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- Espaço pericárdico situa-se entre estas duas camadas e é preenchido por 50ml de fluído
seroso.
- Na dilatação aguda do coração (ex. IAM de VD, TEP, IM aguda, etc.) o volume do coração
excede a capacidade de restrição diastólica do pericárdio, ocorrendo aumento das pressões
em cavidades direitas e equalização parcial com as pressões esquerdas, podendo levar a
ocorrência do sinal de Kussmaul (aumento paradoxal do pulso venoso jugular à inspiração).
Pericardiopatias
A – Pericardite Aguda
B – Pericardite Constrictiva
C – Derrame Pericárdico
D – Tamponamento Cardíaco
1) Idiopática
2) Infecciosa
- Micobactérias (tuberculose)
- Fungos (histoplasmose, coccidiodomicose)
- Protozoários
3) Imuno-inflamatória
- Tardia após IAM (Sínd. de Dressler), tardia após pericarditomia/toracotomia, tardia após
trauma.
4) Neoplasias
7) Hemopericárdio
- Com maior freqüência uma pequena porção do pericárdio à esquerda é ausente (67%)
- Associa-se com defeito do septo atrial, valva aórtica bicúspide e cisto broncogênico.
- Pode estar associado a morte súbita quando há ausência parcial, já que as câmaras cardíacas
podem herniar- se pelo defeito e produzir compressão de artérias coronárias com
conseqüente isquemia.
Cisto Pericárdico
- Muitos casos de pericardite idiopática são presumidos como sendo de origem viral, porém
como os testes para detecção de vírus são muito caros, eles não são realizados.
Pericardite ocorrendo 24 à 72h após IAM transmural é causada por inflamação local (20% no
IAM anterior) e a mais tardia conhecida como Síndrome de Dressler.
Síndrome de Dressler
- Incidência de 3-4% em 1957, mas a incidência diminuiu dramaticamente desde aquela época.
- Clinicamente, os pacientes com síndrome de Dressler apresentar com mal estar, febre,
desconforto pericárdio, leucocitose, VHS elevado e derrame pericárdico.
- A causa dessa síndrome não está claramente estabelecido, embora a detecção de anticorpos
contra o tecido cardíaco levantou a noção de um processo imunopatológico.
- A incidência de pericardite após IAM tem declinado com o uso de trombolíticos e an-
gioplastia primária.
- A presença de derrame pericárdico com ou sem dor pericárdica após IAM não é con-tra-
indicação ao uso de heparina.
- Hemopericárdio pode ocorrer após IAM, estando mais frequentemente associado ao infarto
de parede lateral.
- Alguns casos são associados com miocardite que se manifesta por aumento de marcadores
de necrose (CK-MB e Tn-I)
História e Diagnóstico Diferencial da Pericardite Aguda
- Dor de início rápido e caráter súbito; podendo ser de forte intensidade; mais comum
subesternal, irradiação para o braço esquerdo é incomum; irradiação para o trapézio é comum,
sendo altamente específica para pericardite; alivia inclinando-se para a frente e piora ao
deitar.
- Diagnóstico diferencial mais comum se faz com pneumonia, pleurite, TEP, costocondrite e
doença do refluxo gastroesofágico
Exame Físico
- Podem apresentar febre e ansiedade
- sinal anormal no exame físico é o atrito pericárdico, que se deve à fricção entre o
pericárdio visceral e parietal.
- Geralmente audível na borda esternal esquerda baixa, podendo estender-se ao ápex, sendo
melhor audível com o paciente inclinado para frente e em expiração.
Eletrocardiograma
- É considerado o mais importante exame para o diagnóstico da pericardite aguda
Hemograma
- Alguns pacientes tem aumento de Tn-I, sem elevação de CK-MB, sugerindo inflamação
epicárdica adjacente, mais do que inflamação do miocárdio.
