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Curso Técnico Auxiliar de Saúde

6565 - Noções gerais sobre células, imunidade, tecidos e órgãos -


sistemas Osteo-Articular e Muscular

FORMADORA DATA

Joana Rangel 10 de setembro de 2021


CEFCO_P206_v1
CÉLULAS, IMUNIDADE, TECIDOS E ÓRGÃOS

Índice
Os Principais Sistemas do Corpo Humano: conceitos e funções............................................................. 2

Célula, tecido, órgão, aparelho ou sistemas ......................................................................................... 2

Noções sobre o Sistema Imunitário .................................................................................................... 10

Barreiras naturais ............................................................................................................................... 11

Fisiologia celular e humoral ................................................................................................................ 12

Imunidade natural.............................................................................................................................. 14

Imunidade adquirida .......................................................................................................................... 16

Sistemas osteoarticular e muscular..................................................................................................... 18

Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e músculos .............................. 18

Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros…………………………………………………..24

Função e estabilidade da coluna vertebral ......................................................................................... 25

Osteoporose, fraturas, luxações, principais doenças reumatismais, tumores ósseos - conceitos; noções
básicas sobre manifestações clínicas; implicações para os cuidados de saúde ....................................26

Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de envelhecimento e da mobilidade


- implicações para os cuidados ao utente ........................................................................................... 29

Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar
de Saúde ............................................................................................................................................ 34

Competências do(a) TAS .................................................................................................................... 34

Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta
.......................................................................................................................................................... 37

Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a .....39

Saber ser ............................................................................................................................................ 40

Bibliografia ......................................................................................................................................... 41

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CÉLULAS, IMUNIDADE, TECIDOS E ÓRGÃOS

Os Principais Sistemas Do Corpo Humano: Conceitos E


Funções

Célula, tecido, órgão, aparelho ou sistemas

Um ser vivo pode suborganizar-se em 6 divisões, em que todas elas se complementam:

Químico → Célula → Tecido → Órgão → Sistema → Organismo

Célula: A célula é a unidade estrutural e funcional comum a todos os seres vivos, sendo que estes
podem ser constituídos por uma ou mais células.

Para ser considerado um ser vivo, esse tem que apresentar certas características:

• Ser constituído de célula;


• Buscar energia para sobreviver;
• Responder a estímulos do meio;
• Se reproduzir;
• Evoluir.

De acordo com o número de células, os seres vivos podem ser divididos em:

• Unicelulares - Bactérias, cianófitas, protozoários, algas unicelulares e leveduras.


• Pluricelulares - os demais seres vivos.

De acordo com a organização estrutural, as células são divididas em:

• Células Procariontes
• Células Eucariontes

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Células Procariontes: As células procariontes podem ser


definidas, de grosso modo, como as células que não possuem
material genético delimitado por um núcleo. Isso quer dizer que
o seu material genético está disperso no citoplasma.

Células Eucariontes: As células eucariontes


são mais complexas que as procariontes.
Possuem membrana nuclear individualizada
e vários tipos de organelas. A maioria dos
animais e plantas a que estamos habituados
são dotados deste tipo de células.

Neste grupo encontram-se:

• Células Vegetais (com cloroplastos e


com parede celular; normalmente, apenas um grande vacúolo central)
• Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos)

Tecido: Tecidos são conjuntos de células que atuam de maneira integrada, desempenhando
determinadas funções. Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura;
outros são formados por células que têm diferentes formas e funções, mas que juntas colaboram na
realização de uma função geral maior.

Os tecidos animais podem ser classificados em quatro tipos principais:

• Tecido epitelial: reveste a superfície externa do corpo, as cavidades corporais internas e os


órgãos. Ele também apresenta função secretora. São funções do tecido epitelial:

➢ Proteção e revestimento (pele);

➢ Secreção (estômago);

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➢ Secreção e absorção (intestino);

➢ Impermeabilização (bexiga urinária).

• Tecido conjuntivo: é um tecido de conexão, composto de grande quantidade de matriz


extracelular, células e fibras. Suas principais funções são fornecer sustentação e preencher
espaços entre os tecidos, além de nutri-los. Este pode ser:

➢ Tecido Conjuntivo Propriamente Dito: tecido de ligação; atua na sustentação e


preenchimento dos tecidos e, dessa forma, contribui para que fiquem juntos,
estruturando os órgãos; sua matriz extracelular é abundante, composta de uma parte
gelatinosa e três tipos de fibras proteicas: colagénicas, elásticas e reticulares;

➢ Tecido Conjuntivo Frouxo: é constituído por pouca matriz extracelular, com muitas
células e poucas fibras; isso torna o tecido flexível e pouco resistente às pressões
mecânicas.

➢ Tecido Conjuntivo Denso: possui grande quantidade de matriz extracelular, com


predominância das fibras colagénicas, dispostas sem grande organização; também é
muito encontrado nos tendões.

➢ Tecido Conjuntivo Adiposo: é um tipo de tecido conjuntivo de propriedades especiais:


sua função é de reserva energética e também proteção contra o frio e impactos.

➢ Tecido Conjuntivo Cartilaginoso: é composto por grande quantidade de matriz


extracelular, no entanto, é mais rígido do que no conjuntivo propriamente dito; nas
cartilagens, constituídas por esse tecido, estão presentes os condrócitos, células que
ficam alojadas dentro de espaços presentes na matriz; devido à sua consistência
especial, o tecido cartilaginoso faz a sustentação de diversas regiões do corpo, mas com
certa flexibilidade.

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➢ Tecido Conjuntivo Ósseo: é um tecido mais rígido, presente nos ossos e responsável
pela sustentação e movimentação; é composto de abundante matriz extracelular, rica
em fibras colagénicas e moléculas especiais (proteoglicanos e glicoproteínas.

➢ Tecido Conjuntivo Sanguíneo: é um tecido especial cuja matriz se encontra no estado


líquido; essa substância se chama plasma e é nele que estão as células sanguíneas:
glóbulos vermelhos (hemácias) e glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas
(fragmentos celulares): as células hematopoiéticas é responsável pela formação das
células sanguíneas e componentes do sangue; estão presentes na medula óssea,
localizada no interior de alguns ossos.

