdo-
me = globoso; flácido; sem visceromegalias; RHA+; 49) Qual das alternativas abaixo está INCORRETA
MMII = sem edemas e com pulsos pediosos diminuí- em relação à localização da isquemia ou do infarto
dos. Qual dos exames abaixo você solicitaria para através do eletrocardiograma?
avaliar isquemia miocárdica neste paciente? a) Parede anterosseptal – derivações V1, V2, V3.
a) Ecocardiograma transtorácico. b) Parede anterior – derivações V1, V2, V3 e V4.
b) Cineangiocoronariografia. c) Parede inferior – derivações DII, DIII, e aVF.
c) Angiotomografia de coronárias. d) Parede dorsal – derivações DI e aVL.
e) Ventrículo direito – derivações V3R, V4R, V5R e
d) Cintilografia miocárdica de esforço. V6R.

46) Paciente com quadro clínico de dor torácica típi- 50) Durante a visita à beira do leito do senhor João,
ca, região precordial com irradiação para braço es- de 50 anos, o aluno da graduação apresentou a se-
querdo. Foram colhidos marcadores de necrose mi- guinte história: paciente refere dor retroesternal
ocárdica e feito ECG, O Eletrocardiograma demons- opressiva, sem irradiação, com duração de 20 minu-
tra supra de ST nas derivações de V1 a V5. Quanto tos, que alivia com nitrato sublingual. Foi pergunta-
à conduta, assinale alternativa contendo a medica- do se tratava-se de um caso de angina típica, atípi-
ção que NÃO melhora a mortalidade: ca ou não anginosa. O aluno referiu que se tratava
a) Betabloqueador. de um caso de angina atípica, pois apresentava so-
c) Clopidogrel. mente duas características: localização retroesternal
b) AAS e alívio com nitrato sublingual. Assinale a alternativa
d) Nitroglicerina. CORRETA que apresenta o critério faltante para ca-
racterizar angina típica:
47) Homem, 46 anos, hipertenso e tabagista, refere a) Dor irradiada para o membro superior esquerdo.
dor na região anterior do tórax, que piora com de- b) Dor com duração maior que 20 minutos.
cúbito, de início há 6 horas. Sinais vitais na admis- c) Dor com sintomas autonômicos associados.
são: PA = 160 x 100 mmHg: FC= 100 bpm; TAx = d) Dor desencadeada por esforço físico ou estresse
37,5°C; FR = 30 irpm. emocional.
e) Dor torácica que irradia para o dorso.

51) Jovem masculino, 32 anos de idade, deu entra-


da no hospital após grande mal-estar, por uso de
cocaína. Seu quadro de intoxicação mostra taqui-
cardia, sudorese fria e agitação. Sua pressão está
em 210 x 120 mmHg e sua frequência cardíaca em
185 bpm, referindo, nesse momento, dor torácica.
Para esse caso clínico, indique a alternativa que

