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MANOBRAS DE HIGIENE

BRÔNQUICA
Prof. ANA MARA FERREIRA LIMA
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

 Treinamento muscular

 Fisioterapia motora

 Reexpansão pulmonar

 Higiene brônquica
O ACÚMULO DE SECREÇÃO
FAVORECE O APARECIMENTO DE
INFECÇÕES E ATELCTASIAS. ISSO
LEVA À ANORMALIDADES NA TROCA
GASOSA E NA MECÂNICA
PULMONAR
HIGIENE BRÔNQUICA

 Manobras de higiene brônquica

 Tosse

 Drenagem postural

 Oscilador oral de alta frequência

 Aspiração endotraqueal
MANOBRAS DE HIGIENE
BRÔNQUICA
OBJETIVOS:

 Aumentar a mobilização de secreção e sua expectoração –


retenção e hipersecretividade.
 Prevenir infecções pulmonares
 Melhorar função pulmonar
MANOBRAS DE HIGIENE
BRÔNQUICA
INDICAÇÕES:

 Acúmulo de secreção
 Insuficiência respiratória aguda com acúmulo de secreção
 Atelectasias
 Pneumonias
 Fibrose cística
 Bronquiectasias
 Bronquite crônica
MANOBRAS DE HIGIENE
BRÔNQUICA
CONSENSO DE LYON (1994) – classificação:

Emprego de ondas de Emprego da variação de


Ação da gravidade
choque na parede torácica fluxo expiratório

Drenagem postural Percussão Tosse

Vibração TEF, DA, AFE

Compressão ELTGOL
DRENAGEM
POSTURAL
HISTÓRICO

 Descrita inicialmente em 1901


 Indicação inicial: bronquiectasias
 Literatura: 10-12 posições de drenagem
FUNDAMENTAÇÃO

Utiliza-se da ação da gravidade para auxiliar a movimentação das


secreções no trato respiratório

Promove o deslocamento das secreções para as vias aéreas


centrais, onde podem ser removidas através da tosse
Melhora a relação V/Q
INDICAÇÕES

 Bronquiectasia
 Fibrose cística
 Hipersecretividade
 Dificuldade em eliminar secreções
CONTRAINDICAÇÕES

 Instabilidade hemodinâmica
 PIC > 20 mmHg
 HAS não controlada
 Hemoptise maciça
 PO de ca pulmão
 Após radioterapia
 Lactantes e idosos com refluxo gastroesofágico
 Hipoxemia, broncoespasmo e hipertensão aguda
ALGUNS AUTORES IDENTIFICARAM
QUEDA NA SAO2 APÓS DRENAGEM
POSTURAL. POR ESSE MOTIVO,
INDICA-SE QUE SEJAM REALIZADOS
DESCANSOS E CONTROLE
DIAFRAGMÉTICO DURANTE O
EMPREGO DA TÉCNICA, VISANDO
MINIMIZAR ESSE RISCO.
RECOMENDAÇÕES

 Hidratação adequada
 Monitorização dos sinais vitas (SpO2)
 Tempo de aplicação:
- 15 a 30 minutos em cada postura, com o limite de 60
minutos no total
 Última refeição: a pelo menas 1h e meia/2h
PERCUSSÕES
TORÁCICAS
FUNDAMENTAÇÃO

 “Ondas de energia mecânica aplicadas sobre a parede torácica,


em especial sobre a zona a ser tratada”
 Excitação das zonas reflexógenas de tosse, auxiliando a
remoção do muco
 Tipos: tapotagem, punho-percussão e digitopercussão
 Objetivo: desgarrar a secreção da parede brônquica (modo?,
frequência?)
TAPOTAGEM (CLAPPING)

 Mãos em forma de cunha


 Eficácia proporcional à energia inicial – força da aplicação da
manobra e rigidez do tórax
 Frequência ideal: 25 a 35 Hz
 Capacidade Manual: 1 a 8 Hz
 RN e lactente – alta complacência  efeito
INDICAÇÕES