• Tecido muscular: o tecido muscular relaciona-se com a locomoção e outros movimentos do


corpo; entre as suas principais características estão: excitabilidade, contratilidade,
extensibilidade e elasticidade; as células do tecido muscular são alongadas e recebem o nome
de fibras musculares ou miócitos; são ricas em duas proteínas: actina e miosina.

• Tecido nervoso: o tecido nervoso é um tecido de comunicação, capaz de receber, interpretar e


responder aos estímulos; as células do tecido nervoso são altamente especializadas no
processamento de informações; os neurônios transmitem os impulsos nervosos e a glia atua
junto com eles.

Aparelho ou sistema: Na biologia, um sistema ou sistema orgânico é um grupo de órgãos que juntos
executam determinada tarefa. O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório,
digestivo, nervoso, sensorial, endócrino, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico,
linfático,

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tegumentar. Cada um deles envolve órgãos que atuam para a realização das funções vitais do
organismo.

• Sistema Cardiovascular: formado pelos vasos


sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) e o
coração, o sistema cardiovascular ou sistema
circulatório é responsável pela movimentação
sanguínea no corpo humano uma vez que sua função
é transportar oxigênio e nutrientes para todas as
partes do corpo.

• Sistema Respiratório: formado pelas vias respiratórias


(cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios)
e pelos pulmões, o sistema respiratório é responsável
pela absorção do oxigênio do ar e da eliminação do gás
carbônico retirado das células.

• Sistema Digestivo: formado pelo tubo digestivo (boca,


faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso) e os órgãos anexos (glândulas salivares, dentes,
língua, pâncreas, fígado e vesícula biliar); é responsável
pela digestão dos alimentos transformando-os em
moléculas menores que serão absorvidas pelo
organismo.

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• Sistema Nervoso: formado pelo sistema nervoso central


(encéfalo e medula espinhal) e sistema nervoso periférico
(nervos cranianos e raquidianos), o sistema nervoso é
responsável pela captação, interpretação e respostas às
mensagens recebidas.

• Sistema Sensorial: formado pelos 5 sentidos do corpo humano


(tato, paladar, olfato, visão, audição), o sistema sensorial está
encarregado de enviar as informações recebidas para o
sistema nervoso que as descodifica e envia respostas para o
corpo.

• Sistema Endócrino: o sistema endócrino é formado por


glândulas que realizam atividades vitais (como a tiróide,
hipófise, glândulas sexuais, entre outras). Dessa maneira,
as glândulas são responsáveis por produzirem as
hormonas, as quais possuem determinadas funções como:
regulação do metabolismo, defesa do organismo, produção
de gâmetas, desenvolvimento corporal, entre outros.

• Sistema Urinário: este sistema é responsável por eliminar


resíduos que o corpo descarta; em outras palavras, o sistema
urinário elimina substâncias que estão em excesso no
organismo; formado pelos rins e vias urinárias (ureteres,
bexiga urinária e uretra), o sistema urinário é responsável pela
produção e eliminação da urina, de modo que filtra as
“impurezas” do sangue.

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• Sistema Reprodutor: o sistema reprodutor humano é


dividido em sistema reprodutor masculino e sistema
reprodutor feminino, no entanto, ambos possuem a
mesma função, ou seja, a reprodução de novos seres.
Sendo assim, o masculino é formado pelos testículos,
epidídimos, canais deferentes, vesículas seminais, próstata, uretra e pénis; enquanto o sistema
reprodutor feminino é composto pelos ovários, útero, trompas uterinas e vagina.

• Sistema Esquelético: o sistema esquelético dá forma e


sustenta todo o corpo humano. Além disso, protege os
órgãos internos e desempenha um papel importante nos
movimentos, juntamente com o sistema muscular.

• Sistema Muscular: o sistema muscular estabiliza e ajuda a


sustentar todo o nosso corpo, contribui na produção dos
movimentos, ajuda a regular a temperatura corporal e auxilia
no fluxo sanguíneo.

• Sistema Imunitário: o sistema imunitário é composto por um


conjunto de elementos do corpo humano que trabalham
juntos para o defender de bactérias, vírus, micróbios e
doenças. É uma barreira contra corpos estranhos; é o escudo
do corpo humano.

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• Sistema Linfático: é uma complexa rede de vasos que


transporta a linfa pelo corpo. Em conjunto com o sistema
imunitário, o sistema linfático ajuda a proteger as células
imunes. Além disso, é responsável pela absorção dos ácidos
gordos e pelo equilíbrio dos fluidos nos tecidos.

• Sistema Tegumentar: O sistema tegumentar - ou pele - ajuda


a regular a temperatura do corpo humano, e é responsável
pela sensibilidade (juntamente com o sistema nervoso) mas
acima de tudo protege o corpo, criando uma barreira a
agressões externas e evitando a perda de líquido.

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Noções Sobre O Sistema Imunitário

O sistema imunitário tem como principal função defender o corpo contra invasores estranhos ou
perigosos. Tais invasores incluem:

• Micro-organismos (comumente chamados germes, como bactérias, vírus e fungos)


• Parasitas (como vermes)
• Células cancerígenas
• Órgãos e tecidos transplantados

Para defender o organismo contra esses invasores, o sistema imunitário deve ter a capacidade de
distinguir:

• O que pertence ao organismo (o próprio corpo)


• O que não pertence (não próprio do corpo ou estranho)

Antigénios são qualquer substância que o sistema imunitário reconheça como invasor e,
seguidamente, estimule uma resposta imunitária. Se os antigénios forem considerados como perigosos
(por exemplo, se tiverem a capacidade de causar uma doença) eles podem estimular uma resposta
imunitária no organismo. Os antigénios podem estar em bactérias, vírus, outros micro-organismos,
parasitas ou células cancerígenas. Os antigénios podem ainda existir de forma autónoma, como o pólen
ou as moléculas de alimentos, por exemplo.

Uma resposta imunitária normal consiste no seguinte:

• Reconhecer um antigénio estranho potencialmente nocivo;


• Ativar e mobilizar forças para se defender contra o antigénio;
• Atacar o antigénio;
• Controlar e finalizar o ataque.

