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- FV

- epinefrina
- amiodarona

- ritmo
juncional

- sonda vesical
de 3 vias com
soro gelado ->
hipotermia

- lesões
decorrentes
do choque
elétrico
Objetivos
1. Discutir suporte básico de vida (cenário, pré-hospitalar).
2. Discutir suporte avançado de vida (PCR, consequência evolutiva).
3. Descrever cuidados pós-parada.
4. Discutir diagnóstico de morte encefálica.
5. Discutir como dar más-notícias.
6. Discutir fisiopatologia, tratamento e repercussões clínicas do choque elétrico.

Referências Bibliográficas
Lesões por choque elétrico e por raios - 2014
Medicina de Emergência - USP
ATLS 9ª ed.
site do CFM
Manual de morte encefálica - gov. Paraná
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Fases do tratamento da parada cardiorrespiratória

Suporte Básico de Vida - reconhecimento de vítimas que apresentam:


(BLS) . "colapso"
. SCA
. AVC
- envolve os cuidados iniciais com as vias aéreas, respiração e suporte circulatório
- equipamentos usados: dispositivo de proteção e desfibrilador externo
automático (DEA)
- pode ser realizado por indivíduos leigos
Suporte avançado de - compressões torácicas e desfibrilação
vida cardiovascular - dispositivos invasivos de VA
(ACLS) - estabelecimento de acesso venoso
- uso de drogas
- uso de novas tecnologias (dispositivo de compressão torácica mecânica,
ressucitação com circulação extracorpórea)
Cuidados pós-parada - cuidados organizados e rápidos após o retorno da circulação espontânea que
cardiorrespiratória visam identificar e tratar a causa precipitante da PCR
(pós-PCR) - medidas que atenuam as consequências da lesão de isquemia-reperfusão (ex.:
controle de temperatura)

Cadeia de Sobrevivência
- criada para ressaltar a importiancia da adoção de atitudes de forma organizada e
hierarquizada numa situação de PCR provável/confirmada
- ênfase na identificação de ritmos chocáveis (FV, TV sem pulso)
- quanto mais precoce é a desfibrilação -> maior é a sobrevida
Cadeia de
Sobrevivência Extra-
hospitalar

Cadeia de sobrevivência
intr-hospitalar

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Suporte Básico de vida

1. Verificar se a cena do evento é segura


2. Pedir ajuda (192)
3. Avaliação rápida da vítima não responsiva:

Pulso presente e - monitorizar até que a equipe de emergência chegue


respiração normal
Pulso presente e - providenciar ventilação de resgate (1 ventilação a cada 5-6s)
respiração anormal - checar pulso a cada 2 min. até chegada da equipe de emergência
- se intoxicação por opioide -> administrar naloxona IM ou intranasal
Pulso e respiração - iniciar as compressões torácicas imediatamente
ausentes - respiração agônica/gasping deve ser manuseada da mesma maneira que a
respiração ausente
- RCP até que DEA esteja disponível ou equipe de emergência chegue

C -> A -> B
compressões -> vias aéreas -> respiração (priorizar o suporte circulatório)

Obs.: para o leigo não precisa checar o pulso, basta observar a ausência de respiração -> RCP

• Compressões torácicas de alta qualidade


- nº: entre 100 e 120 por min.
- recomenda-se revezamento das compressões a cada 2 min.
- região hipotenar da mão do braço + forte no centro do tórax
- outra mão sobre a primeira
- cotovelos estendidos com ângulo de 90˚ com a horizontal
- compressões devem ocasionar a depressão do tórax entre 5 e 6 cm
- não se apoiar sobre o tórax da pessoa para permitir que haja retorno do tórax à posição
habitual após cada compressão
- não interromper compressões até a chegada da equipe/DEA ou movimentação espontânea
da vítima
- ventilar 2x a cada 30 compressões (se estiver em dupla)

Obs.:
- checar pulso carotídeo a cada 2 min. -> não deve demorar mais que 10 segundos e deve
ser feito ao mesmo tempo que se avalia a respiração
- para leigo não se recomenda checar pulso

• VA e Ventilação
- a necessidade de ventilação assistida é uma menor prioridade demora 10 minutos para
atingir a hipoxemia
- exceto se a PCR ocorreu por hipoxemia (asfixia, afogamento...)

