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SUPORTE AVANÇADO EM VIDA EM

CARDIOLOGIA

DR. REIBY CAETANO MUSTAFÁ


MÉDICO CARDIOLOGISTA
PRECEPTOR DA RESIDÊNCIA EM CARDIOLOGIA DO HCMS
INSTRUTOR DO ACLS PELA AHA PELO CENTRO BERKELEY - RJ
 Aula baseada nas diretrizes da SBC (2019) e
atualização das diretrizes do AHA( 2020)

 Não há nenhum conflito de interesse


CASO CLÍNICO

- Você e sua namorada(o) estão passeando no shopping e a


sua frente vem caminhando um Sr bastante obeso, de +/-
50 anos e você percebe que ele apresenta fascies de dor e
está meio pálido, se queixando de dor peito.
- Súbitamente o mesmo evoluiu com sincope e você,
acadêmico acíduo do estágio do hospital do coração,
prontamente presta os primeiros socorros.
Neste momento o que você faria?
CASO CLÍNICO
Chega o DEA prontamente...... O que você faria?

- Após o suporte adequado, o SME chega ( SAMU) e o


paciente já apresenta pulso, e recuperação parcial da
consciência. A PA estava 100 x 60 mmHg, FC :110 bpm,
Sato2 94%, T: 36 graus. No local foi feito um ECG de 12
derivações que revelou:
CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO

- Você que é um acadêmico dedicado e preocupado com os


pacientes e resoilve acompanhar o mesmo dentro da
ambulância do SAMU para ver e aplicar seus conhecimentos
adiquiridos durante seu estágio:
O que o médico do SAMU e a equipe de socorro deveria já ter
feito além de monitorização e ECG de 12 derivações?
- Chegando no PS do HCMS o paciente evoluiu novamente com
perda súbita da consciência e um novo ECG foi realizado.
CASO CLÍNICO
O que você faria?

O novo ECG revelou:


CASO CLÍNICO

Após inserido o marcapasso transcutâneo houve melhora


clínico-hemodinâmica por alguns minutos porém o mesmo
novamente evoluiu com perda súbita da consciência porém
neste momento sem pulso carotídeo.

O que está acontecendo? Diante desta situação clínica o


que você faria?
CASO CLÍNICO

QUAL A SUA CONDUTA PERANTE A ESSE RITMO?


CASO CLÍNICO

Após RCP efetiva o paciente volta a apresentar pulso


central, com ritmo sinusal, porém sem nível de consciência
adequado. Neste instante foi estabelecido cuidados pós
PCR.
- Quais são esses cuidados?

- O que seria imprescindível fazer neste momento antes


de suporte de UTI/UCO?
CASO CLÍNICO

Porém logo no preparo do paciente para ser levado para a


hemodinâmica o paciente evoluiu novamente em PCR
O monitor revelou:

NESTE MOMENTO O QUE VOCÊ FARIA?


 Objetivo:

→ Reconhecer e identificar precocemente sinais


de possível PCR e conduzir de forma
sistematizada o atendimento a fim de
aumentar as chances de sobrevida.
CORRENTE DE
SOBREVIVÊNCIA

Diretrizes do ACLS/AHA 2020


.
Suporte básico de vida
• COMO?
→ Reconhecer e acionar imediatamente 192
→ Iníciar da RCP se a vítima não responder, não apresentar respiração
ou apresentar respiração anormal (isto é, apenas com gasping).
→ O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi removido do
algoritmo.
→ RCP de alta qualidade ( compressões torácicas efetivas)

Diretrizes AHA /ACLS 2020


Suporte básico de vida

Diretrizes da AHA 2020


OBJETIVOS DO SUPORTE BÁSICO
- Reconhecer imediatamente uma situação de PCR /
pedir ajuda.

- Chamar por ajuda pedindo Desfibrilador / DEA.

- Checar o pulso ( profissionais da saúde/ treinados)

- Iniciar reanimação cardiopulmonar ( C-A-B).

