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Parada Cardio – Respiratória

PCR
Parada cardiorrespiratória

É a cessação súbita da circulação sistêmica


seguida de disfunção respiratória, em
indivíduos com expectativa de restauração da
função cardiorrespiratória, exceto em
portadores de moléstia crônica intratável ou em
fase terminal.
SINTOMATOLOGIA CLÍNICA

✓ Perda imediata da consciência;


✓ Ausência de pulsos (centrais) e batimentos
cardíacos;
✓ Dilatação das pupilas (midríase), inicia-se 45
s após a PCR, com possibilidades de
convulsão;
✓ Cianose;

Entre 4 a 5 min de interrupção da circulação já


se tem lesão cerebral irreversível.
ETIOLOGIA
✓ Obstrução de vias aéreas;
✓ Depressão respiratória por anestésicos ou
outras drogas;
✓ Coronariopatias (IAM, ICC, Anginas);
✓ Síndrome da Disfunção de múltiplos órgãos;
✓ Distúrbios hidroeletrolíticos;
✓ Intoxicação digitálica e outras drogas;
✓ Bradiarritmias, taquiarritmias;
✓ Pneumotórax;
✓ Tamponamento cardíaco;
✓ Inalação de gases (CO);
✓ Embolia pulmonar.
Sinais de alerta
➢ Rebaixamento agudo do nível de consciência e
alterações neurológicas agudas.

➢ Alterações importantes dos sinais vitais:


▪ FR > 30 ou < 8 ipm ou uso de musculatura
acessória
▪ SpO2 < 90%
▪ FC > 100 ou < 50 bpm
▪ PAS < 90 mmHg
▪ Tempo de reenchimento capilar > 3 segundos
Sinais de alerta
➢ Pacientes com achados potencialmente
emergenciais:

▪ Precordialgia ou dor torácica


▪ Febre com suspeita de neutropenia
▪ Suspeita de obstrução de via aérea
▪ Intoxicações agudas
▪ Hematêmese, enterorragia ou hemoptise
▪ Dor intensa
DIAGNÓSTICO

✓Avaliar pulso carotídeo ausente;


✓Ausência de movimentos respiratórios ou
respiração agônica;
✓ Depressão do nível de consciência.
CABD

C – Checar responsividade e respiração, Chamar


por ajuda, Checar o pulso, Compressões;

A - Abertura das vias aéreas;

B - Boa ventilação;

D- Desfibrilação.

https://www.youtube.com/watch?v=qKaWFLLOf4E
C – Checar responsividade e respiração, Chamar
por ajuda, Checar o pulso, Compressões;
Compressões

Profundidade
Posicionamento das mãos
Posicionamento das mãos

Atenção!
A - Abertura das vias aéreas
Sem via aérea avançada:

Realizar abertura de vias aéreas;


Ventilação numa relação: 30 compressões e 2
ventilações (até a garantia de uma via aérea
avançada);

Com via aérea avançada (máscara laríngea, tubo


orotraqueal ou traqueostomia):

Compressões contínuas a uma frequência 100 a


120/ minuto e 1 ventilação a cada 6 segundos
(10 respirações por minuto).
A - Abertura das vias aéreas

10
Ventilações/
min
VAS Ventilação
a cada 6
seg.
Boa Respiração/Breath (ventilação)
Via aérea avançada

➢ A via aérea deve ser, preferencialmente, por


um tubo endotraqueal.
➢ Este dispositivo permite até mesmo
administração de algumas medicações enquanto
não se tem o acesso endovenoso.
Via aérea avançada
Indicações

✓ Nível de consciência rebaixado

✓ Falência cardiocirculatória concomitante

✓ Paciente com grande trabalho respiratório,


com taquipneia persistente e utilização da
musculatura acessória da respiração, para
manter valores limítrofes na gasometria
arterial.
LÂMINA DE LÂMINA DE
MACINTOSH MILLER
Drogas utilizadas
Drogas utilizadas
D- Desfibrilação

✓ Desfibrilar se FV e TVSP
✓ Na desfibrilação, deve-se utilizar a máxima
energia do aparelho:
• Desfibrilador monofásico – 360J
• Desfibrilador bifásico – 120 – 200 J
✓ Após o choque, as compressões torácicas
devem iniciar-se imediatamente.
✓ Devem ser realizados 5 ciclos de compressões
e ventilações, que duram 2 min, antes de
nova verificação do ritmo cardíaco.
Fármacos utilizados

Epinefrina (adrenalina)

Ação:
▪ Vasoconstrição sistêmica
▪ Melhora o fluxo cerebral e coronariana
▪ Maior chance de restauração da
circulação espontânea
Dose:

1mg EV a cada 3 a 5 1mg EV a cada 3 a 5


min
Fármacos utilizados

Amiodarona

É o antiarrítmico de escolha na FV ou TVsp


que persiste ou recorre após a
desfibrilação.