Compressões + - recomenda-se que os profissionais de saúde realizem ciclos


Ventilação de 30 compressões + 2 ventilação (interromper as compressões
durante a ventilação)
Compressões isoladas - recomendada para pessoas que não são treinadas em BLS
(sem ventilação de
resgate)
Compressões com - em caso de PCR com ritmo passível de choque, pode-se
ventilação retardada retardar a ventilação com pressão positiva, usando a estratégia
de:
. até 3 ciclos de 200 compressões contínuas
. insuflação passiva de O2
. adjuntos de VA sem ventilação positiva

• Abertura das vias aéreas


- manobra de elevação do mento e extensão da cabeça (se não houver suspeita de trauma)
ou manobra de elevação da mandíbula

• Ventilação
- fornecer 2 ventilações a cada 30 compressões torácicas
- não se deve demorar mais de 10s para cada ciclo de 2 ventilações
- cada ventilação de resgate deve durar 1s
- aplicar volume corrente suficiente para elevar o tórax
- VA avançada (intubação orotraqueal ou dispositivo extraglótico) -> 1 ventilação a cada 6
compressões

- formas de ventilação:
. ventilação sem proteção (boca a boca ou boca-nariz)
. ventilação com dispositivos de barreira e válvulas (dispositivos faciais com válvula
unidirecional, máscaras portáteis de bolso, dispositivos bolsa-máscara)

• Desfibrilação
- o ritmo + freq. nos primeiros minutos da PCR extra-hospitalar é a FV ou TV (ritmos
passíveis de choque)
- esses ritmos têm boa resposta a desfibrilação quando tratados precocemente -> mas
evoluem para assistolia e tornam-se rapidamente refratários ao choque
- não é recomendado qualquer tipo de compressão torácica no período de 1,5 a 3 min antes
do choque

DEA
- desfibrilador eletrônico automático
- desencadeia um choque elétrico com corrente contínua sobre o tórax da vírima ->
assistolia elétrica no miocárdio -> permite que o sistema de condução intracardíaco possa
despolarizar de forma organizada e rítmica

Detecção de FV/TV
- o DEA possui um programa que permite identificar e reconhecer os ritmos FV/TV
- se os ritmos não forem FV/TV o aparelho não indicará o choque

- pessoa em decúbito dorsal horizontal sobre uma superfície rígida


- durante o posicionmento da vítima -> manter coluna cervical alinhada com o resto do
tronco
- suspeitar de lesão cervical sempre que a perda de CS não tiver sido presenciada ou quando
a vítima sofreu TCE ou TRM durante a perda de CS

- após o choque -> retomar RCP por 2 min.


- se indicado -> 2º choque
- quando há mudança do ritmo o aparelho não indica choque -> checar pulso
- se pulso presente -> manter suporte ventilatório
- uso de choques sucessivos com energias progressivamente maiores não é mais
recomendado
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Suporte Avançado de Vida

• Princípios da SAV
1. Compressões torácicas de alta eficácia intercaladas com ventilação (30:2)
- compressões podem ser manuais ou com dispositivos mecânicos
- em caso de VA avançada deve-se monitorizar a RCP com capnografia quantitativa contínua
em forma de onda

2. Medidas adjuvantes
- oxigênio
- acesso venoso/intraósseo para infusão de medicamentos
- manutenção de VA permeável
- ventilação (monitorizada por capnógrafo)
- uso de drogas IV
3. Desfibrilação com/sem antiarrítmicos

4. Tratamento da causa da PCR

• Passo a Passo

1. Avaliação rápida da vítima não responsiva: pessoa está em PCR (ausência de pulso +
sem movimentos respiratórios/gasping)

2. Pedir ajuda (chamar equipe de RCP)

3. Iniciar as compressões torácicas de alta qualidade intercaladas com 2 ventilações de


resgate
- entre 100 e 120 compressões por min.
- trocar de profissinal que realiza as compressões a cada 2 min.
- compressões devem ocasionar uma depressão do tórax de 5 a 6 cm
- não se apoiar sobre o tórax da pessoa para permitir que ele retorne totalmente à sua
posição habitual
- não interromper as compressões para ventilar em caso de VA avançada

4. Acoplar dispositivo bolsa-máscara acoplada a oxigênio e outras medidas adjuvantes à


ressucitação
- fornecer oxigênio na máxima fração inspiratória possível durante as manobras de
ressucitação a cada 6 segundos (em caso de VA avançada, sem interromper as compressões)
ou 30 compressões:2 ventilações (interromper as compressões p/ ventilar)
- acesso venoso periférico calibroso (braquial, jugular, femoral) ou intraósseo (em caso de
dificuldade para obter acesso venoso)
- coleta de exames necessários
- administração de drogas EV de acordo com a necessidade
- drogas aplicadas pelo tubo orotraqueal não são mais recomendadas

