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VENTILAÇÃO

MECÂNICA

P R O F. ª D R A . J U L I A N A D E G O E S J O R G E
Os princípios básicos da ventilação devem ser
baseados em uma ESTRATÉGIA PROTETORA
PULMONAR

Influencia diretamente na evolução do


paciente
• O suporte ventilatório mecânico, tanto invasivo como não invasivo,
deve ser realizado de forma adequada e segura para evitarmos a
lesão induzida pela ventilação mecânica.

• A ventilação mecânica moderna e atual deve ser guiada pelos


conhecimentos de fisiologia baseada em evidência.
OBJETIVOS DA VMI
➢Melhorar troca gasosa (Corrigir hipoxemia e acidose respiratória);

➢ Diminuir trabalho respiratório, revertendo ou evitando a fadiga desta


musculatura;

➢ Diminuir o consumo de O2;

➢ Permitir a aplicação de terapêuticas específicas.


QUANDO INDICAR VMI?
➢ PaCO2 > 55 mmHg ou aumento de 5 mmHg em 30 min
➢ pH < 7,25
➢ PaO2< 50mmHg (criança) e < 70 mmHg (adulto)com FiO2 > 0,5
➢ Apneia (pausa respiratória com bradicardia e cianose)
➢ Distúrbio da relação V/Q
➢ Fadiga ou falência respiratória
➢ Parada Cardiorrespiratória
➢ Rebaixamento do nível de consciência
➢ PaO2/FiO2< 200
➢ Escala de Glasgow (coma) ≤ 8
➢ Lesão das vias aéreas superiores que ofereça risco à ventilação
➢ Risco elevado de aspiração
➢ Traumatismo instável da face
➢ Convulsões mantidas
MODALIDADES
V E N T I L AT Ó R I A S
MODOS VENTILATÓRIOS
➢CICLOS VENTILATÓRIOS

– Ciclo controlado: é iniciado pelo ventilador em função da FR


programada ou na ocorrência de um período de apneia que ative o
sistema de backup (ciclo controlado iniciado pelo ventilador após
decorrido o tempo ajustado de apneia).


MODOS VENTILATÓRIOS
➢CICLOS VENTILATÓRIOS

– Ciclo assistido: é iniciado pelo paciente e obedece aos


mesmos parâmetros ajustados para os ciclos controlados.

– Ciclo espontâneo: é iniciado pelo paciente. Os valores de


fluxo, volume e tempo são dependentes da pressão suporte
ajustada, da mecânica respiratória e do nível de esforço
inspiratório do paciente.
CICLO VENTILATÓRIO

1. Fase Inspiratória: Insuflação Pulmonar 3. Fase Expiratória: PEEP

2. Mudança de fase: Ciclagem 4. Mudança de fase 2: Disparo


Volume Sensibilidade
Pressão
Pressão
Fluxo
Fluxo
Tempo
Tempo
CICLO VENTILATÓRIO

1. Fase Inspiratória: Insuflação Pulmonar 3. Fase Expiratória: PEEP

2. Mudança de fase: Ciclagem 4. Mudança de fase 2: Disparo


Volume Sensibilidade
Pressão
Pressão
Fluxo
A sensibilidade a fluxo proporciona um retardo
Fluxomenor em
Tempoiniciar a inspiração, implica menos trabalho
Tempo
respiratório
Modos Ventilatórios

• CPAP (PEEP)
• PSV (PS + PEEP)
• PCV
• TIME CYCLE (Ciclado a tempo)
• VCV
• SIMV/P e SIMV/V
• NAVA
• VAPS
• CVRP
• PAV
MODOS ASSISTO-CONTROLADOS

➢Ciclado a Tempo com Pressão Limitada (Time Cycle)

–Indicação: Modalidade de escolha em pediatria e


neonatologia

–Parâmetros: TI, Fl, FR, PEEP, Pinsp, FiO2, Sensibilidade


MODOS ASSISTO-CONTROLADOS

➢Pressão Controlada (PCV)

– Indicação: Adultos e Crianças maiores de 2 anos com


redução da complacência pulmonar ou aumento da
resistência

–Parâmetros: Ti, PC, FR, PEEP, FiO2, Sensibilidade


MODOS ASSISTO-CONTROLADOS
➢Volume Controlado (VCV)

– Modo ventilatório ciclado à volume, limitado à fluxo e


o disparo ocorre a tempo (modo controlado)

- Indicação: Adultos, criança não se utiliza.

