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Fisioterapia

Aplicada à
Pneumologia
Profa. Me. Francieli Vanessa Gimenez
francieli.gimenez@uniandrade.edu.br
Técnicas e Manobras de
Fisioterapia Respiratória
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

O fenômeno da respiração processa-se pela integração dos pulmões ao


sistema nervoso central e periférico, juntamente com a caixa
torácica e músculos respiratórios. Este mecanismo pode ser alterado
por doenças que acometam qualquer componente desse sistema
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

• A clearance normal das vias aéreas baseia-se em dois mecanismos


básicos: a limpeza mucociliar e a tosse eficaz;

• Quando tais mecanismos encontram-se alterados, promovem um


aumento excessivo de secreção nos pulmões e vias aéreas
respiratórias, prejudicando o transporte do sistema mucociliar, o
que pode resultar em obstrução completa ou parcial das vias
aéreas;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

• A obstrução completa pode acarretar atelectasia e


comprometimento da ventilação em virtude do shunt;

• A obstrução parcial pode aumentar o trabalho respiratório e levar


ao aprisionamento de ar, hiperdistensão e desequilíbrio da relação
ventilação/perfusão;

• A hipersecreção está associada à diminuição da função pulmonar,


sendo grande responsável pela morbidade e mortalidade de
pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

Por exemplo, em pacientes com doenças


neuromusculares em estágio avançado, a
retenção do muco e as complicações
pulmonares decorrentes de seus estados de
mobilidade restrita contribuem
significativamente para a morbidade e a
mortalidade
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

A fisioterapia respiratória contribui para


prevenir e tratar vários aspectos das
desordens respiratórias, tais como
obstrução do fluxo aéreo, retenção de
secreção, alterações da função ventilatória,
dispneia, melhora na performance de
exercícios físicos e da qualidade de vida
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

Nos pacientes pediátricos internados em terapia intensiva,


submetidos ou não à ventilação mecânica, também há indicação de
fisioterapia respiratória em casos de hipersecreção brônquica, pois
há otimização da função cardiopulmonar e redução do agravo
respiratório
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

Manobras cinesioterapêuticas manuais ou manobras de higiene


brônquica são termos utilizados para denotar um conjunto de
técnicas fisioterapêuticas não invasivas, que têm como principais
objetivos o desprendimento e a mobilização de secreções.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

Essas manobras favorecem o desprendimento das secreções desde


os segmentos bronco- -pulmonares distais até os grandes brônquios,
para uma melhor expulsão, promovendo a limpeza das vias aéreas
respiratórias e melhora da troca gasosa, além de prevenir e
minimizar complicações decorrentes das pneumopatias.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

As manobras manuais são realizadas geralmente em combinação ou


associadas a outras técnicas, tais como a drenagem postural e
exercícios respiratórios, tornando-se eficazes na eliminação da
secreção e também na redução de complicações pulmonares
decorrentes de cirurgias, sejam elas abdominais ou torácicas.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

• Os procedimentos intervencionistas de Fisioterapia Respiratória são


descritos como técnicas de higiene brônquica, técnicas de reexpansão e
desinsuflação pulmonar e incentivadores inspiratórios. As técnicas de
higiene brônquica são listadas como sendo aquelas capazes de mobilizar
secreções e prover o seu deslocamento.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
VIBRAÇÃO TORÁCICA

• A vibração é uma técnica de higiene brônquica que tem como objetivo


mobilizar secreções já livres na árvore brônquica em direção aos brônquios
de maior calibre, visando à expulsão de secreções.

• É uma aplicação manual com movimentos oscilatórios que podem ser


combinados a uma compressão aplicados no tórax do paciente,
comumente usada por fisioterapeutas com o objetivo de remover
secreções.