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não é adequada: dos hidroaéreos presentes. Sem edemas de mem-
a) Benzodiazepínicos. bros inferiores, panturrilhas livres. Fez uso de dini-
b) Betabloqueadores. trato de isossorbida 5 mg sublingual, tendo cessado
c) Antagonistas de canal de cálcio. a dor. Eletrocardiograma realizado na admissão es-
d) Oxigênio. tá normal. Qual a recomendação para o acompa-
nhamento desta paciente?
52) Sobre a apresentação clínica da angina instável, a) Acompanhamento ambulatorial, se troponina e
analise as afirmativas abaixo, classificando-as como CK-MB massa colhidas na admissão estiverem
V (Verdadeira) ou F (Falsa). A seguir, assinale a al- normais.
ternativa que contém a sequência CORRETA, de b) Internação hospitalar, monitorização cardíaca
cima para baixo: contínua, mesmo com troponina normal à admissão.
( ) Angina em repouso, usualmente com duração c) Acompanhamento ambulatorial especializado,
maior que 20 minutos, ocorrendo há cerca de uma com cardiologista, se troponina colhida na admissão
semana; estiver normal.
( ) Angina previamente diagnosticada, que se apre- d) Internação hospitalar, monitorização cardíaca
senta mais frequente, com episódios de maior dura- contínua, apenas se troponina colhida na admissão
ção, ou com limiar menor; estiver elevada.
( ) Angina de aparecimento recente, independente-
mente da graduação de gravidade. 56) Homem de 63 anos diabético, hipertenso, dislipi-
A sequência CORRETA se estabelece em: dêmico, iniciou há três horas com dor precordial irra-
a) V-F-V. diada para membro superior esquerdo, associada a
b) V-V-V. náuseas e sudorese. Na emergência, o ECG revela
c) F-V-F. supradesnível de ST de 3 mm nas derivações de
d) V-V-F. parede inferior. Qual é a conduta mais adequada
para o paciente?
53) A extensão do infarto agudo de parede inferior a) Encaminhar para a unidade de tratamento
do ventrículo esquerdo está associada com: intensivo cardiovascular para monitorização e
a) Infarto de ventrículo direito. manejo clínico, planejando estratificação invasiva
b) Infarto da parede lateral do ventrículo esquerdo. dentro das primeiras 48h.
c) Comunicação interventricular pós-infarto. b) Administrar analgesia IV, AAS e aguardar o
d) Ruptura de parede livre do ventrículo direito. resultado da troponina I das primeiras 12 horas para
definição da conduta terapêutica.
54) Em relação à estratificação de risco nas Síndro- c) Prescrever NTG em bomba de infusão, AAS,
mes Coronárias Agudas sem Supradesnivelamento clopidogrel e solicitar cintilografia miocárdica para
do Segmento ST (SCA-SST), assinale a alternativa estratificação não invasiva.
INCORRETA: d) Administrar analgesia IV e definir a estratificação
a) Determinar estratégias de tratamento invasiva ou não invasiva baseado na resposta
farmacológico e terapêutica invasiva ou não. clínica.
b) Promover adequação de custos em função de e) Prescrever AAS, clopidogrel, enoxaparina e
maior eficácia terapêutica. encaminhar para estratificação invasiva precoce.
c) Devemos sempre utilizar mais de um score de
estratificação de risco, e quando discordantes, 57) Mulher, 48 anos, procura emergência com dor
utilizar sempre o de menor risco. subesternal após exercício. Melhora com repouso,
d) Classifica o paciente em risco alto, intermediário porém os episódios se repetem. O último episódio
e baixo, sendo os pacientes de alto risco teve maior duração. Qual a hipótese diagnóstica
cardiovascular encaminhados para estudo invasivo mais provável?
(cineangiocoronariográfico) mesmo que tenham a) Úlcera péptica,
ECG e marcadores de necrose miocárdicos b) Angina pectoris.
negativos. c) Cólica biliar.
d) Síndrome do pânico.
55) Mulher, com 58 anos de idade, diabética, é ad- e) Pneumotórax.
mitida no pronto-socorro com dor precordial opressi-
va, intensa, irradiada para membro superior esquer- 58) Um homem de 56 anos de idade, com histórico
do há 40 minutos, associada à sudorese fria e sen- de diabetes e hipertensão, vem se queixando de
sação de morte iminente. Durante o exame clínico, dispneia ao esforço. Ele nega desconforto no peito.
encontra-se em bom estado geral; eupneica; pres- Ao exame físico, apresenta turgência jugular senta-
são arterial = 100 x 70 mmHg, frequência cardíaca = do, um ritmo cardíaco regular com um galope apical
92 bpm; frequência respiratória = 20 irpm. Pulmões de B4, estertores crepitantes bibasais e edema de
limpos. Ritmo cardíaco regular, dois tempos, sem tornozelos bilateralmente. O ECG revela ritmo sinu-
sopros. Abdome flácido, sem visceromegalias, ruí- sal com FC de 80 bpm, sem outras alterações. A