- Parâmetros Ajustáveis: VC, Fl, FR, PEEP, FiO2, Sens.


MODOS ASSISTO-CONTROLADOS
➢Volume Controlado (VCV)

– Modo
Garante ventilatório
o VOLUME ciclado à volume,
CORRENTE, limitado da
independente à fluxo e
mecânica do
sistema orespiratório
disparo ocorre
(C eaR)tempo (modo controlado)

O aumento da Adultos,
- Indicação: Resistência
criança ou redução
não se utiliza. da Complacência não
afetam o VC, mas afetam a pressão nas vias aéreas
- Parâmetros Ajustáveis: VC, Fl, FR, PEEP, FiO2, Sens.
Modos Assistidos e Espontâneos
➢ SIMV

• Indicação: Tem sido utilizado ainda em neonatologia


• Está em desuso

• Acompanhada da PSV e comporta modos controlados, assistidos e espontâneos

• Parâmetros: Ti, PC (+2-5cmH2O da PS), FR, PEEP, PS, Sens.(fluxo ou pressão),


FiO2
Modos Assistidos e Espontâneos
➢PSV (PEEP + PS)

– Indicação: Desmame Ventilatório; Períodos prolongados de


ventilação mecânica (evitar disfunção da musculatura respiratória);
Promover treinamento muscular com finalidade de desmame da
ventilação mecânica (já que paciente precisa disparar cada ciclo).

• FR determinada pelo paciente


• Ciclado a fluxo (25% do fluxo inspiratório)
• Parâmetros: PEEP, Ps , Sensibilidade
Modos Assistidos e Espontâneos

➢CPAP

• Indicação: Hoje tem se usado mais como VMNI

• Ciclos espontâneos sobre uma pressão positiva contínua (PEEP)


MODOS AVANÇADOS
➢Ventilação Assistida Ajustada Neuralmente (NAVA)

– Capta atividade elétrica do diafragma e a utiliza como critério para


disparar e ciclar;
– PS inspiratória proporcional à atividade elétrica;

– Cateter esofágico no 1/3 distal do esôfago;

– Disparo por variação da atividade elétrica do diafragma.


MODOS AVANÇADOS
➢Ventilação Assistida Ajustada Neuralmente (NAVA)

– Capta atividade elétrica do diafragma e a utiliza como critério para


Recomendações: Ajuste de acordo com o quadro clínico; cuidado para
disparar e ciclar;
doenças oronasais ou esofágicas
– PS inspiratória proporcional à atividade elétrica;

– Cateter
Indicação: esofágico
Pacientes no 1/3
com drive distal do esôfago;
e assincronia em espontâneo, Auto –Peep.

– Disparo por variação da atividade elétrica do diafragma.


MODOS AVANÇADOS

• Existem poucos estudos sobre a utilização deste modo ventilatório


em pediatria. Necessitando de mais estudos sobre o assunto.

• Mas há relatos do benefício da utilização deste modo em crianças


principalmente quanto a melhora da sincronia.
MODOS AVANÇADOS
➢VAPS (Volume Assegurado com Pressão de Suporte)
O ciclo respiratório começa disparado pelo paciente ou por tempo.

Após o disparo, o ventilador tenta alcançar a pressão de suporte o mais rápido


possível. (fase pressão controlada)

Ao alcançar a pressão, o ventilador calcula o volume que foi distribuído na


primeira fase da inspiração. (volume assegurado)
MODOS AVANÇADOS
Se todo o VC mínimo ajustado foi distribuído, a ciclagem ocorre.

Se o volume ajustado não foi atingido, o fluxo mantém-se constante


até que o volume mínimo seja alcançado.

Neste momento, a pressão pode ultrapassar a pressão de suporte


indicada pelo operador.
MODOS AVANÇADOS
➢PRVC (Volume controlado com pressão regulada)
– Ventilador ajusta o limite de pressão baseado no VC obtido no ciclo prévio;

– 1º O VM fará ciclo à volume (VCV) para calcular a pressão ideal para realizar
o volume corrente solicitado.