- Desfibrilação precoce, se indicada.


SEQUÊNCIA NO SUPORTE BÁSICO
C- Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar
por ajuda, Checar o pulso da vítima, Compressões (30
compressões)

A- Abertura das vias aéreas

B- Boa ventilação (2 ventilações)

D - Desfibrilação
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
CHAMAR PELA VITIMA:

“ Você está bem“ ??


Ele está respirando??
-
PS próximo
-
- 193
-
-192

DEA
SUPORTE BÁSICO DE VIDA

CHECAGEM DO PULSO:
→ Durante 5 a 10 segundos,
. Se apresentar pulso  uma ventilação a cada 5 a 6 segundos
(10-12ventilações/min)  checar pulso a cada 2 minutos.

. Ausência de pulso/Dúvida  iniciar ciclos de 30 compressão


torácicas + 2 ventilações
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
- Compressões torácicas efetivas:
→ Iniciar as compressões torácicas antes de aplicar ventilações de
resgate (C-A-B).
→ RCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações, para reduzir
a demora na aplicação da primeira compressão.
→ A frequência de compressão deve ser, no mínimo,
de 100/minuto (em vez de “aproximadamente” 100/minuto).
→ A profundidade de compressão, em adultos, foi alterada da faixa
de 2 ( 5 cm) polegadas para, no mínimo, 2 até 2,4 (5 – 6 cm) .
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
ABERTURA DAS VIAS AÉREAS:
A) Extensão do pescoço.
B) Levantamento do queixo:
→ Mais fácil
 Leigos treinados e Reanimadores profissionais
C) Levantamento do ângulo da mandíbula:
- Reanimadores profissionais
 Quando houver suspeita de trauma cervical (2% dos casos
de trauma)
→ Técnica: Polegar sobre cada osso zigomático e indicador e dedo
médio sobre o ângulo da mandíbula que é puxado para cima.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Hiperextensão do pescoço Tração da mandibula
SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Ventilação:
- Iniciar com 2 ventilações suficientes para que possa ver
o tórax da vítima elevar-se.
- Respirar normalmente antes de ventilar.
- Ventilações rápidas causam distensão
Gástrica.
- Cada ventilação em 1 segundo. ( 1 ventilação / 6 seg)
- Não fazer ventilações superpostas (efeito em escada).
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
- Frequência de compressão entre 100 120 por
minuto com 1 ou 2 reanimadores.

- Fazer pausas curtas para ventilação(2X) após a 30


compressões (30x2) não excedendo 10 seg

- Iniciar ventilação somente após 30 compressões


-
SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Desfibrilação/ DEA:
- Buscar DEA (se disponível próximo).
- Ligar e colocar os eletrodos do DEA.
- Seguir instruções do aparelho.
- Retomar compressões após o choque (minimizar
interrupções)
- Manter RCP e aguardar a checagem do ritmo pelo DEA a
cada 2 minutos )
Cadeia de
sobrevivência

Diretrizes AHA/ACLS 2020


SUPORTE BÁSICO DE VIDA
O QUE SE DEVEM FAZER?

- Iniciar imediatamente a RCP.

- Compressões torácicas de entre 100 e 120 / min.

- Comprimir a uma profundidade de pelo menos 1 polegadas (5 cm).

- Permitir o retorno total do tórax a cada compressão.

- Minimizar as interrupções nas compressões.

- Ventilar adequadamente (2 ventilações pra cada 30 compressões) –


cada respiração em 1 seg provocando elevação do tórax.
direDiretrizes

Diretrizes de Ressuscitação cardiopulmonar 2019 da SBC.


SUPORTE BÁSICO DE VIDA
O QUE SE DEVEM FAZER? O QUE NÃO SE DEVEM FAZER?

