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Curso de Atualização Profissional Enfermagem

SM Machado RH

Suporte Básico e
Avançado em
Pediatria
Enfermeira Amanda Ximenes
Especialista em Cardiologia e UTI Pediátrica e Neonatal
INTRODUÇÃO
• Em lactentes e crianças a PCR é resultado
de uma deterioração progressiva da função
respiratória e circulatória.
• A avaliação precoce e intervenções podem
prevenir a PCR, reduzindo sequelas,
sofrimentos, tempo de hospitalização e
custos.
SINAIS VITAIS EM PEDIATRIA

IDADE FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA


CARDÍACA (FC) RESPIRATÓRIA (FR)
RN 70-180 bpm 30-60 IRP/M
1ºmês – 11º mês 80-160 bpm 30-40 IRP/M
2 anos 80-130bpm 25-30 IRP/M
2 – 10 anos 70-110 bpm 20-25 IRP/M
+ de 10 anos 60-110 bpm 12-20 IRP/M
SINAIS VITAIS EM PEDIATRIA

IDADE PA SISTÓLICA PA DIÁSTOLICA

RN 60-90 mmHg 20-60 mmHg


1ºmês – 11º mês 80-100 mmHg 50-65 mmHg
2 anos 90-110 mmHg 50-65 mmHg
2 – 10 anos 90-110 mmHg 60-70 mmHg
+ de 10 anos 110-130 mmHg 65-80 mmHg
SITUAÇÕES QUE REQUEREM AVALIAÇÃO
IMEDIATA E POTENCIAL PARA INTERVENÇÃO
FREQUÊNCIA CARDÍACA
AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA RN: 60-80 bpm ou > 200 bpm
FR igual ou maior que 60 rpm Lactentes: < 80 bpm ou > 180 bpm
Esforço respiratório (retrações, Crianças: < 60 bpm ou > 180 bpm
batimento de asa de nariz, gemido) Crianças > 8a: < 60 bpm ou > 160
bpm
Cianose ou diminuição de saturação arterial (< 70%)
Baixa resposta à dor
Nível de consciência alterado: irritabilidade, letargia, incapacidade
de responder aos pais
Convulsões
Diminuição de diurese
Febre com petéquias
Pulsos finos, extremidades frias
FUNÇÕES DA EQUIPE NA REANIMAÇÃO
Enfermeira:
- Coordena as ações da equipe de enfermagem;
- Auxilia na ventilação e massagem cardíaca externa;
- Promove a efetivação de CVP;
- Realiza técnica de esvaziamento gástrico
- Fixa o tubo traqueal;
- Administra medicações.

Técnico de Enfermagem 1:
- Solicita ajuda ao identificar o risco iminente ou a PCR;
- Posiciona a criança em decúbito horizontal, posiciona prancha;
- Realiza aspiração de secreções em VAS;
- Promove aquecimento, saturação de Oxigênio;
- Auxilia na massagem cardíaca externa;
- Realiza registros
FUNÇÕES DA EQUIPE NA REANIMAÇÃO

Técnico de Enfermagem 2:
- Dilui e alcança medicações, equipamentos e materiais necessários
- Administra fármacos;
- Providencia maca de transporte se necessário.

Médico:
- Coordena as ações da equipe médica e de enfermagem;
- Ventila e realiza intubação oro ou nasotraqueal;
- Realiza punção intraóssea quando necessário;
- Realiza massagem cardíaca externa;
- Determina drogas e exames.
Diferença entre a cadeia de
sobrevivência para crianças e adultos
SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)PEDIATRIA

Sinais de parada cardiorrespiratória:


- Criança não responsiva
- Sem respiração ou com respiração
ofegante (Gasping)
SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO
C = Circulation (prover adequada circulação
especialmente aos órgãos nobres como
coração e cérebro)
A = Airway (proteção e manutenção de via
aérea pérvia)
B = Breathing (ventilação adequada)
Sequência de atendimento para
profissionais de saúde
1 socorrista
Sequência de atendimento para
profissionais de saúde
1 socorrista
2 socorristas inicia-se a RCP:
15 compressões cardíacas +
2 ventilações
Ciclos de 2 minutos
TÉCNICA PARA COMPRESSÃO CARDÍACA
• Posicionar a criança em superfície rígida
• Em lactentes comprimir abaixo da linha intermamilar
• Em crianças maiores na metade inferior do esterno
• Ritmo das compressões: de 100 a 120/min. RN: 3:1,
Lactente: 15:2;
• Profundidade: lactentes 4 cm, crianças 5 cm
• Permitir retorno torácico a cada compressão
• Minimizar interrupções
TÉCNICA PARA VENTILAÇÃO
• Lactentes: respiração boca-nariz+boca;
• Crianças: respiração boca a boca, ocluindo as narinas;
• Observe se há elevação do tórax. Caso não haja,
reposicione a cabeça da criança, vede melhor (boca-boca) e
tente outra vez.
• Cada ventilação deve durar 1 segundo
TÉCNICA PARA VENTILAÇÃO
SBV EM PEDIATRIA - OVACE

Obstrução das Vias Aéreas Superiores por


corpo estranho (OVACE)
- Bloqueio da traqueia por um objeto estranho ou
fluídos
- Mais de 90% das mortes derivadas de OVACE
ocorrem nas crianças >5 anos