• Utilizando como ideal uma frequência entre 3-17 Hz e a otimização do


mecanismo da tosse via estimulação mecânica das vias aéreas.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
VIBRAÇÃO TORÁCICA

• A vibração consiste em movimentos rítmicos rápidos e intensos, realizados


com as mãos espalmadas, acopladas, e com certa pressão no tórax do
paciente. Tal manobra é realizada com intensidade suficiente para
transmitir uma vibração em nível bronquial; o paciente deve estar em
posição de drenagem postural, quando a mesma não for contraindicada;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
VIBRAÇÃO TORÁCICA

• O fisioterapeuta coloca suas mãos estendidas sobre a região do tórax do


paciente onde há maior acúmulo de secreções; posteriormente efetua-se
uma contração isométrica de ambos os membros superiores, sendo que o
punho e o cotovelo devem permanecer fixos;

• Outros autores descrevem a técnica como uma pressão intermitente da


parede torácica, sacudindo ou realizando um movimento de vai e vem das
mãos, ao invés da contração isométrica dos membros superiores.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
VIBRAÇÃO TORÁCICA

A compressão e oscilação aplicadas durante a vibração produzem alguns


mecanismos fisiológicos, tais como:

• aumento do pico expiratório;


• aumento expiratório do fluxo aéreo,
• carregando o fluxo de muco para a orofaringe;
• aumento do transporte de muco pelo mecanismo de diminuição da
viscosidade da secreção.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
COMPRESSÃO / DESCOMPRESSÃO TORÁCICA

• A compressão torácica é uma técnica que consiste na compressão


realizada na parede torácica durante a fase expiratória do ciclo ventilatório
de forma relativamente brusca objetivando a formação de fluxo turbulento
por aceleração do fluxo expiratório intrapulmonar, objetivando a
mobilização de secreções.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
COMPRESSÃO / DESCOMPRESSÃO TORÁCICA

• A manobra de compressão-descompressão torácica súbita, que é usada


para reexpansão pulmonar, é feita com a colocação das mãos do
fisioterapeuta na base inferior das últimas costelas.

• Enquanto o paciente expira o fisioterapeuta faz uma compressão torácica


para dentro e para baixo, e posteriormente uma descompressão súbita
quando o paciente inicia a inspiração. Isto gera uma elevação no fluxo da
expiração e uma variação súbita de fluxo durante a inspiração, o que
favorece tanto a reexpansão pulmonar quanto a desobstrução das vias
aéreas e a expectoração.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
COMPRESSÃO / DESCOMPRESSÃO TORÁCICA

• Essa manobra permite a expansão máxima possível do gradil costal,


aumentando os diâmetros antero-posterior e latero-lateral do tórax,
proporcionando aumento da expansibilidade do tórax e dos pulmões e
consequente melhora da ventilação. A compressão/descompressão visa,
além do trabalho de expansibilidade torácica, à maior flexibilidade das
articulações costovertebrais, maior mobilidade nas cartilagens
condroesternais.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
DRENAGEM POSTURAL

• A drenagem postural é amplamente empregada na fisioterapia respiratória


e seus efeitos são oriundos da ação gravitacional, é empregada a fim de
melhorar o transporte de muco através da traqueia para mais fácil
expectoração. Na prática diária, tem-se utilizado posições modificadas de
drenagem postural, incluindo decúbito lateral e Trendelenburg de
aproximadamente 15 graus.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
DRENAGEM POSTURAL

• É uma técnica geralmente utilizada para potencializar a ação de outras


manobras da fisioterapia respiratória.

• Quase 100% dos estudos relacionados à drenagem postural associam


outras técnicas a ela, logo, torna-se difícil avaliar até que ponto a remoção
das secreções foi beneficiada pela execução das posturas. Apesar disto,
grande parte destes estudos relatam sucesso na terapia de higiene
brônquica, utilizando a drenagem postural em conjunto com
outras manobras.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
DRENAGEM POSTURAL

• A técnica consiste em posicionar o paciente em decúbitos que favoreçam o


deslocamento das secreções brônquicas, por meio do auxílio da força da
gravidade associada à anatomia das vias aéreas. Durante a aplicação da
técnica, segundo alguns autores, o paciente deverá ficar na posição de
drenagem por, no mínimo, 3 a 15 minutos.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
MANOBRA DE PERCUSSÃO (TAPOTAGEM)

• A percussão é uma técnica eficaz para a higiene brônquica quando feita


corretamente e tem como objetivo descolar as secreções que estão
aderidas aos pulmões.