– 2º O ventilador identifica a pressão. (Pressão de platô calculada no 1º ciclo)

– 3º A partir da identificação da pressão, o ventilador passa a realizar ciclos à


pressão, baseando no volume corrente inicialmente solicitado e na
complacência dinâmica.
MODOS AVANÇADOS
➢PRVC (Volume controlado com pressão regulada)
– Ventilador ajusta o limite de pressão baseado no VC obtido no ciclo prévio;
Indicação: Quando se almeja controle do VC com pressão limitada e
ajuste automático da pressão inspiratória.
– 1º O VM fará ciclo à volume (VCV) para calcular a pressão ideal para realizar
o volume corrente solicitado.

Recomendações: Cuidadoa ao
– 2º O ventilador identifica se ajustar
pressão. o VC
(Pressão de platô calculada no 1º ciclo)

– 3º A partir da identificação da pressão, o ventilador passa a realizar ciclos à


pressão, baseando no volume corrente inicialmente solicitado e na
complacência dinâmica.
MODOS AVANÇADOS

• APRV (Ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas)

– Ajustam-se 2 níveis de PEEP, alto e baixo, e a frequência de alternância


entre os 2 níveis de PEEP.
MODOS AVANÇADOS

• APRV (Ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas)


Indicação:Ventilação espontânea, recrutamento alveolar e assincronia
– Ajustam-se 2 níveis de PEEP, alto e baixo, e a frequência de alternância
entre os 2 níveis de PEEP.

Recomendações: Cuidado com a regulagem dos níveis de pressão


Modos Avançados

➢PAV (Ventilação Assistida Proporcional)


– Modo espontâneo;
– Proporcional ao esforço do paciente;
– Quanto menor o esforço do paciente, menor a ajuda
ventilatória

Indicação: Pacientes com drive, assincronia; conhecimento do


WOB e da PEEP intrínseca em tempo real.
Recomendações: Utilizar a porcentagem de apoio inicial de 50% (WOB
entre 0,3-0,7J/L)

Abaixo de 0,3 J/L, o paciente esta recebendo muita ajuda do ventilador e pode
desenvolver atrofia muscular.

Acima de 0,7 J/L, o paciente esta trabalhando acima da sua capacidade,


recebendo pouca ajuda e corre risco de fadiga.
MODOS AVANÇADOS

Não foram encontrados relatos na literatura sobre a utilização destas


modalidades (VAPS,APRV, PRVC, PAV) ventilatórias em crianças
MODOS AVANÇADOS
➢VOAF (Ventilação Oscilatória de Alta Frequência)

– É um modo ventilatório que utiliza volume corrente menor do que o


volume do espaço morto anatômico (1–3 mL/Kg) com frequência bem
acima da fisiológica (5–10 Hertz, ou seja, 300–600 ciclos/minuto)

Indicação: Em adultos e crianças com patologias que cursam com redução da


complacência pulmonar, nas quais a ventilação convencional protetora falhou ou
quando há necessidade do uso de parâmetros lesivos para os pulmões (FiO2 >
0,6 ou pico de pressão >34 cmH2O).
APLIC AÇÃO
PRÁTIC A DA
VMI
PARÂMETROS VENTILATÓRIOS INICIAIS
PEDIATRIA E ADULTO

❖Objetivo chave da VMI: Melhorar Intercâmbio Gasoso

• VENTILAÇÃO

• FR: Influencia diretamente na ventilação alveolar (Eliminação de


CO2)
• VM= FR x VC
CRIANÇA

Adultos
Frequência Respiratória:
10-15 ipm
CRIANÇA E ADULTO

Volume corrente (Vt):


Inicialmente: Em torno de 6-8 ml/Kg

Volume Minuto (Ve):


Ve= Vt x FR
5-7 l/min
• OXIGENAÇÃO
MAP e FiO2

• Quanto a FiO2
• Manter: SaO2 ≥90% (88% em Neonatos)
• Com FiO2 ≤ 0,6 e PaO2 ≥ 60-70 mmHg e em
adultos acima de 80 mmHg
• Quanto a MAP
1) Fluxo inspiratório
– Ajustado no modo Time Cycle
• Fórmula para cálculo em Crianças > 2 anos (caso utilize)

