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DOR TORÁCICA
Introdução:
Doenças ameaçadoras à vida que se apresentam com dor torácica são:
o Síndromes aórticas: dissecção aórtica – dor intensa, lancinante, irradiação para dorso,
pulsos assimétricos e sinais neurológicos focais.
o Síndrome coronariana aguda: alterações típicas no ECG, sudorese, náusea/vômitos,
associação com esforço e irradiação da dor.
o TEP: dor súbita, pleurítica e TVP.
o Tamponamento cardíaco: dispneia, fadiga, desconforto torácico, edema e choque
cardiogênico.
o Pneumotórax hipertensivo: associado a trauma ou procedimento.
o Rotura esofágica (mediastinite): dor retroesternal lancinante, enfisema subcutâneo,
alcoolismo e vômitos.
Abordagem inicial:
Atendimento do paciente instável:
o Monitorização cardíaca.
o Oxigênio se SatO2 < 90%.
o Veia – acesso venoso periférico.
Paciente A Paciente B
3h de dor 1h de dor
Triponina na entrada: 0,06 ng/mL Troponina na entrada: 0,035 ng/mL
Troponina após 3h: 0,73 ng/mL Troponina após 3h: 0,025 ng/mL
(aumento > 20%) (variação < 30%)
Referência de troponina: 0,04 ng/mL Referência de troponina: 0,04 ng/mL
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Nesse caso, houve variação > 20% - paciente Nesse caso, houve variação < 30% - paciente
de alto risco para evento coronariano de baixo risco para evento coronariano.
TEP:
Sintomas: dor torácica pleurítica súbita, dispneia, hipoxemia, síncope ou choque e pode
haver tosse associada, hemoptise, febre e edema ou dor nas pernas, e alguns pacientes
relatam dor na parede torácica.
Achados comuns no exame físico incluem taquipneia, taquicardia e hipoxemia.
Fatores de risco: cirurgia recente, trauma, imobilidade prolongada, câncer ativo, estrógenos
de pílulas anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal, principalmente se tabagismo
associado, trombofilias ou história de embolia pulmonar prévia ou trombose.
PESI para descartar TEP em pacientes com baixa probabilidade no score de Wells.
D-dímero normal em paciente hemodinamicamente estável de risco baixo a intermediário,
torna a embolia pulmonar muito improvável.
o D-dímero não deve ser solicitado em pacientes com alto risco.
Angiotomografia de artéria pulmonar é usualmente o exame de escolha.
Pericardite aguda:
Dor torácica aguda, intensa e constante, com localização subesternal. A dor pode irradiar
para o dorso, pescoço ou ombros; piora deitado e por inspiração; e alivia sentando-se e
inclinando-se para a frente. A irradiação da dor para o membro superior esquerdo não é
incomum, mas o local mais característico é irradiação para região do trapézio, que é um
sintoma altamente específico para a pericardite.
Algumas características merecem destaque:
o Dor aliviada com a inclinação do corpo para a frente e agravada pela posição de
decúbito.
o Os pacientes podem apresentar associadamente dispneia, febre ou taquicardia
desproporcional à temperatura corporal; também são descritos soluços nesses
pacientes.
o O exame físico em pacientes com complicações pode ser normal, mas o atrito
pericárdico está presente frequentemente na borda esternal inferior esquerda e é mais
bem auscultado com a inclinação do paciente para a frente. O atrito é dinâmico e pode
desaparecer e reaparecer.
o As bulhas cardíacas podem ser abafadas.
o Em até 15% dos casos os pacientes podem apresentar complicações; nesses casos,
podemos ter: pulso arterial paradoxal (diminuição > 10 mmHg na pressão arterial
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sistólica durante a inspiração), sinal de Kussmaul (distensão da veia do pescoço na
inspiração), distensão venosa jugular.
Os achados clássicos do ECG são elevação difusa do segmento ST com infra de PR.
Pneumonia:
Dor torácica geralmente descrita como aguda, pleurítica e associada com febre, tosse,
produção de expectoração e, possivelmente, hipoxemia. A ausculta pode revelar sons
respiratórios diminuídos, estertores crepitantes ou sons respiratórios brônquicos nas áreas
de consolidação afetadas.
Radiografia de tórax geralmente confirma o diagnóstico.
Pneumotórax espontâneo:
Dor torácica pleurítica de início súbito, aguda e com dispneia.
Fatores de risco: tabagismo e doenças pulmonares crônicas, como asma e DPOC.
Aproximadamente 1 a 3% dos pacientes com pneumotórax espontâneo evoluem para
pneumotórax hipertensivo.
A ausculta pode revelar sons respiratórios diminuídos e hiper-ressonância à percussão no
lado ipsilateral. A taquicardia sinusal é o achado mais comum no exame físico e enfisema
subcutâneo pode estar presente. Outros achados clássicos ao exame físico, como murmúrio
vesicular diminuído, hipertimpanismo à percussão e ausência de frêmito toracovocal são
dependentes da extensão do pneumotórax e não costumam estar presentes em
pneumotórax pequeno. No pneumotórax traumático, o valor preditivo positivo da ausência
de murmúrio vesicular ipsilateral é de 86 a 97% para o diagnóstico.
Patologias superficiais:
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A dor musculoesquelética da parede torácica é caracterizada por dor aguda, altamente
localizada e relacionada com a posição. A dor usualmente é completamente reprodutível por
palpação leve a moderada ou por movimentos específicos e pode ser aumentada por
inspiração ou tosse. No entanto, a sensibilidade da parede torácica também é relatada por
alguns pacientes SCA e embolia pulmonar.
A costocondrite (síndrome de Tietze) é uma inflamação das cartilagens costais ou suas
articulações esternais e causa dor torácica que costuma ser aguda e frequentemente
aumenta com as inspirações.
O herpes-zóster que acomete dermátomos precordiais pode simular a dor torácica.
Dor psicogênica:
As causas psicogênicas de dor torácica incluem o transtorno de pânico, que é caracterizado
por períodos recorrentes e inesperados de sensação de medo ou desconforto intenso com
pelo menos quatro dos seguintes sintomas: dor torácica, dispneia, palpitações, diaforese,
náusea, tremores, asfixia, tontura, medo de perder o controle ou morte, parestesia, calafrios
ou ondas de calor.
Em um estudo, 25% dos pacientes no PS com dor torácica preencheram os critérios
diagnósticos para transtorno de pânico. Por outro lado, 9% dos pacientes identificados como
tendo transtorno de pânico foram diagnosticados com SCA na alta hospitalar. Isso significa
que o transtorno de pânico é, na melhor das hipóteses, um diagnóstico de exclusão ou um
diagnóstico que pode frequentemente ser associado com síndrome coronariana aguda.
Deve-se ter cuidado em realizar o diagnóstico de transtorno de pânico em um paciente com
dor torácica no PS até uma melhor estratificação de risco, em geral com exames
complementares.