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DISPNÉIA

DR. MARCELO FREITAS – PROF. EFETIVO FAMERV UNIRV -


MÉDICO ESPECIALISTA CIRURGIÃO GERAL, UROLOGISTA,
PLANTONISTA DE TERAPIA INTENSIVA, PERITO MÉDICO
FEDERAL, PERITO EXAMINADOR DE EAFM CNH
CONCEITOS
• ORIGEM DO GREGO DYS + PNOIA = RESPIRAÇÃO RUIM
• EXPERIÊNCIA SUBJETIVA OU INDIVIDUAL(PERCEPÇÃO CONSCIENTE RESPIRAÇÃO NORMAL OU
ALTERADA)
• SINTOMA (QUEIXA DO PACIENTE) E OU SINAL (PODE SER PERCEBIDO PELO MÉDICO INDÍCIO DE
EXAME FÍSICO) DE DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
• FUNÇÃO PRIMORDIAL DA RESPIRAÇÃO = TROCA GASOSA ENTRA O2 E SAI CO2
• DOENÇA OU CONDIÇÃO
• DECORRENTE AUMENTO DO TRABALHO RESPIRATÓRIO(AUMENTO DA DEMANDA DE O2 COM
DIFICULDADE DE OBTENÇÃO)
CONCEITOS
• DEFINIÇÃO: American Toracic Society “UM TERMO USADO PARA CARACTERIZAR A EXPERIÊNCIA
SUBJETIVA DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO QUE CONSISTE DE SENSAÇÕES QUALITATIVAMENTE
DISTINTAS, VARIÁVEIS EM SUA INTENSIDADE. ESSA EXPERIÊNCIA DERIVA DE INTERAÇÕES ENTRE
MÚLTIPLOS FATORES FISIOLOGICOS, PSICOLÓGICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, PODENDO INDUZIR
RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS E FISIOLÓGICAS SECUNDÁRIAS”.
• TERMOS UTILIZADOS PELOS PACIENTES: FALTA DE AR; FADIGA; RESPIRAÇÃO DIFÍCIL, CANSADA,
TRABALHOSA, PESADA; ABAFAMENTO, SUFOCAÇÃO, FOME DE AR, APERTO NO PEITO, APERTO NA
GARGANTA; A QUANTIDADE DE AR QUE ENTRA NÃO É SUFICIENTE; NÃO CONSIGO EXPELIR TODO AR
PARA FORA
• A SENSAÇÃO DE DISPNÉIA É MAIS PERCEBIDO NUM CONTEXTO DE DOENÇA E REPOUSO, DO QUE
APÓS UM EXERCÍCIO INTENSO EM UM INDIVÍDUO NORMAL
CONCEITOS
• DISPNÉIA OCORRE EM ATÉ 20% DA POPULAÇÃO GERAL.
• 7,6% DOS ATENDIMENTOS EM UNIDADES DE EMERGÊNCIAS.
• O DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO É AMPLO: ANORMALIDADES DO AMBIENTE, DAS VIAS AÉREAS
SUPERIORES E INFERIORES, PARÊNQUIMA PULMONAR, CORAÇÃO, SANGUE, PAREDE
TORÁCICA(OSSOS, MÚSCULOS E NERVOS), DIAFRAGMA E SISTEMA NERVOSO, INCLUINDO
RECEPTORES QUÍMICOS E MECÂNICOS, CONDICIONAMENTO FÍSICO E ESTADO EMOCIONAL.
• NÃO HÁ BIOMARCADOR OU EXAME COMPLEMENTAR ESPECÍFICO PARA O DIAGNÓSTICO.
• HISTÓRIA CLÍNICA DETALHADA E EXAME FÍSICO PERSPICAZ SÃO DETERMINANTES.
TIPOS
• AGUDA: MINUTOS A HORAS
• FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA ADULTOS >25 IRM E RITMOS RESPIRATÓRIOS ANORMAIS
• SATO2<90-92%
• CRÔNICA: MAIS DE 30 DIAS
• DE ESFORÇO FÍSICO: MAIS USADA ESCALA MODIFICADA MRC
0 Sinto falta de ar ao realizar exercício físico intenso
1 Sinto falta de ar quando aperto meu passo ou subo escadas ou ladeira
2 Preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou ando mais devagar que as outras pessoas da minha idade
3 Preciso parar muitas vezes devido a falta de ar quando ando perto de 100 m ou poucos minutos de caminhada no plano
4 Sinto tanta falta de ar que não saio de casa, ou preciso de ajuda para me vestir ou tomar banho sozinho
• DE REPOUSO
ORTOPNÉIA, DISPNÉIA PAROXÍSTICA NOTURNA,
PLATIPNÉIA E TREPOPNÉIA