Fl= VC (10-12 ml/Kg)/ Ti

16,6
Neonatologia Pediatria
6-8 l/min 8- 15 l/min
Lactente: 8-10
6m-1 ano: 10-12
1-2 anos: 12-14
• Adultos
– Ajustado no modo VCV
– Valor: 10% do Volume Corrente
– Deve ser superior a 4x o Volume minuto

– Tipos de onda:
– 2) Pressão inspiratória
Ajustada em função da patologia de base

Promover uma expansão torácica adequada (em torno de 0,5


cm)

Variando de 15 a 20 cmH2O (criança) e 20-25 (adulto)


inicialmente

Suficiente para gerar um VC adequado


3) Tempo inspiratório
– Crianças
– Adultos
– Em torno de 1,2 -1,5

Relação I: E
Certificar-se de que seja de 1:2 ou menor (1:3 ou 1:4) de modo que o TI
corresponda a pelo menos 6-7 CT no adulto e 3 CT na criança
Rn’s Crianças pequenas- Crianças maiores> Adolescente
até 2 anos 3 anos
0,35-0,45 s 0,55-0,75 s Em torno de 0,8 s 1s
4) PEEP
– Melhora a relação V/Q
– Estabiliza o volume pulmonar e melhora a complacência, melhorando a
oxigenação
– AJUSTE IDEAL: 5 cmH2O

Valores de no mínimo 10 cmH2O devem ser


empregados quando a SaO2 não pode ser mantida
entre 88% e 90% com FiO2 ≥ 60%.

Lembrando de manter VC< 6 ml/kg e Pplatô< 30


Ajustes iniciais sugeridos para ventilação mecânica, de acordo com a faixa
etária
Faixa etária PIP VC PEEP FR TI
RN 15-20 6-8 5 30-40 0,4-0,6
Lactentes(até 2 15-20 6-8 5 20-30 0,5-0,7
anos)
Pré-escolares(até 15-20 6-8 5 15-25 0,7-0,9
6 anos
Escolares(Até 10 15-20 6-8 5 12-20 0,8-1,0
anos)
Adolescentes 15-25 6-8 5 10-15 1,0-1,3
(até 21 anos)
Adultos 20-25 6-8 5 8-10 1,2-1,5
FÓRMULAS E PARÂMETROS ÚTEIS

Criança: idade da criança x 2 + 8


FÓRMULAS E PARÂMETROS ÚTEIS
ESTRATÉGIA VENTILATÓRIA EM
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS:

Resistência de Via Aérea

Complacência pulmonar
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
RESISTÊNCIA ANORMAL DAS
VIAS AÉREAS
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM RESISTÊNCIA
ANORMAL DAS VIAS AÉREAS
➢ 4 estratégias básicas:
✓Reverter a hipoxemia (se presente);

✓Aliviar a fadiga da musculatura respiratória;

✓Manter um nível de ventilação alveolar compatível com um pH aceitável;

✓Evitar hiperinsuflação iatrogênica e níveis de pressão intratorácica que


possam influenciar negativamente o débito cardíaco.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM RESISTÊNCIA
ANORMAL DAS VIAS AÉREAS
➢ No adulto:

– Modalidade: PCV ou VCV;


– Volume Corrente: 6 ml/kg peso predito (inicialmente), tolerando hipercapnia
permissiva;
– Pressão Inspiratória máxima: <50cmH2O;
– Pressão de Platô: < 35cmH2O;
– PEEP <15cmH2O;
– Frequência Respiratória: 8-12/min.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS DE RESISTÊNCIA ANORMAL
DAS VIAS AÉREAS

• Fluxo: necessário para manter tempo expiratório suficiente para terminar


expiração; (60-100l/min (VCV); livre (PCV);

• FiO2: necessária para manter SpO2 >92%; PaO2>60mmhg;

• PEEP: com monitorização adequada a PEEP pode ser usada em valores


superiores à 5 cmH2O pelo efeito mecânico em abrir as pequenas vias aéreas.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS DE RESISTÊNCIA ANORMAL
DAS VIAS AÉREAS

➢ Recomendações Finais

Os pacientes asmáticos em ventilação mecânica devem ser monitorizados


periodicamente com o objetivo de identificar hiperinsuflação alveolar (pressão
de platô e a peep intrínseca) e cálculo da resistência de vias aéreas. A pressão
de pico não é uma medida representativa de hiperinsuflação alveolar.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS DE RESISTÊNCIA ANORMAL
DAS VIAS AÉREAS

➢Hipercapnia permissiva:
– Utilizar: baixos VC e baixas FR. Esta estratégia poderá levar a hipercapnia,
que deve ser monitorizada para se manter PaCO2 < 80mmhg (adulto) e
<65 mmHg (criança) e ph > 7,20.

