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ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM

SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

PARTE 1
RECONHECIMENTO DA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA

Karina Monteiro
Especialista em Terapia Intensiva – AMIB
karinamonteirouti@hotmail.com
OBJETIVOS DO MÓDULO

Identificar Identificar
Avaliar uma uma PCR e uma PCR e
vítima de iniciar as participar
PCR manobras do suporte
básicas avançado

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Equipe bem treinada
Aplicar medidas terapêuticas de
forma sistematizada, visando a um
melhor resultado

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TEMPO É
CÉREBRO karinamonteirouti@hotmail.com
A IMPORTÂNCIA DO TEMPO

• Na PCR, a cada minuto passado, cai em 10% a chance de


reversão

• Após 10 minutos sem nenhuma manobra, a reversão é


improvável

• Com manobras eficientes, prolonga-se este tempo

• Com a desfibrilação precoce, o sucesso ocorre entre 40 a 70%

• O sucesso da desfibrilação depende do tempo entre o início


da arritmia e a administração do choque

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RECOMENDAÇÕES
UNIVERSAIS
• Luvas de procedimento

• Óculos de proteção

• Máscara

• Capote

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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

• Dor torácica
• Sudorese
• Tontura
• Parada de sangramento prévio

• Inconsciência
• Inexistência de esforço respiratório
• Ausência de pulso palpável
• Ausência de resposta a estímulo

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Na dúvida, assuma que o
paciente está em PCR
Não perca mais de 10s na procura de pulso central

2020: preferência a iniciar as compressões, mesmo sem checar pulso

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SISTEMA DE ALERTA PRECOCE

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Assistolia Atividade elétrica sem pulso

Taquicardia ventricular sem pulso Fibrilação ventricular

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ASSISTOLIA

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ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO – AESP

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TAQUICARDIA VENTRICULAR
TAQUICARDIA VENTRICULAR

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FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

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PARTE 2
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Fonte: Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA para RCP e ACE

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SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV / BLS)

Sequência primária de ações para salvar vidas


(caracteriza-se por não realizar manobras invasivas)
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV / BLS)

© 2020 American Heart Association, Inc.

• Depende de uma sequência de procedimentos sistematizada em uma corrente de sobrevivência

• Elos: ações com impacto na sobrevivência e que não podem ser consideradas isoladamente
• Evidências científicas recentes têm apontado para uma necessidade de mudança de foco e de fluxo, alterando

toda a sequência de ações da RCP


• Um sexto elo, ‘Recuperação’, foi adicionado às cadeias de sobrevivência da PCRIH e PCREH.

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C CIRCULAÇÃO A VIA AÉREA B RESPIRAÇÃO

2010, 2015 e 2020


• As compressões torácicas são iniciadas mais cedo e o atraso na
ventilação será mínimo
• Começar com compressões torácicas pode encorajar mais
socorristas a iniciar a RCP

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CABD PRIMÁRIO
Checar responsividade e respiração

Chamar por ajuda


C (Circulation) →
Checar o pulso da vítima

Compressões (30 compressões)


A (Airway) → Abertura das vias aéreas
B (Breath) → Boa ventilação (2 ventilações)
D (Desfibrilation) → Desfibrilação

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C - CIRCULAÇÃO
Reconhecimento de uma possível PCR!

Checar responsividade e respiração


• Atentar para o gaspping
Chamar por ajuda
Checar o pulso
• Carotídeo ou Femoral
• 10 segundos!

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C - CIRCULAÇÃO

Compressões (30 compressões iniciais)


• Coloque a palma de uma das mãos no
centro do peito (linha mamillar)
• Coloque a outra mão em cima
• Comprima o peito
– Profundidade 5cm
– Obter o retorno total do tórax após cada
compressão

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DISPOSITIVOS MECÂNICOS DE
COMPRESSÃO TORÁCICA
SITUAÇÕES NAS QUAIS COMPRESSÕES
TORÁCICAS MANUAIS CONSISTENTES E DE ALTA
QUALIDADE NÃO SÃO POSSÍVEIS

EM AMBULÂNCIA EM MOVIMENTO

RCP PROLONGADA

NÚMERO LIMITADO DE
PROFISSIONAIS DISPONÍVEIS

DURANTE PREPARAÇÃO PARA


SUPORTE CARDIOPULMONAR
EXTRACORPÓREO (ECMO)