 Mobilizar secreções independente da consciência


CONTRAINDICAÇÕES

 Dispneia
 Hemoptise
 EAP
 Fraturas de costelas,
 Ca de pulmão,
 TB, hemoptise, dor torácica
 Broncoespasmo
 Cardiopatias graves
 Pneumotórax,...
COMPRESSÃO
EXPIRATÓRIA
CONSIDERAÇÕES

 Nomenclatura: Terapia Expiratória Manual ou Pressão


Expiratória
 Consiste em deprimir o gradil costal do paciente durante a
expiração
 Posicionamento: DD, DL e sentado
 Objetivo: mobilizar secreções traqueobrônquicas
REALIZAÇÃO DA TÉCNICA

 As mãos do terapeuta devem ser colocadas espalmadas, com


dedos abduzidos, no tórax do paciente
 Os punhos e cotovelos devem ficar fixos para a realização dos
movimentos acompanhando a dinâmica da respiração e a
movimentação rítmica das costelas
CONTRAINDICAÇÃO

 Fraturas de costelas
 Tórax instável
VIBRATOTERAPIA
FUNDAMENTAÇÃO

 Realizada manualmente pela tetanização dos músculos


agonistas e antagonistas do antebraço, ou mecânica com
aparelhos.
 Devem atingir as propriedades de tixotropismo do muco
brônquico
 Frequência dos batimentos ciliares: 13 Hz
 Variação de frequência em razão da doença, não possibilitando
sugerir um valor ótimo
VIBRAÇÃO MECÂNICA

 Gerada por vibradores mecânicos


 Faixa de 20 e 45 hz – efeito benéfico sobre a qtdade de
secreção mobilizada
 Coadjuvantes em muco de vias aéreas proximais de difícil
mobilização
 Contra-indicações: enfisema subcutâneo, osteomielite
costais, grampos cirúrgicos no tórax e marcapasso subcutâneo
VIBROCOMPRESSÃO

 Vibração associação da compressão com a vibração torácica


MANOBRAS DE HIGIENE BRÔNQUICA
TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO
FORÇADA (TEF)
FUNDAMENTAÇÃO

 Elimina secreções e evita o colapso de VA’s decorrentes da


expulsão bruta e forçada do ar.
 Esforços expiratórios realizados com a glote aberta, partindo de
volumes pulmonares médios e chegando a baixos volumes
pulmonares (huffs)
 Baixos volumes: move secreções periféricas
 Altos volumes: : move secreções centrais
TÉCNICA

 Combinação de 1 ou 2 expirações forçadas (huffs) seguidas de


períodos de controle diafragmático e relaxamento

 TEF pode ser associada à vibração torácica


OBJETIVO

 Promover a remoção de secreções brônquicas acumuladas com


a menor alteração da pressão pleural e menor probabilidade de
colapso brônquico
INDICAÇÃO

 Bronquiectasia
 Enfisema
 Fibrose cística
AFE – ACELERAÇÃO DO
FLUXO EXPIRATÓRIO
AFE

 Movimento tóraco-abdominal sincronizado


 Movimento gerado pelas mãos do fisioterapeuta no tempo
expiratório
 Wils & Lepresle (1989) - Expiração ativa ou passiva, realizada
com altos volumes pulmonares, onde a velocidade, a força e a
extensão podem variar a fim de promover desobstrução das vias
aéreas. Realizada com a glote aberta.

 Barthe (1990) – AFER e AFEL


TÉCNICA

 Deve-se posicionar o paciente em decúbito dorsal, e as mãos do


fisioterapeuta deverão ser colocadas uma sobre o tórax e a outra
sobre o abdome. Aplicar uma compressão no sentido ântero-
posterior e céfalocaudal.
 Mão torácica: exerce uma pressão obliqua de cima para baixo
 Mão abdominal: Efetua pressão obliqua , mas em sentido
oposto, de baixo para
TÉCNICA

 Ideia central: modulação da expiração em razão da localização


das secreções na VA inferiores.
 Técnica:
- Variável
- Modulável
- Adaptável
OBJETIVO

 AFER: aumento do fluxo expiratório na traqueia e primeiros


troncos brônquicos a grande velocidade

 AFEL: aumento do fluxo expiratório em brônquios mais


profundos, gerando baixos fluxo e volume para eliminação de
secreções mais distais
AFER