• A percussão é feita com as mãos em forma de concha (dedos e polegares


em adução), realizando movimentos de flexo-extensão de punhos sobre a
área pulmonar que vão ser drenadas, através de percussões rítmicas,
alternadas, com a mesma intensidade e frequência elevada. Dentre as
contra indicações da técnica têm-se: ruídos sibilantes à ausculta pulmonar,
crise asmática, fraturas de costelas e hipersensibilidade do paciente à dor.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
MANOBRA DE PERCUSSÃO (TAPOTAGEM)

• Esta manobra produz ondas de energia, transmitida através da caixa


torácica para a árvore traqueobrônquica, deslocando secreções das
paredes brônquicas até as áreas centrais de onde serão expelidas ou
aspiradas. Ao realizá-la, o terapeuta posiciona-se de forma confortável,
impondo mobilidade articular adequada com flexo/extensão de punho,
poupando movimentos nas articulações de ombro e cotovelo.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
BAG-SQUEEZING

• É um recurso fisioterapêutico que pode ser utilizado para pacientes que


cursam com quadro de hipersecreção pulmonar e tampões mucosos e que
estejam necessitando da utilização de ventilação artificial, por meio de um
aparelho de ventilação mecânica invasiva.

• Essa manobra consiste na utilização de uma bolsa máscara de


hiperinsuflação pulmonar (ambu®) e das técnicas de vibração e
compressão torácica. O uso de manômetro de pressão é imprescindível
(pressão máxima de 30 cmH20), bem como o uso de soro fisiológico pra
fluidificar a secreção.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
BAG-SQUEEZING

CONTRA-INDICAÇÕES

• Instabilidade hemodinâmica
• Hipertensão intracraniana
• Hemorragia peri-intraventricular grave
• Osteopenia da prematuridade
• Distúrbios hemorrágicos
• Graus acentuados de refluxo gastroesofágico
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
MANOBRA ZEEP

• É uma técnica realizada somente em pacientes que estejam necessitando


de ventilação mecânica invasiva.

• Para realizá-la, é necessário elevar a pressão positiva expiratória final até


um mínimo de 10 cmH2O e num instante depois levar esta pressão até
zero (Zeep) juntamente com a vibrocompressão realizada sobre a parede
torácica.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
MANOBRA ZEEP

• Posteriormente deve-se retornar a pressão expiratória final aos níveis


anteriores aos dos antes da realização da manobra.

• Nesta técnica, observa-se um efeito de desobstrução brônquica, em função


de um alto fluxo expiratório e um importante ganho de volume corrente
quando se retorna a pressão positiva, ao final da expiração aos níveis
normais.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
MANOBRA ZEEP

CONTRA-INDICAÇÕES

• Pacientes hemodinamicamente instáveis


• Pacientes com hipertensão intracraniana
• Recém-nascidos
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

• A tosse como recurso do fisioterapeuta pauta-se na sua capacidade de


prover um aumento do fluxo expiratório e possibilitando a eliminação de
secreções pulmonares. É um fenômeno protetor e depurador das vias
aéreas e um dos mecanismos de defensivos do sistema respiratório.

• Existem dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com
relação à entrada de partículas procedentes do meio externo.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

• Sistema Mucociliar, através do qual os movimentos ciliares impulsionam,


no sentido cranial, uma fina camada de muco com partículas a serem
depuradas.

• A Tosse, ocorrendo por meio de ato reflexo, é o segundo mecanismo


envolvido neste sistema de proteção das vias aéreas inferiores, podendo ser
voluntária ou involuntária.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

Os principais benefícios da tosse são:

• Eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão


positiva pleural, o que determina compressão das vias aéreas de pequeno
calibre, e através da produção de alta velocidade do fluxo nas vias aéreas;

• Proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos;

• É o mais efetivo mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar, como


acontece na mucoviscidose, asma e discinesia ciliar;

• Proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento de


pressão intratorácica)
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

• O ato de tossir está sob controle voluntário e involuntário, e consiste das


fases inspiratória, compressiva e expiratória, seguindo-se a fase de
relaxamento.