Drogas utilizadas
- epinefrina 1 mg IV (vasopressor)
- amiodarona 300-150 mg IV (antiarrítmico)
- lidocaína
. antiarrítmico inferior à amiodarona
. contraindicada se a amiodarona já tiver sido utilizada
- outras drogas de uso controverso: ß-bloqueador e corticoesteroides

Cuidados após a aplicação de drogas em acesso venoso periférico


- sempre que uma droga for necessária durante a RCP (ex.: epinefrina ou amiodarona) ->
infundir rapidamente 20 mL de soro logo após o medicamento + elevar o membro
- visa evitar flebite e levar a droga mais rapidamente para a circulação sistêmica

Suporte ventilatório
- opções de ventilação/oxigenação
. ventilação com dispositivo bolsa-máscara acoplado a O2 (ambu)
. VA avançada com intubuação orotraqueal (IOT)
. VA avançada com dispositivo extraglótico (DEG: máscara laríngea, tubo duplo esôfago-
traqueal [combitubo] ou tubo laríngeo)

- indicação de VA avançada é obrigatória se a ventilação com bolsa-máscara é insuficiente


- pré-oxigenar a pessoa durante 4 min. antes de intubar

- confirmar a adequação da VA avançada:


. o tubo orotraqueal pode ter sido inserido no esôfago ou pode se deslocar e sair da
traqueia devido às manobras de RCP
. EF: expansão torácica bilateral + ausculta do epigástrio sem sons "respiratórios" +
murmúrio vesicular audível
. capnogradia quantitativa
. ultrassom de beira de leito (acima da fúrcula esternal, tórax)
- interpretação da capnografia:
. CO2 > 10 -> RCP eficiente
. CO2 > 40 -> RCP ineficiente, deslocamento do tubo orotraqueal, TEP, obstrução de VA,
contaminação do detector de CO2 com conteúdo gástrico
. aumento súbito do CO2 durante a RCP -> retorno da circulação espontânea com
eliminação do CO2 acumulado

5. Colocar eletrodos no tórax e ligar monitor/desfibrilador e analisar ritmo

FV/TV sem pulso - desfibrilação é prioridade e deve ser feita o


mais rápido possível
Ritmo não chocável - continuar RCP e medidas auxiliares
(assistolia/atividade elétrica sem pulso)

- análise do ritmo deve ser feita a cada 2 min (pois ele pode mudar)
- em caso de mudança de ritmo -> checar pulso

Desfibrilação
- só deve ser realizada quando houver ritmo passível de choque
- após a desfibrilação deve-se continuar a RCP pois há um período de assistolia/AESP

- as pás do desfibrilador podem ser usadas para avaliação do ritmo


- compressões torácicas não são interrompidas durante a colocação dos eletrodos e
carregamento do desfibrilador
- locais de fixação das pás: ápice cardíaco e região infraclavicular direita ou
anteroposterior

Aparelhos de desfibrilação
a) bifásicos
- preferíveis
- desfibrila com energia entre 120 e 200 Joules
- se a dose de energia recomendada pelo fabricante não é conhecida -> desfibrilar com a
máx. dose permitida
- se novos choques forem necessários, deve-se manter a mesma dose (sem aumento
escalonado)
b) monofásicos
- não são mais produzidos
- desfibrila com 360 Joules

- selecionar: dessincronizado

Análise do ritmo
- em caso de encontrar uma linha isoelétrica no monitor, pensar em:
. assistolia
. problemas técnicos (checar cabos, conexões e eletrodos)
. ganho do aparelho baixo (colocar no máximo para aumentar a chance de identificar uma
fibrilação ventricular fina)
. avaliar o traçado em derivações diferentes

