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HABILIDADES

E ATITUDES
MÉDICAS - HAM
HAM II
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

SUPORTE BÁSICO DE VIDA pulso e a respiração da vítima, Iniciar


Compressões (30 compressões);
(ADULTO) • A: abertura das vias aéreas;
O QUE É? • B: boa ventilação (2 ventilações);
O Suporte Básico de Vida (SBV) é um protocolo de • D: desfibrilação, neste caso, com o
atendimento no qual se estabelecem o desfibrilador externo automático (DEA).
reconhecimento e a realização das manobras de Vamos descrever a sequência completa a seguir:
ressuscitação cardiopulmonar (RCP) com o objetivo 1-CHECAR A SEGURANÇA
de manter a vítima de parada cardiorrespiratória • O primeiro passo é avaliar a segurança do local.
(PCR) viva até a chegada de uma unidade de • O local deve estar seguro para o socorrista e para
transporte especializada. a vítima, a fim de evitar uma próxima vítima.
CONCEITO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA • Caso o local não seja seguro (por exemplo, um
A PCR é definida como interrupção da circulação prédio com risco de desmoronamento, uma via
sanguínea em consequência da interrupção súbita e de trânsito), deve-se tornar o local seguro ou
inesperada dos batimentos cardíacos ou da remover a vítima para um local seguro.
presença de batimentos cardíacos ineficazes, • Se o local estiver seguro, pode-se prosseguir com
acometendo pessoas em qualquer ambiente, sendo o atendimento.
originada por diversas etiologias, como hipertensão, 2-AVALIAÇÃO E AÇÃO
cardiopatias, obstrução das vias aéreas por corpos – Avaliação da responsividade: A avaliação da
estranhos, acidentes e complicações dos anestésicos responsividade da vítima consiste em checar a
locais. consciência. Deve-se chamar a vítima (em voz alta)
QUAL OS OBJETIVOS DA RESSUCITAÇÃO e realizar estímulo tátil tocando-a pelos ombros. Se
CARDIOPULMONAR (RCP)? a vítima responder, se apresente, ofereça ajuda.
O objetivo principal da RCP é prover um fluxo de Caso não responda, o próximo passo é chamar por
oxigênio e sangue para o coração e o cérebro. Ela ajuda.
deve ser feita imediatamente, pois o cérebro não – Chamar ajuda: Deve-se dar prioridade ao contato
tolera mais de 4 minutos de hipóxia e após 10 com o serviço local de emergência (por exemplo,
minutos sem RCP tem-se morte cerebral Sistema de Atendimento Móvel de Urgência –
estabelecida.Além disso têm-se: SAMU 192) e, se um DEA estiver disponível no
1-Redução de sequelas neurológicas. local, providenciar. Se não estiver sozinho, peça
2-Preservação da vida. para uma pessoa ligar e conseguir um DEA,
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV): CADEIA DE enquanto continua o atendimento à vítima. É
SOBREVIVÊNCIA importante designar pessoas para que sejam
A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a responsáveis em realizar essas funções.
importância da adoção de atitudes organizadas e DESSE MODO:
hierarquizadas na situação de provável ou Os aspectos fundamentais do Suporte Básico de
confirmada PCR no ambiente extra hospitalar. Vida (SBV) no adulto incluem:
Importante para a identificação de ritmos 1-Reconhecimento imediato da PCR;
associados a PCR que sejam passíveis de 2-Contato com o sistema de emergência
tratamento com o desfibrilador: a fibrilação 3-Início da RCP de alta qualidade
ventricular (FV) e a taquicardia ventricular sem 4-Uso do DEA, assim que disponível.
pulso (TVsp). COMPRESSÕES TORÁCICAS
O primeiro elo é o reconhecimento rápido da PCR Os aspectos principais a serem observados nas
e acionamento do serviço de emergência, para que compressões são frequência, profundidade, retorno
aumente as chances de um socorro imediato e do tórax a cada compressão e interrupção mínima.
eficaz, seguida de uma RCP precoce e de Para a oxigenação adequada dos tecidos, é essencial
qualidade, aumentando a sobrevida da vítima. minimizar as interrupções(Somente em caso de a
SEQUÊNCIA DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) EM vítima se movimentar; durante a fase de análise do
ADULTOS ritmo cardíaco pelo desfibrilador; durante o
O atendimento em SBV segue a ordem do CAB ou posicionamento de via aérea avançada; e quando
CABD, que se trata de um mnemônico para ocorrer exaustão do socorrista) das compressões
descrever os passos simplificados do atendimento torácicas e maximizar a quantidade de tempo em
SBV, onde: que as compressões torácicas geram fluxo de
• C: corresponde a Checar sangue.
responsividade, Chamar por ajuda, Checar o Para realização das compressões torácicas:
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• Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de
joelhos com certa distância um do outro, para que ar suficiente para promover a elevação do tórax. A
tenha melhor estabilidade. hiperventilação é contraindicada, pois pode
• Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura aumentar a pressão intra-torácica, diminuindo a
estiver disponível), para deixar o tórax desnudo. pré-carga e o Débito Cardíaco (DC), e
• Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a comprometendo a sobrevida. Há ainda o risco de
metade inferior do esterno da vítima e a outra mão hiperinsuflação gástrica, podendo desencadear
sobre a primeira, entrelaçando-a. vômitos, broncoaspiração e limitação da
• Estenda os braços e os mantenha cerca de 90o mobilidade do diafragma.
acima da vítima. Ventilação com Via Aérea Avançada
• Comprima na frequência de 100 a 120 Quando uma via aérea avançada (por exemplo,
compressões/ minuto. intubação endotraqueal, Combitube®, Máscara
• Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 Laríngea) estiver instalada, o
cm (evitando compressões com profundidade maior p r i m e i ro s o c o r r i s t a d eve
que 6 cm). administrar compressões
• Permita o retorno completo do tórax após cada torácicas contínuas e o segundo
compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima. socorrista,aplicar uma
• Minimize interrupções das compressões, pause no ventilação a cada 6 segundos −
máximo 10 segundos para realização de duas cerca de 10 ventilações por
ventilações. minuto. Não se devem pausar
• Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, as compressões para aplicar as
para evitar o cansaço e compressões de má ventilações, em caso de via
qualidade. aérea avançada instalada.
Ventilação em Vítima em Parada Respiratória
Vítima que não respira ou respira de forma ineficaz
(gasping), porém apresenta pulso palpável,
encontra-se em parada respiratória. Nesses casos,
realize uma ventilação a cada 5 a 6 segundos
(aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto)
para vítimas adultas. O pulso deve ser checado a
cada 2 minutos, com a finalidade de verificar se a
parada respiratória progrediu para uma PCR,
necessitando de RCP.
DESFIBRILAÇÃO
• Desfibrilação precoce é o tratamento para vítimas
VENTILAÇÃO em FV e TV sem pulso (TVSP) de curta duração,
As ventilações são aplicadas após 30 compressões que apresentaram colapso súbito em ambiente
torácicas durante a RCP, seguindo a sequência C- extra-hospitalar , sendo este o principal ritmo de
A-B. A prioridade para as compressões torácicas PCR nesses locais.
deve-se ao fato da necessidade em gerar fluxo de • A Desfibrilação pode ser realizada com um
sangue e também evitar os atrasos práticos equipamento manual ou o DEA. Este último
inerentes às tentativas de ventilações adequadas. pode ser utilizado por qualquer pessoa, assim que
Abertura das Vias Aéreas possível.
Independentemente da técnica • Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV
utilizada para aplicar ventilações, o coração se encontra altamente propício ao
é necessária a abertura de via choque.
aérea, que pode ser realizada com • Após 5 minutos de PCR, a amplitude da FV
a manobra da inclinação da diminui devido à depleção do substrato
cabeça e elevação do queixo e, se energético miocárdico. Assim, o tempo ideal para
houver suspeita de trauma, a a aplicação do primeiro choque compreende os
manobra de elevação do ângulo primeiros 3 a 5 minutos da PCR.
da mandíbula. • O DEA é um equipamento portátil, capaz de
Realização de Ventilações interpretar o ritmo cardíaco, selecionar o nível de
Devem ser realizadas em uma proporção de 30 energia e carregar automaticamente, cabendo ao
compressões para duas ventilações, com duração de
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operador apenas pressionar o botão de choque, Po s i c i o n a m e n t o


quando indicado . anterolateral: remova as
• O DEA deve ser utilizado assim que disponível. roupas e descubra a vítima,
Recomenda- se que a RCP seja fornecida coloque uma pá
enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que imediatamente abaixo da
o DEA esteja pronto para analisar o ritmo. clavícula direita. Coloque a
• Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista, outra pá ao lado do mamilo
se estiver sozinho, deve parar a RCP para esquerdo, com a borda
conectar o aparelho à vítima. superior da pá alguns
• Porém, se houver mais de um socorrista, o centímetros abaixo da axila.
segundo socorrista manuseia o DEA e, nesse caso, Po s i c i o n a m e n t o
a RCP só é interrompida quando o DEA emitir anteroposterior: deixe o
um alerta verbal como: “analisando o ritmo tórax desnudo. Aplique uma
cardíaco”, “não toque o paciente” e/ou “choque pá do DEA no lado esquerdo
recomendado, carregando, afaste-se do paciente”. do tórax, entre o lado esquerdo do esterno e o
Os passos para utilização do DEA são descritos a mamilo esquerdo, e a outra no lado esquerdo das
seguir: costas, próximo à coluna
1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off (alguns
dispositivos ligam automaticamente ao abrir a
tampa). Isso ativa os alertas verbais que orientam
todas as etapas subsequentes.
2. Conecte as pás (eletrodos) ao tórax desnudo da
vítima, observando o desenho contido nas próprias
pás do posicionamento correto (selecionar pás do
tamanho correto, adulto ou pediátrico, para o
tamanho/idade do paciente. Remover o papel
adesivo protetor das pás).
3. Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao
USO DO DESFIBRILADORES EXTERNOS
aparelho.
4. Quando o DEA indicar “analisando o ritmo AUTOMÁTICOS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
cardíaco, não toque no paciente”, solicitar para que As situações especiais a seguir podem exigir que o
todos se afastem efetivamente. socorrista tenha cautela na colocação das pás ao
5. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: usar um DEA:
“choque recomendado, afaste-se do paciente”. O • Excesso de pelos no tórax: remover o excesso de
socorrista que estiver manuseando o DEA deve pelos, somente da região onde são posicionadas as
solicitar para que todos se afastem. pás.
6. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para • Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver
aplicar o choque, o qual produz uma contração molhado, secar por completo; se ela estiver sobre
repentina dos músculos do paciente. uma poça d’água não há problema, porém se essa
7. A RCP deve ser iniciada pelas compressões poça também envolver o socorrista, remover a
torácicas, imediatamente após o choque. A cada 2 vítima para outro local, o mais rápido possível.
minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode • Marca-passo ou Cardioversor Desfibrilador
indicar novo choque, se necessário. Se não indicar Implantável (CDI): se estiver na região onde é
choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou
caso a vítima não retome a consciência. opte por outro posicionamento das pás
8. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o (anteroposterior, por exemplo).
aparelho não deve ser desligado e as pás não devem • Adesivos de medicamentos: remover o adesivo se
ser removidas ou desconectadas até que o serviço estiver no local onde são aplicadas as pás do DEA;
médico de emergência assuma o caso. enxugue, se necessário.
9. Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já •Crianças com até 25 kg:utilizar o DEA com pás
apresentar respiração normal e pulso, o socorrista pediátricas e/ou atenuador de carga. Se o kit DEA
pode lateralizar a vítima, porém deve permanecer possuir somente pás de adulto, está autorizada a
no local até que o serviço médico de emergência utilização delas, porém se o tórax for estreito, pode
chegue. ser necessária a aplicação de uma pá na região
anterior do tórax (sobre o esterno) e outra na região
posterior do tórax (entre as escápulas), para que
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não se sobreponham. As pás infantis não devem ser


utilizadas em adultos, pois o choque aplicado é
insuficiente.
• Lactentes (zero a 1 ano): um desfibrilador manual
é preferível, porém, se não estiver disponível, utilize
o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de
carga. Se este atualização também não estiver
disponível, utilizar as pás de adulto, uma
posicionada anteriormente (sobre o esterno) e a
outra posteriormente (entre as escápulas). O
prejuízo para o miocárdio é mínimo e há bons
benefícios neurológicos.
SEQUÊNCIA DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA DO ADULTO
PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE
• Segurança do Local
• Avalie a Responsividade da Vítima 2-Checar a responsividade
• Chame Ajuda 3-Chamar ajuda e pedir um DEA
• Cheque Respiração e Pulso 4-Checar o pulso e a respiração
• Cheque o pulso carotídeo e a respiração 5-Iniciar as compressões
simultaneamente 6-Aplicar 2 ventilações a cada 30 compressões
• Inicie Ciclos de 30 Compressões e Duas 7-Usar o DEA.
Ventilações

Segundo a Fernandina:
1-Verificar se o local está seguro.
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SUPORTE BÁSICO DE VIDA • Cada pancada deverá ser efetuada com a força
adequada tendo como objetivo resolver a
ADULTO -ENGASGO obstrução;
1..OBSTRUÇÃO.DA.VIA.AÉREA.(OVA) • Após cada pancada deve verificar se a obstrução
A obstrução da via aérea por corpo estranho é foi ou não resolvida;
pouco frequente, mas constitui-se como uma causa • Aplique até 5 pancadas no total.
de PCR acidental potencialmente reversível. COMPRESSÕES ABDOMINAIS
Nor malmente associada à alimentação e • As compressões abdominais devem ser aplicadas
comumente presenciada, as vítimas apresentam-se no caso de as pancadas interescapulares não serem
inicialmente conscientes e reativas, pelo que as eficazes. Com a vítima de pé ou sentada:
oportunidades de intervenção precoce podem de • Fique por detrás da vítima e circunde o abdómen
forma mais fácil resolver a situação. da mesma com os seus braços;
O reconhecimento precoce da obstrução da via • Incline a vítima para a frente;
aérea é fundamental para o sucesso da evolução da •Feche o punho de uma mão e posicione-o acima
situação de emergência. da cicatriz umbilical, com o polegar voltado contra
O reanimador treinado deve identificar sinais de o abdómen da vítima;
obstrução da VA. • Sobreponha a 2.a mão à já aplicada;
O risco de OVA é mais elevado em vítimas que • Aplique uma compressão rápida para dentro e
apresentem algumas das seguintes situações: para cima;
redução do nível de consciência, intoxicação por • Repita as compressões até que o objeto seja
álcool e/ou drogas, alterações neurológicas com expelido da VA;
dificuldade de deglutição e diminuição do reflexo • Aplique cada nova compressão (até 5) como um
da tosse, alterações mentais, demência, dentição movimento separado e distinto;
inexistente e idosos. • Após cada compressão abdominal deve verificar
PODEMOS CLASSIFICAR A OVA QUANTO À se a obstrução foi ou não resolvida.
GRAVIDADE:
LIGEIRA:
• Vítima reativa, capaz de falar, tossir e respirar;
GRAVE:
• Vítima incapaz de falar;
• Tosse fraca/ineficaz ou ausente;
• Respiração em “esforço” com ruído agudo alto à
inspiração ou ausência total de ruído;
• Incapacidade de movimentar o ar;
• Cianose (coloração azulada ou violácea da pele,
especialmente da face e nas extremidades, devida a
deficiente oxigenação do sangue);
• Agarra o pescoço com as mãos (sinal universal de
asfixia).
ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA VÍTIMA INCONSCIENTE POR OVA GRAVE
O algoritmo que a seguir se descreve aplica-se tanto No caso de a vítima ficar inconsciente as
a adultos como a crianças com mais de 1 ano de compressões torácicas devem ser iniciadas logo que
idade. possível. A realização de compressões torácicas
PANCADAS INTER-ESCAPULARES resulta no aumento da pressão da via aérea, tal
• Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás da como as compressões abdominais, traduzindo-se
vítima, com uma das pernas encostadas de modo a numa forma eficaz de promover a desobstrução da
ter apoio; via aérea.
• Passe o braço por baixo da axila da vítima e Assim:
suporte-a a nível do tórax com uma mão, • Suporte/ampare a vítima colocando-a no chão
mantendo-a inclinada para a frente, numa posição em decúbito dorsal sobre superfície rígida;
tal que se algum objeto for deslocado com as • Ligue de imediato 112, ou garanta que alguém o
pancadas possa sair livremente pela boca; faça;
• Aplique até 5 pancadas com a base da outra mão • Inicie compressões torácicas e insuflações (após 30
na parte superior das costas, ao meio, entre as compressões, tente 2 insuflações eficazes);
omoplatas, isto é, na região interescapular;
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ESCALA DE COMA DE GLASGOW


A escala combina os principais indicadores-chave de gravidade de uma lesão neurológica de uma forma
simples, e visa avaliar o nível de consciência dos pacientes de maneira prática e confiável, além de possuir as
vantagens de fácil aplicação e reprodutibilidade.
No entanto, possui limitações na análise da resposta verbal em pacientes sedados, com distúrbios de
linguagem e em ventilação mecânica.
Na escala original, a análise da gravidade do comprometimento neurológico era baseada em três critérios:
abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, os quais são pontuados individualmente e sua soma varia
de 03 a 15, caracterizando o paciente com lesão leve, moderada ou grave .
Em 2018, houve uma atualização com a inclusão da avaliação da reatividade pupilar, podendo agora variar
de 01 a 15. Além disso, algumas nomenclaturas foram alteradas para simplificar sua aplicação.
Portanto, hoje utilizamos quatro indicadores para avaliar o nível de consciência do paciente:
• Abertura ocular;
• Resposta verbal;
• Melhor resposta motora;
• Reatividade pupilar.
2. Indicadores

2.1. ABERTURA OCULAR


CLASSIFICAÇÃ PONTUAÇÃ
CRITÉRIO
O O
Olhos abertos previamente à estimulação. Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em voz
Ao som 3
alta.
Abertura ocular após estimulação da extremidade dos dedos. À pressão 2
Ausência persistente de abertura ocular, sem fatores de
Ausente 1
interferência.
Olhos fechados devido a fator local. Não testável NT
2.2. RESPOSTA VERBAL
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Resposta adequada relativamente ao nome, local e
Orientada 5
data.
Resposta não orientada, mas comunicação coerente. Confusa 4
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Palavras isoladas inteligíveis. Palavras 3


Apenas gemidos. Sons 2
Ausência de resposta audível, sem fatores de
Ausente 1
interferência.
Fator que interfere com a comunicação. Não testável NT
2.3. MELHOR RESPOSTA MOTORA
CLASSIFICA PONTUAÇ
CRITÉRIO
ÇÃO ÃO
Cumprimento de ordens com duas ações. A ordens 6
Elevação da mão acima do nível da clavícula ao estímulo na cabeça ou
Localizadora 5
pescoço.
Flexão rápida do membro superior ao nível do cotovelo, padrão
Flexão normal 4
predominante não anormal.
Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, padrão claramente Flexão
3
anormal. anormal
Extensão do membro superior ao nível do cotovelo. Extensão 2
Ausência de movimentos dos membros superiores/inferiores sem
Ausente 1
fatores de interferência.
Fator que limita resposta motora. Não testável NT

2.4. REATIVIDADE PUPILAR


CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Bilateral 0
Unilateral 1
Inexistente 2
3. Pontuação e grau de lesão
Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a fórmula aplicada é:
• Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] –
Reatividade Pupilar [0 a 2]
Grau de lesão de acordo com a pontuação:
• Entre 13 e 15 – LEVE;
• Entre 9 e 12 – MODERADA;
• Entre 3 e 8 – GRAVE;
• Menor que 3 – COMA;
ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal!
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linguagem,fala, leitura e escrita), parecias, dores