• Quanto maior a fase inspiratória, maior será a eficácia da tosse. Assim,


uma inspiração profunda permite um maior volume torácico e dilatação
dos brônquios, o que torna mais eficiente a segunda fase.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

• Na fase compressiva existe fechamento da glote por cerca de 0,2


segundos, e ativação do diafragma e dos músculos da parede torácica e
abdominal que, aumentando a pressão intratorácica até 300 mmHg,
comprimem as vias aéreas e os pulmões.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

• Na fase expiratória há uma abertura súbita da glote com saída do ar em


alta velocidade, podendo atingir fluxos de até 12 L/s, ocasionando o som
característico da tosse.

• O fluxo expiratório na última fase da tosse é gerado mesmo mediante


pequenas variações de pressão positiva intratorácica.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

• Assim, a realização da tosse efetiva pode se dar mesmo em situações nas


quais sejam obtidas pressões bem abaixo das que podem ser produzidas
pela musculatura expiratória.

• Na fase de relaxamento, há relaxamento da musculatura e retorno das


pressões aos níveis basais. Dependendo do estímulo, essas fases podem
resultar em tosse de intensidade leve, moderada ou grave.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
TOSSE

CLASSIFICAÇÃO

• Aguda: é a presença do sintoma por um período de até três semanas.


• Subaguda: tosse persistente por período entre três e oito semanas.
• Crônica: tosse com duração maior que oito semanas.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

• É um procedimento utilizado para remoção de secreções de pacientes que


estejam necessitando de via aérea artificial, ou pacientes hipersecretivos
que se encontrem com alteração no mecanismo de tosse e, portanto, com
ineficiência na eliminação das secreções traqueobrônquicas, realizadas
pelo sistema aberto ou fechado.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

• No sistema de aspiração aberto uma sonda de diâmetro adequado, de


acordo com a via aérea do paciente, é conectada a uma fonte de vácuo,
devendo ser introduzida na via aérea.

• No sistema de aspiração fechado, utilizado por pacientes que estejam


necessitando de via aérea artificial, consiste num dispositivo cuja sonda de
aspiração é completamente protegida por um saco plástico que permanece
adaptado ao ventilador.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Higienizar as mãos;

• Identificar sinais e sintomas que indiquem a necessidade da realização da


intervenção: observar frequência e profundidade da respiração; dificuldade
para respirar (dispneia, esforço respiratório e o uso dos músculos
acessórios); presença de secreções nas vias aéreas superiores (VAS);
estertores, roncos, inquietação, presença de vômito; avaliar os parâmetros
no monitor (FC, Saturação de O2 e PA) e da ventilação mecânica (assistida;
controlada ou espontânea e FIO2);
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;


• Reunir todo o material e organizar próximo do mesmo;
• Proteger a unidade do paciente com biombos ou cortinas;
• Confirmar o número do tubo orotraqueal e o seu posicionamento na rima
labial do paciente;
• Posicionar o paciente em posição de fowler ou semi-fowler;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Proteger os olhos do paciente com gaze não estéril ou compressa;


• Proteger as punções venosas do paciente com o próprio lençol ou com
uma toalha de banho;
• Ajustar a pressão apropriada da fonte de aspiração na régua de gases que
deve ser de 80 a 120mmHg;
• Paramentar-se com a máscara, óculos de proteção e avental de mangas
longas;
• Abrir a ampola de água destilada ou soro fisiológico 0,9%, realizando
desinfecção externa das mesmas com algodão e álcool 70%;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Colocar a ampola em local adequado e próximo do procedimento;


• Abrir o invólucro da sonda de aspiração sem retirá-la do mesmo, mantendo
os princípios de assepsia;
• Conectar o intermediário da sonda à extensão do aspirador;
• Interromper a infusão de dieta enteral caso o paciente esteja recebendo;
• Calçar a luva estéril, a mão dominante deverá permanecer estéril e a mão
não dominante deverá ser considerada contaminada;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Solicitar ao profissional que irá ajudar para hiperventilar com bolsa valva
conectado ao oxigênio (FiO2 à 100%), por pelo menos 30 segundos,
enquanto o profissional responsável pela aspiração calça a luva estéril. O
profissional que irá auxiliar deverá estar paramentado com avental de
manga longa, luvas de procedimento, máscara e óculos;