– Até mesmo a elevação duas vezes o valor normal da PaCO2 < 90 para
manter o (pH acima de 7,2), tem sido largamente aceita.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS DE RESISTÊNCIA ANORMAL
DAS VIAS AÉREAS

➢Pode-se utilizar PEEP, como estratégia de redução da hiperinsuflação alveolar.


Sugerindo-se ventilar o paciente em PCV com pressão de distensão ≤ 15
cmH2O.

➢ Ao aumentar a PEEP, se ocorrer aumento do volume expiratório, isto sugere


redução da hiperinsuflação alveolar ou desinsuflação.

➢Vigilância na monitorização hemodinâmica.


VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR
BAIXA
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM COMPLACÊNCIA
PULMONAR BAIXA

Estratégia Ventilatória Protetora

• Limitar volume corrente para valores ≤ 6 mL/kg;


• Limitar pressão de platô em 30 cm H2O;
• PEEP adequada .
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR BAIXA

➢No adulto:
– SARA leve: ventilar com 6 ml/kg.

– SARA moderada ou grave: ventilar com 3 – 6 ml/kg.

– Utilizar como referência o peso predito:


VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR BAIXA

➢Modo ventilatório:
➢VCV:
– Preferir fluxo decrescente.
– Atentar-se para variação de pressão.

➢ PCV
– Atentar-se para variação de volume.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR BAIXA
➢Fração inspirada de oxigênio:
– Utilizar menor FiO2 possível para garantir uma saturação > 92% em todas as
categorias de gravidade de sara.

➢Pressão de Platô:
– Manter platô ≤ 30cmH2O.
– Manter pressão de distensão <15 cmH2O.
– (Platô – Peep), logo, 30 – 20 = 10
– Nos casos de SARA grave e moderada, com Peep acima de 15, tolera-se pressão
de platô < 40 cmH2O.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR BAIXA
➢Frequência respiratória:
– Iniciar com FR = 20, caso necessário elevar até 35 ipm.
– Atentar-se para prevenir e evitar, quando FR alta, a auto peep.
– Ajustar FR de acordo com a PCO2 almejada.
– FR (desejada) = PaCO2 (conhecida) x FR (conhecida)
– Em casos de SARA moderada ou grave, tolera-se FR de até 45 ipm, desde que não
surja auto peep.
– Tolera – se PCO2 de até 80 mmHg.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR BAIXA
➢Ajuste da Peep:
– Existem várias formas de se ajustar Peep na SARA.
– Evitar utilizar Peep menor que 5 cmH2O em paciente com SARA.

▪ SARA leve:
– Evitar usar peep inferior aos valores da tabela Peep baixo x FiO2.
VENTILAÇÃO EM DOENÇAS COM
COMPLACÊNCIA PULMONAR BAIXA
➢Ajuste da Peep:
▪ SARA moderada e grave:
– Evitar usar peep inferior aos valores da tabela Peep alto x FiO2.

(Expõe o paciente a mais tempo com PEEP elevada).


VENTILAÇÃO EM
PACIENTES
NEUROLÓGICOS
VENTILAÇÃO EM PACIENTES NEUROLÓGICOS

➢Evitar hipoxemia em pacientes com lesão neurológica aguda uma vez


que leva ao aumento na morbidade e taxa de mortalidade.

➢ Evitar hiperóxia em casos de encefalopatia anóxico-isquêmica.

➢ Manter PaCO2 entre 35-40 mmHg na fase aguda da injuria.

➢Nos pacientes com AVC isquêmico agudo evitar PaCO2 < 35 mmHg por
risco de isquemia.
VENTILAÇÃO EM PACIENTES NEUROLÓGICOS

➢Monitorização redobrada da gasometria arterial.