Se o sistema imunitário tiver uma disfunção e confundir o próprio corpo com algo que não é próprio
do corpo, ele pode atacar os tecidos do próprio organismo, causando uma doença autoimune, como
artrite reumatoide, tiroidite de Hashimoto, lúpus eritematoso sistêmico (lúpus), espondilite
anquilosante, entre outros....

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Barreiras Naturais

Existe uma série de barreiras protetoras no corpo humano que servem para impedir ou dificultar a
entrada dos microrganismos patogénicos no mesmo. No entanto, se algum deles conseguir vencer
essas barreiras, deparar-se-á com vários mecanismos de defesa desencadeados pelo sistema
imunitário, com o objetivo de destruí-los ou desativá-los.

Em primeiro lugar, a própria pele que reveste todo o corpo constitui uma barreira inultrapassável para
muitos agentes infeciosos. Para além disso, como se encontra revestida por uma camada lipídica
ligeiramente ácida, proveniente das secreções das glândulas cutâneas, com propriedades antisséticas,
cria um meio desfavorável para o desenvolvimento de inúmeros microrganismos na superfície do
corpo. Embora exista uma flora cutânea permanente, esta encontra-se formada por microrganismos
saprófitas, ou seja, que vivem às custas do organismo, mas não o danificam. Por outro lado, como a
sua presença dificulta o desenvolvimento de microrganismos patogénicos, ou seja, prejudiciais, podem
ser considerados benéficos.

As vias respiratórias são igualmente constituídas por um específico sistema protetor, na medida em
que se encontram revestidas interiormente por urna camada mucosa, na qual a maioria dos
microrganismos que penetram com o ar inspirado fica presa.

Para além de ser constituído por substâncias antimicrobianas, este muco é constantemente arrastado
em direção ao exterior pelo movimento de reduzidos cílios das células que revestem a superfície das
vias respiratórias.

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Os microrganismos que penetram pela via


digestiva também têm que enfrentar várias
barreiras protetoras. O primeiro obstáculo
corresponde à acidez do suco gástrico, que é
capar de destruir inúmeros tipos de
microrganismos que chegam ao estômago. As
secreções de outras partes do tubo digestivo
criam igualmente um meio hostil para muitos
microrganismos. A bexiga, também ela tem um
ph mais ácido, e devido a esse facto os
microrganismos capazes de provocar danos não conseguem sobreviver neste meio (normalmente). Por
último, existe a flora bacteriana intestinal, composta por microrganismos saprófitas inofensivos, que
travam a proliferação de outros considerados perigosos.

Fisiologia Celular e Humoral

O sistema linfático é, de grosso modo, constituído pelos órgãos linfoides primários e secundários.

Os órgãos linfoides primários produzem as principais células do sistema imunitário (linfócitos B, T,


Células Natural Killers), entre outras.

• medula óssea

• timo

Os órgãos linfoides secundários são os locais onde ocorrem as respostas imunológicas:

• Nódulos linfáticos

• Baço

• Amígdalas

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• Agregados de nódulos (intestino, pulmões…) Ex: Placas de Peyer

Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai estimular os linfócitos B
que possuem na sua membrana recetores específicos para esse antigénio. Como resposta, os linfócitos
B dividem-se e formam células que sofrem diferenciação, originando plasmócitos e células-memória.
Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem anticorpos específicos para
cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente lançados no sangue ou na linfa e vão circular até ao
local de infeção (fig.10).

Fig.10 – Resposta imunitária humoral

As células-memória ficam inativas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a acontecer um
posterior contacto com o mesmo antigénio. Os anticorpos atuam de três formas distintas:

• Os anticorpos ligam-se a toxinas bacterianas e levam à sua posterior neutralização. As toxinas


livres podem reagir com os recetores das células hospedeiras.
• Os anticorpos também neutralizam completamente partículas virais e células bacterianas
através da sua ligação às mesmas. O complexo anticorpo-antigénio é ingerido e degradado por
macrófagos.
• A ativação do sistema complemento no âmbito da defesa específica, é feita através do
revestimento de uma célula bacteriana por anticorpos. Os anticorpos fixos formam recetores

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para a primeira proteína do sistema complemento o que leva ao desencadeamento de uma


sequência de reações que conduz à formação de poros e à destruição da célula.

Imunidade Natural

Os agentes patogénicos são impedidos de entrar no organismo pelos mecanismos de defesa não
específica, também designados por imunidade natural, ou são destruídos quando conseguem
penetrar. Estes mecanismos desempenham uma ação geral contra corpos estranhos,
independentemente da sua natureza, e exprimem-se sempre da mesma forma.

Os mecanismos de defesa não específica são:

• barreiras anatómicas (pele, mucosas e pelos das narinas);

• as secreções (produzidas pelas glândulas sebáceas, sudoríparas, salivares e lacrimais);

• as enzimas (existentes no suco gástrico).

Apesar de toda a eficácia do nosso organismo, por vezes existem falhas, que podem ter consequências
menores ou maiores. Quando os mecanismos de defesa não específica falham, e os agentes
patogénicos conseguem transpor as barreiras naturais, dão-se as seguintes respostas:

• a reação inflamatória

• a fagocitose

• o interferão

• o sistema complemento.

• REAÇÃO INFLAMATÓRIA

No local onde os agentes patogénicos conseguem penetrar no organismo vai produzir-se uma reação
inflamatória traduzida por uma sequência de acontecimentos que visam neutralizar ou destruir esses
agentes.

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No tecido lesionado, alguns tipos de células como os mastócitos e os basófilos produzem histaminas e
outras substâncias. Estes sinalizadores químicos, para além de funcionarem como atração de
neutrófilos e outros leucócitos para a área danificada - quimiotaxia, provocam a dilatação dos vasos
sanguíneos e o aumento da permeabilidade dos mesmos.

Como consequência, vai aumentar o fluxo sanguíneo, responsável pelo calor e rubor local, e a
quantidade de fluido intersticial, originando um edema. A dor, normalmente associada, é devida à
distensão dos tecidos e à ação de várias substâncias nas terminações nervosas.