ANAMNESE E EXAME FÍSICO radiculares e etc.
DO SISTEMA NERVOSO EXAME FÍSICO
2- NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
1-Anamnese
Consciência: Noção que o indivíduo tem de se
2-Consciência
mesmo e do ambiente ao seu redor.
3-Equilíbrio
4-Coordenação
• Consciente ou estado de vigília: Tem a
percepção do mundo exterior e de si mesmo.
5-Exame da Motricidade
6-Reflexos Profundos e Superficiais
• Obnubilação: Estado de alerta
moderadamente comprometido, redução da
7-Sensibilidade Superficial e Profunda
percepção sensorial e lentidão na compreensão.
8-Avaliação de Pares Cranianos
• Sonolência: Paciente é facilmente despertado,
1-ANAMNESE:
responde mais ou menos apropriadamente e logo
Identificação:Nome, idade, sexo, procedência, volta a dormir.
residência atual e anterior , profissão anterior e
• Confusão mental: Perda da atenção, o
atual, raça, estado civil, religião, naturalidade. pensamento não é claro, as respostas são lentas e
Queixa principal: Com as palavras do paciente, não há percepção normal do tempo e espaço,
registra-se o que levou o paciente a buscar ajuda. podendo surgir alucinações, ilusões e agitação.
História da doença atual:
• Torporoso: Paciente só é despertado por
• Data do início da doença: Muito recente estímulos mais fortes, tem movimentos
(aguda- horas ou dias), recente(subaguda- espontâneos e abre os olhos.
semanas ou poucos meses), longa duração
• Comatoso: Não é despertado com estímulos
(crônica-muitos meses ou anos). fortes e não tem movimentos espontâneos, estado
• Evolução crônica dos sintomas: Início, de coma.
localização, irradiação, fatores de melhora ou Observação: atualmente essa classificação é
piora, frequência, duração,intensidade e etc. evitada, pois vários observadores possuem
Interrogatório sintomatológico: percepções diferentes sobre cada uma delas, assim,
Interrogatório feito para cada sistema específico do utiliza- se a Escala de Coma de Glasgow. Ressalta-
corpo, dando ênfase ao sistema que o paciente se se a importância da experiência do examinador na
queixa. aplicação da EG.
Antecedentes pessoais patológicos:
Internações, doenças anteriores ( viroses, diabetes,
convulsões, intervenções cirúrgicas e etc),
transfusões sanguíneas, traumas , alergias e etc.
A n t e c e d e n t e s p e s s o a i s fi s i o l ó g i c o s :
Condições do nascimento, condições de gestação,
condições de desenvolvimento psicomotor( firmou a
cabeça, andou, sentou, falou e etc), vacinações,
menarca, sexarca.
Antecedentes familiares: Doenças musculares e
heredodegenerativas do sistema nervoso ocorridas
em pessoas da família e entre outras comorbidades .
Condições socioeconômicas e Hábitos de 3-EQUILÍBRIO
vida: Condição de moradia, acesso a saneamento EQUILÍBRIO ESTÁTICO: Analisa-se o paciente na
básico, alimentação, moradia, uso de bebidas posição vertical e olhando para frente. Verifica-se a
alcoólicas e drogas ilícitas, hábitos sexuais, práticas função vestibular(orelha interna-labirinto) + função
de exercícios físicos e etc. visual + sensibilidade proprioceptiva e sensação
SINAIS E SINTOMAS DAS AFECÇÕES DO SISTEMA tátil.
NERVOSO Teste de Romberg= deixando o paciente parado
Distúrbios de consciência, cefaleia, dor na face, com os pés juntos e paralelos, olhando pra frente,
tontura e vertigens, convulsões, transtorno de depois fecha os olhos do paciente e dá-se leves
movimento, automatismo, distúrbios visuais, empurrões. Para sensibilizar o teste, peça ao
náusea, vômitos, disfagia, distúrbios de marcha, paciente colocar o pé em cima do outro.
paralisias, distúrbios de sensibilidade, distúrbios de No indivíduo normal, nada se observa, ou apenas
sono e das funções cerebrais ligeiras oscilações do corpo são notadas (prova de
superiores(comunicação por meio da Romberg negativa).
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Com alterações neurológicas, ao cerrar as movimentos em decorrência de lesões do cerebelo.


pálpebras, o paciente apresenta oscilações do Marcha tabética: Para se locomover o paciente
corpo, com desequilíbrio e forte tendência à queda mantém o olhar fixo no chão, os
(prova de Romberg positiva). membros inferiores são levantados
Teste de Romberg positivo= Sinal de Romberg abrupta e explosivamente e ao serem
presente: queda após fechar os olhos recolocados no chão os calcanhares
• Parado, com os pés juntos e paralelos tocam o solo de modo bem pesado,
• Leves empurrões, braços esticados com os olhos fechados a marcha se
• Fechamento dos olhos toma pior, ou se torna impossível.
Romberg Clássico Ou Funicular: queda (indica perda de sensibilidade
imediatamente após o fechamento dos olhos, sem proprioceptiva por lesão do cordão
sentido preferencial = Lesão das raízes dorsais e posterior da medula)
funículo posterior da medula (vias proprioceptivas). Marcha de pequenos passos: Paciente dar
Romberg Vestibular: queda após um período de passos muitos curtos e ao caminhar arrasta os pés
latência,para o lado do labirinto lesado= alterações como se estivesse dançando, marchinha. ( típico de
das vias vestibulares. paralisia pseudobulbar e na atrofia cortical
Dança Dos Tendões: lesões do cerebelo. degenerativa)
EQUILÍBRIO DINÂMICO: Marcha - observar a postura Marcha Vestibular: Paciente com lesão
do paciente, o balanço dos membros e a presença vestibular(labirinto) apresenta
de alterações como aumento da base,equilíbrio, lateropulsão quando anda: é
irregularidades dos passos e desvios. como se fosse empurrado para o
• Marcha com olhos abertos e fechados lado quando tenta caminhar em
• Caminhar encostando o hálux no calcanhar / linha reta. Se o paciente for
ponta dos pés/ calcanhar no chão colocado em uma sala ampla e
Obs: alteração da marcha dá-se o nome de lhe for solicitado ir de frente e
disbasia, podendo ser uni ou bilateral. voltar de costas de olhos
Marcha Ceifante/helicópode/hemiplégica: fechados ele irá descrever uma
Mantém o membro superior figura parecida com uma estrela.
fletido em 90 graus no cotovelo e Marcha Escavante: O paciente tem paralisia
em adução e mão fechada. O do movimento de flexão dorsal do pé. Ao tentar
membro inferior do mesmo lado caminhar toca com a ponta do pé o solo e
é espástico, e o joelho não tropeça.
flexiona, devido a isso a perna Marcha em tesoura/ espástica: Dois
tende a arrasta- se pelo membros inferiores enrijecidos e espásticos
chão ,descrevendo um permanecem semifletidos, os pés se
semicírculo quando o paciente arrastam e as pernas se cruzam uma na
troca o passo.( típica de acidente frente da outra quando o paciente tenta
vascular cerebral) caminhar.(o movimento das pernas lembra
Marcha anserina/pato: O o formato de uma tesoura em
paciente para caminhar acentua a funcionamento)
lordose lombar e vai inclinando o Marcha claudicante: O paciente manca
tronco ora para a esquerda, ora em um dos lados.(estenose do canal vertebral
para a direita, alternadamente, lombar)
lembrando um andar de pato. 4- COORDENAÇÃO
( doenças musculares) Coordenação adequada traduz o bom
Marcha Parkinsoniana: funcionamento de, pelo menos, 2 setores
Paciente anda como um bloco do sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador)
enrijecido sem o movimento e a sensibilidade proprioceptiva.
automático dos braços,cabeça - A perda de coordenação é denominada ataxia, a
inclinada para frente, passos qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e
miúdos e rápidos. (Mal de mista.
parkinson) - Cumpre mencionar que, nas lesões da
M a rc h a c e reb e l a r / é b r i o : O sensibilidade proprioceptiva, o paciente utiliza a
caminhar faz-se em zigue-zague( como v i s ã o p a r a fi s c a l i z a r o s m o v i m e n t o s
um bêbado), traduz incoordenação dos incoordenados.Cerradas as pálpebras, acentua-se
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a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões importante observar se eles são realizados em
cerebelares. toda a sua amplitude.
Faz-se o exame de coordenação por meio de • Força muscular: O paciente procura fazer os
inúmeras provas, mas bastam as que se seguem: mesmos movimentos mencionados no exame da
Prova dedo-nariz/índex nariz: Com o motricidade espontânea, só que, desta vez, com
membro superior estendido lateralmente, o oposição aplicada pelo examinador.
paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz -
olhos abertos e, depois, fechados.
Prova calcanhar-joelho: Na posição de
decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o
joelho oposto com o calcanhar do membro a ser
examinado. A prova deve ser realizada várias vezes,
de início de olhos abertos e depois fechados,
“sensibiliza-se” a prova mediante o deslizamento do
calcanhar pela crista tibial, após tocar o joelho.
Prova movimentos alternados: Determina-se
ao paciente que realize movimentos rápidos e
alternados, tais como: abrir e fechar a mão,
movimento de supinação e pronação, extensão e
flexão dos pés. Nos casos de discreta ou duvidosa deficiência
motora dos membros, realizam-se as denominadas
p r o v a s defic i tár i a s (c o n t r a a g r av id a de ),
representadas pelas:
- Provas de Barré
- Prova de Mingazzini
- Prova dos braços estendidos.

5-MOTRICIDADE
De três tipos são os atos motores: voluntário,
involuntário e reflexo.
Síndrome do neurônio superior e inferior O resultado do exame da força pode ser
- Voluntária: sistema motor voluntário que registrado da seguinte maneira:
• Grau V: contração normal, vence a gravidade e
comanda os movimentos dos vários segmentos
resistência
do corpo é representado pelos neurônios centrais
• Grau IV: contração boa, vence alguma resistência
ou superiores, situados no córtex frontal,
• Grau III: contração regular, vence a gravidade
precisamente na circunvolução pré-central, cujos
mas não a resistência
axônios formam o fascículo corticospinal,
• Grau II: contração fraca, não vence a gravidade
também chamado piramidal, indo terminar em
• Grau I: esboço de contração muscular, contração
sinapse nos vários níveis medulares com os
visível ou palpável
segundos neurônios motores.
• Grau 0: contração nula, paralisia total (plégico).
A motricidade voluntária é estuda por meio de duas
• Tônus muscular: É um estado de tensão
técnicas, uma análise para a motricidade
constante a que estão submetidos os músculos,
espontânea e avaliação da força muscular.
tanto em repouso (tônus de postura), como em
• Espontânea: Solicita-se ao paciente executar movimento (tônus de ação). O exame do tônus é
uma série de movimentos, especialmente dos
realizado com o paciente deitado e em completo
membros, tais como: abrir e fechar a mão,
relaxamento muscular, obedecendo-se à seguinte
estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o
técnica:
braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o
pé. Durante a execução desses movimentos, é
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A. Inspeção- Verifica-se a existência ou não de que há excesso de movimentos, não associados a


achatamento das massas musculares de fraqueza muscular e/ou espasticidade.
encontro ao plano do leito. Principais características dos transtornos
B. Palpação das massas musculares: do movimento:
Averigua-se o grau de consistência muscular, a Tremor: são oscilações rítmicas e regulares de um segmento do
qual se mostra aumentada nas lesões motoras corpo, geradas por contrações alternadas de músculos agonistas e
antagonistas. É o movimento involuntário mais prevalente.
centrais e diminuída nas periféricas. Compreende três tipos: de repouso, de ação (postural e cinético) e
misto.
C. Movimentos passivos: Imprimem-se Distonia: é uma síndrome composta de contrações musculares
movimentos naturais de flexão e extensão nos mantidas, que frequentemente causa movimentos repetitivos, e/ou
torções, e/ou posturas anormais. São classificadas em: (a) focal,
membros e observam-se: quando somente uma parte do corpo é acometida (cervical); (b)
• Passividade: se há resistência (tônus segmentar: quando duas partes contíguas são acometidas (cervical +
membro superior); (c) multifocal, quando duas ou mais partes não
aumentado) se a passividade está menor do contíguas são acometidas (cervical + membro inferior); (d)
generalizada, quando afeta, no mínimo, os dois membros inferiores e
que o normal (tônus diminuído). qualquer outra parte do corpo.
• Extensibilidade, isto é, se existe ou não Coreia: caracteriza-se por movimentos arrítmicos, irregulares e
rápidos. Os pacientes apresentam “impersistência motora” quando
exagero no grau de extensibilidade da fibra tentam manter a contração muscular. Podem ser hereditárias (doença
de Huntington) ou adquiridas (coreia de Sydenham).
muscular. Assim, na flexão da perna sobre a Atetose: são movimentos sinuosos, lentos e contínuos, mais
coxa, fala-se em diminuição do tônus quando frequentes nas porções distais dos membros, adquirindo aspecto
“serpentiante” ou tentacular. Pode ocorrer associada à coreia,
o calcanhar toca a região glútea de modo constituindo a coreoatetose.
fácil. Balismos: são movimentos bruscos, de grande amplitude, afetando,
principalmente, os segmentos mais proximais dos membros
D. Balanço passivo: Com as suas duas mãos, superiores e inferiores. Assemelham-se a um “arremesso” quando
nos membros superiores e ao “chute” quando nos membros
segura e balança o antebraço do paciente, inferiores.É mais comum unilateralmente (hemibalismo).
observando se a mão movimenta-se de forma Mioclonias: caracterizadas por abalos involuntários de um músculo ou
grupo muscular, levando ao deslocamento súbito do segmento
normal, exagerada (na hipotonia) ou diminuída corporal. São breves, bruscos, semelhantes a “sacudidas”
musculares, podendo afetar o tronco e a raiz dos membros. A
(na hipertonia). O mesmo pode ser observado, mioclonia pode ser “positiva” quando há contração muscular e
aplicando-se a manobra nos membros “negativa” quando há relaxamento muscular.
Discinesia: apresenta caráter estereotipado dos movimentos de
inferiores, segurando a perna e observando o padrão mais ou menos semelhante e de forma contínua (exemplo:
balanço dos pés. pronação/supinação da mão, careteamento com movimentos
sucessivos dos lábios, língua com protrusão e retração). Estão,
-Na hipotonia, observam-se achatamento das frequentemente, associadas à utilização crônica de medicamentos
(exemplo: neurolépticos).
massas musculares no plano do leito, consistência Espasmo hemifacial: são movimentos breves, periódicos, dos
muscular diminuída, passividade aumentada, músculos da hemiface inervados pelo facial. Os espasmos
musculares podem ser clônicos, tônicos ou tônico-clônicos.
extensibilidade aumentada. Classificado como idiopático e secundário (exemplo: tumor do ângulo-
ponto).
-Na hipertonia, encontram-se consistência Tiques: são caracterizados por movimentos breves, rápidos,
muscular aumentada, passividade diminuída e irregulares e repetitivos, afetando qualquer parte do corpo. Podem ser
suprimidos pela vontade do paciente. Os tiques são classificados em
extensibilidade aumentada. motores e vocais, simples e complexos. Pioram com o estresse e a
Observação: ansiedade.
Acatisia: incapacidade do indivíduo de manter-se quieto, sensação
Lesões do neurônio motor superior→ subjetiva de intranquilidade; o paciente sente alívio quando se move
incessantemente (exemplo: sentar e levantar, cruzar e descruzar as
causam aumento do tônus muscular, hiperatividade pernas). A causa mais comum é medicamentosa (neurolépticos, como
dos reflexos tendinosos e sinal de Babinski. haloperidol, clorpromazina).
Síndrome das pernas inquietas: sensação desagradável das pernas
Lesões do neurônio motor inferior→ semelhantes a formigamento e queimação, quando a pessoa está em
repouso e relaxa, principalmente à noite, melhorando ao movimentar-
produzem redução do tônus muscular, reflexos se.
hipoativos, atrofia muscular e fasciculações. Síndrome da pessoa rígida: caracteriza-se pela contração muscular,
dolorosa, da musculatura axial (dorsolombar, abdominal e cervical) e
-Involuntário(distúrbios do movimento) parte proximal dos membros. A marcha torna-se lenta, com
dificuldade para virar-se, dando aspecto de “soldado de madeira”.
Tão logo o paciente se ponha na presença do Está relacionada a mecanismos autoimunes.
médico inicia-se a inspeção, incluindo a observação
de movimentos involuntários, quando presentes. Reações Musculares
Cumpre destacar que alguns movimentos Patológicas Antálgicas
involuntários são contínuos e tornam-se logo Sinais de irritação
evidentes, ao passo que outros ocorrem meningorradicular:
periodicamente ou em crises, dificultando seu
• Sinal de Kernig: Coxa e perna
reconhecimento. em ângulo reto. Considera-se a
Os distúrbios do movimento são
prova positiva quando o paciente
classificados em:
sente dor ao longo do trajeto do
hipocinéticos, caracterizados por pobreza e nervo ciático e tenta impedir o
lentidão de movimentos, e hipercinéticos, em movimento.
• Sinal de Brudzinski: Flexão
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passiva da nuca e flexão involuntária dos alba e da cicatriz umbilical para o lado
membros inferiores. estimulado.
• Rigidez de nuca Hipertonia: Estando o Distinguem-se os reflexos cutâneo-
paciente em decúbito dorsal, o examinador abdominais superior, médio e inferior,
coloca uma das mãos na região occipital e, conforme a região estimulada (altura
suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se das regiões epigástrica, umbilical e
o movimento for fácil e amplo, não há rigidez hipogástrica, respectivamente).
nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, R e fl e x o c r e m a s t é r i c o : a
fala-se em resistência, defesa ou simplesmente estimulação do terço superior da face
rigidez da nuca. Esta última situação é medial da coxa, estando o paciente em
frequentemente encontrada na meningite e na decúbito dorsal, com os membros
hemorragia subaracnóidea. inferiores estendidos e em abdução,
• Sinal de Lasègue: Com o paciente em desencadeia a contração do cremaster
decúbito dorsal e os membros inferiores e elevação do testículo ipsilateral.
estendidos, o examinador levanta um dos Reflexo anal: Contração do esfíncter
membros inferiores estendido. A prova é positiva anal externo em resposta à
quando o paciente reclama de dor na face estimulação cutânea da região perianal.
posterior do membro examinado, logo no início 2-Profundos
da prova (cerca de 30° de elevação). Na pesquisa dos reflexos miotáticos fásicos ou
clônicos, o estímulo é feito pela percussão com o
martelo de reflexos do tendão do músculo a ser
examinado.
De rotina, são investigados os reflexos aquileu,
patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador,
bicipital e tricipital.

6-REFLEXOS
1-Superficiais
Reflexo cutâneo-plantar: A excitação da planta
do pé, em sua margem interna preferencialmente,
no sentido póstero-
a n t e r i o r, p r o v o c a
flexão plantar do hálux
e dos artelhos.
Denomina-se o reflexo
como cutâneo-plantar
em flexão. A
pesquisa deve ser realizada estando o paciente
deitado e relaxado, utilizando-se uma espátula ou
um objeto de ponta romba. O sinal de Babinski,
que consiste na extensão lenta do hálux, é mais
facilmente obtido quando se estimula a parte lateral
da planta do pé e é indicativo de lesão piramidal.
Reflexos cutâneo-abdominais:A estimulação
cutânea, rápida, da parede abdominal, no sentido
látero-medial, provoca Contração dos músculos
abdominais ipsilaterais, causando desvio da linha
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7-SENSIBILIDADE • Discriminação Táctil Ou De Dois


Sensibilidade Superficial ou Exteroceptiva Pontos:Estimulação simultânea de dois pontos
• Tátil: algodão seco, gaze ou pincel vizinhos, sem o auxílio da visão.
• Dolorosa: alfinete ou agulha de costura (romba)
• Térmica: tubo com água quente (<45°C) e fria
(>15°C)
Sensibilidade Profunda ou Proprioceptiva:
• Sensibilidade vibratória ou Palestesia:
sensação vibratória com diapasão nas
eminências ósseas.
• A sensibilidade à pressão (barestesia) é
verificada mediante compressão digital ou
manual em qualquer parte do cor po,
especialmente de massas musculares.
• A cinético-postural ou artrocinética
(batiestesia) é explorada deslocando-se
suavemente qualquer segmento do corpo em
várias direções (flexão, extensão). Em dado TERMOS:
momento, fixa-se o segmento em uma ANESTESIA : É a perda de um tipo de
d e t e r m i n a d a p o s i ç ã o, q u e d eve r á s e r sensibilidade.
reconhecida pelo paciente. Para facilitar o HIPOESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade
exame, elegem-se algumas partes do corpo, diminuída a estimulação.
como o hálux, o polegar, o pé ou a mão. HIPERESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade
• A sensibilidade dolorosa profunda é aumentada para estipulação.
avaliada mediante compressão moderada de ANALGESIA : Perda da sensação dolorosa.
m a s s a s mu s c u l a re s e t e n d õ e s, o q u e, PARESTESIAS : Percepção sensitiva sem
normalmente, não desperta dor. Se o paciente estímulos externos de for migamento, dor,
acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. alfinetadas ou queimação.
De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis ALODÍNEA: Percepção de um estímulo não
não sentem dor quando se faz compressão, doloroso, como estímulo doloroso e de alta
mesmo forte, de órgãos habitualmente muito intensidade.
dolorosos, como é o caso dos testículos. DISESTESIA : Sensações distorcidas e
desagradáveis de estímulos normalmente inócuos.