- Compressões torácicas de entre - Comprimir a uma frequencia < 100


100 e 120 / min / min ou > 120 /min
- Comprimir a uma profundidade de - Comprimir a uma profundidade <
pelo menos 1 polegadas ( 5 cm) 5 cm ou superior a 6 cm ( 2,4
- Permitir o retorno total do tórax a polegadas)
cada compressão - Apoiar-se sobre o tórax entre as
- Minimizar as interrupções nas compressões
compressões - Interromper as compressões por +
- Ventilar adequadamente ( 2 de 10 seg
ventilações pra cada 30 - Aplicar quantidade excessiva de
compressões) – cada respiraçào ventilações ( Quantidade ou
em 1 seg provocando elevação força excessiva)
do tórax
SUPORTE AVANÇADO EM VIDA

- Atendimento secundário por equipe especializada e com


treinamento adequado.
- Objetiva:
→ Dispositivos invasivos de vias aéreas – Acesso Venoso
→ Manejo de drogas
→ Desfibrilação elétrica
→ Estabilização com vasopressores
→ Suporte pós PCR
SUPORTE AVANÇADO EM VIDA

→ Fundamentos para um suporte avançado bem


sucedido:
- RCP de alta qualidade.
- Desfibrilação precoce (FV / TV).
- Acesso vascular.
- Medicações.
- Via aérea avançada.
CABD SECUNDÁRIO
C – Circulação:
• Mantenha compressão cardíaca externa
• Cheque FC e instale monitor de ECG para determinar o ritmo.
• Identifique ritmo cardíaco e FC
• Verifique PA (se não estiver em PCR),
• Acesso IV e iniciar infusão de medicação e líquido.
• Coleta de sangue para laboratório(Hemograma, glicemia, uréia,
creatinina, gasometria. Arterial, Na, K, Ca, MG, B-HCG, enzimas
cardíacas, EAS).
CABD SECUNDÁRIO

A – Via aérea avançada:


- Cheque a efetividade da ventilação primária e a permeabilidade
das vias aéreas.

- Gag reflex? Oclusão ou secreção? Indica manejo de vias aéreas


avançada? guedel ou Cânula nasofaringea, (TOT),
cricotiroidostomia, mascara laríngea (LMA), combitube.
CABD SECUNDÁRIO

B – Ventilação avançada:
- Confirme via aérea avançada no lugar certo (ausculta pulmonar
em 5 pontos ou CO2).
- Ofertar O2 sob pressão positiva por ventilação mecânica se
necessário
- Checar se SatO2p >92%.
- Lesão de tórax ou algum impedimento torácico? Tratar!
- Solicitar raios x tórax e Gasometria Arterial se necessário
CABD SECUNDÁRIO

D – Diagnóstico diferencial – PENSE e CHEQUE!


- Nas PCR em ASSISTOLIA OU ATIVIDADE ELÉTRICA SEM
PULSO pense nos 6H's e 6 T's
CABD SECUNDÁRIO

D- DISABILITY: CHEQUE!!!
- Escala de Glasgow (Abertura olhos, Resposta Verbal e motora)

- Nível de consciência – AVDI (acordado, Verbal, Dor ou


irresponsivo)

- Pupilas – tamanho e reflexos (assimetrias?)

- Se Coma – Glicose + B1 e reavaliar consciência


CABD SECUNDÁRIO

E – EXPOSITION:
- Examinar da cabeça aos pés – lesões?
- Temp. da pele – desigualdade?
- Pulso em extremidades – correspondem? Se trauma – estabilizar
lesões ósseas
F – Finger-Foley-Flip:
- Dedos – (retal, vaginal, pelvis, períneo, genitália) / Foley – urina
(débito) e exame - Rolar a vítima - dorso
SUPORTE AVANÇADO EM VIDA

→ Ritmos chocáveis:
- Fibrilação ventricular.
- Taquicardia ventricular.