Sequência da RCP na FV/TV sem pulso Sequência da RCP na assistolia/AESP


- manter as compressões torácicas enquanto aguarda o - ritmo não passível de choque detectado
aparelho ser carregado - manter RCP
- reiniciar as compressões imediatamente após o choque - acesso venoso periférico calibroso/intraósseo
durante 2 min. - inciar epinefrina o mais rapidamente possível e
- acesso venoso periférico calibroso/intraósseo repetí-la a cada 3-5 min.
- após 2 min. de RCP analisar o ritmo, se FV/TVsp - considerar VA avançada + capnografia (sem
persistente: 2º choque -> RCP atrapalhar a RCP)
- iniciar epinefrina 1mg (após o 2º choque e repetí-la a - checar cabos e monitor para ver se está tudo
cada 3-5 min.) correto
- considerar VA avançada + capnografia (sem atrapalhar a - colocar ganho do aparelho no máximo e mudar a
RCP) derivação para nova análise de ritmo
- após 2 min. de RCP -> analisar o ritmo: se FV/TVsp - após 2 min. de RCP analisar o ritmo, se
persistente: 3º choque -> RCP assistolia/AESP: RCP
- iniciar amiodarona 300 mg (após o 3º choque e repetí-la - manter epinefrina a cada 3-5 min.
a cada 5 min.) - analisar ritmo a cada 2 min.
- após 2 min. de RCP -> analisar o ritmo: se FV/TVsp - em toda a sequência de RCP pensar nas causas
persistente: 4º choque -> RCP reversíveis e fornecer o tratamento sempre que
- 2ª dose de epinefrina detectada
- após 2 min. de RCP -> analisar o ritmo: se FV/TVsp
persistente: 5º choque -> RCP
- 2ª dose de amiodarona (150 mg)
- após 2 min. de RCP -> analisar o ritmo: se FV/TVsp
persistente: 6º choque -> RCP
- manter epinefrina a cada 3-5 min.
- analisar o ritmo a cada 2 min.
- se a pessoa voltar -> pode manter a dose de amiodarona
24h
- em toda a sequência de RCP pensar nas causas
reversíveis e fornecer o tratamento sempre que detectada

- mudança de ritmo para ritmo que pode potencialmente ter pulso -> palpar pulso carotídeo
6. Identificar causas tratáveis da PCR

Hipóxia - VA avançada
- pneumotórax? ultrassom de beira deleito -> punção de tórax
Hipovolemia ≈ traumatismo, hemorragia digestiva alta, ruptura de aneurisma
- contenção do sangramento
- reposição volêmica (cristaloide e hemoderivados)
Hipotermia ≈ afogamento
- RCP por meio de circulação extracorpórea
ou
- cristaloides aquecidos, ar forçado quente, lavagem peritoneal forçada
H+ - coletar gasometria e eletrólitos
- acidose e - melhor tto p/ acidose é RCP de qualidade
bicarbonato de - bicarbonato de sódio:
sódio . acidose grave conhecida que evolui para PCR
. PCR associada a hipercalemia grave
. PCR associada a intoxicação aguda por ADT
- dose de ataque 1 mEq/kg -> metade da dose pode ser repetida após 10-15 min. a
depender do pH
- bicarbonato pode delocar a curva de hemoglobina p/ a esquerda -> retenção de O2
pela hemoglobina -> piora da acidez intracelular
- tmb pode causar hipernatremia e hiperosmolaridade
Hs - hipercalemia é o distúrbio eletrolítico + associado a arritmias/PCR
- hipo/hipercalemia - considerar distúrbios eletrolíticos em pessoas com:
- hipocalcemia . doença renal crônica
- hipomagnesemia . queimaduras graves
. rabdomiólise
. insf. cardíaca em uso de IECA/espirinolactona
. DM

* hipercalemia
- gluconato de cálcio: pode repetir a cada 2-5 min.
- bicarbonato de sódio
- glicoinsulina
- nebulização do ß-adrenérgico
- diálise
* hipocalemia
- KCl EV: dose de ataque durante 10 min.
- se PCR persistente -> infusão por mais 10 min.
- monitorizar K+ sérico
* hipomagnesemia
- fatores de risco: perda intestinal, poliúria, alcoolismo, desnutridos, síndromes de má
absorção intestinal
- pode causar PCR por TV polimórfica (torsade de pointes)
* hipocalcemia
- causa rara de PCR
- gluconato de cálcio

Tamponamento - diagnóstico por ultrassom de beira de leito


cardíaco - pericardiocentese imediata
Pneumotórax - expansibilidade torácica/ausculta assimétrica
hipertensivo - diagnóstico é facilitado pelo ultrassom de beira de leito
- descompressão de tórax
Trombose - PCR costuma ser ocasionada por FV/TV
coronariana - intervenção coronariana percutânea nos cuidados pós-PCR
- realização do procedimento durante a RCP é controversa
- em caso de FV refratária -> dispositivo mecânico de compressão torácica + ICP
Tromboembolia - choque obstrutivo + TEP confirmada + PCR -> fibrinolítico/embolectomia mecânica
pulmonar - choque obstrutivo + TEP presumida + PCR -> fibrinolíticos podem ser considerados
- após a administração de fibrinolíticos -> continuar RCP por pelo menos 60-90 min.
Intoxicação aguda - continuar a RCP por um período prolongado (principalmente em jovens) pois o
tóxico continua a ser metabolizado/excretado durante as medidas de ressucitação