Cerca de meia hora a uma hora após o início da reação inflamatória, os neutrófilos e os monócitos
começam a atravessar as paredes dos capilares – diapedese e a passar para os tecidos infetados. Os
monócitos transformam-se então em macrófagos.

• FAGOCITOSE

Os macrófagos que já existiam nos tecidos que foram invadidos multiplicam-se e tornam-se móveis.
Estas células, os macrófagos resultantes da diferenciação dos monócitos e os já existentes nos tecidos
que são infetados, fagocitam os corpos estranhos e destroem-nos em vacúolos digestivos por ação de
enzimas hidrolíticas – fagocitose.

• INTERFERÃO

Os interferões são proteínas produzidas por certas células quando atacadas por vírus ou por parasitas
intracelulares. Estas proteínas não apresentam especificidade pois podem inibir a replicação de
diversos vírus.

Os interferões difundem-se, entram na circulação e ligam-se à membrana citoplasmática de outras


células, induzindo-as a produzir proteínas antivirais que inibem a replicação desses vírus. O interferão
não é uma proteína anti-vírica, mas induz a célula a produzir moléculas proteicas antivirais.

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• SISTEMA COMPLEMENTO

Este sistema é constituído por cerca de 25 proteínas no estado inativo que se encontram em maior
concentração no plasma sanguíneo e também nas membranas celulares. Estas proteínas servem
para facilitar a fagocitose de agentes estranhos ou para perfurar as paredes celulares das bactérias
conduzindo à sua lise. O sistema complemento também atua como mecanismo de defesa
específica para complementar a atividade dos anticorpos na destruição das bactérias.

Imunidade Adquirida

A resposta imunitária específica subdivide-se em três funções:

• o reconhecimento do agente invasor como corpo estranho;


• a reação do sistema imunitário que prepara agentes específicos que intervêm no processo;
• a ação desses agentes que neutralizam e destroem os corpos estranhos.

A imunidade específica refere-se então à proteção que existe num organismo hospedeiro quando este
sofreu previamente exposição a determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por anticorpos
(imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular).

• Imunidade mediada por células

Os linfócitos T têm capacidade para reconhecer alguns antigénios que se ligam a marcadores da
superfície de certas células imunitárias. Se uma bactéria for fagocitada por um macrófago, os
fragmentos resultantes da fagocitose ligam-se a certos marcadores superficiais desse macrófago que
os exibe e apresenta aos linfócitos T. A exposição e ligação de linfócitos T com o antigénio específico
estimula a sua proliferação.

Existem diferentes tipos de linfócitos "T" que desempenham funções específicas:

✓ Linfócitos T auxiliares (TH de helper) – estes linfócitos reconhecem antigénios específicos


ligados a marcadores e segregam mensageiros químicos que estimulam a atividade de células
como os fagócitos, os linfócitos B e outros linfócitos T.
✓ Linfócitos T citolíticos (TC de citotóxicos) - estes linfócitos reconhecem e destroem células
infetadas ou células cancerosas (vigilância imunitária, neste caso). Quando estão ativos, migram

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para o local de infeção ou para o timo e segregam substâncias tóxicas que matam as células
anormais.
✓ Linfócitos T supressores (T de Supressores) - estes linfócitos, através de mensageiros químicos,
ajudam a moderar ou a suprimir a resposta imunitária quando a infeção já está controlada.
✓ Linfócitos T memória (T de Memória) - estes linfócitos vivem num estado inativo durante muito
tempo, mas respondem de imediato aquando de um posterior contacto com o mesmo
antigénio.

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Sistemas Osteoarticular E Muscular

Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e


músculos

OSSOS

O sistema esquelético é composto por ossos e cartilagens. Os ossos são órgãos esbranquiçados, muito
duros, que unidos uns aos outros, por intermédio de articulações constituem o esqueleto.

O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial,
adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.

Quanto à irrigação do osso, existem vasos sanguíneos maiores e outros menores, no entanto, o tecido
ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática.

Por outro lado, como falado anteriormente, existem umas partes do esqueleto denominadas de
cartilagem que têm uma forma elástica de tecido conectivo semirrígido que forma partes do esqueleto
onde há movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio e obtêm oxigénio e
nutrientes através de difusão.

• Classificação dos ossos:

✓ Ossos longos: Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas
extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência. O osso um
pouco encurvado absorve o stress mecânico do peso do corpo em vários pontos. Os ossos
longos têm as diáfises formadas por
tecido ósseo compacto e
apresentam grande quantidade de
tecido ósseo esponjoso nas epífises.
Exemplo: Fémur.

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✓ Ossos curtos: são semelhantes a um cubo, tendo o comprimento praticamente iguais às suas
larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há uma fina
camada de ósseo compacto. Exemplo: osso do carpo.

✓ Ossos planos: São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo
compacto, com uma camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem proteção
e geram grandes áreas para inserção de músculos. Exemplo: osso parietal e frontal.

✓ Ossos alongados: são ossos longos, porém achatados e não


apresentam canal central. Exemplo: costelas.

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✓ Ossos pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidos por mucosa,
apresentando um pequeno peso em relação ao seu volume.

✓ Ossos irregulares: apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das
categorias já referidas. Têm quantidades variáveis de osso esponjoso e osso compacto.
Exemplo: vértebras.

✓ Ossos sesamóides: estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável


fricção, tensão e stress físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho,
número, de pessoa para pessoa e não são sempre completamente ossificados.

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✓ Ossos suturais: são pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas,
entre alguns ossos do crânio. O seu número varia muito de pessoa para pessoa.

• Estrutura dos ossos longos:

A disposição dos tecidos ósseos compactos e esponjoso num osso longo é responsável pela sua
resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e remodelação, e estruturas associadas às
articulações. As partes de um osso longo são as seguintes:

• Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituído principalmente


de tecido ósseo compacto, proporcionando resistência ao osso
longo.
• Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A Epífise de
um osso articula ou une este com um segundo osso com uma
articulação. Cada epífise consiste de uma fina camada de osso
compacto que reveste o osso esponjoso.
• Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.