Objetivo:
Manter um ritmo de perfusão espontânea,
reduzindo a chance de recidiva da FV /TV.
Fármacos utilizados

Bicabornato de sódio

Somente se confirmado:
▪ Acidose metabólica
▪ Hipercalemia ou intoxicação por
tricíclicos e fenobarbital

Dose:
1mEq/ Kg (1ml/kg) em bolus IV
Fármacos utilizados

Lidocaína

▪ Antiarrítmico de menor ação no foco


elétrico alterado
▪ Diminui o limiar de desfibrilação do
coração
▪ Só usado se o coração resiste com FV.

Dose inicial:
1 a 1,5 mg/kg IV, em bolus.
Dose adicional pode ser usada, mas não
deve ultrapassar o total de 3 mg/kg.
Algoritmo da PCR
AHA, 2020
AHA, 2020
Desfibrilação

Cardioversão
Cardioversão elétrica

É um procedimento na maioria das vezes


eletivo, em que se aplica o choque elétrico de
maneira SINCRONIZADA, ou seja, o paciente
deve estar monitorado no cardioversor.

Este deve estar com o botão de sincronismo


ativado, pois a descarga elétrica é liberada na
onda R, ou seja, no período refratário.

Elétrica Farmacológica
Cardioversão elétrica
➢ Indicações:

▪ Fibrilação atrial – Arritmia + comum.


Taquicardia + ritmo errático.

▪ Flutter atrial – Átrios com batimentos


acelerados.
Desfibrilação Elétrica

É um procedimento terapêutico que consiste na


aplicação de uma corrente elétrica contínua NÃO
SINCRONIZADA, no músculo cardíaco;

Esse choque despolariza em conjunto todas as


fibras musculares do miocárdio, tornando
possível a reversão de arritmias graves como a
TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retomar a
geração e o controle do ritmo cardíaco.
Indicações
➢ A desfibrilação elétrica é indicada apenas
nas situações de FV e TV sem pulso,

➢ A Cardioversão elétrica é indicada nas


situações de taquiarritmias como a
fibrilação atrial (FA), flutter atrial,
taquicardia paroxística supraventricular e
taquicardias com complexo largo e com
pulso.
Cuidados

➢ Ideal em uma unidade de terapia intensiva ;

➢ Monitorização contínua do ritmo cardíaco ,


pressão arterial , oximetria e acesso venoso
calibroso;

➢ Anestesia geral de curta duração;


Fibrilação ventricular

✓ Esta arritmia se caracteriza, no traçado


eletrocardiográfico, pela ausência de
qualquer atividade elétrica organizada.
✓ No traçado está presente um padrão caótico
caracterizado por ondulações irregulares da
linha de base, no qual não reconhecemos nem
ondas P nem complexos QRS, ou ondas T.
✓ Movimento ondulante e peristáltico contínuo e
irregular dos ventrículos do coração.
Traçado eletrocardiográfico
Taquicardia ventricular sem pulso

✓ Três ou mais batimentos sucessivos de


origem ventricular com frequência cardíaca
maior do que 100 batimentos por minuto e
ausência de pulso;
✓ A fibrilação ventricular é frequentemente
iniciada a partir da degeneração da taquicardia
ventricular;
Sequência de atendimento
FV / TV sem pulso
Assistolia

✓ Não há atividade elétrica ventricular


e, portanto, nenhuma contração
ventricular, com ausência de pulso,
significando parada cardíaca;
✓ Eletrocardiograma isoelétrico;
✓ Tem prognostico reservado.
Atividade elétrica sem pulso (aesp)

Ausência de pulso com presença de algum tipo


de atividade elétrica, apresentando um
eletrocardiograma isoelétrico e intermitente.
Sequência de atendimento
Assistolia e AESP
Cuidados Pós PCR
✓ Monitorização eletrocardiográfica;
✓ Prover carro de urgência com todo material
necessário e conforme a padronização de cada
serviço;
✓ Fixar a cânula endotraqueal (caso entubação
de emergência);
➢ Realizar aspiração endotraqueal, SN;
➢ Realizar sondagem SNG/SNE);
➢ Verificar SSVV, administrar medicações
prescritas, puncionar acessos venosos
calibrosos;
➢ Identificar e tratar hipo e hiperglicemia.
Cuidados Pós PCR
➢ Instalar SVF e monitorizar débito urinário;
➢ Avaliar nível de sedação (escala RASS);
➢ Monitorizar exames laboratoriais;
➢ Identificar e tratar síndromes coronarianas
agudas e outras causas reversíveis
➢ Controlar a temperatura para otimizar a
recuperação neurológica. (Evitar febre)
➢ Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla
de órgãos. Isto inclui evitar ventilação
excessiva.
➢ Pressão Arterial Sistólica ideal: >100 mmHg
➢ Apoio emocional a familiares do paciente.
REFERÊNCIAS

Destaques das diretrizes da American Heart Association


2020 para RCP e ACE.
Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS,
Siqueira AWS, Piscopo A et al. Atualização da Diretriz de
Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência
da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras
Cardiol. 2019; 113(3):449-663
OBRIGADA
PELA
ATENÇÃO!

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