Sobrevida semelhante entre o grupo submetido a


compressões mecânicas e manual
Um ensaio clinico randomizado
controlado relatou um aumento
de 25% na sobrevivência depois
da alta hospitalar após RCP
quando houve feedback de áudio
avaliando a profundidade da
compressão e o retorno do tórax
(Dispositivo de Feedback)
© 2020 American Heart Association, Inc.
A – AIRWAY (ABERTURA DAS VIAS AEREAS)
Abertura das vias aéreas
INCLINAÇÃO DA CABEÇA E ELEVAÇÃO DO QUEIXO
• Manobra mais utilizada, fácil e efetiva
• Com uma das mãos, pressionar a testa do
paciente, inclinando a cabeça levemente
para trás (hiperextensão do pescoço)
• Posicione os dedos da outra mão sobre o
queixo, deslocando a mandíbula para
cima
• Manter a boca do paciente aberta

PARA NÃO RETARDAR AS COMPRESSÕES TORÁCICAS,


A ABERTURA DAS VIAS AÉREAS DEVE SER FEITA SOMENTE
DEPOIS DE APLICAR 30 COMPRESSÕES
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A – AIRWAY (ABERTURA DAS VIAS AEREAS)

ELEVAÇÃO DO ÂNGULO DA MANDÍBULA


• Pacientes com suspeita de TRM (pode ser realizada sem
estender o pescoço)
• Segurar com as duas mãos os ângulos da mandíbula, uma de
cada lado, e deslocar anteriormente, mantendo a cabeça fixa
• Com os polegares, afastar os lábios
B – BREATH (BOA VENTILAÇÃO)
• Realizar ventilação de resgate: 2 insuflações, com
duração de 1 segundo cada
• Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações

VENTILAÇÕES COM BOLSA-


VÁLVULA-MÁSCARA
Usada com 2 profissionais, um responsável
pelas compressões e outro pelas
ventilações

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IMPORTANTE!
▪ Ventilações: proporção de 30 compressões para 2 ventilações
(30:2), com um segundo de duração cada, ofertando ar
suficiente para promover a elevação do tórax

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IMPORTANTE!
▪ Quando possível, intercalar as compressões com outra
pessoa a cada 2 minutos
▪ Frequência de compressões de, no mínimo, 100/min
▪ Minimizar o número e a duração das interrupções nas
compressões

As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto:


se a vítima se movimentar, durante a fase de análise do
desfibrilador, posicionamento de via aérea avançada ou
exaustão do socorrista

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Fonte: Destaques da Atualização das Diretrizes
da AHA para RCP e ACE

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D – DESFIBRILAÇÃO
▪ Único tratamento para uma PCR em FV ou
TV sem pulso
▪ Pode ser realizada com um equipamento
manual (somente manuseado pelo médico)
ou pode ser feita com um DEA (desfibrilador
externo automático), que poderá ser usado
por qualquer pessoa

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DESFIBRILADOR
EXTERNO
AUTOMÁTICO

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TAQUICARDIA VENTRICULAR

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FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

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D – DESFIBRILAÇÃO

Deverá ser A cada 2 Se o DEA não


usado assim que O tempo ideal
para a aplicação minutos, o DEA indicar choque, Reduzir o tempo
estiver analisa o ritmo e reiniciar entre a
disponível do primeiro
choque é nos indica outro imediatamente compressão e a
primeiros 3 a 5 choque, se a RCP aplicação do
minutos da PCR necessário choque e o
reinicio imediato
das
compressões

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ENQUANTO NÃO CHEGAR O CARRINHO DE PARADA
COM MEDICAMENTOS E DEMAIS MATERIAIS, ESTE
PROCESSO É DENOMINADO

BASIC LIFE SUPORT, OU SUPORTE BÁSICO DE VIDA

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PARTE 3
SUPORTE AVANÇADO DE
VIDA
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (ACLS)
Caracteriza-se pela realização de procedimentos invasivos de
suporte ventilatório e circulatório
▪ Intubação orotraqueal
▪ Acesso venoso
▪ Administração de medicamentos

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SEQUÊNCIA DO ACLS

D (Diagnostic) →
Diagnóstico
C (Circulation) → Diferencial /
Acesso venoso Medicamentos
B (Breath) → Monitorização
Respiração /
Ventilação

A (Airway) →
Abertura das
vias aéreas

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A – AIRWAY (ABERTURA DAS VIAS AEREAS)

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B – BREATH (VENTILAÇÃO)

• Checar Posicionamento do Tubo


• Auscultar primeiramente epigástrio
• Depois, auscultar o tórax em bases e ápices,
bilateralmente, iniciando pelo pulmão
esquerdo
• Checagem com capnografia

