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Fase I (no momento da dor) – supradesnível de ST - O principal achado neste exame é o derrame
em várias derivações, onda T positiva e apiculada; pericárdico, que pode ser de extensão variável, de
pequena a grande monta.
Fase II (dias após) – volta do ST à linha de base,
com a onda T aplainada; - O mais comum é a ausência de derrame, ou um
derrame leve. A ausência de derrame pericárdico
Fase III (1-2 semanas após) – inversão da onda T; no ecocardiograma, portanto, não exclui o
Fase IV (semanas ou meses após) – normalização diagnóstico de pericardite aguda.
do ECG. Outros exames:
- As quatro fases estão presentes em 50% dos - RX de tórax geralmente é normal, a não ser se
casos; houver um derrame pericárdico de moderada a
- Na pericardite crônica, a inversão da onda T pode grande quantidade;
persistir indefinidamente; - O exame de sangue pode revelar uma leucocitose
- O principal diagnóstico diferencial é com o IAM; discreta e um aumento do VHS.
- Este quadro costuma responder muito bem ao - Nos casos duvidosos, em que é feita a
início da diálise. A pericardite urêmica pericardiocentese diagnóstica, o líquido
contraindica o uso de anticoagulantes, e a heparina caracteristicamente contém mais de 20.000
deve ser usada com muito cuidado nas sessões de leucócitos por campo, glicose abaixo de 45 mg/dl,
hemodiálise; e positividade para o FR;
- Quando não há sinais de miocardite nem de - O tratamento é feito com AINEs ou com doses
valvulite reumáticas, não é necessário o uso dos anti-inflamatórias de corticoides.
corticosteroides na terapia, que pode ser feita
apenas com AAS;
- Outras colagenoses, em especial a esclerodermia, - Na maioria das vezes, entretanto, a pericardite
podem associar-se à pericardite aguda, porém mais aguda é de causa viral ou idiopática, sendo uma
raramente que as citadas acima. doença autolimitada.
Outras Causas de Pericardite Aguda Internação hospitalar: Não é necessária em todos
os casos, sendo indicada em pacientes com
- A tuberculose pericárdica pode manifestar-se manifestações de alto risco de evolução
como pericardite aguda, porém o mais comum é desfavorável, como:
uma apresentação clínica subaguda ou crônica, - Febre > 38 oC e leucocitose;
com um quadro clínico de uma doença sistêmica, - Evidências de tamponamento cardíaco ou
muitas vezes sem sintomas referentes ao derrame pericárdico importante;
pericárdio; - Curso subagudo da doença (sem quadro agudo de
dor torácica);
- Infecções fúngicas podem causar pericardite. O - Imunodeprimidos;
mais comum nesse contexto é o Histoplasma - Uso de antagonistas da vitamina K (varfarina);
capsulatum, que causa a pericardite secundária a - Trauma recente;
fenômenos imunológicos; - Falência terapêutica ao tratamento com AINE ou
colchicina;
- A pericardite por histoplasma não requer - Troponina elevada (sugere miocardite associada).
tratamento específco (apenas AINEs), a não ser que
faça parte da forma aguda disseminada da doença. - Em geral, o quadro é autolimitado e o tratamento
- Em pacientes imunossuprimidos, Candida e é apenas sintomático, além da retirada do fator
Aspergillus podem ser causa de pericardite; desencadeante (medicamento suspeito =
suspender; uremia = diálise; tratamento específico
- As pericardites relacionadas ao IAM podem se das doenças autoimunes). A atividade física
dever à lesão direta do pericárdio, devido à extenuante deve ser evitada até a resolução dos
infamação secundária a uma isquemia sintomas.
transmural em área contígua (pericardite
epistenocárdica) ou por fenômeno imunológico - O tratamento padrão envolve um agente anti-
(Síndrome de Dressler); inflamatório não esteroidal (por 1-2 semanas),
associado à colchicina. Opções:
- A primeira ocorre já na 1ª semana e só envolve o
pericárdio; a segunda ocorre na 2ª ou 3ª semana e Ácido acetilsalicílico 650-1.000 mg
acomete também outras serosas (pleura, VO de 8/8 horas (dar preferência na
principalmente). pericardite pós-infarto);
Ibuprofeno 600-800 mg VO de 8/8
- A pericardite aguda também pode estar
horas;
relacionada ao uso de algumas drogas. Nesse Indometacina 25-50 mg VO de 8/8
contexto, as drogas mais importantes são as horas;
relacionadas à síndrome lupus-like,
principalmente isoniazida e hidralazina. Naproxeno 250-500 mg VO de 12/12
horas.
- A hipersensibilidade às penicilinas pode levar à
pericardite aguda, associada a rash cutâneo, Associar à colchicina 0,5 mg VO de 12/12 horas,
eosinoflia e, às vezes, nefrite intersticial. A por 3-6 meses.
doxorrubicina e o minoxidil podem levar à
pericardite por mecanismos desconhecidos. - Se refratariedade a AINE: Substituir por
corticoide e manter colchicina (evitar em pacientes
com pericardite pós-infarto):
Eletrocardiograma:
- Os achados mais comuns neste exame são a baixa
voltagem do QRS e as alterações na
repolarização, geralmente achatamento ou
inversão da onda T;
- A onda P pode apresentar sinais de aumento
atrial esquerdo, comum na pericardite constritiva.
