Você está na página 1de 36

IDENTIFICAÇÃO E

TRATAMENTO DA PCR

Paulo Cesar M. Colbachini


Pediatria e Terapia Intensiva – HMCP PUC-Campinas
Cessação da circulação sanguínea em
consequência da ausência ou ineficâcia da
atividade mecânica cardíaca

1. PCR Hipóxica / por Asfixia


2. PCR Súbita
• 5 a 15% dos casos de PCR pediátrica
• Geralmente se apresenta como Arritmia ventricular
• Ritmo chocável
1. Fibrilação Ventricular (FV)
2. Taquicardia Ventricular (TV)
• Apresentação inicial (~ 14% das PCRs intra-hosp.)
• Surge durante a parada (~ 27% das PCRs intra-hosp.)

• Incidência aumenta com a idade


• Maior parte dos episódios ocorre durante Atividade Física
• Cardiomiopatia Hipertrófica
• Artéria Coronária Anômala
• Sd. do QT Longo
• Miocardite
• Intoxicação Farmacológica (Dioxina, Efedrina, Cocaína, ...)
• Trauma torácico direto
• Afogamento
• Canalopatias
• Canais iônicos dos miócitos
• Mutação genética
• 14 a 20% das PCRs Súbitas sem causa aparente (necro)
• < 6 meses à Sd. Morte Súbita do Lactente
• > Incidência em posição PRONA
• Em redução (campanha “Back to Sleep”)
• Hipóxia tecidual e Acidose progressivas

• Insuficiência respiratória

• Choque

• Final comum à Insuficiência Cardiopulmonar


INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
• Obstrução vias aéreas superiores
• Broncoespasmo
• Pneumonia
• Distúrbios do Centro de Controle Respiratório (SNC)
• Afogamento
• Trauma
HIPOTENSÃO
• Hemorragia, Desidratação
• Sepse
• Choque cardiogênico (miocardite, IM, tamponamento, …)
• Choque neurogênico
• Distúrbios metabólicos, eletrolíticos
• Intoxicações
• Trauma
Potencialmente REVERSÍVEIS!
6H 5T
Hipovolemia Tensão do Tx (pneumotórax)
Hipóxia Tamponamento cardíaco

Hidrogênio (acidose) Toxinas

Hipoglicemia Trombose pulmonar

Hipo / Hipercalemia Trombose coronária

Hipotermia
PCR SÚBITA à apresentação súbita

PCR HIPÓXICA / por ASFIXIA


• Insuficiência cardio pulmonar
• Má oxigenação, ventilação e perfusão tecidual
• DETERIORAÇÃO CLÍNICA
• Progressiva

Avaliação adequada pode detectar uma criança


a poucos minutos da PCR
Modelo de Avaliação Primária
A – possível obstrução da via aérea
B – bradipnéia, respiração irregular, gasping
C – bradicardia, TEC lentificado, pulsos centrais fracos, periféricos
ausentes, extremidades frias, pele rendilhada, cianose,
hipotensão
D – redução do nível de consciência
E – hemorragia, hipotermia, trauma

Na criança RESPONSIVA!
Sinais de evolução para PCR
1. Não RESPONDE

2. Não RESPIRA (ou só GASPEIA)

3. Não tem PULSO PALPÁVEL

• Máximo 10 segundos

• Pulsos Centrais

• Braquial no lactente

• Carotídeo ou Femoral nas crianças


AHA 2015ààCManteve
*AHA2010 – A – B (compressões
recomendação C-A-B
– Via Aérea – Respiração)

Na prática afeta o socorrista único


Por quê? Atendimento intra-hospitalar à ações simultâneas

• Manipular a via aérea é mais difícil do que comprimir o tórax


• Comprimir não exige equipamento (início rápido, sem atraso)
• Técnica “melhor difundida”
• Adulto se beneficia mais das compressões imediatas
• “Uniforme para todas as idades” (exceto RN) !?
• Criança precisa da ventilação imediata (C-A-B atrasa em torno
de 18 segundos em um atendimento intra hospitalar)
COMPRESSÕES
• 1/3 do AP do Tx (4 cm RN / 5 cm cça / 6 cm adolescente*)
• Frequência 100 a 120*/min
• Permitir retorno total do Tx
• Alternar socorrista (2 minutos)
• Minimizar as interrupções (limitar a 10 segundos)

*AHA 2015
VIA AÉREA

• Discreta hiperextensão

• Inclinação da cabeça com elevação do queixo

• TRAUMA = anteriorização da mandíbula

• Providenciar via aérea avançada


VENTILAÇÃO

• Até via aérea não avançada

• 30:2 (1 socorrista)