Sensibilidade de integração cortical


• Estereognosia : É a capacidade de reconhecer
a forma dos objetos pelo tato, sem o auxílio da
visão.
• Grafestesia: É a capacidade de reconhecer
letras ou números desenhados na palma das
mãos com um lápis ou um objeto de ponta
romba, sem o auxílio da visão.
EXAME DOS PARES DE NERVOS ser reconhecidos o tecido nervoso (retina e
papila óptica) e os vasos (artérias, veias e
CRANIANOS capilares), que evidenciam fielmente o que se
Ao todo são 12 pares de nervos cranianos: passa com as estruturas análogas na cavidade
I- Olfatório, II-Óptico, III-Oculomotor, IV- craniana.
Troclear, V-Trigêmeo, VI-Abducente, VII-Facial , III NERVO OCULOMOTOR, IV NERVO TROCLEAR E VI
VIII-Vestibulococlear, IX-Glossofaríngeo, X-Vago, NERVO ABDUCENTE
XI-Acessório, XII-Hipoglosso. • Função: motricidade ocular extrínseca e
ANÁLISE DE CADA PAR DE NERVOS intrínseca.
I NERVO OLFATÓRIO
• Esses três nervos são examinados em conjunto,
• Função: olfação pois inervam os vários músculos que têm por
• No exame da olfação, função a motilidade dos globos oculares.
empregam-se substâncias com • Tais músculos são o reto medial, o reto superior, o
odores conhecidos: café, reto inferior, o oblíquo inferior (inervados pelo
canela, cravo, tabaco, álcool oculomotor), o oblíquo superior (inervado pelo
etc. troclear) e o reto lateral (inervado pelo
• De olhos fechados, o paciente abducente).
deve reconhecer o aroma que • O III nervo inerva também a musculatura
o examinador colocar diante elevadora da pálpebra.
de cada narina. Esses nervos podem ser examinados da
Observação:Afastadas as condições que impeçam seguinte maneira:
o reconhecimento do odor (resfriado comum, I. Motilidade extrínseca. O exame é feito em
atrofia de mucosa), as alterações deficitárias c a d a o l h o s e p a r a d a m e n t e e, d e p o i s,
(hiposmia e anosmia) ganham maior significado simultaneamente, da seguinte maneira: estando
clínico, pois dependem de distúrbios neurológicos, o paciente com a cabeça imóvel, o examinador
como sífilis nervosa, fratura do andar anterior da solicita a ele que desloque os olhos nos sentidos
base do crânio e neoplasia da goteira olfatória. horizontal e vertical. No exame simultâneo,
acrescenta-se a prova da convergência ocular,
II NERVO ÓPTICO
que é feita aproximando gradativamente um
• Função: visão central (acuidade visual),
objeto dos olhos do paciente.
periférica (campo visual) e fundos oculares
• As imagens são recolhidas na retina por meio dos
cones e bastonetes, e conduzidas ao centro da
visão no lobo occipital.
O nervo óptico é examinado da seguinte
maneira:
I. Acuidade visual. Utilização da lâmina de
Snellen a 60 cm de distância, pede-se ao
paciente que diga o que vê na sala de exame
(na parede, na mesa) ou leia alguma coisa.
Examina-se cada olho em separado. Havendo
diminuição da acuidade, fala-se em ambliopia;
quando abolida, constitui-se em amaurose.
Ambas podem ser uni ou bilaterais e costumam
ser causadas por neurite óptica, neoplasias e
hipertensão intracraniana. II. Motilidade intrínseca. O exame da pupila
I. Campo visual. Sentado, o paciente fixa um é feito em seguida ao estudo da motilidade
ponto na face do examinador, postado à sua extrínseca dos globos oculares.Dinamicamente,
frente. O examinador desloca um objeto nos a pupila é examinada por meio de um feixe
sentidos horizontal e vertical, e o paciente dirá luminoso e pela convergência ocular. Em
até que ponto está “percebendo” o objeto nas ambiente de pouca luminosidade, o paciente
várias posições. Cada olho é examinado deve olhar para um ponto mais distante. O
separadamente. A isso se denomina avaliação examinador incide o feixe de luz em uma
do campo visual ou campimetria. pupila e observa a resposta nos dois
II. Fundoscopia. Com o oftalmoscópio, o fundo lados.Chama-se reflexo fotomotor direto a
de olho torna-se perfeitamente visível. Podem contração da pupila na qual se fez o estímulo, e
de reflexo fotomotor consensual a contração da VII NERVO FACIAL
pupila oposta. Em seguida, aproxima-se dos • Função: movimentar a musculatura mímica,
olhos um objeto, e as pupilas se contrairão sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da
normalmente – é o reflexo da acomodação. língua, inervação vegetativa das glândulas
l a c r i m a i s, s u b m a x i l a r e s e s u b l i n g u a i s,
sensibilidade exteroceptiva de uma pequena
região do pavilhão auricular.
O nervo facial é examinado da seguinte
maneira:
I. Para a função motora:Para
fazer o exame do nervo facial,
solicita-se ao paciente enrugar
a testa, franzir os supercílios,
fechar as pálpebras, mostrar os
dentes, abrir a boca, assobiar,
V NERVO TRIGÊMEO. inflar a boca e contrair o
• Função:Sensibilidade facial e motricidade dos platisma ou músculo cutilar do
músculos mastigatórios. pescoço.
II. Para a função sensitiva:Algodão embebido
em substâncias amargas, salgadas, azedas e
doces na língua.
Observação:Tem importância prática a distinção
entre a paralisia por lesão do nervo facial (paralisia
periférica-representada na
imagem B) e aquela por lesão
da via corticonuclear
(piramidal), também chamada
de paralisia central-
representada na imagem A.
O nervo trigêmeo é examinado da seguinte No tipo periférico, toda a
maneira: hemiface homolateral é
I. Para a função motora: Inspeção do maxilar comprometida, enquanto, na
inferior e região temporal; Palpação da fossa central, somente a metade inferior da face
temporal, solicitando ao paciente que feche a contralateral se mostra alterada. Este último tipo
boca com força, e que abra a boca (observando ocorre com frequência nos acidentes vasculares e
desvios para um ou outro lado por ação dos nas neoplasias cerebrais.
pterigóideos); além de pedir para o paciente
VIII NERVO VESTIBULOCOCLEAR.
movimento o queixo de um lado para o outro.
• Função: audição, equilíbrio e postura.
Reflexo córneo-palpebral: com uma mecha de
• É constituído por duas raízes: a coclear,
a l g o d ã o, e s t i mu l a - s e a
incumbida da audição, e a vestibular, responsável
córnea do paciente, pedindo
pelo equilíbrio.
que o paciente dirija seu
• No exame neurológico de rotina, faz-se apenas
olhar para um lado e
uma exploração mais ou menos grosseira das
aproximando-se
duas raízes, coclear e vestibular.
vagarosamente o algodão do
• Desse nervo a raiz coclear é avaliada
lado oposto;O algodão é
pelos seguintes dados e manobras:
posto entre a esclerótica e a córnea; A resposta - Diminuição gradativa da intensidade da voz
normal é a contração do orbicular das pálpebras.
natural
II. P a r a a f u n ç ã o - Voz cochichada
sensitiva: avaliar - Atrito suave das polpas digitais
sensibilidade superficial
próximo à orelha
com um algodão e - Prova de Rinne, que
posteriormente se investiga
consiste em aplicar o diapasão
a sensibilidade dolorosa
na região mastoide. Quando o
com alfinete e vibratória
paciente deixar de ouvir a
com o diapasão.
vibração, coloca-se o aparelho próximo ao I. Para a função sensitiva: Algodão embebido
conduto auditivo. Em condições normais, o em substâncias amargas, salgadas, azedas e
paciente acusa a percepção do som (Rinne doces na língua;
positivo). Transmissão óssea mais prolongada II. Para a função motora:estímulo mecânico da
que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência parede posterior da faringe ou solicitando que o
auditiva de condução. paciente pronuncie a letra "a" com a boca bem
1. Rinne positivo = paciente acusa a aberta(Reflexo faríngeo-vômito).
percepção do som; X NERVO VAGO
2. Rinne ne gativo = transmissão óssea é • Função: inerva região faríngea e laríngea,
mais prolongada que a auditiva inervação parassimpática para as vísceras
(deficiência auditiva de condução) torácicas e abdominais, recebe informação da
- Prova de Webber: Coloca-se um sensibilidade visceral e sensibilidade superficial do
diapasão vibrando na linha pavilhão auricular e pele do conduto auditivo
mediana do vértice do crânio. Em externo.
condições normais: som será O nervo vago é examinado da
ouvido igualmente em ambas as seguinte maneira:
ore lhas ou ressoará em algum É feito o exame do véu palatino pedindo-se
lugar no centro da cabeça, “não ao paciente que abra a boca e observa-se a
lateralizado”. posição do véu, sua tensão, a posição da
Anormalidade: úvula e da rafe média em repouso. A
A. • Perda Auditiva de Condução: som seguir, solicita-se que pronuncie a letra
melhor no lado afetado (“lateralizado”). "a".Abaixador de língua, estimula-se a
B. • Surdez neurossensorial : som melhor na parede posterior da faringe a fim de
orelha normal. provocar o reflexo nauseoso.
• A i n ve s t i g a ç ã o d a r a i z ve s t i bu l a r Observação:Normalmente são avaliados o nervo
compreende: a pesquisa de nistagmo, desvio glossofaríngeo e vago ao mesmo tempo.
lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de XI NERVO ACESSÓRIO.
Romberg e provas calórica e rotatória. • Função: inervação da laringe (raiz bulbar) e
• O nistagmo consiste em movimentos oculares trapézio e esternocleidomastóideo (raiz espinhal).
ritmados, com dois componentes: um rápido e O nervo acessório é examinado da seguinte
outro lento. O nistagmo pode ser espontâneo ou maneira:
provocado e compreende os tipos horizontal, É realizado a inspeção do
vertical, rotatório e misto. paciente observando a
• Quando há desvio postural durante a marcha, existência de assimetrias de
observa-se lateropulsão para o lado da lesão. Se o relevo das massas musculares
paciente estiver de pé ou sentado com os olhos do pescoço, ombro e escápula.
fechados e os membros superiores estendidos Solicita-se ao paciente que
para frente e elevados em ângulo reto com o levante os braços, colocando-
corpo, os braços irão desviar-se para o lado do os na horizontal e palpando-se as massas
labirinto lesado, e o corpo tenderá a cair para musculares do ombro. Posteriormente, se estuda a
este mesmo lado. força muscular do ombro, solicitando ao enfermo
• Sinal de Romberg positivo, com desequilíbrio do que os levante contra resistência. Para avaliar a
corpo para o lado lesado. força do esternocleidomastóideo, deve-se pedir ao
IX NERVO GLOSSOFARÍNGEO paciente que gire a cabeça contra a força de
• Função: inerva músculos estilofaríngeo e oposição.
constritor superior da faringe (músculos da XII NERVO HIPOGLOSSO.
deglutição), sensibilidade gustativa do terço • Função: inervação da musculatura da língua.
posterior da língua, inervação parassimpática da O nervo hipoglosso é examinado da
glândula parótida, sensibilidade exteroceptiva do seguinte maneira:
pavilhão auricular e pele do conduto auditivo Investiga-se o hipoglosso pela
exter no, sensibilidade geral da mucosa inspeção da língua – no interior da
amigdaliana, trompa de Eustáquio, véu palatino e boca ou exteriorizada –
parede de faringe. movimentando-a para todos os
O nervo glossofaríngeo é examinado da lados, forçando-a de modo que vá
seguinte maneira: de encontro à bochecha e, por fim,
palpando-a, para avaliação de sua consistência.
Observação: Nas lesões unilaterais do hipoglosso,
observam-se atrofia e fasciculação na metade
comprometida. Ao ser exteriorizada, a ponta da
língua se desvia para o lado da lesão. Às vezes,
ocorre disartria para as consoantes linguais.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

pesquisa de rigidez de nuca, ocorre ligeira flexão


SINAIS MENÍNGEOS E das coxas e dos joelhos.
RADICULARES
• Os sinais meníngeos estão presentes com mais
frequência quando as meninges estão inflamadas,
seja por causa de alguma substância estranha (p.
ex., hemorragia subaracnóidea), seja por infecção
(p. ex., infecção bacteriana), apesar de serem
encontrados também em outras situações clínicas.
• A presença dos sinais meníngeos, sobretudo dos
sinais de Kernig, Brudzinski e Lasègue, referem
irritação meníngea e constituem importantes
sinais semiológicos para o diagnóstico de
meningite.
SINAL DE KERNIG
• Paciente em decúbito dorsal com a coxa fletida SINAL DE LASÈGUE
sobre a bacia e a perna fletida sobre a coxa • Paciente em decúbito dorsal e membros inferiores
ambas a 90° , seguido de extensão da perna. estendidos, examinador faz flexão passiva da coxa
• A extensão passiva do joelho é acompanhada por sobre a bacia.
dor e limitação da extensão da perna. • Positivo: Dor na face posterior do membro
• Realiza-se uma flexão involuntária do joelho examinado.
quando o examinador realizava a flexão passiva • Para saber se o sinal de Lasegue é positivo o
de 90° graus do quadril com o joelho estendido. paciente deve ficar deitado.
Quando o sinal é positivo, o paciente sente dor, • O médico imobiliza o osso ilíaco e o tornozelo e o
resistência e incapacidade de estender o joelho paciente levanta a perna com o joelho estendido
por completo. até mais ou menos 40 graus.
• Outra definição dada ao sinal de Kernig é a • O sinal é positivo quando ocorre muita dor na
incapacidade do paciente em estender o joelho região lombar ou glútea e esta dor segue para o
além de 135° graus enquanto mantém o quadril nervo ciático.
flexionado. • Também pode sentir parestesias que são
sensações de frio, calor e formigamento.
• Tentativa de elevação passiva do membro inferior
• (flexão da coxa sobre a bacia).
• Aumento da sensibilidade: flexão dorsal do pé
examinado.
• Resultado positivo: dor na face postero-lateral da
coxa ipsilateral e resistência ao movimento
• Nas meningites=> bilateral
• Diagnóstico diferencial: patologias compressivas
de raízes lombossacras, por hérnias de disco/
tumores, unilaterais.

SINAL DE BRUDZINSKI
• Paciente em decúbito dorsal com membros
inferiores estendidos.
• O examinador posiciona uma das mãos sobre o
tórax do paciente e com a outra mão determina a
flexão súbita do pescoço.
• A flexão passiva da cabeça provoca flexão uni ou
bilateral das coxas e das pernas.
• O sinal de Brudzinski está presente quando, ao se
tentar fletir passivamente o pescoço como na
EXAME DA COLUNA 3-Palpação
Palpação das partes moles
VERTEBRAL A palpação de partes moles na região cervical pode
EXAME DA COLUNA VERTEBRAL ser dividida em duas zonas clínicas: face anterior
1-Inspeção estática (trígono anterior) e face posterior.
Procura observar assimetrias no pescoço,
malformação, contrações involuntárias, tumorações
e etc.
2-Inspeção dinâmica
• Na fase de inspeção dinâmica é avaliada a
amplitude de cada um dos movimentos da coluna
cervical, solicitando-se ao paciente que faça
ativamente a flexão e a extensão da cabeça, a
rotação para ambos os lados e a inclinação lateral
também para ambos os lados.
• A precisão desse exame pode ser melhorada
pedindo-se para o paciente segurar entre os
dentes uma espátula, a qual pode ser usada como
referência no registro das angulações observadas.
Na flexão, o paciente deve ser capaz de encostar
o queixo no tórax e, na extensão, deve-se
observar no perfil um alinhamento da fronte e do
nariz com o plano horizontal (arco normal de
movimento na flexoextensão: 130°).
• Na rotação, o queixo deve estar alinhado com os
ombros (arco normal de movimento para cada
lado na rotação lateral: 80°). Palpação óssea
• Na inclinação lateral, solicita-se para o paciente Com o paciente em posição supina para
encostar a orelha no ombro. Deve-se solicitar ao relaxamento da musculatura cervical, palpam-se as
paciente que tente fazer esse movimento sem a estruturas ósseas nas regiões anterior e posterior.
mobilização do ombro (arco nor mal de
movimento na inclinação lateral para cada lado:
45°).
4-Manobras Manobra de Valsava
Teste da Distração O paciente deve prender a respiração e fazer força
Com o paciente sentado e as mãos do examinador como se quisesse evacuar. Com a manobra ocorre
no queixo e na região posterior da cabeça do aumento da pressão intratecal, agravando os
paciente, realiza-se a distração da região cervical, a sintomas de eventuais lesões que comprimem o
qual, ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor canal, como tumores e hérnias de disco cervicais.
consequente à compressão radicular nesse nível. Teste da Deglutição
Manobra de Spurling Algumas vezes, dor e dificuldade à deglutição
Realizada com flexão lateral da cabeça do paciente, podem ser decorrentes de doenças na região
na qual o examinador realiza pressão sobre o topo anterior da coluna cervical, como protuberâncias
da cabeça. O teste é positivo quando ocorre ósseas, osteófitos, intumescências dos tecidos moles
aumento dos sintomas radiculares na devido a hematomas, infecções e tumores.
extremidade.Dores inespecíficas podem ser Teste da Artéria Vertebral
consequentes a aumento de pressão das superfícies Testa a patência das artérias vertebrais, as quais
articulares das vértebras ou devido a espasmos atravessam os forames vertebrais. Com o paciente
musculares. em posição supina, deve ser mantido nas seguintes
posições por pelo menos 30 segundos: extensão
cervical, rotação para a direita e para a esquerda,
rotação para ambos os lados com o pescoço
estendido. A rotação para a direita geralmente afeta
a artéria vertebral esquerda e vice-versa. Os
sintomas de estenose são tonturas, sensação de
cabeça vazia e nistagmo

Sinal de Lhermitte
Usado para o diagnóstico de irritação meníngea,
sendo visualizado também na esclerose múltipla.
Com o paciente na posição sentada, flete-se a
cabeça de encontro ao tórax, podendo-se
sensibilizar o teste com a flexão dos quadris. É
Teste de Adson
positivo quando o paciente refere dor ou
Testa a permeabilidade da
parestesias, podendo também se queixar de dor
artéria subclávia que pode
irradiada para as extremidades.
ser comprimida pela costela
cervical ou contratura dos
músculos escalenos anterior
e médio. Palpando-se o
pulso radial, deve-se abduzir
e rodar externamente o
membro superior do
paciente. Em seguida, o
paciente deve prender a
respiração e mover a cabeça
em direção ao membro
examinado. Qualquer
compressão da artéria será percebida, como
diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso.
2-Palpação
EXAME DA COLUNA TORÁCICA A palpação da região torácica se fará de melhor
1-Inspeção posterior em pé forma quando o paciente estiver sentado; por trás
• Analisa-se a postura global do paciente, sua da mesa de exames a distância do examinador é a
massa muscular, buscando qualquer assimetria, ideal e há mais estabilidade do paciente com o
contratura ou aumento de volume. apoio da pelve. Na existência de dores, o paciente
• Para observar se os ombros estão no mesmo nível, não reagirá, afastando-se à pressão da mão.
é preciso deixar o paciente relaxado, sem contrair 3-Manobras (em pé)
a musculatura elevadora do ombro de um dos Exame posterior (em pé)
lados, o que é bastante comum e pode induzir a • A primeira medida a ser tomada é a verificação
erros de interpretação. do alinhamento da coluna por meio de um fio de
• Se um dos ombros está de fato mais elevado, é prumo; apoiado na 7a vértebra cervical, o fio
provável que exista escoliose torácica alta, deve acompanhar a linha média até o sulco
convexa para esse lado. interglúteo.
• A presença de desvio do eixo vertebral será
notada e, se a coluna estiver descompensada, isto
é, muito desviada para um lado, não permitindo
que a cabeça fique centrada sobre a pelve, o fio
de prumo não passará sobre o sulco interglúteo,
podendo essa distância ser medida.
• Também, a distância entre o fio e a apófise
espinhosa vertebral desviada pode ser medida
com a própria régua de escoliose.
• Nas avaliações clínicas futuras, esse dado poderá
ser utilizado para avaliar se houve piora da
deformidade.
• Nessa posição, também é possível avaliar o grau
de nivelamento pélvico com uma régua de nível
2-Inspeção lateral (em pé) apoiada nas cristas ilíacas.
Nessa posição, as curvaturas da coluna são mais • Pode ser colocada uma fita métrica entre as
bem observadas. Os braços devem estar em apófises espinhosas de C7 e T12 e obter um valor
extensão, paralelos ao solo. As lordoses cervical e numérico com a diferença entre as posições
lombar devem estar compensadas pela cifose normal e flexionada, que atinge, em média,
torácica e apresentar harmonia. 2,5cm no indivíduo normal. As limitações podem
ser devidas à dor pelo processo patológico básico
do paciente ou por anquilose, no caso da
espondilite.
Teste de inclinação anterior – esse teste merece
ser destacado, por ser o mais sensível para
determinar a presença de escoliose.
EXAME DA COLUNA LOMBAR
Exame posterior sentado • O exame dos movimentos deve considerar a
• A medida da expansão torácica com fita métrica ava l i aç ã o d a a m p l i tu d e d o s d i f e re n t e s
ao redor do tórax, na altura dos mamilos, deve movimentos da coluna lombar (flexão, extensão,
mostrar uma amplitude de pelo menos 3cm entre inclinação lateral e rotação), o aparecimento da
a expiração e a inspiração profunda. dor, espasmo muscular, rigidez ou bloqueio.
• Nos pacientes com dor, limitação da mobilidade e • A flexão da coluna lombar é produzida pelos
discreta cifose, a redução da amplitude torácica é músculos abdominais, especialmente pelo
s i n a l d e c a l c i fi c a ç ã o d o s l i g a m e n t o s músculo reto abdominal. A extensão da coluna
costotransversais, como ocorre na espondilite lombar é produzida pelo grupo dos músculos
anquilosante. eretores da coluna.
• Durante o exame do movimento de flexão do
tronco, deve ser avaliado se esse está sendo
realizado na coluna lombar, pois é possível tocar
o solo com as mãos sem que haja movimento
nesse segmento vertebral.
• Durante a realização do movimento, deve ser
observado se ocorre inversão da lordose lombar,
cuja concavidade inicial em situações normais
apresenta forma convexa ao final do movimento.
1-Manobras
Teste de S c h o ber mo di f ic ado auxilia na
identificação dos pacientes que apresentam
limitação verdadeira dos movimentos da coluna
lombar. Com o paciente na posição ortostática é
delimitado um espaço de 15cm (l0cm acima e 5cm
abaixo do processo espinhoso de L5), e o teste é
Decúbitos laterais (direito e esquerdo) considerado positivo se não ocorrer aumento de
• A palpação dos arcos costais é completada nessas pelo menos 6cm na flexão máxima.
posições, nas quais podem ser percebidos em toda
a sua extensão, de cada lado.
• A rotação da coluna, especialmente na pesquisa
de dor, pode ser realizada passivamente pelo
examinador, fixando e empurrando a pelve para
um lado e trazendo o ombro oposto para o outro.
Teste de Nachlas – com o paciente em decúbito Teste de Gaenslen – o paciente é posicionado em
ventral, é realizada a flexão passiva do joelho até decúbito dorsal com os quadris e os joelhos fletidos
que o calcanhar toque a nádega. O aparecimento até a face anterior do tronco. Com uma das
de dor na região lombar na região de L2-L3, nádegas sem contato com a superfície de apoio da
nádega ou coxa pode indicar compressão radicular. mesa de exame, o membro inferior do lado da
Pode ser potencializado pela extensão simultânea nádega sem apoio é solto em direção ao solo, e a
do quadril. manobra é positiva quando é manifestada dor na
região sacroilíaca.