➢ Utilizar estratégia protetora para tratamento de SARA em pacientes com


lesão neurológica, com monitorização de PIC (Pressão Intracraniana) e PPC
(Pressão de Perfusão cerebral)

➢Em casos de SARA grave, o uso de PEEP alto deve ser individualizado e deve
ser monitorizada PIC porque pode ocorrer elevação desta quando há
diminuição da complacência pulmonar e cerebral concomitantemente

PIC normal em adultos: 10-20 mmhg


VENTILAÇÃO EM PACIENTES NEUROLÓGICOS
➢Pacientes com lesão neurológica grave, na fase aguda com hipertensão
intracraniana não devem ser mantidos em modo ventilatório
espontâneo.

➢Modos mais utilizados:


– Adultos: PCV;VCV e CVRP

➢Parâmetros
➢ Correspondentes a cada faixa etária
➢ Atentar para a:
– FR e VC devido PCO2
– PEEP: monitorizar PIC, PAM e PPC
VENTILAÇÃO EM PACIENTES NEUROLÓGICOS

Manter a cabeceira do leito entre 30º-45º uma vez que


melhora o retorno venoso encefálico e diminui a influência
da PEEP sobre a PIC.

As estratégias ventilatórias devem ser sempre adequadas de


acordo com as necessidades do paciente, objetivando o
menor trabalho muscular possível, com menor
consumo energético e de modo a facilitar a
descontinuação da prótese ventilatória
RECOMENDAÇÕES
INICIAIS
REVISÃO
RECOMENDAÇÕES INICIAIS NO VM
• FiO2 necessária para garantir saturação de 93 – 97%. (100% INICIAL*)

• Usar VC 6 ml/kg/peso predito inicialmente.

• Usar modo assistido-controlado podendo ser (VCV) ou (PCV).

• Fluxo inspiratório (VCV) ou tempo inspiratório (PCV) visando manter


inicialmente relação I:E em 1:2 a 1:3.
RECOMENDAÇÕES INICIAIS NO VM
• Usar PEEP de 3-5 cmH2O inicialmente, salvo em situações de doenças como
SARA.

• Alarme de pressão máxima nas vias aéreas em 40 cmH2O visando evitar


barotrauma.

• Utilizar aquecedores e umidificadores passivos em pacientes sob VM.

• Regular os alarmes de forma individualizada.


RECOMENDAÇÕES INICIAIS NO VM
• Regular back-up de apneia e os parâmetros específicos de apneia se disponíveis
no equipamento.

• Uma vez estabelecidos os parâmetros iniciais observar as curvas de VC,


pressão e fluxo a fim de constatar se os valores obtidos estão dentro do
previsto e se não há necessidade de reajuste imediato.

• Avaliar as possíveis repercussões hemodinâmicas da ventilação mecânica.


RECOMENDAÇÕES INICIAIS NO VM
• Após 30 minutos de ventilação estável deve-se colher uma gasometria arterial
para observar se as metas de ventilação e troca foram atingidas. Do contrário,
realizar os reajustes necessários nos parâmetros de modo e ciclagem.

• Nos casos de demanda de fluxo inspiratório alta utilizar opióides para


diminuição do “drive” ventilatório e adequado conforto do paciente.
RECOMENDAÇÕES INICIAIS NO VM
• Proporcionar o repouso muscular por 24-48 horas nos casos de fadiga muscular
respiratória e nos casos de instabilidade hemodinâmica.

• Nos casos em que o repouso muscular não se faz necessário, iniciar o mais rápido
possível um modo assistido de ventilação com adequado ajuste da sensibilidade
do ventilador.
RECOMENDAÇÕES INICIAIS NO VM
• Em pacientes com idade avançada; uso prolongado de modos controlado;
desnutridos; sob uso de corticoides; bloqueadores neuromusculares e com
hipotireoidismo deve-se dar atenção especial à avaliação da função da
musculatura respiratória.

• A fraqueza dos músculos respiratórios, o comprometimento do sistema


cardiovascular, além do desequilíbrio entre a força muscular inspiratória e a
impedância do sistema respiratório são os principais determinantes da falha de
desmame em pacientes sob VM.
Obrigada!

julianagoesfisio@yahoo.com.br

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