→ Ritmos não chocáveis:


- Atividade elétrica sem pulso (AESP).
- Assistolia.
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

- Total desorganização da atividade elétrica do coração que deixa de


bombear o sangue.
- Não há débito cardíaco e fluxo cerebral.
- Mais freqüente tipo de PCR e com maior chance de reversão com o uso
de desfibrilador.
TV SEM PULSO
- Sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares
- Deterioração hemodinâmica
- Mesma conduta para FV
- Para fins do ACLS qualquer taquicardia com QRS alargado é
ventricular
ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO
( AESP)
- Há estímulos elétricos regulares, mas sem resposta
mecânica que gere débito suficiente para pulso arterial
central
- Mau prognóstico
ASSISTOLIA

- Mais comum em paradas de origem respiratória (crianças,


afogamentos, hipotermia).
- Cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica nos
ventrículos.
- Muitas vezes é o estágio final evolutivo da PCR.
MEDICAÇÕES

→ Vias de administração:
- Acesso venoso periférico.
- Acesso venoso central.
- Via intraóssea.
- Via endotraqueal.

→ Classes:
- Vasopressores. ( Epinefrina)
- Anti-arrítmicos. ( Amiodarona)
MEDICAÇÕES

1) Adrenalina: IV / IO: 1mg a cada 3 a 5 minutos.Se IV / IO


não disponível: 2 a 2,5 mg via ET.
2) Amiodarona:
- Pode ser considerada na FV / TV refretária a RCP,
desfibrilação e vasopressor.
- Dose inicial: 300 mg IV / IO; pode ser seguida de uma 2ª
dose de 150 mg.
MEDICAÇÕES

3) Lidocaína: alternativa à Amiodarona.


- Dose: 1-1,5 mg/Kg IV; doses adicionais de 0,5-0,75
mg/Kg a cada 10 a 15 minutos (máx: 3 mg/Kg).
4) Sulfato de magnésio:
- Facilita a resolução da Torsade de pointes.
- Dose: bolus de 1 a 2 g diluído em 10 mL de ABD.
MEDICAÇÕES
- VASOPRESSINA ( 2020) : Combinação com a epinefrina não
oferece nenhuma vantagem como substituto da dose padrão de
epinefrina em PCR.

- CORTICOTERAPIA (2020): Podem Conferir algum benefício


quando administrados junto com epinefrina no tratamento da
PCRIH, embora não se recomende o uso rotineiro.

- EPINEFRINA ( 2020) : Deve ser introduzida IMEDIATAMENTE se


o ritmo da PCR não for chocável.
REAVALIAÇÃO DURANTE E APÓS
PCR
→ Primeira Reavaliação das condutas:
A – Boa oxigenação?
B – Circulação estabelecida e mantida?
C – Monitor de ECG com ritmo regular?
D – Reposição de volume adequado?

→ Segunda Reavaliação:
A – Temperatura - Hipotermia ou febre?
B – FC / C – PA / D – FR

→ Repensar o tratamento (Status circulatório)


A - Volume: hipo ou hipervolemia?
B – Resistência periférica: baixa ou alta?
C – Falência de Bomba cardíaca?
D – PA e perfusão inadequada por Bradi ou taquicardia.
REGRAS QUANTO AO
TRATAMENTO CIRCULATÓRIO
1. Não reponha volume se a hipotensão é secundária a arritmia –
trate a arritmia.

2. Utilize volume para tratar hipotensão por hipovolemia e somente


após utilize aminas vasopressoras se necessário.

3. Não use volume em falência cardíaca, utilize vasopressor e


inotrópico. Nestes casos se optar por vasodilatador tenha
certeza de que a volemia esta OK.
CAPNOGRAFIA

- O baixo teor de dióxido de carbono ao final da expiração (ETCO 2)


em pacientes EM IOT, > 20 minutos de RCP → < probabilidade
de ressuscitação.

- Não deve ser utilizado isoladamente para tomar decisões, porém


pode considerar o ETCO2 < 10 mmHg após 20 minutos de RCP
em conjunto com outros fatores, como adjuvante para
determinar quando terminar a ressuscitação.
CAPNOGRAFIA
CUIDADOS PÓS PCR
TAQUICARDIA
BRADICARDIA
OBRIGADO

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