Teste de estiramento do nervo femoral em


decúbito lateral – o paciente é apoiado sobre o
membro não afetado, que é levemente flexionado
no quadril e joelho. A coluna deve estar alinhada,
evitando-se a hiperextensão. O quadril é mantido
em extensão de 15o, e o joelho fletido Teste de Hoover – na posição supina com o
gradualmente. examinador sustentando ambos os calca- nhares é
Teste de Brudzinski – o paciente em decúbito solicitada a elevação de um dos membros inferiores.
dorsal é instruído para realizar a flexão ativa da Normalmente, o paciente realiza força para baixo
coluna cervical, e o teste é considerado positivo com o membro oposto ao que está elevando, e a
quando a flexão da coluna cervical desencadeia o ausência dessa força para baixo no lado contrário
aparecimento dos sintomas e o paciente realiza a ao da elevação sugere simulação.
flexão dos joelhos e quadris para aliviá-los.

Te ste de Pat r i c k o u
FABERE – é realizado na
posição supina, com o
quadril e o joelho
fl e x i o n a d o s , e o p é
apoiado sobre o joelho
contralateral. A pelve é
fixada com uma das mãos,
enquanto a outra exerce
pressão sobre o membro
realizando sua abdução e
rotação externa. O teste é
positivo quando a dor que aparece ou é exacerbada
e na região sacroilíaca – superior medial da nádega.
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EXAME FÍSICO DOS


MEMBROS SUPERIORES
OMBRO
1-INSPEÇÃO
1.1- ESTÁTICA
O paciente deve ser examinado desnudo da cintura
para cima.
Devem-se observar:
1. Assimetrias ou deformidades características;
2. Atrofia ou fasciculações musculares;
3. Hipotrofia muscular importante, com
deformidades bem evidentes, a qual é comum
em pacientes com sequela de acidente vascular
cerebral (AVC) ou paralisia de plexo braquial;
4. Hipotrofias musculares nas fossas supra e
infraespinhal;
5. Sinais indicativos de lesão traumática, como
As provas funcionais complementam o exame
edema e equimose;
6. Deformidades da coluna cervical e torácica dinâmico do ombro são:
com repercussão no formato, na posição, na • Mão/nádega oposta – apor a mão à nádega
simetria e na mobilidade da escápula; contralateral.
7. Ombro em cabide ou sinal da dragona – • Mão/costas – apor o dorso da mão às costas,
indicativo de luxação aguda anterior do ombro. procurando tocar com a ponta do polegar o
ângulo inferior da escápula oposta.
1.2-DINÂMICA
• Mão/ombro oposto – apor a palma da mão à
A mobilidade do ombro é avaliada de modo global
região deltóidea do lado oposto.
devido à impossibilidade de se isolar os movimentos
• Mão/nuca – apor a palma da mão à nuca.
de cada articulação do cíngulo escapular. Os
movimentos são designados tendo como base eixos A avaliação, que é comparativa com o lado
e planos imaginários que dividem o corpo, que são: oposto, é classificada em três graus:
plano coronal, plano sagital e plano frontal. a) consegue realizar sem dor;
Esses movimentos podem ser avaliados a b) consegue realizar com dor e/ou dificuldade;
partir da posição anatômica, com os braços c) não consegue realizar.
ao lado do tórax, sendo: Observação:Esses testes são importantes para a
• Elevação avaliação da incapacidade para as atividades
• Flexão e extensão no habituais diárias.
plano sagital; 2-PALPAÇÃO
• Rotação interna e Na palpação devem ser avaliados vários fatores,
exter na (torção em como: dor, presença ou ausência de edema,
torno do úmero); alterações de temperatura, deformidades etc. Para
• Elevação no plano facilitar o exame, o examinador pode se basear em
coronal (frontal) pontos de referência.
(abdução e adução); A palpação deve abordar:
• Adução e abdução horizontais no plano • Articulação esternoclavicular – verifica-se se
transverso (horizontal). há dor, edema e mobilidade anormal.
• Clavícula – verifica-se se há deformidade
palpável, dor, edema e crepitação, sinais
de traumatismo recente.
• Articulação acromioclavicular –
verifica-se se há dor, edema, crepitação
e mobilidade anormal.
• Região supraespinhal,
infraespinhal e deltóidea – a
massa muscular que deve ter consistência elástica
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própria do tecido muscular, sem espessamentos Observação:Em caso de lesão do subescapular, o


endurecidos paciente não conseguirá afastar a mão do corpo,
3-MANOBRAS evidenciando alteração da integridade do músculo
Teste de impacto de Neer: Com o paciente em subescapular.
pé, o examinador fixa uma mão na região da Teste do infraespinhal
escápula e com a outra é feita uma elevação É feito com o MS ao lado do
abrupta do braço, levando a um impacto entre a tórax e o cotovelo em 90o de
grande tuberosidade da cabeça do úmero e a flexão, pedindo-se para o
p o r ç ã o a n t e r i o r e i n f e r i o r d o a c r ô m i o, paciente fazer ativamente a
comprimindo a bursa subacromial e o músculo rotação externa do braço
supraespinhoso. contra a resistência oposta pelo
examinador e as respostas são
avaliadas como nos testes
anteriores .
Manobras de luxação
Te s t e d e a p r e e n s ã o
anterior: O examinador,
colocando-se atrás do paciente,
executa com uma mão a
abdução, rotação externa e
extensão passivas forçadas do
Teste de Yocum: O paciente braço do paciente, ao mesmo
coloca a mão sobre o ombro tempo que pressiona com o
oposto, como no teste polegar da outra mão a face
funcional “mão no ombro posterior da cabeça do úmero
oposto”, e procura fletir o tentando deslocá-la.
braço elevando ativamente o Teste de apreensão
cotovelo, sem elevar o cíngulo posterior (Fukuda): O
escapular. examinador faz a adução,
Teste de Jobe: O paciente flexão e rotação interna
eleva o braço em 90° com o passivas do braço do
antebraço pronado contra a paciente procurando
resistência do examinador. deslocar posteriormente a
Compara-se a força com o cabeça do úmero.O teste é
lado contralateral. Esse teste positivo quando o paciente
é positivo em caso de apresenta sensação de
diminuição de força do apreensão por causa da
músculo supraespinhal. subluxação da cabeça do úmero na borda posterior
Teste de Patte: É usado da glenoide, evidenciando instabilidade posterior
para avaliar o músculo do ombro.
infraespinhal. Com o Teste da gaveta anterior e posterior
paciente em pé, faz-se a Colocando-se por trás do paciente que está em pé
abdução do braço ou sentado e com o braço ao lado do corpo, o
enquanto se mantém o examinador fixa, com uma das mãos espalmada
cotovelo fletido a 90°, sobre o ombro, a escápula do paciente e com a
seguida de sua rotação outra segura firmemente a cabeça do úmero que
externa contra a resistência procura deslocar em sentido anterior e posterior. O
colocada pela mão do teste é positivo quando a translação é maior que no
examinador. lado normal, é maior que a translação posterior ou
Teste de Gerber: Com o anterior ( dependendo da face examinada) é maior
paciente em pé, é solicitada que 50% da espessura da cabeça umeral.
a rotação interna do braço
de forma a manter a mão
afastada da região lombar.
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Teste do sulco: O braço do 3-MANOBRAS


paciente que está posicionado Te s t e d e C o z e n
ao lado do corpo é puxado pelo (epicôndilo lateral):
examinador em sentido caudal. Com o cotovelo em 90° de
O braço do paciente que está flexão e o antebraço em
posicionado em 90o de pronação, pede-se ao
abdução é forçado para baixo paciente que faça extensão
pelo examinador; o ativa do punho contra a
aparecimento de um sulco de 1cm ou mais entre o resistência que será imposta
acrômio e a cabeça do úmero indica frouxidão pelo examinador. O teste será positivo quando o
capsuloligamentar. paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da
COTOVELO musculatura extensora do punho e dos dedos.
1-INSPEÇÃO Teste de Mill (epicôndilo
1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA lateral): É realizado com o
Na inspeção estática devemos observar presença de cotovelo em 90° de flexão e o
deformidades, máculas, cicatrizes, alterações antebraço em pronação com
esqueléticas, aumento do volume e atrofia muscular, a , o punho em dorsiflexão e
lembrando sempre da comparação com o lado o cotovelo em extensão. O
contralateral. A inspeção deverá ser realizada com examinador então forçará o
atenção às regiões lateral, anterior, posterior e punho em flexão e o paciente
medial. é orientado para resistir ao
1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA movimento. A presença de dor no epicôndilo lateral
• Essa inspeção deve ser feita de acordo com os será sugestiva de epicondilite lateral.
arcos de movimento normais. Flexão do punho contra
• O c o t ove l o a p re s e n t a q u at ro t i p o s d e a resistência
movimentos: flexão, extensão, pronação e (epicondilite medial):
supinação. Com o cotovelo fletido
ligeiramente e a mão
supinada, o paciente
flexiona o punho contra a
resistência. A presença de
dor no epicôndilo medial é
sugestiva de epicondilite medial.
3.1- MANOBRA DE ESTABILIDADE DO COTOVELO
EM VARO E EM VALGO
O examinador estabiliza
o braço do paciente com
uma mão no cotovelo
deste e a outra mão no
punho; o cotovelo do
paciente é ligeiramente
fletido (20° a 30°). É
aplicada uma força em
adução (varo), para
2-PALPAÇÃO testar o ligamento
Inicia-se pela localização dos epicôndilos lateral e colateral lateral. Em
medial e ponta do olécrano. Esses pontos deverão seguida uma força em
formar um triângulo equilátero. abdução (valgo) é feita
para testar o ligamento
colateral medial. Se
houver frouxidão em
qualquer uma das manobras, suspeita-se de lesão
ligamentar lateral ou medial.
PUNHO E MÃO
1-INSPEÇÃO
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1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA 2-PALPAÇÃO


Todas as estruturas devem ser inspecionadas à Inicialmente devem ser avaliadas a integridade do
procura de sinais de trauma (edema e escoriações), revestimento cutâneo, sua temperatura e a presença
fraturas (desvios e deformidades grosseiras),desvios de calosidades, espessamentos, retrações, edema e
angulares, luxações, sinais inflamatórios ou nodulações. A presença de calosidades e a
infecciosos. A observação das cabeças metacarpais distribuição e profundidade dos sulcos podem
(“nós dos dedos”) com o punho cerrado é útil para sugerir os movimentos e a carga de choque aos
avaliar seu comprimento ósseo ou rotação na quais o membro é exposto. A temperatura pode
ocorrência de fraturas. Nos dedos é preciso buscar indicar processos inflamatórios ou infecciosos, assim
por alterações específicas, como dedos em martelo, como distúrbios perfusionais.
pescoço de cisne e deformidade em botoeira e Partes moles
cor(cianose). Dorsal
1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA - Tabaqueira anatômica
A inspeção dinâmica da mão consiste na análise - Tendões da região dorsal do punho
dos seus movimentos. Estes devem ser realizados de Ventral
maneira ativa e passiva, observando-se a sua - Tendão do músculo flexor ulnar do carpo (FUC):
precisão e amplitude. Tendão do músculo palmar longo (PL)
- Tendão do músculo flexor radial do carpo (FRC)
- Túnel do carpo
- Eminência tenar
- Compartimento adutor
- Eminência hipotenar
Proeminências ósseas
- Processo estiloide do rádio
- Processo estiloide da ulna
- Complexo ulnocarpal
- Escafoide
- Semilunar
- Piramidal
- Pisiforme
- Trapézio
- Trapezoide
- Capitato
- Hamato
- Metacarpos
- Falanges
3-MANOBRAS
Teste de Finkelstein:Esse
teste consiste em fazer um
desvio ulnar do punho do
paciente, mantendo o polegar
aduzido e fletido. O teste é
positivo quando o paciente
refere dor na região do
processo estiloide do rádio.
T e s t e d o fl e x o r
superficial dos dedos
(A pley): Avalia a
integridade do tendão flexor
superficial de cada dedo
testado. O examinador
mantém em extensão os
demais dedos, com exceção
do dedo que será testado.
Esse método cessa o
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movimento do flexor profundo de todos os outros Teste do abdutor curto do polegar: O


dedos, impedindo o dedo verificado de fletir por paciente deve espalmar as mãos sobre uma
meio desse tendão. Na sequência o paciente deve superfície rígida, abduzindo os polegares um de
fletir o dedo testado no nível da articulação encontro ao outro. Analisa-se o movimento e, em
interfalângica proximal. caso de assimetria, há fraqueza muscular.
Te s t e d o fl e x o r Teste de Froment: O examinado deve segurar
profundo dos uma folha de papel entre o
d e d o s : Av a l i a a polegar e o indicador com
integridade do tendão as duas mãos e tem de
flexor profundo do fazer uma adução do
dedo testado. O dedo polegar até o indicador.
a ser testado deve estar Caso o paciente segure a
em extensão com as folha fletindo a IF do
a r t i c u l a ç õ e s polegar (compensa
Interfalângicas proximais e metacarpofalangeanas utilizando o flexor longo do polegar) do lado
(MTF) estabilizadas, enquanto o paciente faz a acometido, provavelmente há lesão do nervo ulnar
flexão da interfalângica distal desse dedo. e paralisia do adutor do polegar.
Teste de Phalen: Usado Teste de Allen: Esse teste, realizado no punho, é
para diagnosticar a usado para determinar a potência das artérias que
síndrome do túnel do suprem a mão. É feito comprimindo-se as artérias
car po. Consiste em radial e ulnar no punho com ambas as mãos do
manter o(s) punho(s) na examinador; em seguida, solicita-se ao paciente
flexão máxima durante 1 para abrir e fechar fortemente os dedos,
minuto. É positivo quando seguidamente, de modo a retirar o sangue da mão
a sensação de que ficará pálida. Nesse momento, o paciente
formigamento ou dormência é relatada no relaxa os dedos e o examinador libera uma das
território do nervo mediano, principalmente e com artérias e observa se houve reperfusão imediata da
mais frequência no dedo médio. mão e, se assim for, está confirmada a patência da
Teste ou sinal de artéria liberada, em caso contrário, ou seja,
Tinel: É a percussão ausência de reperfusão, o teste é positivo, indicando
suave nobre de um alteração do fluxo arterial testado.
nervo. Foi descrito por
Tinel para
acompanhar o
progresso da
regeneração ou do
crescimento axonal de
um nervo. Para tal,
deve-se percurtir o nervo de distal para proximal.
No local correspondente à regeneração, o paciente
tem a sensação de choque elétrico que se irradia
Teste da discriminação de
pela área de distribuição cutânea do nervo. A
dois pontos: Realizado
progressão distal desse choque sugere bom
inicialmente com um clipe que
prognóstico.
tenha distância entre as
Teste de Durkan: Teste
extremidades de 5 mm. É
empregado para
a n a l i s a d a a p re c i s ã o d e
diagnóstico de síndrome
reconhecimento do paciente
do túnel do carpo. O
quando tocado em diferentes
examinador faz uma
pontos.
digitopressão sobre o
INERVAÇÃO DA MÃO
ligamento transverso do
carpo durante 30
segundos. Em caso de
parestesia, o teste é
considerado positivo.
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EXAME FÍSICO DOS 3-PALPAÇÃO

MEMBROS INFERIORES Face anterior


As estruturas ósseas a serem palpadas na face
QUADRIL anterior são: espinha ilíaca anterossuperior, crista
1-INSPEÇÃO ilíaca, tubérculo ilíaco e tubérculo púbico.
1.1- INSPEÇÃO ESTÁTICA Face lateral
• A inspeção deve ser A principal estrutura a ser palpada na face lateral é
realizada com o o trocânter maior. Para isso é necessário que o
paciente descalço e paciente esteja em decúbito lateral.
desnudo e a maioria Face posterior
dos grupamentos - Espinhas ilíacas posterossuperiores
musculares exposta. - Tuberosidade isquiática
Devemos avaliar - Articulação sacroilíaca
possíveis desvios - Nervo ciático
posturais, contraturas,
4-MANOBRAS
cicatrizes e hipotrofias.
Teste de Trendelenburg: É feito
• Deve-se avaliar
em apoio monopodálico e
também a altura dos
avaliando-se o paciente de costas.
ombros e as das cristas ilíacas para pesquisa de
Caracteriza-se pela queda do quadril
diferenças nos membros inferiores.
para o lado oposto ao que está
1.2-INSPEÇÃO DINÂMICA apoiado, devido à fraqueza da
A inspeção dinâmica é feita por meio da musculatura abdutora ipsilateral
movimentação passiva e da movimentação ativa. O (glúteos).
paciente deve executar os movimentos de forma Te s t e d e T h o m a s :
suave enquanto o examinador os compara aos Posiciona- se o paciente em
movimentos do membro contralateral. Durante a decúbito dorsal, e ambos os
inspeção dinâmica do quadril, analisa-se a quadris têm de estar fletidos
amplitude de movimento do paciente, se há até o tronco. Pede-se ao
limitações ou não. paciente, então, que estenda
2-MOVIMENTOS o quadril a ser examinado,
mantendo o outro fletido.O
teste será positivo quando
houver incapacidade de
extensão total do quadril
examinado ou se o paciente
conseguir estender o quadril,
no entanto à custa de
movimentos compensatórios
percebidos, tais como
a c e n t u a ç ã o d a l o rd o s e
lombar ou afastamento da
coluna torácica em relação à mesa. Um método de
avaliar a gravidade da contratura em flexão é a
medição do ângulo formado entre o membro e a
mesa de exame.
Teste de Patrick FABERE:
Durante a análise do teste o
paciente mantém o membro
do lado a ser avaliado com o
quadril e o joelho fletidos e o
pé sobre o joelho
contralateral. Uma mão do
examinador fixa a pelve,
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

enquanto a outra pressiona o membro em busca de seguida andando de frente e de


dor em região sacroilíaca. c o s t a s p a r a o ex a m i n a d o r.
Teste de Lewis: Paciente é posicionado em Observam-se o alinhamento dos
decúbito lateral, na posição semi fetal. O membros inferiores no mesmo
examinador colocará a mão sobre a sacro-ilíaca e plano (varo ou valgo) ou em dois
com a outra mão comprime o quadril. O teste é (desvios torcionais), o alinhamento
positivo caso haja dor irradiada para as nádegas patelar, a presença de edema,
derrame, equimoses e atrofias
musculares (especialmente de
quadríceps, vasto medial oblíquo,
gastrocnêmico e tríceps sural).
Devemos observar a marcha do
paciente, a habilidade de
deambular e a quantidade de desconforto (marcha
antálgica)
1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA
Essa inspeção deve avaliar o padrão de marcha, as
Manobra de Meneu: é realizada na suspeita de assimetrias e a mobilidade patelar é importante
sacroileite. Paciente em decúbito lateral com uma visualizar a mobilidade da patela de extensão para
perna em flexão sendo segurado pelo paciente. A flexão e examinar a lateralização da patela em total
perna voltada para cima é segurada com as duas extensão. Se houver um movimento súbito de
mãos do examinador, uma no joelho e a outra na deslocamento lateral, resulta em sinal patológico
nadega, sendo feita a extensão da perna. O exame conhecido por “sinal J”, presente na instabilidade
é positivo se o paciente se queixa de dor em patelofemoral.
nadega. 2-MOVIMENTOS
Extensão, flexão, rotação interna e rotação externa
(passiva)