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SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (ACLS)
• Quando uma via aérea avançada estiver instalada, o
primeiro profissional fará compressões torácicas
contínuas, e o segundo fará UMA ventilação a cada 6
segundos (totalizando 8 a 10 ventilações por minuto)
• Não pausar as compressões para aplicar as
ventilações
• Não conectar ao ventilador mecânico

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C – CIRCULATION (ACESSO VENOSO / MONITORIZAÇÃO)
• Acesso venoso periférico calibroso

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C – CIRCULATION (ACESSO VENOSO / MONITORIZAÇÃO)
• Acesso venoso central

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C – CIRCULATION (ACESSO VENOSO / MONITORIZAÇÃO)
• Acesso Intraósseo

A via intravenosa foi associada a


melhores resultados clínicos em
estudos retrospectivos

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C – CIRCULATION (ACESSO VENOSO / MONITORIZAÇÃO)

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D – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

▪ Hipovolemia ▪ Tamponamento Cardíaco


▪ Hipóxia ▪ Tromboembolismo Pulmonar
▪ Hipotermia ▪ Trombose Coronariana (IAM)
▪ Hipoglicemia ▪ Tensão (Pneumotórax hipertensivo)
▪ Hipocalemia / Hipercalemia ▪ Toxinas
▪ H+ (Acidose respiratória ou metabólica)

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Solução dispolarazante
e Gluconato de calcio

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D – DROGAS

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D – DESFIBRILAÇÃO

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D – DESFIBRILAÇÃO

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D – DESFIBRILAÇÃO

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D – DESFIBRILAÇÃO

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▪ A prioridade continua:
manter massagem cardíaca
eficaz e desfibrilar o mais
precoce possível (FV/TV)
▪ Assim que o desfibrilador
estiver disponível, deve ser
colocado no paciente, mesmo
que isso interrompa um ciclo
de massagem
▪ No caso da FV/TV, a
prioridade é realizar
desfibrilação e reiniciar a
massagem cardíaca
▪ Nos ritmos em assistolia ou
atividade elétrica sem pulso
(AESP), a prioridade é a
administração precoce de
adrenalina
TAQUICARDIA VENTRICULAR

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FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

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No caso da FV/TV, a
prioridade é realizar
desfibrilação e reiniciar a
massagem cardíaca

Nos ritmos em assistolia


ou AESP, a prioridade é a
administração precoce
de adrenalina

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Uso de parâmetros fisiológicos:
pressão arterial e ETCO2 para
monitorar a qualidade da RCP
(depende da presença de um TOT e/ou de
acesso arterial)

Valor de ETCO2 de,


pelo menos,
10mmHg
(idealmente
20mmHg ou mais)
Todo paciente que apresenta PCR
tem lesões em órgãos-alvo Sobreviventes de PCR precisam de
decorrentes do período de má avaliação de reabilitação multimodal,
oxigenação e má perfusão dos tratamento para prejuízos
fisiológicos, neurológicos e cognitivos
tecidos. antes da alta do hospital. Pacientes e
cuidadores devem ter planejamento
de alta multidisciplinar, para garantir
bem-estar físico, cognitivo e
emocional e o retorno ao
funcionamento social e profissional.
CUIDADOS PÓS-PCR

▪ Atenção à oxigenação, controle da PA, avaliação da


intervenção coronária percutânea, controle direcionado de
temperatura e neuroprognóstico multimodal.
▪ Objetivos:
▪ Evitar hipotensão, hipóxia e hiperóxia
▪ PaCO2 35 – 45mmHg
▪ Detecção e tratamento de convulsões
▪ Controle direcionado da temperatura
▪ Normoglicemia
CUIDADOS PÓS-PCR
▪ Lesão cerebral hipóxico-isquêmica, convulsões clínicas,
mioclonias e atividade epileptiforme no EEG são comuns, com
sobreposição e incidência entre 20% e 30%.

▪ Hipotermia (temperatura entre 32 e 36o): maiores benefícios


notados nos pacientes cuja parada foi presenciada, quando o
ritmo era chocável (FV/TV) e naqueles com probabilidade maior
de lesão neurológica – atenção às complicações.
Fonte:
Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA karinamonteirouti@hotmail.com
para RCP e ACE
Debriefings para
profissionais

Permitir uma análise do


desempenho da equipe
(melhoria da educação e da
qualidade), além do
reconhecimento dos
fatores de estresse
associados ao atendimento
de um paciente em PCR
(possibilidade de ansiedade
ou estresse pós-
traumático)
QUANDO PARAR?
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