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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DISCIPLINA DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA


PROFESSOR EWERTON NUNES MORAIS

RELATO DE CASO ENVOLVENDO PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E


CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

Aluno: Iago Perboni Coutinho de Souza


Matrícula: 201920052

Relato de caso de parada cardiorrespiratória súbita. Será dada ênfase nos 5 elos
da cadeia de sobrevivência.

Parada Cardiorrespiratória Prolongada Tratada com Sucesso no Metrô de São


Paulo

Homem, 55 anos, origem nipônica, comerciante, com antecedentes de hipertensão


arterial. Estava em uma das estações do Metrô de São Paulo quando sentiu forte dor
precordial em aperto, constante, acompanhada de tontura e evoluindo para perda de
consciência. Usuários acionaram os funcionários do metrô (leigos treinados em RCP)
que constataram PCR e iniciaram o atendimento. Solicitaram o DEA e começaram a
aplicar CTC de imediato. todos seguidos de CTC. Após o quinto choque, a vítima
voltou a respirar ainda que inconsciente, não sendo mais indicada desfibrilação nas
análises subsequentes. Avaliando a leitura do DEA, após o último choque, o paciente
evoluíra para um ritmo sinusal, por isso não foram indicados mais choques (Figura 1).
Os socorristas se revezaram a cada dois minutos de CTC. Com a chegada do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), foram realizadas intubação orotraqueal,
medicações e cuidados necessários.
A vítima foi encaminhada para um hospital secundário, dando entrada inconsciente,
em ritmo sinusal, com frequência cardíaca de 130 bpm, pressão arterial de 160 x 100
mmHg, frequência respiratória de 16 rpm, pupilas isocóricas e reativas, murmúrio
vesicular presente, abdome flácido à palpação e Glasgow de 6. O infarto agudo do
miocárdio foi confirmado pela elevação do segmento ST nas derivações inferiores e
pela elevação de troponina e CKMB. O paciente foi submetido à terapêutica
trombolítica com estreptoquinase, com critérios de reperfusão miocárdica. Durante a
internação, adquiriu broncopneumonia associada à ventilação mecânica. Recebeu alta
hospitalar após 19 dias, sem sequelas neurológicas. Depois de um ano do ocorrido, o
paciente encontrava-se assintomático, com vida ativa e realizando acompanhamento
ambulatorial.

Ocorrida a intercorrência deve-se , em primeiro lugar, averiguar a segurança do


local. Em seguida deve-se constatar a parada cardiorrespiratória através da checagem do
pulso carotídeo e da respiração para dar prosseguimento aos 5 elos da cadeia de
sobrevivência.

1º elo da cadeia de sobrevicência: Pedir ajuda

Ao detectar a PCR deve-se pedir para alguém ligar para emergência médica (SAMU)
pelo número 192 ou em ausência de alguém próximo para executar essa tarefa, deve-se
ligar o mais rápido possível para o SAMU para solicitação de Desfibrilador Externo
Automático (DEA)

2º elo da cadeia de sobrevivência: Suporte Básico de Vida

Em situações de diagnóstico de PCR, a reanimação cardiopulmonar deve ser


iniciada da seguinte forma: contrações, seguida da abertura dos canais aéreos e
insuflações, na proporção de duas ventilações a cada 30 compressões.
Compressões eficientes são caracterizadas pela frequência de 100 a 120
compressões por minuto, deprimindo o tórax entre 5 e 6 cm, com completo retorno. O
reanimador deve posicionar-se ao lado do paciente e, com os braços bem estendidos,
depositar a força de seus movimentos com as mãos entrelaçadas aproximadamente dois
dedos acima do processo xifóide (limite inferior) do esterno.
Para insuflações eficientes deve-se haver a abertura das vias aéreas com
inclinação da cabeça, elevação do queixo e anteriorização da mandíbula, possibilitando
a visualização da via aérea. Procedimentos corretos resultam na elevação visível do
tórax.

3º elo da cadeia de sobrevivência: Desfibrilação

Com a presença de um DEA, deve-se instalar os eletrodos (o direito abaixo da


clavícula e o esquerdo na região infra-mamária, logo abaixo do mamilo) no lado
esquerdo do tórax sem roupa e seco da vítima (jamais deve ser feito o procedimento
com o paciente molhado), sem interromper as compressões torácicas. Ao ligar o
aparelho, as compressões devem ser interrompidas somente quando o equipamento
solicitar análise. Em caso de indicação de choque, deve-se solicitar que todos se afastem
do contato com o paciente e reiniciar a RCP, pelas compressões, logo após o choque.
Caso a vítima apresente sinais de circulação, a RCP deve ser interrompida.

4º elo da cadeia de sobrevivência: Suporte Avançado de Vida

Com a chegada dos profissionais de saúde do SAMU e paralelamente às


manobras de RCP, tem-se manobras de suporte avançado de vida, como a intubação do
paciente, para evitar hipóxia.

5º elo da cadeia de sobrevivência: Cuidados pós-RCP


Após a estabilização dos batimentos cardíacos, já em um hospital, realiza-se um
trabalho multiprofissional visando a recuperação das condições de saúde do paciente,
buscando sanar os problemas causadores da PCR e os problemas decorrentes da RCP
(fraturas , por exemplo)

Observou-se com o caso que os 5 elos da sobrevivência foram desencadeados


com maestria.

Referências

Treinamento de emergências cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Protocolos de Suporte Básico de Vida do SAMU

Parada Cardiorrespiratória Prolongada Tratada com Sucesso no Metrô de São Paulo,


Renan Gianotto-Oliveira, Maria Helena Favarato, Maria Margarita Gonzalez, Thiago
Liguori, Sergio Timerman, Roberto Kalil Filho

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