Causas da OVACE:
- Lactentes: Liquidos (vômitos, sangue)
- Crianças: bexigas, comida, brinquedos
SBV EM PEDIATRIA - OVACE
SBV EM PEDIATRIA - OVACE
SBV EM PEDIATRIA - OVACE
SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA EM PEDIATRIA
(PALS)
Refere-se as ações e cuidados quando acontece a PCR, sendo
necessário pessoal treinado e material adequado pronto para uso
• A - AIRWAY – permeabilidade das vias aéreas
superiores.
• B - BREATHING – restabelecimento da
respiração.
• C - CIRCULATION – restabelecimento da
circulação .
• D - DRUGS – drogas
• E - EXAM - os exames, determinam a etiologia
da PCR
TIPOS DE PCR

Sem pulso

FV/TV (chocável) Atividade elétrica pulso


Assistolia (Não chocável)

Com pulso
A - Airway (permeabilidade das vias aéreas
superiores)
- Posicionar o paciente em decúbito horizontal.
- Promover a permeabilidade da VAS, aspirando as
secreções do nariz, boca e traqueostomia.
- Confirmar a expansão torácica.
- Suspender a alimentação
- Realizar o esvaziamento gástrico abrindo a SNG
- Providenciar monitoração da saturação de O2.
- Manter folha roteiro da reanimação (PCR)
acessível.
B - Breathing – restabelecimento da
respiração

- Manter o paciente em decúbito horizontal


(posição de cheirar).
- Ventilar com pressão positiva utilizando
ressuscitador ambú e máscara adequados.
- Utilizar fluxo de O2 adequado e umidificado.

• Nota: A intubação será realizada quando não se


obtém sucesso no restabelecimento da ventilação
com a oferta de oxigênio por pressão positiva com
ressuscitador manual.
C- Circulation – restabelecimento da circulação

- Confirmar o pulso através da palpação de artéria


braquial, femoral – crianças pequenas, e carótida –
crianças grandes.
- Iniciar compressões cardíacas externas, se ausência
de pulso, 15:2 com dois socorristas e 30:2 com 1
socorrista.
- Efetivar acesso venoso ou intraósseo.
- Manter no sistema de infusão das drogas cânula
e perfusor.
- Manter pronta para uso seringa com SF 0,9%
(10-20 ml)
D - Drogas – tipo, diluição, dose e via
- Manter disponível a dose utilizada durante a
reanimação. Identificar cada seringa com o nome da
medicação.
- Lavar a linha (perfusor) com SF sempre após a cada
dose administrada.
- Realizar o registro, logo após a administração das
medicações.

E – Exames
- Os exames são determinados pela equipe
médica, auxiliam no esclarecimento da etiologia
da PCR.
DURANTE A RCP
• Comprima forte e rápido (100 a 120/min);
• Garanta retorno completo do tórax;
• Minimize as interrupções nas compressões torácicas
• Um ciclo de RCP: 30 compressões e 2 ventilações, 5
ciclos – 2 minutos;
• Evite hiperventilação;
• Assegure a via aérea e confirme a posição;
• Após assegurar a via aérea, as compressões torácicas
são continuas, sem pausas para ventilar (8 a 10
ventilações por minuto). Cheque o ritmo a cada 2
minutos.
• Rodizie o compressor a cada 2 minutos, na checagem
de ritmo.
Deterioração aguda de crianças
intubadas
• Se as condições de uma criança intubada
se deteriora, considere as possíveis
causas que podem ser recordadas pela
regra mnemônica DOPE:

– D deslocamento do TT
– O obstrução do TT
– P pneumotórax
– E falha no equipamento
Bradicardia – Com pulso
Com comprometimento Cardiorrespiratorio

Bradicardia: frequência cardíaca abaixo de


60 de batimentos por minuto
CAUSAS DA PCR
6 Hs 5 Ts
HIPOVOLEMIA TÓXICOS
HIPÓXIA TAMPONAMENTO CARDÍACO
HIDROGÊNIO (ACIDOSE) TENSÃO DE TÓRAX
(PNEUMOTÓRAX)
HIPO/HIPERCALEMIA TROMBOSE (CORONÁRIA OU
PULMONAR)
HIPOGLICEMIA TRAUMA (HIPOVOLEMIA OU
AUMENTO DA PIC)
HIPOTERMIA
DROGAS UTILIZADAS
ADRENALINA
- Apresentação: ampolas de 1 ml/1mg
- Ação: aumenta a contração cardíaca e a
FC; aumenta a pressão da perfusão por
vasoconstrição.
- Diluição: 1ml+9ml de AD ou SF 0,9%
Frequência: intervalos de 3 a 5
minutos
Vias de administração: EV, IO e ET.
ATROPINA

- Apresentação: ampolas de 1ml/ 0,25mg


- Ação: aumenta a frequência cardíaca; aumenta o
débito cardíaco; previne e reverte a bradicardia
- Diluição: sem diluir
- Vias de administração: EV, IO e ET.
BICARBONATO DE SÓDIO

- Apresentação: ampolas de 10ml a 8,4% (mEq/1ml)


- Ação: diminui a acidose metabólica.
- Diluição: dose ao meio com AD ou SF 0,9%
- Vias de administração: EV e IO.
REFERÊNCIAS
• American Heart Association. CURRENTS In: Emergency Cardiovascular Care.Dallas: American
Heart Association, 2010 disponível em www..americanheart.org/cpr 2010 .

• American Heart Association.Pediatric Advanced Life Support,Provider Manual,2010.

• Wong. Fundamentos de enfermagem pediátrica. Rio de Janeiro,2006. Elsevier,7ªedição.

• Santana, Maria Virgínia Tavares. Cardiopatias Congênitas no recem-nascido: Diagnóstico e


tratamento. São Paulo,2006.Atheneu, 2ª edição.

• SOUTO, Maria Buratto; LIMA, Elizabete Clemente de, BRIGEIRON, Marcia Koja.
Reanimação Cardiorrespiratória Pediátrica: uma abordagem multidisciplinar.

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