Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Parada cardiorrespiratória (PCR): A cessação súbita da função mecânica OBS: Taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular são
cardíaca com consequente colapso hemodinâmico. São eventos que foram ritmos chocáveis, dessa forma a utilização precoce do desfibrilador é
rapidamente detectados, enquanto ainda há possibilidade de retorno da essencial.
circulação espontânea por meio de ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
A sobrevida mundial de pacientes adultos com PCR extra-hospitalar é de
aproximadamente 7%. A PCR intra-hospitalar apresenta maior chance de
sobrevida, as taxas de sobrevivência até a alta são maiores, em torno de
Diagnóstico
25%.
Para o correto diagnóstico da PCR, devemos verificar se a vítima apresenta:
1. Ausência de resposta:
Chame em voz alta e toque vigorosamente nos dois ombros.
2. Ausência de pulso central:
Checar pulso carotídeo ou femoral.
Se houver dúvida ou o pulso não for detectado em até 10 segundos, A: Taquicardia ventricular sem pulso; B: Atividade elétrica sem pulso;
a RCP deverá ser iniciada C: Fibrilação ventricular; D: Assistolia
I. Causas de parada cardiorrespiratória
Na maioria das vezes, a PCR é decorrente de patologias cardíacas,
destacando-se o infarto agudo do miocárdio (IAM). E as outras causas mais
comuns, são: Tratamento
Insuficiência respiratória/asfixia
O suporte básico de vida (BLS) contém o alicerce de conhecimentos
Overdose necessários para salvar vidas após uma PCR e deve ser disseminado entre
Hemorragia médicos, profissionais de saúde e leigos.
Afogamento
Os aspectos fundamentais do BLS em adultos incluem:
A causa metabólica mais comum de PCR é a hipercalemia, frequentemente
observada em pacientes com insuficiência renal. Reconhecimento imediato de parada cardiorrespiratória.
Ativação imediata do sistema de resposta a emergências.
II. Ritmos
RCP precoce e de alta qualidade.
Ritmos cardíacos encontrados em pacientes em parada cardiorrespiratória Desfibrilação rápida.
(PCR), são: Manuseio básico da via aérea.
I. Segurança da cena
Taquicardia ventricular – sem pulso
Atividade elétrica sem pulso Antes de avaliar a vítima e iniciar qualquer atendimento, é imprescindível
Fibrilação ventricular garantir a segurança da cena.
Assistolia
A segurança do profissional e de sua equipe sobrepuja a necessidade de Compressões acima de 120/min aumentam a chance de aprofundamento
atendimento de qualquer paciente. torácico inadequado, e profundidade acima de 6 cm está associada ao
aumento de lesões intratorácicas; portanto, a AHA preconiza:
II. Chamar ajuda
Local: metade inferior do esterno, com a palma da mão não
Um passo muitas vezes negligenciado no protocolo do BLS é “chamar dominante sobre o dorso da mão dominante, dedos entrelaçados e
ajuda”. É um procedimento muito importante e deve ser sempre frisado, braços completamente estendidos, perpendiculares ao tórax do
principalmente com prestadores leigos. paciente. Comprimir com região hipotenar da mão dominante.
PCR Intra-hospitalar Velocidade: 100 a 120 por minuto e minimizar as interrupções entre
as compressões.
Profundidade: deprimir o tórax entre 5 e 6 cm.
Não se apoiar no tórax do paciente, permitindo a expansão torácica
após cada compressão.
PCR Extra-hospitalar
Técnicas de ventilação A indicação da via aérea avançada é obrigatória se a ventilação com bolsa-
máscara é inadequada
Síncrona (em paciente sem via aérea avançada): devem ser A obtenção de uma via aérea avançada (IOT) tem grande potencial de ser
entregues 2 ventilações (por 1 segundo cada) a cada 30 nociva para a RCP, porque pode cursar com piora da oxigenação e ventilação
compressões, com volume de 500-600 mL (1/3 do volume do no procedimento, interrupções das compressões, inserção inadequada,
dispositivo bolsa-válvula-máscara [AMBU]) e maior FiO2 possível sangramento ou aspiração de conteúdo gástrico. No entanto, deve ser
Assíncrona (em paciente com via aérea avançada ou em RCP considerada caso a vítima não esteja sendo ventilada adequadamente com
realizada por times de alta performance): devem ser entregues 1 ventilação não invasiva
ventilação (por 1 segundo) a cada 6 segundos com volume de 500 Os dispositivos de via aérea avançada incluem o tubo orotraqueal, o tubo
mL (cerca de 1/3 do volume do AMBU) e maior FiO2 possível. laríngeo e a cânula de Guedel
Ventilação boca a boca/boca a máscara
Deve ser realizada somente por profissionais treinados, capazes e
dispostos a ofertar a manobra. Caso contrário, estão autorizados a
realizar apenas compressões torácicas. Para realizar a manobra:
Colocar-se lateralmente a vítima.
Abrir a via aérea com a manobra de chin lift (se ausência de
suspeita de trauma cervical).