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• Tecido Ósseo Compacto e Esponjoso

O tecido ósseo é uma forma especializada de tecido conjuntivo, no qual as células ósseas encontram-
se em uma matriz extracelular rica em colágeno, fosfato de cálcio e iões. É o principal constituinte do
esqueleto. Apesar de sua estrutura rígida, os ossos são elementos vivos e dinâmicos que estão em
constante remodelação.

O tecido ósseo pode ser classificado quanto à sua estrutura macroscópica (observada a olho nu) e
microscópica.

Quanto à estrutura microscópica, o tecido ósseo pode ser classificado em osso compacto e osso
esponjoso.

COMPACTO: É formado por partes sem cavidades visíveis; responsável pela


proteção, suporte e resistência. Geralmente, são encontrados nas diáfises
(haste longa do osso).

OSSO ESPONJOSO: É formado por partes com muitas cavidades


intercomunicantes. Representa a maior parte do tecido ósseo dos ossos
curtos, chatos e irregulares. A maior parte é encontrada nas epífises (as
extremidades alargadas de um osso longo).

MÚSCULOS

Os músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais


articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhe movimento. O
movimento é efetuado por fibras, as fibras musculares, controladas pelo
sistema nervoso. Um músculo vivo apresenta cor vermelha e representam cerca
de 40-50% do peso corporal.

Relativamente à classificação, estes podem ser classificados segundo a situação,


a forma e à função.

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➢ Quanto à situação

• Superficiais ou cutâneos: estão logo abaixo da pele e apresentam no


mínimo uma das inserções na camada profunda da derme.
• Profundos: são músculos que não apresentam inserções na camada
profunda da derme, na maioria das vezes inserem-se nos ossos.

➢ Quanto à forma

• Longos: são encontrados maioritariamente nos membros. Os mais superficiais são mais longos,
passando por duas ou ais articulações.
• Curtos: encontram-se nas articulações cujos movimentos têm mais amplitude.
• Largos: caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes
cavidades.

➢ Quanto à função

• Agonistas: são os músculos principais que


ativam um movimento específico do corpo.
Contraem-se ativamente para produzir um
movimento desejado.
• Antagonistas: músculos que se opõem à
ação dos agonistas. Quando um agonista
contrai, o antagonista descontrai.
• Sinergistas: participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos
indesejáveis.

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• Fixadores: estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficazmente.

➢ Quanto à estrutura os músculos classificam-se da seguinte forma:

• Músculos estriados esqueléticos: contraem-se por nossa vontade, isto é, são voluntários. O
tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque ao microscópio verificam-se faixas
estriadas alternadas, de cor clara e escura.
• Músculos lisos: Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade
abdomino-pélvica. A ação involuntária é controlada pelo sistema nervoso autónomo.
• Músculo estriado cardíaco: representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado,
involuntário – com auto ritmicidade.

Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros

➢ Locomoção

• Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do


corpo
• Extensão: endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do
corpo

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➢ Movimentos

• Adução: movimento na direção do plano mediano num plano


coronal
• Abdução: afastar-se do plano mediano no plano coronal
• Rotação medial: traz a face anterior de um membro para mais perto
do plano mediano
• Rotação lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano
• Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio
medialmente em torno do eixo longitudinal de modo que a palma da
mão olha posteriormente no ombro
• Supinação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio
lateralmente em torno do seu eixo longitudinal de modo que
a palma da mão olha anteriormente no ombro

Função e estabilidade da coluna vertebral

A coluna vertebral é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido
conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras. A coluna vertebral é constituída por 24
vértebras

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As funções da coluna vertebral são:

• Protege a medula espinhal e os nervos espinhais


• Suporta o peso do corpo
• Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo
• Exerce um papel importante na postura e locomoção
• Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica
e os músculos do dorso
• Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se
para a frente, para trás, para os lados e ainda girar sobre o
seu eixo

Osteoporose, fraturas, luxações, principais doenças reumatismais, tumores


ósseos - conceitos; noções básicas sobre manifestações clínicas; implicações
para os cuidados de saúde

➢ Osteoporose

A osteoporose é uma doença óssea sistémica, (i.e.


generalizada a todo o esqueleto), que por si só não causa
sintomas, caracterizada por uma densidade mineral
óssea (DMO) diminuída e alterações da
microarquitectura e da resistência ósseas que causam
aumento da fragilidade óssea e, consequentemente,
aumento do risco de fraturas.

Se não for prevenida precocemente, ou se não for tratada, a perda de massa óssea vai aumentando
progressivamente, de forma assintomática, sem manifestações, até à ocorrência de uma fratura.

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O que caracteriza as fraturas osteoporóticas é ocorrerem com um traumatismo mínimo, que não
provocaria fratura dum osso normal. Também se chamam, por isso, fraturas de fragilidade.

Habitualmente não ocorrem sintomas clínicos de osteoporose antes da ocorrência de uma fratura. A
osteoporose é considerada uma doença assintomática. De facto, durante a progressão da doença, os
ossos tornam-se progressivamente mais frágeis sem que os indivíduos afetados o percebam.

➢ Fraturas e luxações

Ao nível osteoarticular, as fraturas são o principal problema e é fundamental que em caso de suspeita
o membro deve ser imediatamente imobilizado. Os sinais e sintomas mais frequentes são: dor intensa
no local, edema, diminuição da força no membro afetado, perda total ou parcial dos movimentos e
encurtamento ou deformação do membro lesionado.

As fraturas podem ser consideradas segundo o seu tipo em


fraturas expostas e fraturas não expostas.

Numa fratura não exposta (interna) há fratura do osso sem que


haja lesão (corte) da pele mas podem existir tecidos lesionados
debaixo da pele; ao contrário, na fratura exposta (externa) há
fratura do osso com lesão com corte da pele, sendo que o osso
fraturado pode sair pela pele, provocando contaminação com
possibilidade de infeção.

Uma luxação é outra lesão considerada entre as lesões articulares,


musculares e ósseas e que consiste na perda de contacto das
superfícies articulares por deslocação dos ossos que formam a
articulação. Os sinais e sintomas mais frequentes são a dor violenta,
incapacidade funcional, deformação e edema.

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➢ Tumores ósseos - OSTEOSSARCOMA

Os tumores ósseos são produzidos pelo crescimento de células anormais nos ossos.

Podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os


tumores ósseos não cancerosos são relativamente frequentes, enquanto
os cancerosos são pouco frequentes. Além disso, os tumores ósseos
podem ser primários (tumores cancerosos ou não cancerosos que têm
origem no próprio osso) ou metastáticos, quer dizer, cancros originados
noutro ponto do organismo (por exemplo, nas mamas (CARCINOMA) ou
na próstata) e que depois se propagam ao osso.

Nas crianças, a maior parte dos tumores ósseos cancerosos são primários;
nos adultos, a maioria são metastáticos. A dor dos ossos é o sintoma mais
frequente de tumores ósseos. Além disso, é possível notar uma massa ou tumefação. Por vezes, o
tumor (especialmente se for canceroso) enfraquece o osso, pelo que este se fratura com pouca ou
nenhuma sobrecarga (fratura patológica). Devem-se fazer radiografias das articulações ou de qualquer
membro que cause dor persistente.

Contudo, os raios X só mostram uma zona anormal, mas não indicam de que tipo de tumor se trata. A
tomografia axial computadorizada (TAC) e a ressonância magnética (RM) são úteis para determinar a
localização exata e o tamanho do tumor. Contudo, não costumam fornecer um diagnóstico específico.

A extração de uma amostra do tumor para exame microscópico (biopsia) é necessária para estabelecer
o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns tumores, pode obter-se a amostra extraindo algumas
células com uma agulha (biopsia por aspiração). Não obstante, pode ser necessário um procedimento
cirúrgico (biopsia aberta) para obter uma amostra adequada para o diagnóstico. O tratamento
imediato (que consiste numa combinação de medicamentos, cirurgia e radioterapia) é de grande
importância no caso de tumores cancerosos.

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Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de


envelhecimento e da mobilidade - implicações para os cuidados ao utente

Quando determinadas alterações osteoarticulares e musculares resultam do processo de


envelhecimento e que levam a alterações da mobilidade é necessário um planeamento de cuidados
adequado ao caso em questão. Na alteração da mobilidade, existem duas situações que implicam
cuidados de saúde: transferências do utente e prevenção de úlceras de pressão.

➢ Prevenção de úlceras de pressão

“As Úlceras de Pressão são áreas da superfície corporal localizadas que sofreram exposição prolongada
a pressões elevadas, fricção ou estiramento, de modo a impedir a circulação local, com consequente
destruição e/ou necrose tecidular.” (DGS, 2007).

CLASSIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO

• Grau I

Presença de eritema cutâneo que não desaparece


ao fim de 15 min de alívio da pressão. Apesar da
integridade cutânea, já não está presente resposta
capilar.

• Grau II

A derme, epiderme ou ambas estão destruídas.


Podem observar-se flictenas e escoriações.

• Grau III

Ausência da pele, com lesão ou necrose do tecido


subcutâneo, sem atingir a fáscia muscular.

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• Grau IV

Ausência total da pele com necrose do tecido subcutâneo ou lesão do músculo, osso ou estruturas de
suporte (tendão, cápsula articular, etc.).

FATORES DE RISCO DE ÚLCERAS DE PRESSÃO

Fatores intrínsecos:

• Vasculares: incluem alterações como arteriopatias obliterantes, insuficiência venosa periférica


e microarteriopatia diabética.
• Neurológicos: alterações da sensibilidade, da motricidade e do estado de consciência, podem
induzir situações de imobilidade ou agitação, que favorecem as forças de pressão e/ou de
fricção.
• Tópicos: a diminuição da elasticidade da pele, a perda de gordura subcutânea e a atrofia
muscular, levam ao aparecimento de proeminências ósseas mais salientes, facilitadoras do
aparecimento de úlceras de pressão, sobretudo em pessoas idosas.
• Gerais: neoplasias, febre, infeções, desnutrição, fármacos (corticosteroides, analgésicos e
sedativos) que possam diminuir a sensibilidade.

Fatores extrínsecos:

São as forças físicas que atuam a nível local, como compressão prolongada, fricção e estiramento –
Forças de Cisalhamento.

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MEDIDAS DE ALÍVIO DE PRESSÃO

Áreas de risco:

A localização das úlceras está associada às proeminências ósseas; são áreas preferenciais para o seu
aparecimento:

• região sacro coccígea


• região trocantérica / crista ilíaca
• região isquiática
• região escapular
• região occipital
• cotovelos
• calcâneos
• região maleolar

Medidas de conforto, higiene e hidratação cutânea:

• Observação da pele e cuidados específicos;


• Manter a pele seca (e limpa);
• Lavar com água morna e sem esfregar/causar fricção;
• Secar a pele, sem friccionar e utilizar toalhas ou outros tecidos suaves e lisos;
• Não utilizar álcool;
• Usar sabões não irritantes e hidratantes;
• Massajar com cremes hidratantes;
• Não massajar sobre as proeminências ósseas ou zonas ruborizadas (os capilares já estão
afetados);
• Quando presentes situações de incontinência, a zona afetada deve ser limpa e seca o mais
rapidamente possível;
• Usar meios de proteção que não danifiquem ou irritem a pele;

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Medidas de alívio de pressão:

• Colchões

• lençóis moldáveis, sem bordas, lisos


• roupa de tecidos naturais
• suportes
• Roupa: • almofadas
• almofadas e dispositivos especiais para suporte dos pés
e cotovelos
• almofadas em “donut” (com uso limitado)

Técnicas de alívio de pressão: • NÃO arrastar o utente, e sim levantá-lo,


com auxílio do resguardo.
• distribuir o peso do doente no colchão,
evitando zonas de pressão, com auxílio
• Técnicas de posicionamento dos doentes
de colchão de Pressão Alterna.
• colocar o utente em posições “naturais”.
(respeitando o alinhamento corporal).
• Reposicionamento em intervalos de 2-3
horas!!!

Alimentação:

O aporte dos nutrientes necessários deverá ser, tanto quanto possível, garantido através de produtos
naturais e uma alimentação com confeção e apresentação “normais”; pode e deve-se recorrer à
utilização de suplementos alimentares, ricos em proteína, de maneira a nutrir o utente devidamente,
aumentando-lhe a massa muscular.