Manobra de Volkman:
É usada para testar
sacroilíacas. Com o
paciente em decúbito
dorsal, aplica-se força
sobre as asas ilíacas
promovendo a 3-PALPAÇÃO
compressão das Palpa-se a tuberosidade da tíbia, ligamento patelar,
sacroilíacas. Em caso ápice da patela, patela, base da patela, tendão do
positivo, refere-se dor na topografia da sacroilíaca quadríceps, região lateral e medial, inserção da pata
acometida. de ganso, tubérculo de gerdy, região posterior.
JOELHO
Palpamos a região posterior do joelho para verificar
a presença de cistos. A palpação do grupo muscular
1-INSPEÇÃO
é feita de maneira comparativa testando sua
1.1- INSPEÇÃO ESTÁTICA
tonicidade quando solicitados à contração para
A inspeção estática tem
comprimir a mão fechada do examinador colocada
início com o paciente em
entre os joelhos.
pé, em posição anatômica
4- MANOBRAS
de frente e perfil, e em
Meniscais
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

Teste de Appley: O paciente posiciona-se em terço superior da tíbia do paciente, traciona-a para
decúbito prono com o joelho fletido a 90°. Aplica- a frente provocando deslizamento anterior da perna
se compressão axial no pé e rotação externa da sobre a coxa.
perna até o ponto de angulação em que o paciente Observação: O teste da gaveta anterior deve ser
refira dor. A manobra deve ser repetida com a pesquisado nas três rotações da perna (interna,
rotação da perna oposta e realizada novamente neutra e externa) e, para mantê-las na posição, o
aplicando forma de distração ao invés de examinador pode sentar sobre o pé do paciente,
compressão. Dor ou estalidos nas linhas articulares estabilizando, dessa forma, a tíbia e a rotação.
na fase de compressão indicam lesão de menisco
medial na rotação externa e lesão de menisco
lateral na rotação interna. A contraprova da
positividade do teste faz-se quando se repete a
manobra aplicando força de distração, quando a
dor desaparece ou diminui de intensidade.

Teste da gaveta posterior:


Verifica a integridade do
LCP, sendo pesquisado em
rotação neutra da perna
com o paciente posicionado
da mesma forma que para o
teste da gaveta anterior, com
o joelho em 80° ou 90° de
Teste de McMurray: flexão, e o examinador
Descrito para a apoiando o pé do paciente.
identificação das lesões Nessa posição, o examinador empurra para trás a
dos cornos posteriores perna e, com ambas as polpas digitais colocadas
dos meniscos. Com o sobre o rebordo anterior dos planaltos tibiais, sente
paciente deitado em os movimentos posteriores dos dois lados, medial e
posição supina, os lateral.
quadris a 90o e os joelhos Teste de Lachman:
em flexão máxima, o Com o paciente
examinador ao lado do posicionado em decúbito
joelho a ser examinado dorsal e com o joelho
palpa as interlinhas articulares com uma das mãos fl e t i d o a 3 0 o , o
e, com a outra, segura o pé do paciente, provocan- examinador segura com
do movimentos de rotação interna e externa da uma das mãos a região
perna, alternadamente. A presença de dor, com ou supracondilar do fêmur e,
sem estalidos, junto à interlinha articular medial com a outra, a região
após rotação externa, pode caracterizar lesão do superior da tíbia e provoca movimento antagônico
menisco medial. com cada uma das mãos, uma para a frente e a
Ligamentos outra para atrás, a fim de fazer o deslizamento de
Te s t e d a g a v e t a uma superfície articular sobre a outra. Quando a
anterior: Ele é tíbia se desloca para a frente, o sinal é positivo para
pesquisado com o lesão do ligamento cruzado anterior (LCA), e
paciente na mesa de quando se desloca para trás, para lesão do
exame em decúbito ligamento cruzado posterior (LCP).
dorsal, com o joelho em Teste de Jerk: É pesquisado com o paciente
9 0 ° d e fl e x ã o . O deitado em decúbito dorsal, com seu membro
examinador apoia o pé inferior colocado em 45° de flexão do quadril e 90°
do paciente e, com de flexão do joelho. O examinador, com uma das
ambas as mãos colocadas na região posterior do mãos, segura o pé ou a perna em rotação interna e,
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com a outra, pressiona o terço superior externo da Estresse em valgo


perna para a frente, fazendo discreto valgo do (abdução): Com o paciente em
joelho; nessa posição, o joelho estende-se lenta e decúbito dorsal e o joelho
progressivamente até o momento em que se nota estendido, estabiliza- se o joelho e
ressalto articular repentino, que é subluxação realiza-se o estresse em valgo da
anterolateral do joelho, o qual se mantém tíbia. Se o teste for positivo em
subluxado até sua extensão total. 30° de flexão (que causa um
relaxamento da cápsula), pode
indicar uma lesão do ligamento
colateral medial.
Estresse em varo (adução):
Pe s q u i s a d o d e m a n e i r a
semelhante ao teste de abdução,
em 0 e 30° de flexão do joelho.
O examinador segura o pé ou o
tornozelo do paciente e com a
outra mão sobre o côndilo
femoral medial na face medial
do joelho força a adução da
Teste do pivot-shift: Pesquisa-se a partir da perna e do pé. Se o teste for
posição final do teste de Jerk, com o joelho positivo em extensão, indica
estendido e a tíbia subluxada anteriormente. Nessa lesão do ligamento colateral
posição, inicia-se lentamente a flexão quando, em lateral e da cápsula
torno dos 30o a 50o, será percebida redução posterolateral.
repentina da subluxação anterior. É positivo na TORNOZELO E PÉ
lesão do LCA. 1-INSPEÇÃO
1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA
É preciso comparar sempre com o lado
contralateral, avaliando simetria, deformidades
ósseas e desalinhamento articular.
1.2-INSPEÇÃO DINÂMICA
O aspecto fundamental dessa avaliação é a marcha;
a observação dos movimentos executados.Durante
a marcha, observa-se o modo com que o calcanhar
toca o solo, as reações do médio e antepé quando o
passo se desenvolve e a relação dos dedos com o
solo durante os últimos estágios do passo.
Quatro dados básicos acerca da marcha devem ser
Teste do pivot-shift reverso: O joelho é fletido colhidos após observação minuciosa e atenta do
com uma força de abdução aplicada à tíbia em paciente enquanto caminha:
rotação externa, estando o quadril em rotação 1. o eixo da marcha;
interna. Nessa posição, se houver instabilidade 2. o ângulo do passo;
posterolateral, a tíbia se deslocará para trás sobre o 3. a amplitude do passo; e
côndilo femoral lateral, com subluxação, que é 4. o apoio.
reduzida na extensão do joelho.
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2-MOVIMENTOS • Ligamento talofibular anterior e posterior;


• Ligamento calcaneofibular.
4-MANOBRAS
Teste do estresse em varo: Deve-se estabilizar
a extremidade distal da perna com uma mão
enquanto a outra realiza estresse em varo do
calcanhar. Assim se pode avaliar a integridade do
ligamento fibulocalcâneo, sempre comparando com
o lado contralateral.
Teste de estresse em valgo: É feito de modo
semelhante ao teste anterior, também comparando
com o lado contralateral, entretanto deve-se
realizar estresse em valgo do calcanhar com o
objetivo de identificar a integridade do ligamento
deltoide.

Teste da gaveta anterior:


Avalia presença de lesão do
ligamento fibulotalar anterior.
Deve-se manter estabilizada a
parte distal da fíbula e da tíbia
com uma das mãos e, com a
outra segurando o pé levemente
fletido em aproximadamente
20°, tenta-se deslocar o
3-PALPAÇÃO
calcanhar no sentido anterior. Se
Palpação óssea esse movimento for possível, ocorrerá uma
Anterior e anteromedial depressão na face anterolateral do tornozelo,
Devem-se buscar os artelhos, ossos dos metatarsos, caracterizando a lesão desse ligamento.
cuneiforme e navicular, seguindo para o maléolo Teste de Thompson: Busca
medial, os ossos mediais do tarso, a porção anterior avaliar prováveis rupturas do
da tíbia e o tálus. tendão do calcâneo. O paciente
Anterior e anterolateral permanece em decúbito ventral
Encontram-se nessa topografia o maléolo lateral, o com o joelho em flexão de 90°. É
calcâneo, a articulação tibiofibular inferior e a tíbia. feita uma compressão do terço
Posterior médio da panturrilha. Se o
Nessa região encontra-se o calcâneo. tendão calcâneo estiver íntegro,
Palpação de partes moles haverá uma flexão plantar do pé.
Nesse contexto busca-se encontrar estruturas de Caso o pé não se mova, o tendão
referência e de fácil diferenciação para que se provavelmente está rompido.
possam descartar lesões específicas. Sendo assim, Diz-se que é positivo quando
identificam-se: existe a lesão do tendão.
• Tendão do calcâneo; INERVAÇÃO DO PÉ
• Tendão do tibial posterior e anterior;
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EXAME FÍSICO DO
SINAIS
SISTEMA ENDÓCRINO SINAL DE WOLTMAN:
O relaxamento atrasado/lento
EXAME FÍSICO DA TIREOIDE
de estiramento muscular do
• O exame físico da tireoide tem como base a
tendão de Aquiles (Sinal de
inspeção, a palpação e a ausculta.
Wo l t m a n ) o c o r r e n o
• Por meio da inspeção e da palpação, podem-se
hipotireoidismo. O reflexo do
definir a forma e o tamanho da glândula.
tendão de Aquiles é uma maneira de avaliar a
• Se houver aumento, deve-se esclarecer se é global
função da tireoide. O pé deve realizar uma
ou localizado.
dorsoflexão rapidamente e, em seguida, retornar
INSPEÇÃO
imediatamente à sua posição inicial ou além,
• Analisar: Alterações de forma, volume,
sem hesitação, se o metabolismo é saudável.
mobilidade, deglutição, aderências, bócios,
Sem resposta ou um retorno lento de volta à
pulsações, cicatrizes e etc.
posição original são indicativos de baixo
• I d e n t i fi c a r p o n t o s a n a t ô m i c o s d e
metabolismo.
superfície: Mento, osso hioide, proeminência
SINAIS DE PEMBERTON:
laríngea da cartilagem tireóidea, cartilagem
O bócio multinodular pode causar
cricoide, topografia da glândula tireoide,
obstrução da traquéia e quando
fúrcula esternal, músculo esternocleidomastóideo,
retroesternal também a obstrução
triângulo anterior (submentual, submandibular,
da veia cava superior. O sinal de
carotídeo e muscular) e posterior do pescoço
Pemberton aparece quando se
(supraclavicular e occipital).
eleva o braço do paciente acima da
• Observação: Na inspeção lateral pode solicitar
cabeça. Esta manobra faz com que
que degluta (avaliando possíveis alterações).
o paciente fique dispneico, com
• Avaliar fáceis:
distensão das veias do pescoço,
1. Fácies Basedowiana:
pletora facial ou com estridor
Indicadora de
Elevar os membros superiores
hipertireoidismo, cursa
acima da cabeça durante 60
com exoftalmia (olhos
segundos. O sinal é positivo quando se observa
protusos), rosto magro e
pletora facial (o que pressupõe uma dificuldade de
expressão de ansiedade ou
circulação de retorno do sangue das veias de
e s p a n t o. O s p a c i e n t e s
cabeça e pescoço). Além disso pode apresentar
também podem apresentar
sintomas como dispneia, sensação de desmaio,
aumento da glândula
ingurgitamento jugular externo ou estridor.
t i re o i d e, f a ze n d o u m a
PALPAÇÃO
saliência na região cervical.
2. Fácies Mixedematosa: • Por meio da palpação, determinam-se o volume
É vista em pacientes com ou as dimensões da glândula, seus limites, a
hipotireoidismo. Cursa com consistência e as características da sua superfície
rosto arredondado, pele (temperatura da pele, presença de frêmito e
seca, pálida, espessa e com sopro). Além disso, é importante dar atenção
sulcos acentuados. Seus especial à hipersensibilidade, à consistência e à
lábios são grossos, as presença de nódulos.
pálpebras enrugadas e os Consistência: Duro/mole; com ou sem flutuação.
cabelos secos e sem Sensibilidade: Doloroso ou não.
brilho. Esses pacientes Estado da pele: Sinais flogísticos (edema, rubor,
ainda apresentam uma calor e dor); fistulização; ulcerações.
expressão depressiva ou Para a palpação da tireoide, usam-se três
apática. manobras:
• Avaliar: Olhos, unhas, pele, PA, pulso, ausculta • Abordagem posterior: Realizado com o
cardíaca, músculos. paciente sentado e o examinador de pé atrás dele.
• Avaliação dos reflexos: reflexo do tendão de As mãos e os dedos rodeiam o pescoço, com os
Aquiles – Sinal de Woltman polegares fixos na nuca e as pontas dos
indicadores e médios quase a se tocarem na linha
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mediana. O lobo direito é palpado pelos dedos da • Piora com a deglutição ou com a palpação, e
mão esquerda, enquanto os dedos da outra mão irradia-se para os arcos mandibulares ou ouvidos.
afastam o esternocleidomatóideo. Para o lobo • Acompanha-se de aumento do volume da
esquerdo, as coisas se invertem. glândula, de sintomas de hipertireoidismo, de
• Abordagem anterior: Realizado com o febre baixa e de mal estar geral.
paciente sentado ou de pé e o examinador PERCUSSÃO
sentado ou de pé, postado à sua frente. São os Percussão da fúrcula esternal busca da mudança do
polegares que palpam a glândula, enquanto os padrão de um som claro pulmonar para um
outros dedos apoiam-se nas regiões maciço/submaciço.
supraclaviculares AUSCULTA
• Paciente e examinador nas mesmas posições da • A Ausculta da glândula tireóide deverá ser
abordagem anterior, fazendo-se a palpação com realizada em todos os pacientes com
uma das mãos, que percorre toda a área tireotoxicose, pois o aumento do fluxo
correspondente à tireoide. A flexão do pescoço, sangüíneo poderá determinar a ocorrência de
ou a rotação discreta do pescoço para um lado ou sopros sobre a glândula, algumas vezes
para o outro, provoca relaxamento do músculo acompanhados de frêmitos.
esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da • Deve ser feita com o diafragma do estetoscópio
tireoide. sobre a tireóide.
MOVIMENTOS
Verifica-se a amplitude do movimento do pescoço
com as seguintes manobras:
• Tocar o tórax com o queixo
• Virar a cabeça para ambos os lados
• Tocar cada orelha com o ombro
• Hiperextender a cabeça
EXAME FÍSICO GERAL
No diagnóstico do hipertireoidismo, o exame físico
deve abranger todo o organismo, mas dois achados
merecem referência especial: a oftalmopatia e o
mixedema prétibial.
Oftalmopatia. No exame dos olhos, devemos
observar se há edema palpebral e da conjuntiva,
Observação:Ao inspecionar e palpar a tireoide, protrusão ocular (exoftalmia), hiperemia e edema
solicita-se ao paciente que realize deglutições “em conjuntival e quemose. Tais alterações, que
seco”, o que permite caracterizar melhor o constituem a oftalmopatia tireotóxica, podem ser
contorno e os limites da tireoide, a qual se eleva agrupadas em classe.
durante o ato de deglutir. Movimente os dedos em Algumas manobras ajudam na detecção das
vários sentidos, procurando definir a forma e os alterações oculares:
limites da tireoide. • Ao fechar os olhos, por
Alterações locais exemplo, o paciente pode
• Dor, dispnéia, disfagia e disfonia. deixar à mostra a porção
• A dispneia é manifestação incomum, causada inferior da íris – lagoftalmia
pela compressão da traqueia, principalmente (classe 3).
quando o paciente flete a cabeça. • Ao solicitar ao paciente que
• A disfonia ou rouquidão é provocada pela acompanhe com os olhos os
compressão do nervo laríngeo recorrente. movimentos do dedo
• A disfagia decorre da compressão ou invasão indicador e mantenha a
neoplásica do esôfago. cabeça em posição fixa, as
• Observação:O aparecimento súbito desses paralisias da musculatura
sintomas em um paciente com bócio pode ocular tornam-se evidentes
indicar a presença de câncer da tireoide, (classe 4). O movimento de
principalmente do tipo anaplásico, cujo olhar para dentro
crescimento é rápido. ( c o nve rg ê n c i a ) é , c o m
Características da dor de origem frequência, o mais
tireoidiana: comprometido.
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• A mensuração da • Sistema reprodutor: Nas mulheres provoca


exoftalmia pode ser feita alterações menstruais, pode haver
com um exoftalmômetro. oligomenorreia (mais frequente), amenorreia ou
Tais dados são úteis para polimenorreia. Abortos repetidos são registrados.
se acompanhar a No homem, perda da libido e impotência podem
evolução da ocorrer.
oftalmopatia. Considera- • Sistema musculoesquelético: fraqueza
se normal valor de até 23 mm; valores maiores muscular. Tais alterações são provocadas por
são indicativos de proptose. A oftalmopatia, em intenso catabolismo e consequente atrofia
geral, inicia-se ao mesmo tempo em que as muscular, sendo mais grave nos homens.
manifestações tireoidianas, mas pode precedê-las • S i n t o m a s o c u l a re s : e xo f t a l m i a c o m
ou surgir posteriormente. exoftalmopatia. A exoftalmopatia é uma
• Mixedema pré- condição de fundo autoimune, quase sempre
tibial: No mixedema acompanhada de disfunção tireoidiana, mas
pré-tibial, as lesões não é manifestação de doença da tireoide. Em
cutâneas afetam a face geral, ao deflagrar o distúrbio tireoidiano, há
anterolateral da perna, também produção de anticorpos antitecido
m a s n ã o fi c a m retro-orbitário, com infiltração do espaço
necessariamente retrobulbar e dos músculos motores
limitadas a esta área. extraoculares por uma substância
Essas lesões são placas brilhantes, vermelho- mucopolissacarídica, edema e células
acastanhadas e rugosas. Assemelham-se à “pele inflamatórias. Com isso, o globo ocular é
de porco”. São indolores, mas, algumas vezes, empurrado para fora. O paciente relata
podem determinar sintomas compressivos com lacrimejamento, fotofobia, sensação de areia
i n s u fi c i ê n c i a v a s c u l a r. O m e c a n i s m o nos olhos, dor retroocular, edema subpalpebral e
fisiopatológico é desconhecido. Provavelmente, diplopia,,esta causada pela infiltração e
trata-se de uma alteração autoimune, que paralisação dos músculos extraoculares
acomete 5% dos pacientes com doença de • Sistema nervoso: O paciente mostra-se
Graves. irrequieto, hipercinético, fala rapidamente,
DOENÇAS DA TIREOIDE demonstra apreensão e costuma segurar
HIPERFUNÇÃO TIREOIDIANA firmemente as mãos entre os joelhos, além de
• Os sintomas de hiperfunção tireoidiana têm apresentar tremores finos nas mãos. Observa -se
como base fisiopatológica o aumento do também hiper-reflexia, sendo o reflexo aquileu o
metabolismo basal, causado pelo excesso de que melhor traduz essa alteração.
hormônio tireoidiano. • Pele e fâneros: pele fina, sedosa, úmida e
• Destacam-se entre eles a hipersensibilidade ao quente. As mãos são quentes e úmidas,
calor, o aumento da sudorese corporal e a perda diferentes das mãos úmidas e frias do estado
de peso. de ansiedade. As unhas podem apresentar-se
• Quase sempre há aumento do apetite, mas, descoladas do leito, denotando onicólise (unhas
mesmo assim, o paciente emagrece. de Plummer). Os cabelos são finos e lisos. O
• Poliúria e polidipsia, denunciando a presença tecido adiposo escasso é consequência do
de diabetes mellitus, podem estar presentes e emagrecimento, geralmente intenso.
ocorrem em razão do aumento do HIPOFUNÇÃO TIREOIDIANA
metabolismo dos carboidratos e dos lipídios • N o h i p o t i r e o i d i s m o, a d i m i n u i ç ã o d o
(gliconeogênese). metabolismo inter mediário condiciona
• Sugestivas de hipertireoidismo: são as queixas manifestações clínicas, cuja intensidade depende
de nervosismo, irritabilidade, ansiedade, insônia, do grau da hipofunção. Cansaço,
tremores, choro fácil e hiperexcitabilidade. hipersensibilidade ao frio e tendência para
• Sistema cardiovascular: taquicardia, engordar são as principais queixas, que podem
palpitações e dispneia de esforço. A fibrilação evoluir para intenso cansaço, desânimo e
atrial é a principal arritmia no hipertireoidismo. dificuldade de raciocínio.
• Sistema digestivo: há aumento da motilidade • Sistema cardiovascular: pode haver angina,
intestinal, ocasionando maior número de bradicardia, baixa voltagem e alteração difusa da
dejeções diárias ou diarreia franca. repolarização ventricular.
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• Sistema digestivo: constipação intestinal é o que se costuma chamar de "mão de parteiro" .