Ocluir a cavidade nasal com o polegar e o indicador em um
movimento de pinça para prevenir escape de ar.
A AESP é definida pela ausência de pulso palpável na vigência de
atividade elétrica cardíaca organizada, e abrange numerosas causas
Esse ritmo pode ser a causa inicial da PCR ou pode ser decorrente
da piora clínica do paciente em uma PCR prolongada
5 “Hs” e 5 “Ts”
II. Tratamento
a. Via área avançada
b. Via de administração de drogas
É necessária uma via de administração segura, sendo a ordem de
preferência: Acesso venoso periférico Acesso Intraósseo
Acesso venoso central Acesso via tudo endotraqueal
Acesso venoso periférico: O acesso venoso periférico é a primeira
O suporte avançado de vida envolve:
escolha como via de administração de medicações, pois é mais
Reanimação cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade. estudado e acessível. Além disso, a biodisponibilidade das drogas
Desfibrilação. por via endovenosa é conhecida
Suplementação de oxigênio e dispositivos de via aérea avançada. Acesso intraósseo: A disponibilidade de kits de acesso intraósseo
Acesso venoso ou intraósseo e drogas. para rápida infusão de volume e vasopressores se tornou uma
Dispositivos de compressão mecânica. excelente alternativa ao AVP e um substituto ao AVC durante a PCR.
Acesso venoso central: A passagem de um acesso venoso central
Dispositivos de oxigenação por membrana extracorpórea.
demanda tempo e, devido à largura do cateter, não é possível a
I. Diagnóstico
administração rápida de grandes volumes. Assim, não
Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso recomendamos sua passagem de rotina em PCR.
Em gestantes, a principal causa de PCR é a traumática. Caso a idade primeiramente 2 ventilações de resgate. Após as ventilações, se o pulso for
gestacional seja de mais de 20 semanas com fundo uterino acima do umbigo, é ausente, deverá ser iniciado o BLS/ACLS.
indicado o deslocamento manual uterino para a direita, durante as compressões
Após 4 minutos de RCP sem RCE em gestantes com mais de 23 semanas,
deve-se considerar a cesariana de emergência, para aumentar a sobrevivência III. Intoxicação por Opioides
não só do feto, mas também da mãe
A intoxicação por opioides está associada a depressão respiratória e do
sistema nervoso central que pode progredir para PCR.
É recomendada a administração intranasal (IN), intravenosa (IV) ou
intramuscular (IM) de naloxone em pacientes em PCR com suspeita ou
diagnóstico definido de intoxicação por opioides. A dose sugerida do
naloxone depende da gravidade do quadro apresentado. Em casos de
apneia, a dose recomendada é 2 mg por via endovenosa. Caso haja
resposta inicial, a dose pode ser repetida a cada 3 minutos até de dose
total de 10 mg. A duração do efeito varia conforme a dose tóxica de
opioide.
O manejo pós-PCR é complexo e foca em várias condições delicadas
simultaneamente, como:
Determinação da causa da PCR e seu correto tratamento.
Minimização da lesão cerebral.
Manejo da disfunção cardiovascular.
Manejo de problemas consequentes à lesão induzida por isquemia-
Após 4 minutos de RCP sem RCE em gestantes com 23 semanas de
reperfusão
gestação ou mais, preconiza-se a cesárea perimortem, pois essa medida
I. Controle de temperatura
A hipotermia terapêutica (temperatura central entre 32 e 34°C) e o controle
ativo de temperatura (objetivo de temperatura central menor que 36°C)
demonstraram-se potencialmente benéficos por minimizarem a lesão
cerebral em todos os pacientes pós-PCR, independentemente da arritmia na
apresentação e do local onde ocorreu (extra ou intra-hospitalar).
De modo geral, existe uma necessidade de controle da temperatura, a fim
de se otimizar a sobrevida e a evolução neurológica. Indica-se
universalmente a todo paciente após retorno a circulação espontânea que
não obedeça a comandos ou não apresente movimentação intencional.
II. Controle glicêmico
É essencial o controle dos níveis glicêmicos, uma vez que hiperglicemia se
associa a piores desfechos em pacientes pós-PCR. Orienta-se manter a
glicemia entre 140 e 180 mg/dL.
A hipoglicemia também se associa a eventos diversos; logo, não se
recomenda controle intensivo de glicemia (alvos entre 70 e 108 mg/dL),
devido ao aumento de sua incidência.
III. Exames
Dentre os exames que devemos solicitar para todos os pacientes pós parada,
podemos citar: ECG, troponinas, gasometria arterial, hemograma e radiografia
de tórax
O controle ativo da temperatura tem como principal benefício a melhora do
prognóstico neurológico, sendo recomendada uma temperatura central entre 28
e 32°C
O controle glicêmico também deve estar nos cuidados pós parada, sendo que
tanto hiper quanto hipoglicemia são prejudiciais ao paciente. A orientação é
manter a glicemia entre 140 e 180 mg/dL