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Posicionamentos:

• Decúbito dorsal
• Decúbito lateral
• Decúbito semi-lateral
• Fowler
• Semi-fowler
• Decúbito “em barca” – utilizado mais em cuidados paliativos.

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Tarefas que em relação a esta temática se encontram no


âmbito de intervenção do/a técnico/a auxiliar de saúde
O/A Técnico(a) Auxiliar de Saúde é o/a profissional que auxilia na prestação de cuidados de saúde aos
utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de
roupas, materiais e equipamentos, na limpeza, higienização dos espaços e no apoio logístico e
administrativo das diferentes unidades e serviços de saúde, sob orientações do profissional de saúde.

Competências do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde

É da competência do TAS adquirir noções e saberes acerca de:

• Alcoolismo e Toxicodependência
• Alimentação, nutrição, dietética e hidratação: conceitos, classificação, composição dietética
dos alimentos, necessidades no ciclo de vida e terapêuticas nutricionais.
• Acesso à Saúde
• Doenças profissionais: tipologia e causas.
• Ergonomia
• Estruturas prestadoras e Cuidados de Saúde: diferentes contextos.
• Grupos: conceito e princípios de funcionamento
• Hepatite e tuberculose.
• Interculturalidade e género na saúde
• Morte e luto.
• Necessidades humanas básicas
• Negligência, maltratos e violência.
• Políticas e orientações no domínio da saúde
• Direitos e deveres da utente que recorre aos serviços de saúde.
• Qualidade em saúde
• Saúde mental, doença mental e alterações/ perturbações mentais: conceito.
• Lavagem, desinfeção, esterilização: princípios, métodos e técnicas associadas
• Acompanhamento do utente com alterações de saúde mental nas atividades diárias

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• Pele e sua integridade


• Privacidade e intimidade nos cuidados de higiene e eliminação; fatores ambientais e pessoais
propiciadores de conforto e desconforto
• Acompanhamento da criança nas atividades diárias: especificidade
• Acompanhamento do utente em situação vulnerável nas atividades diárias: especificidades
• Acompanhamento do idoso nas atividades diárias
• Acompanhamento nas atividades diárias ao utente em final de vida
• Armazenamento e conservação de material de apoio clínico, material clínico desinfetado
/esterilizado
• Circuitos de informação e mecanismos de articulação entre as respetivas unidades e serviços
• Comunicação e o género em Saúde
• Comunicação na interação com o utente, cuidador e/ ou família
• Atendimento telefónico e presencial em Serviços de Saúde
• Comunicação e interculturalidade em Saúde
• Comunicação na interação com indivíduos: em situações de vulnerabilidade; com alterações
sensoriais; com alterações de comportamento, e/ou alterações ou perturbações mentais
• Confeção de refeições ligeiras e suplementos alimentares
• Cuidados de apoio à eliminação: materiais, técnicas e dispositivos de apoio, sinais de alerta
• Cuidados na alimentação e hidratação oral
• Equipamento de proteção individual
• Erro Humano: Conceito, causas e consequências
• Cuidados de higiene e conforto
• Direitos e deveres do Auxiliar de Saúde
• Equipas multidisciplinares nos diferentes contextos da saúde do ciclo de vida do homem
• Anatomia e fisiologia do corpo humano
• Lavagem de materiais e equipamentos utilizados na lavagem, higienização e desinfeção de
instalações/superfícies do serviço/unidade
• Lavagem e desinfeção de materiais hoteleiros, apoio clínico e clínico
• Legislação de enquadramento da atividade profissional

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• Sistema circulatório, respiratório, nervoso, músculo-esquelético, urinário, genital e reprodutor,


gastrointestinal, neurológico, endócrino e os órgãos dos sentidos: sinais e sintomas de alerta
de problemas associados
• Lavagem e desinfeção de equipamentos do serviço/unidade: Lavagem e higienização de
instalações e mobiliário da unidade do utente
• Legislação no âmbito da prevenção e controlo da Infeção
• Logística e reposição de materiais
• Medidas de prevenção, proteção e tipos de atuação no âmbito da SHST
• Tratamento de resíduos
• Posicionamento, mobilização, transferência e transporte
• Manutenção preventiva de equipamentos próprios a cada serviço
• Sistema integrado de emergência médica
• Perfil profissional Auxiliar de Saúde
• Prevenção e controlo da infeção
• Princípios éticos no desempenho profissional
• Primeiros socorros
• Técnicas de fazer de desfazer camas, berços e macas desocupadas
• Técnicas preventivas de controlo e gestão do stress profissional nomeadamente em situações
limite, sofrimento e agonia
• Qualidade e higiene alimentar
• Técnicas de banho na cama e na casa de banho
• Técnicas de vestir e despir
• Tipologia de equipamentos de serviço/unidades no âmbito dos cuidados diretos ao utente
• Tipologia de materiais de apoio clínico e material clínico
• Tipologia de materiais e produtos de higiene e limpeza da unidade do utente
• Tipologia de produtos de lavagem, desinfeção, esterilização: aplicação e recomendações
associadas
• Tipologia de roupa
• Tipologia de materiais de cada serviço: tipo de utilização, função e mecanismos de controlo de
gastos associados
• Técnicas de cuidados ao corpo post-mortem

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• Tipologia de resíduos
• Tipologia e características dos serviços/unidades no âmbito dos cuidados diretos ao utente
• Transporte de amostras biológicas
• Tratamento de roupas: recolha, manuseamento, triagem, transporte e acondicionamento.

Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar


sob sua supervisão direta

O Técnico Auxiliar de Saúde, sob supervisão direta de uma profissional de saúde pode executar
determinadas tarefas de transferências e posicionamentos de utentes em estado critico, auxiliando o
enfermeiro.

1 - Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo com as orientações do enfermeiro:

• Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e conforto de acordo
com orientações do enfermeiro;
• Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados de eliminação, nos cuidados de higiene e
conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras;
• Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma intervenção
cirúrgica;
• Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente na preparação de
refeições ligeiras ou suplementos alimentares e no acompanhamento durante as refeições;
• Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea ao alerta do profissional
de saúde;
• Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda total
ou parcial, de acordo com orientações do profissional de saúde.