comum . • Sinal de Chvostek: É
• Sistema reprodutor: nas mulheres pode pesquisado pela percussão
ocorrer galactorreia, amenorreia, infertilidade, do nervo facial, a diante do
diminuição da libido e ginecomastia, em pavilhão auditivo, ou seja,
decorrência do aumento da secreção da p e rc u t i r a re g i ã o p r é -
prolactina, hormônio hipofisário que sofre auricular e observar se há
influência do T RH. espasmos próximo a
• Sistema locomotor: parestesias comissura labial ipsilateral.
(formigamento, dormência), dores musculares Indicativo de hipocalcemia
e dores articulares, sem caráter específico e quando aparece contração
acometendo todas as articulações, são frequentes. da musculatura da face e
• Há aumento da reabsorção de cálcio nos do lábio superior no lado em que se fez a
ossos, levando à osteoporose e à hipercalcemia, percussão. É importante ressaltar que o sinal de
cujas manifestações podem ser náuseas, vômitos Chvostek ocorre em 10% da população normal.
e anorexia. DOENÇAS DA PARATIREOIDE
• Pele e fâneros: diminuição da sudorese, a pele HIPOPARATIREOIDISMO:
é seca e descamada, as unhas são fracas e • Secreção ou ação deficiente do hormônio
quebradiças, os cabelos ressecados e também paratireoidiano (PTH), com diminuição do cálcio
quebradiços, com queda abundante. no sangue (hipocalemia).
• No sistema nervoso causa um aumento da
excitabilidade neuromuscular – paciente refere:
parestesia (formigamento), caibra, rigidez
muscular.
• Convulsões: níveis muito baixos de cálcio no
sangue
• Tetania: espasmos carpopodais (na mão ou no
pé)
• Alterações cardiovasculares: hipotensão
arterial, redução da contratilidade miocárdica e
insuficiência cardíaca congênita.
• Em condições crônicas pode causar:
distúrbios piramidais – desenvolvimento de
p a rk i s o n i s m o, d e m ê n c i a , d i s t ú r b i o s d e
movimento (distonia, hemibalismo, coreoate
tose); catarata; manifestações esqueléticas:
esclerose óssea, espessamento cortical e
anormalidades craniofaciais. Apresentam,
também, pele seca, áspera e edemaciada, cabelos
secos, unhas frágeis e quebradiças. Podem ter,
EXAME FÍSICO DA PARATIREOIDE ainda, hipercalciuria franca e possível nefrolitíase.
MANOBRAS HIPERPARATIREOIDISMO:
• S i n a l d e Tr o s s e a u o u e s p a s m o • Hiperparatireoidismo primário = adenoma ou
carpopodal: Pode ser provocado ao se manter hiperplasia da glândula
o manguito do aparelho • Hiperparatireoidismo secundário = causa
de pressão insuflado, por extraparatiroidiana
3 min, 20 mm de Hiperparatireoidismo primário:
mercúrio acima da • Exame físico = observa-se encurvamento dos
pressão sistólica do ossos longos, deformidades da pelve e das
paciente. Nos casos de vértebras (marcha bamboleante). Hipotrofia
hipocalcemia, ocorrem proximal, hipotonicidade. Aumento da
flexão do punho, ex tensão flexibilidade das extremidades.
das articulações Manifestações clinicas dependem dos
interfalangianas e adução distúrbios metabólicos :
do polegar, configurando • Hipercalcemia
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• Fraturas após traumas mínimos, dentes podem Coloração, temperatura, distribuição dos
cair. pelos: pele pálida, avermelhada, azulada ou
• Dor óssea, dores articulares. arroxeada, fria e rarefação de pelos são sinais de
• Músculos = fraqueza muscular, caibras, insuficiência arterial;
parestesias. Osteoporose, atrofia muscular e Integridade de unhas e pele: distrofias
diminuição do tônus. ungueais, lesões esfoliativas ou úmidas interdigitais,
• Sistema nervoso = Lentificação calosidades, corte da unha;
• Sistema urinário: = Hipercalciúria – muito TESTES
cálcio no rim e na urina; Calciúria = poliúria e TESTE DA SENSIBILIDADE VIBRATÓRIA
nictúria (polidsia); Nefrolitíase (PEDRA NO O Teste da Sensibilidade
RIM)/ nefrocalcinose (hipertensão) Vibratória é feito com o
• Sistema cardiovascular: Arritmias cardíacas Diapasão de 128 Hertz e
(redução do intervalo QT); alteração na serve para avaliar fibras
contração do músculo do coração. nervosas grossas (beta A). A
EXAME DO PÉ DIABÉTICO preservação destas fibras
A anamnese permite a identificação de alguns permite ao paciente
sintomas de acometimento pela polineuropatia descrever a sensação de
diabética. Os principais sintomas a serem vibração, "tremores"
pesquisados são detalhados e exemplificados ou"choquinhos", ao passo
abaixo: que a ausência de percepção
PARESTESIA: Sensação anormal - como ardor, já é indício de lesão nervosa.
formigamento, prurido etc.- percebidos na pele e Este teste sensitivo deve ser realizado em um
s e m m o t i vo a p a re n t e, m a s re l a c i o n a d o s ambiente calmo e relaxante. Inicialmente, aplique o
frequentemente com irritação ou trauma de nervos diapasão sobre o pulso, cotovelo ou clavícula do
sensitivos ou raizes nervosas. paciente de modo que ele saiba o que será testado.
DOR EM QUEIMAÇÃO: Também chamada de O paciente não deve ver onde o examinador aplica
dor neuropática periférica, é descrita pelos o diapasão, que deve ser aplicado sobre a parte
pacientes como uma sensação de dor como se óssea dorsal da falange distal do hálux (dedão do
estivessem calçando uma botinha indesejável, com pé). A aplicação é perpendicular com uma pressão
dor em ardência, sensação de queimação ou fogo constante. Repita esta aplicação duas vezes, mas
nas pernas. alterne, com pelo menos uma simulação, na qual o
HIPERALGESIA: É o aumento anormal da diapasão não vibre. O teste é positivo se o paciente
sensibilidade à dor. Na hiperalgesia tátil, mesmo responde corretamente a pelo menos duas das três
pequenos toques ou pressões causam dor aplicações e negativo com duas respostas incorretas.
acentuada, enquanto na hiperalgesia muscular, Se o paciente é incapaz de perceber a vibração no
pequenos esforços causam grande dor. O exame hálux, o teste é repetido em segmentos mais
físico deve ser sistematizado, buscando pelos proximais, como o maléolo lateral ou tuberosidade
fatores de risco e pelas complicações do pé da tíbia.
Diabético. TESTE DA SENSIBILIDADE DOLOROSA
Durante o exame físico, deve-se sempre O Teste da Sensibilidade Dolorosa é
avaliar: feito com um Pino ou Palito,
A anatomia do pé : a colocado em diferentes pontos no
neuropatia diabética dorso do pé e região pré-tibial sem
predispõe às penetrar a pele, e serve para avaliar
deformidades nos pés, fibras nervosas amielínicas (fibras
com aumento das C).A preservação destas fibras
proeminências dos permite ao paciente descrever a
metatarsos, dedos em sensação de dor em pequenas
garra, dedos em fincadas.
martelo, joanetes e TESTE DA SENSIBILIDADE TÉRMICA
perda do arco plantar, O Teste da Sensibilidade Térmica
também chamada de é feito com o Termostato ou com
Artropatia de Charcot. o Cabo do diapasão colocados no
Hidratação: neuropatia frequentemente dorso do pé, e serve para avaliar
apresenta pele ressecada fissuras e úlceras; fibras nervosas amielínicas (tibrasC).
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Pode-se, ainda, usar um chumaço de algodão com AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE PROTETORA


álcool para passar sobre o dorso do pé, pois o álcool PLANTAR
ao se evaporar provoca a sensação de frio. • A principal causa de úlceras nos pés de diabéticos
TESTE DOS REFLEXOS NEUROLÓGICOS é a neuropatia periférica sensitivo-motora,
O Teste dos Reflexos responsável pela perda da Sensibilidade Protetora
N e u ro l ó g i c o s u s a o Plantar (SPP).
Martelo de Buck para • Como o próprio nome diz, esta sensibilidade
testar os reflexos Patelar permite a percepção de pressões leves na pele,
e Aquileu, servindo para sendo a sua perda o motivo principal que explica
avaliar fibras nervosas o processo pelo qual um trauma não observado
grossas. Para testar o (às vezes em um mesmo local) progride para
R e fl e x o P a t e l a r, o úlceras e outras complicações, chegando até a
p a c i e n t e d eve e s t a r amputação de um membro.
sentado com as pernas • A avaliação da SPP nos pés dos pacientes com
p e n d e n t e s . A s e g u i r, diabetes, além de determinar o grau de
percute-se o tendão patelar com um golpe curto e comprometimento funcional do indivíduo, tem
rápido do martelo, logo abaixo da patela e observa- grande serventia na facilitação da aquisição dos
se a extensão da perna. O procedimento deve ser dados e identificação dos principais problemas,
repetido na perna oposta.O Reflexo Aquileu deve proporcionando o desenvolvimento de ações de
ser feito com o paciente ajoelhado em uma cadeira educação em saúde.
(com uma das pernas apoiada no chão) ou bem • Utilizamos para a avaliação da SPP o
relaxado em uma cama. Para testá-lo, tencione e s t e s i ô m e t ro, t a m b é m d e n o m i n a d o d e
levemente o tendão de Aquiles, por meio de uma monofilamento de Semmes-Weinstein ou
discreta dorsiflexão do pé (em direção à canela). monofilamento SW.
Percute-se o tendão e observa-se um movimento • No diabetes, foi padronizado que um indivíduo é
súbito e involuntário do pé em direção à superfície considerado como com SPP alterada ou ausente
plantar (para trás).Quando o reflexo não é quando ele não percebe a pressão do
alcançado espontaneamente, pode-se tentar o monofilamento de 10 g ao exame. Este indivíduo,
reforço, pedindo-se ao paciente que prenda uma entretanto, pode apresentar sensação de pressão
mão na outra e afaste os braços. Esta é uma profunda, mais perda da discriminação de textura
tentativa de distrair a atenção do paciente para a e incapacidade de discriminar formas e
positivação do reflexo. temperatura. A incapacidade de perceber o toque
AVALIAÇÃO VASCULAR do monofilamento tem sensibilidade elevada para
O exame físico do componente vascular deve identificar a perda da SPP.
contemplar, n o mínimo , a palpação dos pulsos O teste da SPP com o monofilamento deve
pediosos e tibiais posteriores. Os achados da ser realizado conforme descrito abaixo:
palpação vascular devem ser correlacionados 1. Primeiramente, mostre o filamento ao paciente
com os achados gerais na avaliação de pele e aplique-o em sua mão ou testa, para que o
(coloração, temperatura, distribuição dos pelos) e indivíduo reconheça o tipo de estímulo a ser
unhas (trofismo) avaliado.
Palpação dos pulsos Pedioso e Tibial Posterior 2. O paciente não poderá ver quando o
Pulso pedioso dorsal: localizado lateralmente examinador aplicar o monofilamento. Peça-o
ao tendão do extensor longo do hálux; para manter os olhos fechados durante o teste
Pulso Tibial posterior: localizado entre o (se o mesmo estiver deitado não há necessidade
primeiro e segundo tendões dorsais do pé, cerca de fechar os olhos, pois não verá enquanto faz o
de 2 cm abaixo da articulação do tornozelo. teste).
3. Aplique o monofilamento de
10 g pressionando-o sobre a
pele da planta dos pés nos
quatro pontos
padronizados.Ao aplicar o
monofilamento, mantenha-o
perpendicularmente à
superfície testada, a uma
distância de 1-2 cm (Etapa 1).
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4. Deve-se solicitar ao paciente para dizer "sim",


durante o toque na área de teste, com força
apenas suficiente para curvar o monofilamento
por 2 segundos (Etapa 2). Uma simulação de
aplicação e outra aplicação concreta nas
mesmas áreas confirmam a identificação pelo
paciente do local testado se duas respostas estão
corretas. Qualquer área insensível indica SPP
alterada.

• Quando houver lesões instaladas, como úlcera,


calo, cicatriz ou necrose, aplique o
monofilamento em torno do perímetro, pois os
pacientes provavelmente não sentirão o
monofilamento nestas regiões e nunca sobre tais
lesões.
• Deve-se evitar deslizar o monofilamento sobre a
pele e não fazer toques repetitivos sobre a área de
teste.
• Caso o monofilamento escorregue pelo lado,
desconsidere a eventual resposta do paciente e
teste o mesmo local novamente mais adiante.
• A sequência de aplicações deve ser ao acaso nos
locais de teste e pode demorar algum tempo para
que as pessoas idosas se orientem para o que está
sendo feito.
• Caso o paciente não responda à aplicação do
monofilamento em determinado local, aconselha-
se continuar a sequência e voltar àquele local
para confirmar.
• Durante a realização do teste, devem-se registrar
os pontos em que não há percepção de pressão.
• O teste é considerado positivo, ou seja, perda ou
alteração da SPP, se 1 ou mais pontos
apresentarem-se alterados.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

EXAME FÍSICO DO SISTEMA INTRODUÇÃO AO EXAME GINECOLÓGICO


• O exame físico dos órgãos genitais femininos é
GENITAL FEMININO conhecido como o exame ginecológico.
• O exame ginecológico compreende três etapas:
• O exame ginecológico é uma avaliação periódica exame das mamas, do abdômen e da genitália.
de extrema importância para a prevenção e • Na avaliação abdominal deve-se realizar a
diagnóstico precoce de diversas condições inspeção, a palpação e a percussão.
clínicas. • Deve-se sempre informar a paciente o início do
• O Ministério da Saúde preconiza que toda exame e que haverá o toque em sua região
mulher que tem ou teve relação sexual deve genital.
realizar exame ginecológico periodicamente. • O clínico deve explicar à paciente o que vai fazer
• Esse exame deve ser realizado, inicialmente, e obter seu consentimento explícito.
anualmente e, após dois exames consecutivos com • Uma terceira pessoa, como uma enfermeira, um
resultados normais (com intervalo de 1 ano entre familiar, ou uma amiga da paciente, deve estar
eles), pode espaçar sua realização para a cada 3 presente (sobretudo se o clínico for homem).
anos. • O clínico deve ter em conta a possível tensão
• O exame ginecológico mais conhecido é o emocional da paciente,(No primeiro exame
Papanicolau (colpocitologia oncótica) e trata-se ginecológico).
de um exame complementar realizado durante o • Há a possibilidade da paciente se envergonhar
exame físico ginecológico para rastreio, por causa da exibição dos órgãos genitais e pelo
principalmente, de câncer de colo de útero, mas temor do diagnóstico, pelo que é importante que
que também diagnostica diversas outras se dê todo apoio psicológico à paciente.
morbidades.
EXAME DA MAMA
ANAMNESE NO EXAME GINECOLÓGICO • Pode ser feito pelo clínico e pela própria
• O exame ginecológico, assim como qualquer paciente(a auto-exame da mama).
outro exame, inicia-se com a anamnese. O exame físico das mamas é feito através
• Deve-se salientar que, neste caso, existem maiores de:
particularidades, uma vez que trata-se da • Inspecção das mamas: estática e dinâmica
intimidade de uma mulher. • Palpação das mamas
• Nesse caso, é necessário o estabelecimento de • A expressão papilar/mamilar
vínculos que garantam conforto e confiança para • Palpação dos linfonodos axilares e
a paciente. supraclaviculares
• Após o interrogatório sobre a história da doença
INSPECÇÃO DA MAMA
atual, é indispensável o conhecimento dos
ESTÁTICA
antecedentes pessoais fisiológicos, principalmente
• A inspecção das mamas (estática e
no que diz respeito ao ciclo menstrual.
dinâmica): Identificar alterações da
• Por isso, deve-se questionar temas como menarca,
estrutura e superfície das mamas
menstruação e menopausa, visando caracterizar
relacionadas à algumas patologias.
o padrão de fluxo menstrual, regularidade,
• As alterações da superfície:
presença de dismenorréia e data da última
retracção da pele, alteração da
menstruação.
pigmentação, hiperemia,
• Temas como a prática sexual da paciente,
surgimento de manchas, edema
orientação sexual, uso de preservativos e ISTs
(aspecto de ‘’pele em casca de
podem deixar a paciente desconfortável, mas
laranja’’), úlceras ou fissuras.
devem ser questionados.
• Ex: A pele hiperemiada é sinal de
• Dispareunia pode ser investigada, assim como
processo inflamatório como mastite
alterações de libido ou de bem estar sexual.
ou abcesso mamário, a pele em casca de laranja,
• Devem ser interrogados sinais e sintomas como
as retracções e úlceras estão presentes em
prurido e corrimento, pois sua ocorrência é
processos malignos como carcinoma da mama.
grande. Em caso de queixa, devem ser
• As alterações da estrutura ou forma como
caracterizados quanto a intensidade, quantidade,
abaulamentos ou tumorações, alteração dos
coloração, consistência e odor.
contornos, desvio da posição normal dos
• Perguntas sobre quaisquer lesões ou nódulos na
mamilos, em geral indicam presença de massas
área vulvar também devem estar presentes,
benignas ou malignas.
descrevendo quanto a presença ou não de dor.
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• A inspecção também permite avaliar se há dedos simulando tocar piano (técnica de


envolvimento muscular e o seu grau. Bloodgood) são as mais citadas na literatura.
DINÂMICA • A temperatura da pele pode estar aumentada em
• Na inspeção dinâmica a processos inflamatórios como mastite e abcesso
realização de manobras é mamário.
para realçar possíveis
retrações e abaulamentos,
que podem sugerir ou não
processos malignos, bem
c o m o , v e r i fi c a r o
comprometimento dos
planos musculares,
cutâneo e gradil costal.
• São realizadas as manobras solicitando à paciente
EXPRESSÃO PAPILAR
que eleve lentamente as mãos sobre a cabeça e
• A expressão papilar (pressão
em seguida baixar e pressionar com as mãos as
ao nível da aréola e da papila)
asas do osso ilíaco bilateralmente, para contrair a
permite investigar a eventual
musculatura peitoral.
presença de secreção papilar.
• A manobra de inclinação do tronco para frente
• O tipo de secreção pode
com os braços abertos é útil em pacientes com
indicar o tipo de patologia,
mamas grandes ou pendulares e para melhor
por exemplo a secreção
observação de retração do complexo
purulenta está presente em
areolopapilar, que pode sugerir malignidade.
processos infecciosos como mastite e abcesso.
PALPAÇÃO DA MAMA
• Secreções hemorrágicas podem ser indicativas de
• A palpação deve ser feita
carcinoma da mama.
em toda mama, incluindo
INSPECÇÃO E PALPAÇÃO DOS LINFONODOS AXILARES
a região subareolar, regiões
p a r a e s t e r n a i s, E SUPRACLAVICULARES
infraclaviculares e axilares. A palpação dos linfonodos axilares e supra-
• A palpação é realizada claviculares, é importante:
com a paciente deitada Podem estar alterados em:
com as mãos atrás da • Patologias da mama,
cabeça e os braços bem • Processos inflamatórios
abertos. • Processos tumorais
• Permite avaliar o volume, a Nos casos de lesões malignas da
consistência, a elasticidade e a temperatura da mama, a presença de
pele. linfoadenopatia dura é um sinal
• É fundamental avaliar as duas mamas (mesmo de gravidade pois indica extensão
que a queixa seja em apenas uma) para comparar do tumor para os linfonodos.
os achados e orientar o diagnóstico. AVALIAÇÃO ABDOMINAL
• O volume pode estar alterado por processos • Na avaliação abdominal deve-se realizar a
inflamatórios (como mastite ou abcesso) ou inspeção, a palpação e a percussão.
tumorais (como quisto ou carcinoma da mama). • Na inspeção, observa-se questões como a forma,
• A consistência pode estar alterada em caso de presença ou não de abaulamentos, cicatriz
presença de áreas de condensação (edema, umbilical, implantação e quantidade de pelos,
nódulos, massas quísticas ou sólidas). presença ou não de manchas e cicatrizes,
• Os nódulos ou massas palpáveis devem ser circulação colateral, assim como os movimentos e
caracterizados em relação a limites, consistência, pulsações.
mobilidade, fixação nas estruturas circunjacentes • Na palpação investiga-se espessura da parede,
e diâmetro. hiperestesia, dor provocada, defesa, contratura,
• A elasticidade do mamilo pode estar alterada na tumor, tensão da parede abdominal e soluções de
presença de cicatrizes e massas. continuidade. Devem ser realizadas a palpação
• Dentre as técnicas de palpação desenvolvidas, a superficial e a profunda, atentando-se sempre
realizada com mão espalmada e movimentos para iniciar em pontos distantes da região
circulares (técnica de Velpeau) e com a ponta dos dolorosa (se houver queixa durante a anamnese).
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• Na percussão, investigam-se zonas de macicez e • Fixador celular (spray ou álcool 95%)