* intoxicação grave por anestésicos locais


- ocorre quando um bolus de anestésico local é administrado erroneamente numa
artéria/veia
- efeito: inibição dos canais de sódio -> limita a condução dos potenciais de ação
- quadro clínico: agitação, convulsões, depressão do SNC -> bradicardia,
assistolia/taquiarritmias ventriculares
- tto: bolus emulsão lipídica IV (cria um compartimento lipídico no soro -> reduz
absorção de medicamentos lipofílicos pelos tecidos)

* opioides
- depressão respiratória -> naloxona sublingual
- PCR parece responder a naloxona em doses altas
- miose

* ADT
- bicarbonato de sódio
- emulsão lipídica

* BCC
- gluconato de cálcio IV a cada 2-5 min
- glicoinsulina

* BB
- glucagon
- glicoinsulina
- gluconato de cálcio IV
- emulsão lipídica

7. Cuidados pós-RCE (pós-parada) são iniciados após a reversão da PCR


- transferência para UTI
- reabordagem do ABC periodicamente
- monitorização: oxímetro, capnografia, ECG, coleta de gasometrias
- estabilização hemodinâmica (PAS > 100 mmHg)
- oxigenação e suporte ventilatório (O2 a 100%)
- ICP em pessoa com:
. suspeita de PCR de causa cardíaca + elevação de segmento ST
. suspeita de PCR de causa cardíaca + instabilidade hemodinâmica/elétrica sem elevação de
segmento ST
- controle de temperatura por pelo menos 24h (hipotermia entre 32 e 36˚C) -> depois disso
evitar que a pessoa tenha febre
- outras medidas de suporte:
. manter glicemia menor que 180 mg/dL e maior que ?
. não se recomenda a prescrição de antiepilépticos de forma profilática

• Quando parar a RCP


- IOT: incapacidade de ober vaores de CO2 cima de 10 mmHg pela capnografia em forma de
onda após 20 min. de RCP
- RCP prolongada: intoxicação aguda, hipotermia, TEP, IAM, pessoa jovem
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Lesões por choque elétrico e raios

• Fisiopatologia
- gravidade das lesões depende da: voltagem, tipo e padrão da corrente, duração da
exposição, superfície de contato do corpo

* Mecanismos fisiopatológicos
1. Conversão de energia elétrica em energia térmica durante a passagem da correte pelos
tecidos
2. Alterações a nível celular
3. Lesões traumáticas secundárias a contusões, contrações musculares vigorosas e quedas
4. Liberação intensa de catecolaminas

* Lesões por raios


- contato direto (mais grave)
- contato por meio de outro objeto
- contato por meio do solo
- contato por explosão ou combustão

• Quadro clínico

Cabeça e pescoço - pode haver:


. perfuração da membrana timpânica
. catarata (principal)
. queimaduras em face e pescoço
. TCE e TRM (≈ energia cinética e quedas associadas)
- em lesões por raios tem que realizar fundoscopia e exame de acuidade visual pois há
risco de lesões da córnea, descolamento de retina, uveíte
Pele - queimaduras cutâneas são as complicações mais frequentes
- frequentemente são mais graves do que aparentam (grau de lesão externa pode
subestimar a lesão interna, principalmente nos casos de lesão por baixa-voltagem)
- as extremidades são mais propensas a lesão
- as lesões por raio apresentam baixo percentual de queimaduras profundas já que a
duração do contato é curta
- queimaduras estão associadas a:
. hipovolemia
. síndrome compartimental
Sistema - eletricidade pode causar arritmias cardíacas (15%)
cardiovascular - geralmente benignas até 48h após a lesão
- alterações no ECG mais comuns são:
. taquicardia sinusal
. elevação transitória de segmento ST
. prolongamento reversível do segmento QT
. bloqueios de ramo e AV de 1 e 2º graus
- pessoas atingidas por raios que atravessam de um braço a outro têm grande chance de
desenvolver FV
- FV ≈ baixa voltagem
- assistolia ≈ alta voltagem
- principal causa de morte após acidentes com raio é PCR
. 1ª parada: assitolia -> mas o coração pode reiniciar a atividade cardíaca
. 2ª parada: lesão do SNC -> PCR -> hipóxia -> FV