• Enquanto a hiperventilação é realizada, pegar a sonda estéril com a mão


dominante sem tocar em superfícies, e com a mão não dominante
(contaminada) clampar a borracha do aspirador próximo ao intermediário;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Com a mão estéril introduzir a sonda de forma rápida, mas delicadamente


no tubo traqueal, com o polegar e o indicador, mantendo-a clampeada (não
aplicar sucção);
• Quando o cateter estiver posicionado, libere a pressão negativa e com
movimentos circulares remova a sonda lentamente. A aspiração não deve
durar mais que 15s;
• Repetir o procedimento quantas vezes forem necessárias e de acordo com
as condições clínicas do paciente;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Proceder à aspiração da nasofaringe e em seguida da orofaringe com a


mesma sonda;
• Aplicar o vácuo e fazer movimentos circulares tracionando a sonda de
aspiração. Este procedimento de entrada e retirada da sonda na faringe
deve durar no máximo 15s;
• Se forem necessárias aspirações adicionais, alternar as narinas;
• Proceder à aspiração da orofaringe com a mesma sonda;
• Ao término das aspirações lavar a sonda e a extensão do aspirador com SF
ou AD até limpar;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Desconectar a sonda da extensão do aspirador. Enrolar a sonda em torno


dos dedos da mão dominante, puxar a luva para fora, pelo lado de dentro
de modo que a sonda permaneça dentro da luva;
• Retirar a outra luva da mesma forma. Desprezá-las no recipiente
apropriado;
• Checar no monitor se houve estabilização dos parâmetros do paciente e
realizar ausculta pulmonar;
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ASPIRAÇÃO

Descrição do procedimento (2 pessoas)

• Higienizar as mãos;
• Recolher o material e recompor a unidade;
• Reposicionar o paciente;
• Realizar a anotação do procedimento realizado, quantidade e
características das secreções, dados vitais e eventuais intercorrências.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ACELERAÇÃO DO FLUXO EXPIRATÓRIO (AFE)

• A manobra fisioterapêutica Aceleração de Fluxo Expiratório (AFE) nos


permite eliminar secreções pulmonares presentes em regiões
traqueobrônquicas.

• Ela consiste em um movimento tóracoabdominal sincronizado, gerado


pelas mãos do fisioterapeuta sobre o tempo expiratório que se inicia após
o platô inspiratório sem ultrapassar os limites fisiológicos expiratórios do
paciente.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ACELERAÇÃO DO FLUXO EXPIRATÓRIO (AFE)

• A técnica pode ser passiva, ativo-assistida com a colaboração parcial


através da realização da expiração com a glote aberta, ou ainda ativa com
a colaboração total do paciente para execução da técnica.

• Uma das mãos do fisioterapeuta é colocada sobre o tórax e a outra sobre o


abdome, sendo necessária sensibilidade para pegar o ritmo da respiração
e aplicar a técnica no tempo exato. Pede-se ao paciente uma inspiração
máxima e uma expiração com velocidade superior a uma expiração
normal, sendo que quando atingido o platô inspiratório o terapeuta auxilia
a aceleração do fluxo pela aplicação da manobra.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
ACELERAÇÃO DO FLUXO EXPIRATÓRIO (AFE)

• Com a mão torácica, exerce uma pressão oblíqua de cima para baixo e de
frente para trás e, ao mesmo tempo, com a mão abdominal, efetua uma
pressão também obliqua, mas em sentido oposto de baixo para cima e de
frente para trás.