de timpanismo, investigando a presença de ascite. • Recipiente apropriado para o transporte das
EXAME DA GENITÁLIA lâminas.
INSPEÇÃO • Cubas de Coloração.
• Durante a inspeção, avalia-se a vulva, clitoris, ESPECULOSCOPIA (EXAME COM ESPÉCULO);
introito, óstio uretral, períneo e anus. O exame da genitália externa é seguido pelo
• Na inspeção vulvar, analisa-se a implantação dos exame da genitália interna utilizando as
pêlos, aspecto da fenda vulvar, umidade, seguintes técnicas:
secreções, hiperemia, ulcerações, distrofias, • Especuloscopia (exame com espéculo);
n e o p l a s i a s, d e r m at o p at i a s, d i s t o p i a s e • Toque vaginal (palpação bimanual);
malformações. • Toque retovaginal
• No períneo, observa-se sua integridade, presença • Deve-se selecionar um espéculo de tamanho e
de cicatrizes de episiorrafias ou perineoplastia. formato apropriados e lubrificá-lo para melhor
• No anus investiga-se presença de hemorroidas, conforto da paciente.
plicomas, fissuras, prolapso e malformações. • Vale ressaltar que o exame especular só é
• No final da inspecção em repouso, o clínico deve realizado em mulheres não-virgens.
solicitar que a paciente faça esforço para evacuar, • Nestes casos, as informações sobre a genitália
para ver se há protrusão das paredes da vagina ou interna deverão ser obtidas pelo toque retal.
do colo. O exame com espéculo tem as seguintes
PALPAÇÃO finalidades:
• Se houver inchaço ou tumefacção dos lábios • A avaliação do colo do útero.
vaginais, é preciso examinar e palpar as glândulas • Avaliação da presença de secreções e suas
de Bartholin. características quando presentes.
• O clínico deve introduzir o dedo indicador dentro • A colheita de material para o exame citológico,
da vagina perto da porção final do intróito e pôr bacteriológico do muco cervical.
o polegar atrás do lábio maior do mesmo lado • A avaliação da vagina: observar as paredes
palpando eventuais áreas de edema e observando laterais, anterior e posterior durante a remoção
eventuais secreções das glândulas. do espéculo.
POSIÇÃO PARA O EXAME TÉCNICA DE USO DO ESPÉCULO:
• Antes de começar o exame ginecológico, o clínico • Lavagem das mãos e uso de
deve verificar se tem todos os instrumentos luvas de procedimentos;
necessários limpos e por perto. • Selecção do espéculo
• A paciente deve ser colocada na posição (tamanho e formato
ginecológica de modo a expor mais facilmente a apropriados) e lubrificação
genitália externa. • Segurar o espéculo
• Em caso de marquesa ginecológica, a mulher (geralmente com a mão esquerda) de forma a que
deve estar deitada em decúbito dorsal com a este tenha as lâminas (o “bico de pato”) fechadas.
cabeça elevada a 30-45°, as pernas fletidas e em • O espéculo deve ser introduzido gentilmente com
abdução e os pés em repouso no seu lugar o bico do pato rodado a 90°
específico, com as nádegas um pouco em frente • Introduzir cerca de metade até 2/3 do espéculo e
do limite da marquesa. rodar (em sentido horário ou anti-horário
• É importante ajudar a paciente a posicionar-se na dependendo da mão usada pelo clínico)
marquesa ginecológica. • Progredir com a introdução e abrir as lâminas do
• Observação:Durante o exame ginecológico, a espéculo até que ele abrace o colo uterino e
paciente não deve estar completamente despida, possibilite a sua total visualização (evite
ao contrário, deve ser coberta com um lençol que amplitudes superiores ao necessário para não
deve ser movido de acordo com a região a ser causar dor).
examinada.A bexiga deve ser esvaziada.Uma boa • Manter o espéculo na posição aberta, rodando o
iluminação e um bom foco luminoso são parafuso disposto para fixá-lo;
essenciais. • Examinar o colo e também rodar o espéculo com
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO lâminas abertas para o exame das paredes do
• Espátula de Ayres. canal vaginal;
• Escova cervical. • Depois de terminar o exame do colo, desapertar
• Espéculo vaginal. o parafuso e manter o espéculo aberto.
• Lâminas de vidro com extremidade fosca.
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• Retirar o espéculo gradualmente, mantendo-o elasticidade, a capacidade, a extensão, a


aberto (com menor amplitude), para visualizar as superfície, as irregularidades, a sensibilidade e a
paredes da vagina; temperatura.
• Após a remoção de mais de 2/3 das lâminas, • Ao toque bidigital analisa-se o colo do útero e os
fechar completamente o espéculo e rodá-lo para fundos de saco vaginais.
que as lâminas saiam no mesmo plano em que • No colo do útero analisa-se a orientação,
entraram. s u p e r f í c i e, c o n s i s t ê n c i a , c o m p r i m e n t o,
O clínico deve observar os seguintes sensibilidade, a mobilidade e caracteristica do
elementos do colo do útero: orifício externo.
• Coloração: um colo do útero normal vai aparecer • Nos fundos de saco verifica-se a distensibilidade,
cor-de-rosa ou mais escuro se a mulher estiver a profundidade, a sensibilidade, se estão livres ou
grávida ocupados.
• Características do muco (normal ou presença de • O toque bimanual é a melhor maneira de obter
corrimento) uma ideia tridimensional da pelve da mulher;
• Forma do orifício externo: puntiforme na mulher confirma e complementa os dados obtidos com as
que nunca pariu; irregular na mulher que já técnicas anteriores.
pariu • A coleta do material realizado durante o exame
• Eventuais lesões (úlceras, pólipos, nódulos, etc) especular serve para a realização da citologia
• Paredes da vagina (durante a remoção gradual do oncótica ou papanicolau.
espéculo) • A coleta desse material deve ser dupla, ou seja,
em dois locais distintos: ectocervical e
endocervical.
• O esfregaço é colocado imediatamente no
fixador, para evitar o ressecamento.
• Trata-se de um exame de rastreio e diagnóstico
de diversas morbidades, dentre elas o câncer de
colo de útero e diversas infecções sexualmente
transmissíveis.

TOQUE VAGINAL COMBINADO OU PALPAÇÃO


BIMANUAL
• É a forma mais completa de fazer o exame da
pélvis feminina.
• Lavagem das mãos e uso de luvas de
procedimentos; TÉCNICA DE REALIZAÇÃO DO TOQUE RETAL
• Lubrificação dos dedos indicador e médio com • Após o toque vaginal,
gel hidrossolúvel ou de lidocaína; lubrificar novamente os dedos
• Após devida lubrificação, os dedos indicador e enluvados.
médio da mão pélvica devem ser introduzidos na • Explicar à paciente o que o
vagina. clínico vai fazer e que essa
• Enquanto umas das mãos palpa o hipogástrio e as manobra pode evocar o
fossas ilíacas (mão abdominal), a outra realiza o desejo de defecar, mas que
toque vaginal (mão pélvica). isso não acontecerá com a
• A mão abdominal deve fazer uma leve pressão devida preparação.
para baixo e para dentro, tentando empurrar os • Pedir a paciente que faça
anexos na direcção da mão pélvica. força para baixo (esforço para defecar), pois esta
• Pode ser feito unidigital, bidigital ou bimanual. manobra relaxa o esfíncter anal.
• No toque unidigital realiza-se a expressão da • Introduzir lentamente o dedo médio no reto,
uretra, palpação das glândulas vestibulares e pedindo que a paciente fique firme na cama e
palpação das paredes vaginais, observando-se a que tente relaxar.
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TESTES PARA O DIAGNÓSTICO DO CANCRO DO COLO


UTERINO
COLPOSCOPIA
• A colposcopia é o estudo do colo do útero para
investigação de lesões malignas e pré-cancerosas
deste tecido, facilitando a biópsia guiada.
• O exame é realizado com o auxílio do espéculo
vaginal.
• Após sua introdução, deve-se limpar o colo para a
realização de dois testes:
- Teste de Schiller – consiste na aplicação de
solução de lugol (iodo-iodetada) no colo do útero
e na vagina. O tecido normal irá se corar de
marrom (através da ligação do iodo ao
glicogênio presente no tecido normal), enquanto
tecidos com alta divisão mitótica se manterão na
coloração normal, ficando em evidência. Isso
ocorre pois nessas regiões de intensa divisão
celular encontra-se menor concentração de
glicogênio.
- Teste do ácido acético – consiste na
embrocação do colo do útero, da vagina e da
vulva com solução de ácido acético a 5%. As
áreas com intensa atividade nuclear são coradas
de branco, tor nando-se áreas para ser
biopsiadas.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

EXAME FÍSICO DO
Ponto de McBurney: União do terço externo
com dois terços internos da linha que une a espinha

SISTEMA URINÁRIO
ilíaca ântero-superior à cicatriz umbilical. Quando
comprimida profundamente e descomprimida
EXAME FÍSICO bruscamente, desencadeia dor no paciente que tem
INSPEÇÃO indicativo de peritonite causada por um tipo de
Com o paciente em decúbito dorsal com pernas abdome agudo(O Sinal de Blumberg’).
estendidas. São observadas, forma, volume e
alterações cutâneas do abdome.

Sinal de Rovsing: Dor na fossa ilíaca direita à


palpação da fossa ilíaca esquerda. Palpação no
cólon descendente desloca os gases para o cólon
ascendente, atingindo o apêndice inflamado
hipersensível, provocando dor.

PALPAÇÃO:
Palpação superficial:Avaliar sensibilidade,
integridade anatômica e grau de distensão da
parede abdominal.
Palpação profunda:Tem como objetivo palpar
órgãos abdominais em busca de visceromegalias e
tumorações.
Ponto epigástrico: sensível na úlcera péptica em
atividade;
Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pelo
rebordo costal direito com a borda externa do
músculo reto abdominal, na interseção da linha
hemiclavicular com o rebordo costal direito. Deve
ser palpado em busca do Sinal de Murphy que
pode estar presente na colecistite aguda.
Sinal de Murphy:O sinal acontece quando o PERCUSSÃO
paciente reage em sua respiração de forma rápida à • A partir da percussão é possível identificar
palpação profunda da vesícula biliar. Dessa forma, presença de ar livre, líquidos e massas intra-
palpa-se o ponto biliar ou ponto cístico, no abdominais.
hipocôndrio direito e pede-se para o paciente • A técnica é digito-digital, em que o examinador
inspirar profundamente.Em caso de dor, o paciente posiciona uma das mãos sobre o abdome e
interrompe o movimento respiratório, ao mesmo percute com o dedo indicador.
tempo em que reclama da palpação dolorosa. • Som normal: maciço (baço e fígado), timpânico
(vísceras ocas);
• Percussão nor mal: macicez hepática no
hipocôndrio direito; timpanismo no espaço de
Traube, timpanismo nas demais regiões.
• Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são
maciços.
• Timpanismo generalizado pode indicar
obstrução.
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EXAME FÍSICO DO SISTEMA URINÁRIO NORMAL - SINAL DE GIORDANO


TRÊS MÉTODOS: O sinal de Giordano é
1. Na manobra de Guyon, com o paciente em utilizado na pesquisa de
decúbito dorsal, o examinador deve se pielonefrite ou litíase renal.
posicionar a sua direita, colocando a mão Para ser detectado, deve ser
esquerda na região dorsal, na altura da loja realizado uma percussão com
renal, tracionando-a, enquanto sua mão direita a mão em forma de punho no
palpa, por meio do rebordo costal durante a dorso do paciente no nível da
inspiração, a fim de encontrar a mão esquerda 11° e 12° costela, com uma
e, consequentemente, o rim. Para o rim mão realizando o
esquerdo, o examinador deve se posicionar ao amortecimento.
lado esquerdo do paciente, realizando o mesmo
processo.

2. Na manobra de Israel, o paciente deve estar


em decúbito lateral, com membro inferior
contralateral em extensão e homólogo em
flexão, além dos membros superiores sobre a
cabeça. O examinador deve se posicionar do
mesmo lado do rim que será palpado,
colocando a mão direita para o rim esquerdo e
a esquerda para rim direito. O rim deve ser
palpado anteroposteriormente.

3. A m a n o b r a de G o e l et,
todavia, deve ser realizada
com o paciente em ortostase,
fletindo o joelho do lado que
se deseja palpar, apoiando-o
sobre uma cadeira. O
examinador deve, então,
tracionar anteriormente com
uma das mãos, enquanto a
outra tenta palpar o lobo
inferior do rim.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

avalia-se há presença de lesões, posição, tamanho e


EXAME FÍSICO DO SISTEMA diâmetro do meato uretral.
REPRODUTOR MASCULINO • Agenesia: ausência completa ou parcial do
órgão
ANAMNESE • Duplicação: presença de 2 pênis, com um ou
• Importante dados como identificação, idade e ambos funcionais.
profissão. • Tamanho: macro ou micro pênis (menor que 9
• Existem doenças que incidem preferencialmente cm ou maior que 23 cm).
em determinadas faixas etárias. • Hipospádia: abertura do pênis encontra-se na
• Recém nascidos: ambiguidade sexual, hidrocele, parte inferior do órgão.
o edema escrotal (hérnias), as criptorquias e as • Epispadia: abertura anormal da uretra se
dismorfias penianas. encontra perto da glande.
• Infância: balanopostites (fimoses) • Fimose: o prepúcio apertado não pode ser
• Puberdade e no adulto jovem:doenças puxado para trás na cabeça do pênis.
sexualmente transmissíveis e tumores testiculares.
• 40 anos de idade: priapismo, hidrocele
secundária, prostatovesiculite, câncer peniano.
• Após os 60 anos: hiperplasia nodular benigna
da prostata.
• Após 70-80 anos: carcinoma da próstata e
bexiga.
• O carcinoma escrotal: indivíduos que lidam com
piche e alcatrão ("câncer dos limpadores de
chaminés"). Os forneiros e padeiros e os técnicos
de raios X, radiologistas são mais propensas aos Palpação: Observa-se o corpo esponjoso e
distúrbios espermatogênicos. cavernoso, a presença de áreas endurecidas e as
AFECÇÕES DO SISTEMA GENITAL MASCULINO artérias dorsais. Deve-se palpar toda a extensão do
Nas afecções dos órgãos genitais masculinos deve pênis, que é normalmente liso, semifirme e indolor.
ser observado: Exame da bolsa escrotal e testículos
• Dores e alterações miccionais • Inspeção: Observa-se o formato, tamanho e
• Priaprismo: ereção dolorosa e prolongada. volume da bolsa escrotal, características da pele,
• Hemospermia: presença de sangue no sinais logísticos (inflamação), úlceras, massas,
esperma ejaculado. cistos, equimoses (manchas) hidrocele (aumento
• Corrimento uretral: presença de secreção da bolsa escrotal), angioqueratomas (lesões
pela uretra. vasculares benignas).
• Ejaculação precoce: emissão de sêmen logo • Palpação: Avaliar existência de hérnias. Palpa-
no início da relação sexual. se os testículos separadamente, movimenta-os
• Impotência sexual: ausência de ereção firme o testículos entre os dedos para sentir a consistência
suficiente para a relação sexual. e contorno, forma oval, indolor com palpação
• Esterilidade: impossibilidade de produção de delicada, utilizando o polegar e indicador. Avalia-
gametas (óvulos e espermatozoide). se a consistência (elástica), formato (ovoide),
Observação: Os exames para os órgãos sexuais contornos e tamanhos.
externos são a inspeção e palpação, já o exame dos • Palpa-se também os epidimos (reconhecer a
órgãos genitais internos é o toque retal. cabeça, corpo e caula), que tem forma de vírgula
EXAME FÍSICO de cima a baixo do testículo, normalmente é
• O exame físico dos órgãos genitais masculinos indolor e macio. Palpa-se os cordões espermáticos
externos é realizado por inspeção e palpação, até o anel inguinalexterno.
devendo o paciente ficar em decúbito dorsal ou • Flacidez, atrofia, perda dos movimentos de
de pé. contração e apagamento das pregas horizontais
• Os órgãos genitais internos são examinados pelo do escroto são constantes na criptorquidia e
toque retal. hipogonadismo.
Exame físico do Pênis • Testar o reflexo cremastérico.
Inspeção: Deve-se retrair completamente o TOQUE RETAL
prepúcio para visualização da glande, e assim, • Avalia-se o tamanho, consistência, superfície,
contornos, sulco mediano e mobilidade.
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• A Próstata tem o tamanho de uma castanha


grande, e é regular, simétrica, depressível, de
superfície lisa, consistência elástica (como
borracha), contornos precisos e discretamente
móvel.
• O posicionamento correto do paciente,
lubrificação abundante e introdução digital suave.
Posições do paciente :
- Posição de Sims (Imagem A)
- Posição genupeitoral (Imagem B)
- Posição de decúbito supino

• Antes do exame: esvaziando a bexiga


• Palpa-se e percute-se: avaliar a urina residual
aumentada.
• Inspecionar cuidadosamente a região
anoperineal: sinais inflamatórios, alterações de
coçadura, fissuras, pertuitos fistulosos, condilomas
e abscessos, mamilos hemorroidários.
• Expor o ânus com o dedo indicador e polegar da
mão esquerda, coloca-se a polpa do indicador
direito sobre a margem anal e faz-se uma
compressão continua e firme para baixo com o
intuito de relaxar o esfíncter externo.
• Em seguida, introduz-se o dedo, lenta e
suavemente, por meio de movimentos rotatórios.
• Observa-se o tônus esfincteriano anal.
As estruturas a serem examinadas durante
o toque retal são:
• Parede anterior pelo qual se avaliam a próstata,
as vesiculas seminais e o fundo do saco
vesicorretal
• Parede lateral esquerda
• Parede lateral direita
• Parede posterior (sacro e cóccix)
• Para cima (até onde alcançar o dedo)
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