- a corrente elétrica passa por vasos sanguíneos e nervos -> tromboses focais e lesões
nervosas
- IAM por vasoespasmo
- tamponamento cardíaco por ruptura cardíaca

Sistema nervoso - perda transitória de CS, confusão mental e déficits de memória


- a corrente elétrica passa por vasos sanguíneos e nervos -> tromboses focais e lesões
nervosas
- complicação + freq. éa keraunoparalisia (70%):
. MI são mais acometidos que MS
. espasmo vascular
- lesões neurológicas tardias podem se apresentar dias ou anos após a lesão (mielite
transversa, esclerose lateral amiotrófica e paralisia ascendente)
- presença de pupilas fixas e dilatadas ou assimétricas pode ocorrer pela disfunção
autonômica -> esse achado não deve ser usado como justificativa para interromper a RCP
Sistema renal - contrações musculares forçadas -> lesões musculoesqueléticas -> rabdomiólise ->
liberação de mioglobina -> IRA
- queimaduras -> hipovolemia (secundária a extravasamento vascular) -> IRA pré-renal
Sistema - elevada resistência dos ossos à passagem de correntes elétricas -> queimaduras
musculoesquelético periosteais, destruição da matriz óssea e osteonecrose
- síndromes compartimentais podem surgir nas primeiras 48h -> isquemia e necrose ->
amputação
- contrações musculares forçadas -> lesões musculoesqueléticas:
. rabdomiólise
. hipercalemia

Sistema - comprometimento do centro respiratório


respiratório - contusão pulmonar por lesão traumática (com hemoptise e hemorragias)
Sistema - lesão em como estômago e intestino é incomum
gastrintestinal

• Conduta
- protocolo do ACLS para PCR (C -> A -> B) e ATLS para trauma (ABCDE)

* Exames complementares
- exames de imagem p/ avaliar complicações de trauma
- dosagem de CK-MB, CPK, Na e K+ -> diagnóstico de rabdomiólise e tto de arritmias

- monitoração eletrocardiográfica é importante pos a eletricidade pode causar arritmias


cardíacas (se não ocorrerem arritmias nas primeiras horas da lesão -> monitoramento
prolongado)

* Administração de fluidos
- diurese alvo de 0,5 a 1 mL/Kg/h (em caso de ausência de pigmentúria)
- diurese alvo de 1 a 1,5 mL/Kg/h (em caso de pigmentúria)
- em caso de mioglobinúria -> administrar líquidos almejando uma diurese de no mínimo
100 mL/h

* Keraunoparalisia
- a keraunoparalisia e a disfunção autonômica podem imitar morte cerebral -> reanimação
prolongada está indicada mesmo na presença de achados compatíveis com morte encefálica
(pupilas fixas e dilatadas)

* Queimaduras elétricas
- profilaxia antitetânica
- manutenção da volemia

* Síndrome compartimental
- queimados por eletricidade costumam necessitar de fasciotomia

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Morte encefálica

• Definição
"um indivíduo que apresenta cessação irreversível das funções respiratórias e circulatórias
ou cessação irreversível de todas as funções do cérebro, incluindo o tronco cerebral"

• Diagnóstico
- notificação compulsória
- procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os
pacientes que apresentem:
. coma não perceptivo (Glasgow < 3)
. ausência de reatividade supraespinhal
. apneia persistente
. presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível
. ausência de fatores tratáveis/situações que confundiriam o diagnóstico (sedativos,
hipnóticos, bloqueio neuromuscular, distúrbios metabólicos graves)
. tratamento e observação no hospital pelo período mínimo de seis horas (em crianças o
período é maior)
. temperatura corporal superior a 35 ˚C
. saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos pela Resolução

* Para diagnóstico de morte encefálica são necessários:


- exame clínico deve ser realizado por dois médicos diferentes, com um intervalo mínimo
entre cada exame (de acordo com a idade da pessoa)
- 1 teste de apneia (estimula o centro respiratório de forma máxima)

- exames complementares (angiografia cerebral, eletroencefalograma, doppler


transcraniano, cintilografia)
Correlacionar
as alterações
com a
neuroanatomia

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