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2 – Auxiliar nos cuidados post-mortem, de acordo com a orientação do profissional de saúde.

3 – Assegurar a limpeza, higienização e transporte de roupas, espaços, materiais e equipamentos,


sob orientação do profissional de saúde:

• Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da unidade do utente,


de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
• Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do utente, e de outros
espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
• Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material de apoio clínico
em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
• Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro, material de apoio
clínico de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
• Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em local apropriado, de
equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
• Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na lavagem e desinfeção,
de acordo com normas e/ou procedimentos definidos, para posterior recolha de serviço interna
ou externa;
• Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos hospitalares,
garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos de acordo com
procedimentos definidos.

4 - Assegurar atividades de apoio ao funcionamento das diferentes unidades e serviços de saúde:

• Efetuar a manutenção preventiva e reposição de material e equipamentos;


• Efetuar o transporte de informação entre as diferentes unidades e serviços de prestação de
cuidados de saúde;
• Encaminhar os contactos telefónicos de acordo com normas e/ ou procedimentos definidos;
• Encaminhar o utente, familiar e/ou cuidador, de acordo com normas e/ ou procedimentos
definidos.

5 - Auxiliar o profissional de saúde na recolha de amostras biológicas e transporte para o serviço


adequado, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos.

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Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode


executar sozinho/a

O Técnico Auxiliar de Saúde, sob supervisão e orientação de um profissional de saúde pode executar
tarefas como posicionamento e transferências de utentes com mobilidade reduzida, mas que não
requerem cuidados especializados.

Por outro lado, ainda podem vigiar a pele do utente, alertando o enfermeiro sempre que haja
alterações da integridade ou aspeto da mesma.

• Aplicar as medidas de prevenção, proteção e tipos de atuação no âmbito da higiene e segurança


no trabalho
• Aplicar as técnicas de higienização das mãos, de acordo com normas e procedimentos definidos
• Aplicar as técnicas de lavagem (manual e mecânica) e desinfeção aos equipamentos do serviço
• Aplicar as técnicas de lavagem (manual e mecânica) e desinfeção a material hoteleiro, material
de apoio clínico e material clínico
• Aplicar as técnicas de lavagem higienização das instalações e mobiliário da unidade do
utente/serviço
• Aplicar as técnicas de tratamento de resíduos: receção, identificação, manipulação, triagem,
transporte e acondicionamento
• Aplicar as técnicas de tratamento de roupa: recolha, triagem, transporte e acondicionamento
• Aplicar as técnicas de tratamento, lavagem (manual e mecânica) e desinfeção aos
equipamentos e materiais utilizados na lavagem e higienização das instalações/superfícies da
unidade/serviço
• Aplicar normas e procedimentos a adotar perante uma situação de emergência no trabalho
• Aplicar normas e procedimentos de qualidade
• Aplicar os métodos e técnicas de lavagem, desinfeção e esterilização de materiais
• Aplicar técnicas de apoio à eliminação manuseando os dispositivos indicados: cadeira sanitária;
arrastadeira; urinol; fralda; saco de drenagem de urina
• Aplicar técnicas de apoio à higiene e conforto, na cama e na casa de banho
• Aplicar técnicas de apoio na alimentação e hidratação oral

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• Aplicar técnicas de armazenamento e conservação de material de apoio clínico, material clínico


desinfetado/esterilizado
• Aplicar técnicas de comunicação na interação com o indivíduo com alterações sensoriais
• Aplicar técnicas de comunicação na interação com o indivíduo em situação de vulnerabilidade
• Aplicar técnicas de comunicação na interação com o indivíduo, cuidador e/ou família com
alterações de comportamento ou alterações ou perturbações mentais
• Aplicar técnicas de comunicação no atendimento presencial e telefónico em serviços de saúde
• Aplicar técnicas preventivas de controlo e gestão do stress profissional nomeadamente em
situações limite, sofrimento e agonia
• Cumprir e aplicar procedimentos definidos
• Preparar e aplicar os diferentes tipos de produtos de lavagem, desinfeção e esterilização
• Preparar um tabuleiro de alimentação, segundo plano alimentar/ dietético, prescrito
• Preparar, acondicionar e conservar alimentos frescos e confecionados, para pequenas refeições
e suplementos alimentares, prescritas em plano alimentar/dietético
• Utilizar e descartar corretamente o equipamento de proteção individual adequado
• Utilizar o equipamento de proteção individual adequado

Saber Ser
• Adaptar-se e atualizar-se a novos produtos, materiais, equipamentos e tecnologias;
• Agir em função das orientações do profissional de saúde e sob a sua supervisão;
• Agir em função de normas e/ou procedimentos;
• Agir em função de princípios de ética;
• Agir em função de diferentes contextos institucionais no âmbito dos cuidados de saúde;
• Agir em função do estado de saúde do utente, segundo orientação do profissional de saúde;
• Agir em função dos aspetos culturais dos diferentes públicos;
• Assumir uma atitude de melhoria contínua;
• Concentrar-se na execução das tarefas;  Trabalhar em equipa multidisciplinar;
• Agir em função do bem-estar de terceiros;
• Comunicar de forma clara e assertiva;
• Cuidar da sua apresentação pessoal;

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• Demonstrar compreensão, paciência e sensibilidade na interação com utentes;


• Demonstrar interesse e disponibilidade na interação com utentes, familiares e/ou cuidadores;
• Demonstrar interesse e disponibilidade na interação com os colegas de trabalho;
• Demonstrar segurança durante a execução das tarefas;
• Autocontrolar-se em situações críticas e de limite.

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Bibliografia

RAMÉ, ALAIN; THÉROND, SYLVIE, CO-AUT - ANATOMIA E FISIOLOGIA. LISBOA: CLIMEPSI, 2012.

SERRA, Luís M. Alvim; OLIVEIRA, António Fonseca, co-aut; CASTRO, José Costa e, co-aut - Critérios
fundamentais em fraturas e ortopedia. 3ª ed. atualizada e aumentada. Lisboa: Lidel, 2012

CALAIS-GERMAN, Blandine - Anatomia para o movimento: introdução à análise das técnicas corporais.
São Paulo: Manole, 2002

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