• 15:2 (2 socorristas)
VENTILAÇÃO
*AHA 2015 à se impossibilidade de

• Via aérea avançada ventiulação à compressão apenas

• 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos

• 8 a 10 ventilações por minuto

• Assincrônicas com as compressões

• Elevação visível do tórax


• Via aérea avançada

• Acesso venoso

• Avaliação do Ritmo

• Desfibrilação

• Tratamento medicamentoso
• IOT (visualização direta ou assistida)

• Dispositivos supraglóticos

• Cricotireoidostomia
1ª) ENDOVENOSA
• Periférico (a menos que já haja acesso venoso central)
• Administração em bolus
• Sem interrupção das compressões

2ª) INTRA ÓSSEA


• Qualquer faixa etária
• Qualquer medicamento ou fluído que pode ser
administrado EV também pode ser admistrado IO
INTRA ÓSSEA

• Deve ser substituído assim que outra


for garantida
• Período curto (< 24h)
• Observar sinais de edema ou
deslocamento da agulha
• Complicações: Necrose, Sd.
Compartimental
3ª) ENDOTRAQUEAL

• Última opção

• Medicamentos lipossolúveis

• VANEL (Vasopressina, Atropina, Naloxone, Epinefrina, Lidocaína)

• Absorção imprevisível

• Doses ideais desconhecidas (2 a 3x a dose EV)


ASSITOLIA
• Ausência de atividade elétrica
• Princais causas: 6H / 5T
• Não chocável
ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP)
• Atividade elétrica organizada porém não gera pulso
• Pode ter morfologia normal ou algumas alterações
• QRS normais ou complexos
• T de maior ou menor amplitude
• Aumento PR e/ou QT
• Dissociação AV, bloqueio AV
• Ausência da P

• Princais causas: 6H / 5T
• Não chocável
• Evolui para assistolia
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR (FV)
• Sem ritmo organizado e sem contrações coordenadas
• Tremula e não bombeia
• Pode evoluir para assistolia
• Principais causas: cardiopatias, QT longo, canalopatias
• Ritmo chocável
TAQUICARDIA VENTRICULAR (TV)
• QRS organizados e alargados
• Pode ou não ter pulso
• Ritmo chocável
TORSADES DE POINTES
• Forma distinta de TV polimórfica
• Intervalo QT prolongado
• QT longo Congênito
• Intoxicações farmacológicas
• Hipomagnessemia
• Despolarização miocárdica na tentativa de encerrar a FV/TV

• Posicionamento das pás

• Parede torácica anterior a direita

• Linha axilar anterior esquerda

• Gel condutor
• Carga inicial: 2 a 4 J/kg

• Cargas subsequentes: 4 J/kg (não exceder 10J/kg)

• O retorno do ritmo nem sempre vem acompanhado de pulso

• Deve seguir com a RCP até obtenção de pulsos palpáveis


VASSOPRESSORES
Vasoconstricção à aumenta pressão diastólica Ao à aumenta
pressão de perfusão nas coronárias

• Adrenalina (0,01 mg/kg)


• Vasopressina (sem evidências sufientes para recomendação em cças)
ANTI ARRÍTMICOS
• Amiodarona (FV/TV recorrente ou refratárias ao choque)
• Lidocaína
• Sulfato de Magnésio (hipomagnesemias, Torsades)

OUTRO AGENTES
• Atropina (bradicardias secundárias a tônus vagal excessivo)
• Cálcio (Hipo Ca, Hiper K, Hiper Mg, intoxicação bloq. canais de Ca)
• Bicarbonato de Sódio (Hiper K,, intoxicação bloq. canais de Ca,
tricíclicos)
PRESENÇA DA FAMÍLIA
• Não encorajado mas pode ser permitido
• Facilitação do luto
• Encarregar membro da equipe para permanecer com a família
durante a reanimação
• Dispor de espaço suficiente
• Atenção na comunicação intra equipe qdo familía presente
ORDEM DE NÃO REANIMAR / PERMITIR MORTE NATURAL
• Não impedem ações como hidratação, nutrição, ATB, O2,
analgesia, antiarrímiticos, ...
• Considerar nível das ações (Ex: pcte pode aceitar desf/compressões
mas não aceitar IOT/VPM)
• Discussão equipe/paciente/família ou responsáveis
• Jamais ordenar “retardo dos esforços”
ENCERRAMENTO DOS ESFORÇOS
• Considerar causas da PCR
• Intervalo entre colapso e atendimento
• Condições reversíveis
• Considerar esforços prolongados em:
• FV/TV recorrente/refratária
• Toxicidade farmacológica
• Lesão hipotérmica primária
• Intervalo entre o colapso e início da RCP
• Qualidade da RCP
• Duração dos esforços
• Causas da parada
• Causas reversíveis

Melhor • TV/FV como apresentação inicial


Prognóstico • Cardiopatia isolada
• Hipotermia
• Trauma

Pior Prognóstico
• Afogamento
• TV/FV como ritmo secundário

Você também pode gostar