 Promover progressão das secreções dos brônquios de médio


para os de grande calibre
 Semelhante a exercício de expiração forçada não prolongada 
tosse com a glote aberta
 Critério de eficácia  “ronco”
AFEL

 Mobilizar as secreções dos pequenos brônquios até vias


proximais através de expiração lenta e prolongada
 Inibição do fechamento precoce dos pontos de igual pressão e
permite dar velocidade ao fluxo aéreo expirado
 Mobilização do VRE que não se modifica na respiração de
repouso
 Limita os assincronismos ventilatórios – melhores trocas
INDICAÇÃO

 Sequelas pulmonares pós-cirúrgicas


 Problemas respiratórios de origem neurológica ou traumática
 Presença de secreção pulmonar
AFE – AUMENTO DO FLUXO
EXPIRATÓRIO

AFE passiva: pressão da manobra é suave, simétrica e a mão nunca deve


deslizar sobre a pele, perdendo o contato com o tórax.
AFE ASSISTIDA

AFE assistida
AFE ativa
CICLO ATIVO DA
RESPIRAÇÃO
(CAR OU TRCA)
TÉCNICA

 Paciente sentado ou em DD
 Ciclos repetidos de controle da respiração, exercícios de
expansão torácica associados ou não a vibração/percussão e TEF
 Controle da respiração: respiração diafragmática suave de VC
normal
 Expansão torácica: inspiração profunda com expiração relaxada
que pode se acompanhada de vibração ou percussão
CONTROLE
TEF EXPIRAÇÃO
DA
RESPIRAÇÃO PROFUNDA
FORÇADA
RESPIRAÇÃO

EXPIRAÇÃO EXPANSÃO 3-4 EXERCÍCIOS DE


TEF FORÇADA TORÁCICA EXPANSÃO PULMONAR

CONTROLE
DA
RESPIRAÇÃO

RESPIRAÇÃO PROFUNDA
EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A
GLOTE ABERTA EM DECÚBITO
INFRALATERAL (ELTGOL)
TÉCNICA

 Técnica ativo-passiva ou ativa utilizada para remoção de


secreção em vias aéreas de médias e periféricas
 Paciente em decúbito homolateral ou dependente
 Orienta-se o paciente à realizar expiração lenta e progressiva, a
partir da CRF até VR, com a glote aberta (bucal).
 Fisioterapeuta: deve ficar atrás do paciente com uma mão
exercendo pressão abdominal em direção oblíqua à parede
costal supralateral na expiração e a outra realiza pressão
abdominal e no tórax dependente. Após várias repetições
orienta-se a tosse.
INDICAÇÃO CONTRAINDICAÇÃO

 Hipersecretivos crônicos  Fraturas de costelas,


vértebras e esterno
 Embolia pulmonar
 Enxertos cutâneos
 Lesões cavitárias
DRENAGEM
AUTÓGENA (DA)
TÉCNICA

 É forma de autodrenagem, onde é utilizada uma sequência de


técnicas respiratórias, alterando a velocidade e a profundidade
da ventilação, promovendo oscilações dos calibres dos
brônquios.
 O objetivo é obter um fluxo expiratório máximo nas diferentes
gerações dos brônquios e com isso deslocar a secreção das
regiões mais distais do pulmão para as mais centrais onde
poderá ser expectorada.
 Porém essa técnica possui a desvantagem de ser limitada pela
idade e pela capacidade de compreensão do paciente, pois é de
difícil aprendizado e requer tempo e treinamento por um
profissional experiente.
TÉCNICA

 Iniciada no VRE até o VRI


 Paciente sentado ou semisentado – 3 fases:
- Deslocar o muco nas porções periféricas dos pulmões
através de respirações com baixos volumes pulmonares;
- Coletar o muco nas vias aéreas médias por meio de
respiração com volume pulmonar baixo ou a nível de volume
corrente
- Eliminar o muco para as vias aéreas centrais por meio de
respirações com altos volumes correntes + huff
TÉCNICA