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ecocardiografia demonstra FE do ventrículo esquer- GABARITO:
do de 25% e acinesia da parede anterior. O catete- CAPÍTULO 1: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
rismo demonstra doença arterial coronariana de três 01) C (doença de refluxo gastroesofágico)
vasos com leitos distais adequados para cirurgia de 02) D (em relação as outras opções, bronquiectasia
revascularização miocárdica. Sobre a cardiomiopa- tem muito menor frequência de dor torácica)
tia isquêmica desse paciente, é CORRETO afirmar 03) B
que:
a) A cirurgia de revascularização do miocárdio é CAPÍTULO 2: PERICARDITE AGUDA
superior à terapia clínica somente se houver 01) B
presença de angina. 02) B
b) A cirurgia de revascularização do miocárdio 03) A
melhora a qualidade de vida e sobrevida mais do 04) C (neoplasia e tuberculose evoluem para tampo-
que a terapia clínica apenas se > 50% do miocárdio namento, na uremia há tamponamento por hemorra-
demonstrar-se viável. gia)
c) O miocárdio atordoado refere-se à disfunção
contrátil persistente, causada por fluxo sanguíneo CAPÍTULO 3: DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA
coronariano cronicamente reduzido. 01) C
d) Reconstrução ventricular cirúrgica com 02) A
aneurismectomia deve ser realizada juntamente 03) C
com a revascularização cirúrgica, pois a parede 04) A
anterior é a acinética. 05) B (IAM inferior com supra D2, D3 e aVF e dis-
e) O ecocardiograma ou a cintilografia com secção aguda de aorta pela migração da dor)
dobutamina poderiam diferenciar infarto de parede
anterior de hibernação do miocárdio. CAPÍTULO 4: DOENÇA ISQUÊMICA DO
MIOCÁRDIO
59) Sobre pericardite, assinale a afirmativa CORRE- 01) B
TA: 02) B (no teste ergométrico, infradesnível de ST ≥ 1
a) A dor torácica, embora varie com a mudança de mm ou 0,1 mV é + para isquemia miocárdica)
decúbito, não apresenta variação respiratória. 03) B
b) A dor torácica não se altera com o aparecimento 04) E (mais em mulheres e são mais jovens)
de derrame pericárdico. 05) D (atropina diminui os testes ineficazes)
c) A dor é amenizada na posição de "prece 06) B
maometana" sendo esta um achado semiológico 07) D (eco-stress e cintilografia são mais sensíveis)
sugestivo. 08) E (paciente possui limitação de esforço, então
d) A dor é de localização interescapular, associada induzir por remédio. E dipiridamol é contraindicado
com síndrome viral aguda e hipertensão arterial em quem teve broncoespasmo)
sistêmica. 09) B
10) D
60) As síndromes coronarianas agudas têm apre- 11) A (clopidrogrel reduz, não previne. No tronco é
sentado uma incidência crescente nos últimos anos. indicado cirurgia. É indicado uso de antiplaquetá-
As medidas precoces têm diminuído as complica- rios, não anticoagulantes)
ções e a mortalidade dos pacientes coronariopatas 12) B
e entre elas é indicado: 13) E (SCA com supra ST em parede inferior e,
a) Clopidogrel em dose de ataque e associado ao como optou por angioplastia, dobrar dose do clopi-
AAS nas síndromes coronarianas com supra de ST dogrel. Se fosse trombólise seria 300 mg)
e idade inferior a 75 anos. 14) B
b) Clopidogrel em dose de ataque sem a associação 15) D
com AAS, para impedir o risco de sangramento. 16) B
c) Usar clopidogrel ou AAS, sem associação das 17) C
duas drogas nas síndromes coronarianas agudas. 18) D
d) Uso de AAS na emergência, estando 19) C
contraindicado o clopidogrel. 20) A
21) A (supra ST generalizado côncavo, infra PR)
22) C (cálcio altera intervalo QT de forma inversa-
mente proporcional, não intervalo ST)
23) C
24) B (evitar betabloqueador devido vasoconstrição)
25) A
26) D
27) E (RIVA é benigno)

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28) A (IAMST anterolateral + contraindicação trom- 27) D (alteração V3-V6 e uma dissecção aórtica
bólise) aguda tipo A de Stanford evidente pelo duplo lúmen)
29) C 28) A
30) C 29) B
31) C 30) D (SCA sem supra ST e troponina normal)
32) D 31) A
33) A 32) D (SCASSST)
34) B 33) D (IAM com supra)
35) A 34) B (ECG em 10 min sempre)
36) B (vasodilatador não pode em choque cardio- 35) C (não é raro)
gênico) 36) A
37) D 37) D (lembram que tem baixa especificidade)
38) A (sopro irradiando para axila esquerda) 38) B (lesão trivascular e diabetes)
39) D 39) A (supra ST de V1-V4)
40) C (sopro sistólico rude na borda esternal es- 40) E (SCA com supra ST, fazer reperfusão)
querda indica ruptura de septo interventricular) 41) C
41) A (cirurgia é exceção) 42) D (nitrato diminui pré-carga cardíaca)
42) D (ruptura do septo interventricular) 43) B
43) C (insuficiência mitral o sopro é no ápice e irra- 44) A
dia para axila esquerda; já ruptura de septo irradia 45) D
para tórax direito e mais audível na borda esternal 46) D
esquerda) 47) B (subfebril, ECG com supra ST em todas as
44) A (pericardite pós-IAM) derivações, exceto V1 e aVR com infra ST)
48) C
QUESTÕES EXTRAS 49) D (DI e aVL é anterior ou lateral alto)
01) B (IAM anterior com supra, limitação pela gravi- 50) D
dez de trombolíticos) 51) B (betabloqueador é contraindicação)
02) A (supra ST em D2,D3 e aVF; infra ST em V1- 52) D (angina aguda por esforço extremo é estável)
V3, provavelmente espelho de supra em V7 e V8). 53) A (coronária direita irriga parede inferior VE)
03) B (edema agudo de pulmão é grave) 54) C (valorizar o maior risco)
04) A 55) B (não há distinção de tratamento entre angina
05) D (não dá para fazer teste ergométrico, pois instável e IAM sem supra ST)
ECG de base está alterado) 56) E
06) D (infra ST, fazer estratificação invasiva) 57) B
07) A 58) E
08) C 59) C
09) B 60) A
10) C (IAM sem supra ST)
11) B (geralmente ocorre em pico hipertensivo)
12) B (SCA com supra ST)
13) B (Pericardite)
14) B
15) D (SCA sem supra ST)
16) C
17) E
18) A
19) C
20) A
21) A (Pericardite supra ST difusa exceto aVR e V1)
22) B (com elevado risco, manter LDL < 50 mg/dl)
23) C
24) D (choque, dar noradrenalina e balão)
25) A
26) C (pode ser angina instável ou IAM sem supra
ST, mas o tratamento é o mesmo)

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