- A presença de doença do sistema de condução e a
presença de ondas Q de fibrose sugerem o
diagnóstico de cardiomiopatia, porém a extensão
do processo fibroso pericárdico para o epicárdio
pode levar a essas alterações.
Radiografa de Tórax:
- O exame físico revela um aumento da pressão - As alterações mais comuns são aumento da cava
jugular, turgência patológica e um pulso venoso superior, do átrio esquerdo, o derrame pleural e a
com dois descensos proeminentes (aspecto “em calcificação pericárdica;
W ou M”);
- Esta última está presente em 50% dos casos e
- A hepatomegalia está associada à detecção de um sugere a etiologia tuberculosa;
pulso hepático venoso visível e palpável à presença
do refluxo hepatojugular; - A calcificação geralmente cobre a superfície do
VD e o sulco atrioventricular. - A sua presença
- A ascite frequentemente é tensa, com o teste de isolada não indica
Piparote positivo; pericardite constritiva,
- O exame do precórdio pode mostrar uma retração porém, diante de um
sistólica da ponta, uma discreta hipofonese de quadro clínico e
bulhas e o achado mais característico: o “knock” ecocardiográfico
pericárdico; sugestivo, insinua muito o
diagnóstico. A área
- Este som protodiastólico, de tom agudo e timbre cardíaca costuma ser
áspero, corresponde ao “breque” no enchimento normal.
diastólico ventricular dado pela limitação
pericárdica. Pode ser confundido com o estalido de
Ecocardiograma: (1) diferença entre as pressões diastólicas do VE e
do VD menor que 5 mmHg;
- É de fundamental importância para afastar a
cardiopatia dilatada e as valvopatias tricúspides, (2) pressão arterial pulmonar sistólica < 50 mmHg;
importantes diagnósticos diferenciais;
(3) pressão diastólica final do VD maior que 1/3 da
- As pistas para o diagnóstico são: pressão sistólica.
- A identificação de duas linhas separadas por - A presença dos três critérios tem 91% de valor
líquido, correspondentes aos dois folhetos preditivo positivo para pericardite constritiva.
pericárdicos, hiperecogenecidade do pericárdio,
- A presença de apenas um ou de nenhum critério
movimento abrupto do septo interventricular no
sugere cardiomiopatia restritiva com acurácia de
início da diástole (septal bounce) e alterações
94%;
características nos fluxos mitral, tricúspide e das
veias hepáticas, de acordo com a respiração, - Em 1/4 dos pacientes em que dois critérios são
determinados através do Doppler. encontrados, o diagnóstico é duvidoso. A biópsia
endomiocárdica, durante o cateterismo, deve ser
- Devido à difícil visualização do pericárdio,
feita nos casos duvidosos, pois o achado de
algumas vezes o ecocardiograma não diferencia
miocardite, fibrose extensa ou uma determinada
entre pericardite constritiva e cardiomiopatia
doença infltrativa faz o diagnóstico de
restritiva.
cardiomiopatia restritiva;
Tomografa Computadorizada e Ressonância
- A análise dos níveis de BNP também pode ser útil
Nuclear Magnética:
na diferenciação entre pericardite constritiva e
- São exames de louvado valor para o cardiomiopatia restritiva. Apesar dos níveis
diagnóstico do espessamento pericárdico, estarem aumentados nas duas patologias, na
normalmente presente na pericardite constritiva, segunda as cifras são muito maiores (valor normal
com sensibilidade superior ao ecocardiograma; < 100 pg/ml; valor médio na pericardite constritiva
= 128 pg/ml; na CMP restritiva = 825 pg/ml).
- O grau de espessamento não está diretamente
relacionado com a repercussão hemodinâmica da
doença;
- A RNM tem uma sensibilidade ainda maior que a - A principal causa de pericardite constritiva é a
da TC. Um aspecto sugestivo de mau prognóstico tuberculose (2/3 complicam com pericardite
após a pericardiectomia é a não visualização da constritiva; o tratamento com RIP não previne
parede posterolateral do VE, significando fibrose e essa evolução).
atrofa miocárdica associada. - Outras causas são: artrite reumatoide, lúpus,
Cateterismo Cardíaco e Biópsia Endomiocárdica: esclerodermia, IAM e uremia.
- Deslanosídeo (0,4 mg/2 mL) EV. Digitalização - Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO/SNE
lenta (3-5 dias): 0,6-0,8 mg/dia, podendo ser de 8/8 horas;
fracionada;
- Enoxaparina (40 mg/0,4 mL) 0,5 mg/kg SC de
- Ajuste da posologia pelo nível sérico de digoxina 24/24 horas.
(entre 1-2 ng/dL).
12. Manter cabeceira elevada a 30º.
Sintomáticos/Analgesia
13. O2 sob máscara facial a ~2-5 L/minuto (se
10. Opções: SpO2 < 90-92%).
- Dipirona Sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas 16. Passar cateter vesical de demora.
VO/SNE de 6/6/ horas até de 4/4 horas;
17. Anotar diurese e balanço hídrico.
- Dipirona Sódica (500 mg/comprimido) 500-
1000 mg VO/SNE de 6/6 horas até de 4/4 horas; 18. Pesar diariamente em jejum.
- Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas 19. Acesso venoso periférico salinizado.
VO/SNE de 8/8 horas até de 6/6 horas;