■ Ortopnéia: desconforto respiratório que ocorre em decúbito horizontal. Acontece em algumas


situações, como insuficiência cardíaca congestiva descompensada, asma, doença pulmonar
obstrutiva crônica, doenças neuromusculares etc.;
■ Dispnéia paroxística noturna: o paciente se queixa de acordar com sensação de sufocamento. Às
vezes, precisa permanecer em pé, com janelas abertas ou até mesmo ligar um ventilador para
sentir algum alívio;
■ Trepopnéia: ocorre no decúbito lateral, p. ex., nos derrames pleurais volumosos e nas paralisias
diafragmáticas unilaterais;
■ Platipnéia: dispneia que ocorre em ortostase e alivia em decúbito. Presente nas pericardites e
nos shunts direita-esquerda. Nesta última situação, pode vir acompanhada de ortodeoxia, ou seja,
dessaturação arterial na posição em pé. Pode ser observada na síndrome hepatopulmonar
FISIOPATOLOGIA
• Aumento da demanda ventilatória => Exercícios extenuantes, altitude, anemia, tireotoxicose
• Fraqueza e fadiga da musculatura respiratória => Doenças neuromusculares
• Ineficiência mecânica secundária à hiperinsuflação pulmonar => Enfisema pulmonar
• Aumento de resistência das vias aéreas => Asma, DPOC
• Redução da complacência pulmonar => Doenças pulmonares intersticiais, congestão pulmonar
• Desordens no centro de controle – central => Intoxicação por AAS, cetoacidose diabética, hipóxia ou hipercapnia
• Desordens no centro de controle – periférico (estimulação dos receptores pulmonares) => Edema pulmonar, doença
intersticial
• Desordens na bomba ventilatória (caixa torácica/ musculatura respiratória/diafragma) => Doenças neuromusculares,
pleurais
• Desordens na troca gasosa através da membrana alvéolo-capilar => Enfisema pulmonar, fibrose pulmonar
FISIOPATOLOGIA
• Principais desordens cardiovasculares
Isquemia miocárdica aguda
Disfunção sistólica
Doenças valvares
Doenças pericárdicas
• Alterações da complacência pulmonar, relação ventilação-perfusão e hipoxemia: edema
agudo de pulmão.
• Ativação de receptores no átrio direito ou no interstício pulmonar, sensíveis a aumento da
pressão capilar pulmonar, levando à sensação de dispneia.
• Dispneia psicogênica é um diagnóstico de exclusão. Devem ser descartadas todas as outras
causas mais comuns.
CLÍNICA
• Obstrução de vias aéreas
Corpo estranho => Início súbito durante alimentação, sensação de corpo
estranho
Infecção => Início gradual, febre, dor à deglutição, dificuldade em abrir a boca
Anafilaxia => Início súbito após alimentação (frutos do mar, corantes etc.),
medicação ou picada de inseto, edema de língua e lábios
CLÍNICA
• Causas respiratórias
Asma => Histórico de alergia e asma, crise de início súbito, sibilância (chiado no peito)
DPOC => História de bronquite crônica ou enfisema, tabagismo, tosse produtiva crônica, início gradual
Pneumonia => Início gradual (de horas a dias), febre, tosse, dor pleurítica
Pneumotórax => Início, dor pleurítica
Embolia pulmonar => História de imobilização recente (trauma, cirurgias), uso de anticoncepção oral,
dispneia súbita com dor ventilatório-dependente
• Causas cardíacas
Gerais => Diagnóstico de doença cardíaca prévia (HAS, Chagas, IAM etc.), edema de membros inferiores,