- Utilize a técnica correta para calçar a luva


CATETERISMO VESICAL DE estéril.
- Posicione o campo fenestrado sobre a região
ALÍVIO E DE DEMORA genital do paciente protegendo a área para evitar
• O cateterismo vesical (cateterismo das vias contaminação do material.
urinárias) tem como objetivo o esvaziamento Observação: Será necessário tocar o órgão genital
direto da bexiga através de um cateter. do paciente, após esse momento na se retira a mão
• Pode ser feito o cateterismo de alívio (forma até terminar o procedimento.
intermitente) ou o cateterismo de demora (de - Com a mão dominante tracione o pênis e
longa permanência). exponha a glande.
INDICAÇÕES DE CATETERISMO - Com uma pinça pegue uma gaze com um
Cateterismo vesical de alívio ou antisséptico e inicie a assepsia pela uretra.
intermitente: realizado com a sonda uretral - Com movimento circulares passe a gaze pela
(cateter de Nélaton): glande.
• Alívio para retenção urinária aguda; Observação: Despreze a gaze ao final de cada
• Determinação do resíduo urinário; movimento.
• Obtenção de uma amostra de urina para - Lubrifique a sonda.
exame laboratorial; - Introduza a sonda com cuidado até a saída da
• Instilação intravesical de medicamentos; urina.
• Exploração da uretra. - Aguarde a saída de todo o conteúdo urinário na
Cateterismo vesical de demora: realizado cuba.
com o cateter de Foley (cateter flexível com duplo - Ao final retire a sonda.
ou triplo lúmen): Observação: Não force a sonda. Na presença de
• Drenagem vesical por obstrução aguda ou dor, sangramento ou resistência interrompa o
crônica; procedimento imediatamente.
• Disfunção vesical (bexiga neurogênica);
• Irrigação vesical;
• Drenagem vesical após cirurgias urológicas e
pélvicas;
• Monitoramento do volume urinário em
pacientes graves. Incontinência urinária.
Assegurar a higiene e a integridade da pele
em região perineal.
Observação: o procedimento deve ser realizado
pelo médico ou enfer meiro, por ser um
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SONDAGEM
procedimento invasivo ao paciente – Resolução
COFEN n. 450/2013. VESICAL DE DEMORA
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SONDAGEM
• Sonda Foley
• Gaze estéril
VESICAL DE ALÍVIO:
• Lubrificante hidrossolúvel
• Sonda uretral
• Seringa de 20 mL
• Gaze estéril
• Água destilada
• Luva estéril
• Luva estéril
• Lubrificante hidrossolúvel
• Bolsa coletora
• Antisséptico
• Antisséptico
• Kit de sondagem estéril (Cuba, pinça, campo
• Agulha para aspirar
fenestrado e cúpula)
• Kit de sondagem estéril
PASSO A PASSO DA SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO:
- Mantenha o paciente deitado e com as pernas PASSO A PASSO DA SONDAGEM VESICAL DE DEMORA
- Mantenha o paciente deitado e com as pernas
afastadas.
- Retire o mínimo de roupa do paciente, apenas afastadas.
- Retire o mínimo de roupa do paciente, apenas
para expor a região genital.
- Lave as mãos com água e sabão neutro. para expor a região genital.
- Posicione o kit de sondagem entre as pernas do - Lave as mãos com água e sabão neutro.
- Posicione o kit de sondagem entre as pernas do
paciente.
paciente.
Observação: Abrir o kit com cuidado para não
contaminar o seu interior.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

Observação: Abrir o kit com cuidado para não


contaminar o seu interior.
- Utilize a técnica correta para calçar a luva estéril
- Coloque o material dentro da Cuba sem
contaminar
- Posicione o campo fenestrado sobre a região
genital do paciente protegendo a área para evitar
contaminação do material
- Conecte a bolsa coletora na bolsa de foley
Observação: Será necessário tocar o órgão genital
do paciente, após esse momento na se retira a mão
até terminar o procedimento.
- Com a mão dominante tracione o pênis e
exponha a glande.
- Com uma pinça pegue uma gaze com um
antisséptico e inicie a assepsia pela uretra.
- Com movimento circulares passe a gaze pela
glande.
Observação: Despreze a gaze ao final de cada
movimento.
- Lubrifique a sonda.
- Passe a sonda com cuidado até a saída da urina,
por segurança introduza mais 15 cm.
- Pegue a seringa com 20 mL de água destilada e
encha o balonete da sonda com 10 mL.
Observação: Não force a sonda. Na presença de
dor, sangramento ou resistência interrompa o
procedimento imediatamente.
Observação: Fixe a sonda na lateral da coxa ou
na região suprapúbica.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

cada 2 minutos para verificar novamente o


SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM pulso.
LACTENTES E CRIANÇAS 3. Não há pulso e nem respiração, ou só
O PROTOCOLO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM gasping: Caso esta situação se estabeleça, o
PEDIATRIA primeiro socorrista inicia a RCP com a relação
O SBV em pediatria seguem os mesmos princípios de 30:2 (30 compressões para cada 2
do SBV em adultos. As principais diferenças entre ventilações) e, quando o segundo socorrista
os conselhos de ressuscitação são a sequência RCP chegar, essa relação passa para 15:2 (15
pediátrica C-A-B vs. A-B-C e o limite superior da compressões para cada 2 ventilações). Lembre-
frequência de compressão torácica. Todas as se de que o DEA deve ser utilizado assim que
demais recomendações são semelhantes entre os disponível.
conselhos de ressuscitação. Após a chegada do DEA
Primeiros passos Assim que o DEA estiver disponível, deve-se ligar
1. Verificar a segurança do local: é aparelho e seguir as devidas instruções, acoplando
importante que o socorrista disponível para as pás na criança e lembrando das particularidades
ajudar a criança não se torne outra vítima! entre as crianças com mais e menos de oito anos.
2. Verificar a responsividade: Em bebês, Em seguida, deve-se verificar se o ritmo é chocavel
deve-se tapear a planta do pé vigorosamente (3 ou não.
vezes) e observar a reação. Em crianças, deve- 1. Ritmo chocavel: Se o ritmo for chocável,
se tocar e friccionar o ombro, perguntando deve-se aplicar um choque. Reinicie a
“você está bem?” reanimação imediatamente por 2 minutos (até
3. Chamar por ajuda: Percebeu que a vítima ser avisando pelo DEA para verificar o ritmo).
está irresponsiva, é hora de gritar por ajuda ou Continue até que o pessoal do Suporte
acionar o serviço de emergência. Caso haja Avançado de Vida assuma ou até que a vítima
dois socorristas, um deles fica com a vítima se movimente.
enquanto o outro aciona o serviço de 2. Ritmo não chocável: Neste caso, deve-se
emergencia e vai buscar um DEA e iniciar a RCP imediatamente por dois minutos
equipamentos de emergencia, se disponível. (até que DEA sinalize que é necessário checar o
4. Verificar pulso e respiração: Utilize a ritmo), e continue neste ciclo até que o o
técnica do “ver, ouvir e sentir”; verifique se há pessoal do Suporte Avançado de Vida assuma
pulso, buscando o pulso braquial nos menores ou até que a vítima se movimente.
de um ano e pulso carotídeo nas crianças
maiores. Para verificar a respiração, observe se
o tórax se eleva ou, então, se há gasping. Tudo
isso deve ser feito em, no máximo, dez
segundos.

Após verificação de sinais vitais


Após verificados os sinais vitais, há 3 situações
possíveis. Há pulso e respiração normal, há pulso
mas não há respiração normal e não há pulso nem
respiração.
1. Há pulso e respiração: Deve-se monitorizar
a criança até a chegada da emergência.
2. Há pulso, não há respiração: Neste caso,
deve-se aplicar as ventilações de resgate (1
ventilação a cada 3 a 5 segundos, ou 12-20
ventilações por minuto) e, caso o pulso esteja
abaixo de 60 batimentos por minuto ou se
houver sinais de perfusão inadequada, iniciar as
compressões torácicas. É necessário parar a
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PARTICULARIDADES DO PROTOCOLO DE SUPORTE elevando-a (empurrando para a frente), com os


BÁSICO DE VIDA NA PEDIATRIA polegares apoiados nos malares.
1. VERIFICANDO OS SINAIS VITAIS 2. Técnica: O ideal é que se utilize um
• No bebê de até um ano, dispositivo de barreira, como uma máscara de
para verificar o pulso bolso ou dispositivos bolsa-válvula-máscara
deve-se palpar o pulso para administrar ventilações em bebês ou
braquial. crianças. Caso, no momento da PCR, o
• Para isso, coloca-se dois socorrista não possua o dispositivo de barreira,
ou três dedos na parte ele não é obrigado a performar a ventilação
interna do braço, entre boca-a-boca. No entanto, vale a pena ressaltar
o cotovelo e o ombro. que, na pediatria, a hipóxia é a causa principal
• Na criança (de um ano à de parada cardiorrespiratória. Assim, a
puberdade) deve-se palpar o pulso ventilação torna-se uma parte fundamental da
carotídeo. ressuscitação em parada hipóxica, bem como
• Isso deve ser feito em, no máximo, em afogamento ou intoxicação medicamentosa.
10 segundos. Em relação à colocação, a máscara deve cobrir
2. COMPRESSÕES TORÁCICAS completamente a boca e o nariz da vítima e
• A profundidade de compressão do tórax de não deve cobrir os olhos nem sobrepor o
lactentes deve ser no mínimo de um terço do queixo. Deve-se pressionar a máscara contra a
diâmetro anteroposterior ou aproximadamente face ao elevar a mandíbula para criar uma
de 4 cm. vedação hermética entre a face da criança e a
• Em crianças, a compressão deve ser, no mínimo, máscara. Para isso, pode-se utilizar a técnica C-
de um terço do diâmetro anteroposterior ou E para erguer a mandíbula contra a mascara e
aproximadamente 5 cm. ajudar a vedá-la contra o rosto. Esta técnica
• É importante que se permita o retorno completo consta de que o terceiro, o quarto e o quinto
do tórax após cada compressão. dedos de uma mão (imitando a letra “E”)
• Para um único socorrista, aplica-se a reação de devem ser colocados na mandíbula para elevá-
30 compressões para 2 ventilações (30:2). la para frente e, em seguida, o polegar e o dedo
• Se houver dois socorristas para a tentativa de indicador da mesma mão formam o similar a
ressuscitação de um bebê ou uma criança, deve- uma letra “C” para vedar a máscara contra o
se usar a relação compressão-ventilação de 15:2. rosto.
• Frequência de 100 a 120 compressões por 3. Frequência: A frequência das ventilações deve
minuto. respeitar o passo de 1 ventilação a cada 3 a 5
3. VENTILAÇÕES
segundos, o que resulta em 12 a 20 ventilações
1. A b e r t u r a d a v i a por minuto. Cada ventilação deve ser
aérea: Para ventilar, é administrada por um segundo e deve-se
necessário abrir a via observar a elevação do tórax. Se o tórax não se
aérea. Para isso, utiliza- elevar, reabra a via aérea, verifique se há
se as manobras de vedação adequada entre a máscara e o rosto e
inclinação da cabeça, a tente a ventilação novamente.
elevação do queixo e a USO DO DEA
anteriorização da • Utilizar o DEA assim que
mandíbula. É importante, entretanto, manter a disponível no extra-
cabeça do lactente ou da criança em posição hospitalar, se a criança não
neutra. Para verificar esta posição, o canal tiver pulso central palpável.
auditivo externo deve ficar nivelado com a • O uso do DEA com
parte superior do ombro do paciente. Isso deve atenuador de carga é
ser feito inclinando- se, com cuidado, a cabeça preferível em crianças
da criança para trás e com uma mão e, com menores de 8 anos,
dois ou três dedos apoiados no mento do incluindo lactentes ou com
paciente, traciona-lo para frente. Posicionando- menos de 25 kg.
se atrás da cabeça da criança, esta manobra • Caso as pás pediátricas não estejam disponíveis,
também é feita colocando dois ou três dedos de podemos utilizar o DEA sem atenuador de carga.
cada mão debaixo dos ângulos da mandíbula, • O DEA analisa o ritmo e informa se o choque
está indicado ou não.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

• Se o choque estiver indicado, deve ser realizado • Chamar ajuda: Ligue para o SAMU (192), pedir
seguindo os passos de segurança. o DEA.
• Após o choque, reiniciar as compressões torácicas • Checar a respiração e o pulso simultaneamente
imediatamente. (Checar o pulso carotídeo colocando os dedos
• Se o choque não for indicado, manter a RCP de indicador, médio e anelar na borda do mm ECM)
alta qualidade. • Iniciar compressões (Joelhos afastados / Mãos
SITUAÇÕES PARA O OSCE entrelaçadas / Região hipotênar colocada na
CENÁRIO 1: ATENDIMENTO À CRIANÇA VITIMA DE região inferior do esterno ( se com uma mão,
PCR (INCLUINDO O USO DO DEA). neste caso, a outra fica na fronte) Braços
O que fazer? estendidos com 90 graus acima da vítima.
• Verificar a segurança do local Movimentos com o tronco e não com flexão do
• Checar a responsividade - Chamar pela pessoa e braço.
tocar os ombros . • Compressões-30 compressões (um socorrista)
• Chamar ajuda: Ligue para o SAMU (142), pedir • Compressões-15 compressões (após a chegada do
o DEA. outro socorrista)
• Checar a respiração e o pulso simultaneamente • Abertura de vias aéreas (Inclinação da cabeça /
(Checar o pulso carotídeo colocando os dedos Elevação do queixo / oclui as narinas / se ambu -
indicador, médio e anelar na borda do mm ECM) posicionar a mascara adequadamente
• Iniciar compressões (joelhos afastados / Mãos • Faz 2 ventilações de 1 segundo cada e pbserva a
entrelaçadas / Região hipotênar colocada na elevação do Tórax
região inferior do esterno / Braços estendidos • Instalar o DEA - Colocar as pás na posição
com 0 graus acima da vítima. Movimentos com o anterolateral
tronco e não com flexão do braço). CENÁRIO 3: ATENDIMENTO À LACTENTE VÍTIMA DE
• Compressões-30 compressões (um socorrista) PCR
• Compressões-15 compressões (após a chegada do O que fazer?
outro socorrista) • Verificar a segurança do local
• Abertura de vias aéreas (Inclinação da cabeça • Checar a responsividade - Chamar pela pessoa e
elevação do queixo | oclui as narinas / se ambu - tocar a planta do pé (3 vezes)
posicionar a mascara adequadamente). • Chamar ajuda: Ligar para o SAMU (192), Pedir
• Fazer 2 ventilações de 1 segundo cada e observa a o DEA.
elevação do Tórax. • Checar a respiração e o pulso simultaneamente
• Instalar o DEA - Coloca as pás na posição (Checar o pulso braquial - o médico se posta ao
anterolateral. lado do membro a ser examinado; com a mão
• Se afastar quando o DEA emite o sinal homolateral, segura o antebraço do paciente,
-"analisando o ritmo cardíaco, não toque no fazendo leve flexão sobre o braço, enquanto os
paciente" dedos indicador, médio e anelar da mão
• Aplica o choque quando o DEA emite o sinal - contralateral sentem as pulsações da artéria no
"choque recomendado, afaste-se do paciente" sulco bicipital, abarcando o braço do paciente e
• Reinicie as compressões logo após o choque. utilizando o polegar como ponto de fixação na
• Após 2 minutos realizou o rodízio dos socorristas face lateral do braço,)
(nesse momento pode se checar o pulso central • Iniciar compressões (Superfície rígida / Colocou
também segundo a SBC,2019). dois dedos na metade inferior do tórax / Colocou
• Após a vítima recuperar a consciência colocou-a a outra mão na testa da criança /
em posição de recuperação (DLE(decúbito lateral • Compressões-30 compressões (um socorrista)
esquerdo)- Perna esquerda em extensão e joelho • Compressões - 15 compressões (após a chegada
direito fletida, Cabeça sobre o braço esquerdo e do outro socorrista: envolve o tórax do bebê com
braço direito fletido. as mãos e sustenta suas costas com os dedos de
CENÁRIO 2: ATENDIMENTO À CRIANÇA VITIMA DE ambas as mãos. O socorrista coloca os 2
PCR (USANDO SIMULADOR DE UMA CRIANÇA DE polegares lado a lado (técnica somente para 2
TAMANHO INTERMEDIÁRIO E DEA). socorristas). Coloca os polegares na região
O que fazer? inferior do esterno, evita o apêndice xifoide.
• Verificar a segurança do local • Abertura de vias aéreas (Inclinação da cabeça
• Checar a responsividade - Chamar pela pessoa e elevação do queixo | oclui as narinas / se ambu -
tocar os ombros posicionar a mascara adequadamente).
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

• Faz 2 ventilações de 1 segundo cada e observa a CENÁRIO 5: ATENDIMENTO A CRIANÇA VITIMA DE


elevação do Tórax ENGASGO
• Instalar o DEA - Coloca as pás na posição O que fazer?
anteroposterior se afasta quando o DEA emite o • Perguntar se a criança está engasgada ou
som analisando o ritmo cardíaco, não toque no sentindo dificuldade para respirar.
paciente. • Se asfixia grave
CENÁRIO 4: ATENDIMENTO A CRIANÇA VÍTIMA DE • Informar que irá ajudar.
UMA PARADA RESPIRATÓRIA (INCLUINDO O USO DO • Realizar a manobra de Heimlich
AMBU) • Se posicionar atrás da vítima, na
O que fazer? altura da mesma, o socorrista
• Verificar a segurança do local pode ficar ajoelhado ou erguer a
• Checar a responsividade - Chamar pela pessoa e criança. Colocar um dos pés
tocar os ombros entre as pernas da vítima.
• Chamar ajuda: Ligar para o SAMU (192), Pedir Abraçar a criança, na altura das
o DEA. cristas ilíacas, de modo que suas
• Checar a respiração e o pulso simultaneamente mãos fiquem na frente de seu
(Checar o pulso carotídeo colocando os dedos corpo. Fechar uma das mãos,
indicador, médio e anelar na borda do mm ECM) colocando o lado do polegar da
- Se pulso acima de 60 bpm e respiração mão fechada contra o abdômen
ausente: da criança. Posicionar a mão
• Abertura de vias aéreas (Inclinação da cabeça / fechada na linha média, ligeiramente acima do
Elevação do queixo / Oclui as narinas / se ambu umbigo e bem abaixo do esterno. Agarrar a mão
- posicionar a mascara adequadamente) fechada com a outra mão. Pressiona a mão
• Faz 1 ventilações a cada 3 a 5 segundos e observa fechada contra o abdômen da criança, com uma
a elevação do Tórax compressão rápida e forte para cima.
• Após 2 minutos realiza a checagem do pulso. (se • Realiza repetição das compressões.
pulso ausente ou menor ou igual a 60 bpm) Se a criança se tornou irresponsiva:
• Iniciar compressões (Joelhos afastados / Mãos • Chamar ajuda: Ligue para o 192 e pedir o DEA.
entrelaçadas / Região hipotênar colocada na • Inicia as compressões
região inferior do esterno / Braços estendidos • Abertura de vias aéreas
com 90 graus acima da vítima. Movimentos com • Verificou se há um objeto visível após abertura
o tronco e não com flexão do braço, das vias aéreas.
• Compressões-30 compressões (um socorrista) • Continua conforme o cenário 1
• Compressões - 15 compressões (após a chegada CENÁRIO 6: ATENDIMENTO A LACTENTE VÍTIMA DE
do outro socorrista) ENGASGO
• Abertura de vias aéreas (Inclinação da cabeça / O que fazer?
Elevação do queixo / Oclui as narinas / se ambu • Perguntar a mãe se o bebê
- posicionar a mascara adequadamente se engasgou. Informar que
• Faz 2 ventilações de 1 segundo cada e observa a irá ajudar. Pediu para
elevação do Tórax segurar o bebê.
• Instala o DEA - Coloca as pás na posição • Ao pegar a criança do colo
anterolateral da mãe posicionar umas
• Se afasta quando o DEA emite o sinal - das mãos na cabeça/
"analisando o ritmo cardíaco, não toque no pescoço do bebê.
paciente”. • Sentar-se colocando um
• Reinicia as compressões logo após o choque. dos antebraços no dorso do
• Após 2 minutos realiza o rodízio dos socorristas bebê e a mão segurando a
(nesse momento pode-se checar o pulso central cabeça/ pescoço do bebê.
também segundo a SBC,2019). • Colocar o outro antebraço
• Após a vítima recuperar a consciência colocou-a no ventre do bebê e a mão
em posição de recuperação (DLE -Perna segurando a cabeça/
esquerda em extensão e joelho direito fletida. pescoço do bebê. usou seu
Cabeça sobre o braço esquerdo e braço direito próprio joelho como apoio
fletido. • Virar a criança deixando a em decúbito ventral.
ENGASGO Posicionou a cabeça do bebê abaixo do tronco.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35

• Realizar 5 golpes na região interescapular


• Virar o bebê sempre tendo o joelho como apoio.
• Aplicar compressões com dois dedos. Aplicar
compressões na metade inferior do tórax.
• Aplicou cinco compressões.
• Alterna 5 golpes no dorso e 5 compressões na
região anterior do tórax.
Se a criança se tornou-se irresponsiva
• Chamar ajuda: Ligue para o 192 e pedir o DEA.
• Colocar em uma superfície rígida
• Iniciar Compressões (vide cenário 3):

OSCE da turma MED 35:


1- Exame físico da tireoide (inspeção, palpação,
percussão e ausculta). Paciente apresentava
hipertireoidismo.
2-Palpação do rim direito com a manobra de Israel. No
final dar o retorno ao paciente alegando que o rim estava
aumentado.
3- Realizar exame de sensibilidade tátil na face (paciente
alegava não estar conseguindo mastigar e não sentir a
hemiface esquerda). Ao final do exame devia ser dito qual
o nervo craniano foi acometido (Nervo trigêmeo).
4- Realizar as manobras do manguito rotador (Neer,
jobe, yocum, Gerber, Patte, infraespinhal). Paciente
alegava que havia caído por cima do ombro em uma
partida de futebol.
5- Organizar os passos do SBV em adultos.

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