 No final de cada inspiração há uma pausa respiratória de 2 a 3


segundo, que é importante para mantém as vias aéreas abertas
por um período maior de tempo, possibilitando que o ar chegue
por de trás das secreções nas vias aéreas de pequeno calibre.
FASE 1 - DESLOCAMENTO

 Inicia-se com expiração oral (lenta e forçada) até VRE


 Inspiração de baixo VC
 Pausa pós inspiratória; 2-3 segundos
 Expiração oral lenta até VRE
FASE 2 - COLETA

 Inspiração nasal a médio volume pulmonar


 Pausa pós inspiratória; 2-3 segundos
 Expiração oral lenta até VRE
FASE 3 - ELIMINAÇÃO

 Inspiração nasal a alto volume pulmonar - VC VRI


 Pausa pós inspiratória: 2-3 segundos
 Expiração oral lenta até VC
 Por último realiza a TEF (huff)
DRENAGEM AUTÓGENA

 Em estudo realizado a DA foi comparada à drenagem postural


com percussão torácica, onde foi concluído, que a drenagem
autogênica promoveu menor possibilidade de dessaturação,
produzindo benefícios semelhantes ao da drenagem postural.
(MORGADO, 2002)

 Davidsom et al (1998) compararam a Percussão e Drenagem


postural (PDP) com a DA. Eles concluíram que a DA mostrou-se
mais efetiva do que a PDP na mobilização da secreção.
DRENAGEM AUTÓGENA OU
AUTOGÊNICA(DA)
BAG SQUEEZING
TÉCNICA

 A técnica de Bag Squeezing teve sua primeira descrição em


1968.
 Recurso fisioterapêutico que tem como objetivo mobilizar e
auxiliar na remoção do excesso de secreções brônquicas e
reexpandir áreas pulmonares colapsadas em pacientes sob
ventilação mecânica invasiva.
 Bem estabelecida nas UTI.
 Seus princípios básicos são: hiperinsuflação manual,
vibrocompressão e aspiração
TOSSE
TOSSE DIRIGIDA

 Ação reflexa de defesa do organismo


 Posição: paciente sentado com os pés apoiados (pequena
inclinação anterior do tronco, com os ombros rodados para
frente e antebraços relaxados ou apoiados) ou decúbito dorsal
(cabeceira elevada, joelhos levemente flexionados e pés
apoiados no colchão).
 Inspiração profunda + fechamento da glote + contração dos
músculos abdominais e intercostais (aumento da pressão
intratorácica) + abertura da glote e expulsão do ar.
TOSSE ASSISTIDA

 O fisioterapeuta realiza a pressão manual sobre a região


epigástrica, fornecendo auxílio ao ato de tossir

 O fisioterapeuta posiciona uma das mãos na região póstero-


superior do tórax do paciente, que deve estar sentado, enquanto
a outra mão apoia a região superior
TOSSE INDUZIDA

 Realizada por meio de estimulação manual na traqueia


 TIC-TRAQUEAL: movimentos circulares, laterais ou compressão
na traqueia durante a fase inspiratória
CLASSIFICAÇÃO DA TOSSE

 Tosse eficaz

 Tosse ineficaz

 Tosse seca ou improdutiva

 Tosse úmida ou produtiva


FLUTTER – SHAKER -
ACAPELLA
OSCILADOR ORAL DE ALTA
FREQUÊNCIA

 Flutter – Shaker - Acapella: pressão expiratória, oscilação e


aceleração de fluxo intermitente

 Indicação: PO imediato, DPOC, Asma, fibrose cística, tosse ineficaz.


FLUTTER E SHAKER

 Dispositivos que facilitam a remoção de secreções


 A cada expiração é gerado um pressão positiva expiratória
controlada
 Promove clearance de vias aéreas pela alteração da reologia das
secreções
 Necessita de posicionamento ótimo
ACAPELA

 Dispositivos que facilitam a remoção de secreções


 A cada expiração é gerado um pressão positiva expiratória
controlada
 Promove clearance de vias aéreas pela alteração da reologia das
secreções
 AÇÃO INDEPENDENTE DO POSICIONAMENTO
 Usado em pacientes com baixo fluxo expiratório

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