• Para deslocar pequenos volumes de secreção, a velocidade do fluxo


expiratório deve ser maior, enquanto que grandes volumes serão
deslocados com velocidade menos intensa.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA (ELTGOL)

• A expiração lenta total com a glote aberta (ELTGOL), é vista como manobra
de desobstrução brônquica com expiração lenta. Possibilita o
estreitamento das vias aéreas e, consequentemente, o aumento da
interação gás-líquido, facilitando o arrasto dinâmico de secreções das vias
aéreas médias até as centrais, promovendo a remoção de secreção,
melhora de clearance (depuração) de vias aéreas periféricas, a dispneia; e
diminui a exacerbações de doenças.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA (ELTGOL)

• Para realização da técnica, o paciente deverá deitar em decúbito lateral, o


pulmão a ser tratado deve ficar na posição dependente, ou seja, em
contato com a maca, e efetuar expirações lentas com a glote aberta
(utilizando um bocal), iniciando da capacidade residual funcional (CRF) até
o volume residual (VR).

• Durante a execução da manobra, o fisioterapeuta deverá colocar uma das


mãos na porção infralateral do abdome e a oura na porção supralateral do
tórax. Na expiração, o terapeuta deve aproximar suas mãos, ocasionando
uma espécie de “torção” no tronco do paciente. A glote deve manter-se
aberta para que o terapeuta possa escutar o deslocamento das secreções.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA (ELTGOL)

• A “torção” executada no tronco do paciente aumenta a pressão intra-


abdominal, para deslocar o diafragma superiormente, facilitando a
passagem do fluxo aéreo, removendo as secreções para as vias aéreas
mais centrais.

• A posição do paciente com o pulmão afetado favorece a mecânica


diafragmática, associada aos efeitos da ventilação regional, que é
teoricamente maior em bases (ao menos em indivíduos sem patologia
pulmonar prévia).
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA (ELTGOL)

A manobra deve ser executada


em pacientes cooperativos, pois
existe alteração dos volumes
durante a ventilação.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
HUFFING E TÉCNICA EXPIRAÇÃO FORÇADA (TEF)

• O huffing pode ser visto como uma técnica de tosse dirigida modificada.
Se tomarmos as fases da tosse reflexa como referência, a diferença entre o
huffing e a tosse estará na fase irritativa e na compressiva, uma vez que,
na manobra, essas fases não estão presentes. . O huffing é um tipo de
tosse voluntária, não há fase irritativa.

• Na fase compressiva da tosse reflexa, a glote deverá estar fechada; já no


huffing, a glote permanece aberta durante o procedimento.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
HUFFING E TÉCNICA EXPIRAÇÃO FORÇADA (TEF)

• A expiração forçada (TEF) é a execução de uma ou mais técnicas de


huffing, com a realização de um controle de ventilação (exercício
diafragmático). É usada como parte das técnicas desobstrutivas,
principalmente quando a tosse espontânea não é eficiente e trata-se de
uma pessoa hipersecretiva.

• Recomendam que o huffing deve ser efetuado com o paciente em uma


posição que favorece a mecânica de contração da musculatura expiratória,
a posição sentada deverá ser priorizada. Essa técnica pode ser dividida em
dois tipos:
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
HUFFING E TÉCNICA EXPIRAÇÃO FORÇADA (TEF)

• O huffing utilizando altos fluxos e volumes, em que o paciente deverá


realizar uma inspiração profunda e depois abrir a boca e colocar a língua
para fora, para manter a glote aberta, e por fim, devese solicitar uma
expiração rápida, mantendo a glote aberta;

• O huffing realizado com baixos fluxos e volumes, a diferença está apenas


no volume inicial, que deve começar de volumes mais baixos, e no fluxo
expiratório, que deve ser realizado de forma mais lenta.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
HUFFING E TÉCNICA EXPIRAÇÃO FORÇADA (TEF)

• Apesar do fluxo lento, a duração do huffing com baixos volumes e fluxos


deve ser o bastante para deslocar as secreções. Essa manobra poderá
também ser utilizada no pós-operatório de cirurgia torácicas, cardíacas e
abdominais.

• Nesse caso, o terapeuta deve orientar o paciente a utilizar um apoio sobre


a incisão cirúrgica esternal, que pode ser um travesseiro para ajudar no
huffing ou na tosse, acelerando e aumentando o fluxo aéreo, e, por meio
de um fluxo turbulento, eliminar as secreções da árvore brônquica.
TÉCNICAS E MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

Referências Bibliográficas

• GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.


• MACHADO, M. G. R. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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