ortopneia, dispneia paroxística noturna. História prévia de dor torácica do tipo anginosa
EXAME FÍSICO
• Redução ou abolição dos sons pulmonares DPOC, asma grave, pneumotórax
• Uso de musculatura acessória DPOC ou asma graves, insuficiência
respiratória
• Estridor (expiratório) Crupe, corpo estranho, traqueíte
• Estridor (inspiratório) Corpo estranho, epiglotite, angioedema
• Hiperventilação Acidose, sepse, intoxicação por salicilatos, ansiedade
• Estase jugular com ausculta pulmonar normal Falência de ventrículo direito
(embolia pulmonar, tamponamento cardíaco)
EXAME FÍSICO
• Estase jugular com crepitações pulmonares Insuficiência cardíaca
descompensada, SARA
• Sopros cardíacos Doenças valvares
• Pulso paradoxal TEP, falência ventricular direita, choque cardiogênico,
tamponamento pericárdico, exacerbação grave de asma
• Estertores/crepitações pulmonares Insuficiência cardíaca descompensada,
SARA, pneumonias
• Sibilos Exacerbações de asma ou DPOC, corpo estranho, insuficiência
cardíaca descompensada
EXAME FÍSICO
• Sinais sugestivos de severa dificuldade respiratória
Uso de musculatura acessória
Respiração curta/taquipneia
Incapacidade de se manter em posição supina
Diaforese
Agitação, alteração do estado mental
• Sinais de iminente parada respiratória
Depressão do nível de consciência
Incapacidade de manter esforço respiratório (fadiga respiratória)
Cianose
EXAMES
COMPLEMENTARES
• Como a maioria das causas envolve os sistemas respiratório e
cardiovascular, a radiografia simples de tórax e o
eletrocardiograma devem ser solicitados na maioria dos
atendimentos.
RX TÓRAX
Doenças Alteração de raio X de tórax
Falência cardíaca aguda (IC) Cardiomegalia, cefalização da vasculatura pulmonar, edema
intersticial (linhas B de Kerley), sinais de congestão vascular
(opacidades alveolares bilaterais), derrame pleural bilateral
Pneumonia Infiltrados alveolares (consolidação lobar, segmentar, bilaterais –
broncopneumonia)
Pneumotórax Hipertransparência do hemitórax comprometido com colapso
pulmonar e desvio mediastinal contralateral
DPOC – enfisema pulmonar Hiperinsuflação pulmonar
ELETROCARDIOGRAMA
• Doenças Alteração de ECG
Síndromes coronarianas agudas Supradesnivelamento do segmento ST
Infradesnivelamento do segmento ST
Arritmias cardíacas Taquicardia ventricular, bradiarritmias (BAVT)

Embolia pulmonar Sobrecarga do ventrículo direito, desvio de eixo cardíaco para a


direita, S1Q3T3
Derrame pericárdico – tamponamento Derivações com baixa voltagem
OUTROS EXAMES
Exames complementares Doenças

Biomarcadores cardíacos – troponina Síndromes coronarianas agudas

BNP Insuficiência cardíaca com dúvida diagnóstica


D-dímero TEP com probabilidade pré-teste baixo
Angiotomografia computadorizada de tórax TEP
Estudo ecocardiográfico USG de tórax: avaliação de derrame pleural
Ecocardiograma: avaliação de tamponamento de
pericárdio, isquemia miocárdica, embolia pulmonar
(hipertensão pulmonar, falência de VD)
CONDUTA
• TRATAR A CAUSA BÁSICA OU AS CAUSAS
• ABC – MOV
• OXIGENIOTERAPIA: CN, MACRONEBULIZAÇÃO
• MEDIDAS FARMACOLÓGICAS E NÃO FARMACOLÓGICAS
• VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA
• IOT E VENTILAÇÃO MECANICA INVASIVA

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