Raios- X de Tórax
- Geralmente normal
- Pode ser alterado quando da presença de pericadite secundária a alguma etiologia específica
Ecocardiografia
- Principal razão para sua realização é excluir a presença de derrame pericárdico silencioso
- Tratamento com AINE – Ibuprofeno 600mg a 800mg VO, 3x/dia, parando se a dor
desaparecer em 2 semanas.
- Não responsivos a AINE devem receber analgésicos narcóticos e em alguns casos colchicina
ou prednisona
- Miocardite não é complicação de pericardite, e sim uma condição que pode associar-se.
Fisiopatologia e Hemodinâmica
- Derrame é o produto de um processo inflamatório e/ou infeccioso que afeta o pericárdio.
- Tamponamento pode ocorrer sem pulso paradoxal em pacientes com disfunção importante
de VE, na IAo e nos defeitos do septo interatrial. A dissecção aórtica com tamponamento
também pode ser uma causa, pois ocasiona IAO.
Apresentação Clínica
- Derrame geralmente não causa sintoma, tamponamento sim
- Hipofonese de bulhas
- Ictus impalpável
- Pulso paradoxal
Obs.: Tamponamento pode ocorrer sem pulso paradoxal em pacientes com disfunção
importante de VE, na IAo e nos defeitos do septo interatrial. A dissecção aórtica com
tamponamento também pode ser uma causa, pois ocasiona IAO.
- Tríade de Beck (tamponamento grave): hipotensão, hipofonese de bulhas e Pulso venoso
jugular elevado (turgência jugular)
Exames Diagnósticos
Eletrocardiograma
- Voltagem reduzida e alternância elétrica
Raios-X de tórax
- Silueta cardíaca é normal até o derrame ser moderado
- Com derrames moderados a silueta aumenta e a projeção em perfil pode mostrar uma
separação entre o pericárdio visceral e o epicárdio
Ecocardiograma
- Melhor método não- invasivo diagnóstico para derrame pericárdico e TC
- Derrame é visto como uma área livre de ecos, entre os pericárdios visceral e parietal.
- pericardiocentese de emergência.
Pericardite Constrictiva
- Estágio final de um processo inflamatório que envolve o pericárdio
- irradiação,
- pós cirúrgica,
- infecciosa (tuberculose)
- neoplásica,
- autoimune,
- uremia,
- pós trauma,
- sarcoidose,
- desfibrilador implantável.
- Ocorre fibrose densa, calcificação e adesão dos folhetos parietal e visceral.
- Pressão venosa jugular elevada com onda “y” proeminente onda “x” normal
- Achado cardíaco mais notado é o “Knock pericárdico”, que é um ruído diastólico precoce,
melhor ouvido na borda esternal esquerda e/ou ápex cardíaco na inspiração; apresenta alta
freqüência; corresponde a uma precoce e súbita cessação do enchimento ventricular.
-ECG: não há achados específicos. Pode ocorrer baixa voltagem, alterações da onda T.
Fibrilação atrial está presente em número significante de pacientes.
- Rx: a silueta cardíaca pode ser aumentada secundária a derrame coexistente. Calcificação
pericárdica é vista em uma minoria dos pacientes e deve levar a suspeita de pericardite
tuberculosa.
- Ecocardiograma: espessamento pericárdico, deslocamento abrupto do SIV durante a
protodiástole, e sinais de congestão sistêmica com dilatação de veias hepáticas e distensão
de cavas. Abertura prematura da valva pulmonar pode ocorrer. Transesofágico é superior ao
transtorácico na medida da espessura do pericárdio e se correlaciona bem com a TC.
Etiologia e Fisiopatologia
Uma grande variedade de doenças do pericárdio têm sido relatadas em pacientes infectados
com HIV.
Estima-se que 20% dos pacientes com HIV envolvimento pericárdico e algum momento da
doença
Moderados a grandes derrames são mais freqüentes com estágios mais avançados da
infecção.