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INFECTOLOGIA

P R O F. S E R G I O B E D U S C H I F I L H O

ARBOVIROSES: DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA

FEVEREIRO/2022
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

APRESENTAÇÃO:

PROF. SERGIO
BEDUSCHI FILHO
Revalidando(a), este é um livro que você deve
ler com muito carinho para sua preparação, pois o tema
“arboviroses” é frequente em provas de Revalidação. Serão
abordadas aqui as três principais arboviroses: dengue,
chikungunya e zika. Juntas, essas doenças correspondem
a cerca de 6% das questões de infectologia em provas do
Revalida. Quando analisamos por instituição, notamos que
8% das questões de infectologia do INEP e 3% daquelas da
UFMT são sobre arboviroses.
A tabela 1 demonstra a frequência de questões
sobre cada arbovirose. Já a tabela 2 mostra em detalhes
cada tópico cobrado.

@profsergioinfecto

Estratégia MED @estrategiamed

t.me/estrategiamed /estrategiamed
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Tópico Frequência
Dengue 73%
Zika 18%
Chikungunya 9%
Tabela 1 - Distribuição das arboviroses em provas de Revalidação (UFMT e INEP).

Tópico Frequência
Dengue – Manifestações clínicas 54%
Dengue – Tratamento 54%
Dengue – Prevenção 9%
Zika – Avaliação de gestantes 18%
Chikungunya – Manifestações clínicas 9%
Chikungunya – Tratamento 9%
Tabela 2 – Engenharia reversa detalhada sobre arboviroses em provas do Revalida (INEP e UFMT). Perceba que a soma é superior a 100%, pois
uma questão pode incluir mais de um tópico.
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Em sua preparação para o Revalida, você deve ser cobrados, é importante que você saiba fazer o diagnóstico
capaz de reconhecer o quadro clínico de dengue, classificar diferencial entre essas duas arboviroses e dengue, além de
a doença de acordo com o grupo de risco e indicar o recomendar o tratamento adequado.
tratamento correto. Em posse desse conhecimento, você A avaliação de gestantes com suspeita de zika
será capaz de resolver mais da metade das questões sobre também deve fazer parte do seu arsenal de conhecimento,
arboviroses! pois já apareceu algumas vezes em provas de Revalidação.
Embora zika e chikungunya sejam temas menos

Até hoje, a prova da UFMT só cobrou questões sobre dengue. A prova do INEP é mais abrangente, incluindo
questões sobre zika e chikungunya.
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

SUMÁRIO

1.0 ARBOVIROSES – INTRODUÇÃO 7


2.0 TRANSMISSÃO DAS ARBOVIROSES 7
3.0 DENGUE 8
3.1 DENGUE - EPIDEMIOLOGIA 8

3.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E FISIOPATOLOGIA 8

3.2.1 FASE FEBRIL 8

3.2.2 FASE CRÍTICA 10

3.2.3 FASE DE RECUPERAÇÃO 12

3.3 CLASSIFICAÇÃO DA DENGUE 12

3.3.1 DENGUE (SEM SINAIS DE ALARME) 12

3.3.2 DENGUE COM SINAIS DE ALARME 13

3.3.3 DENGUE GRAVE 15

3.4 DENGUE – DIAGNÓSTICO E ALTERAÇÕES LABORATORIAIS 16

3.4.1 EXAME SOROLÓGICO 17

3.4.2 DETECÇÃO VIRAL 17

3.4.3 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS INESPECÍFICAS DA DENGUE 18

3.5 DENGUE – TRATAMENTO 19


3.5.1 DENGUE – CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 21

3.5.2 HIDRATAÇÃO PARA PACIENTES COM DENGUE 23

3.5.3 TRATAMENTOS CONTRAINDICADOS NA DENGUE 24

4.0 ZIKA 27
4.1 ZIKA – TRANSMISSÃO 27

4.2 ZIKA – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 28

4.3 ZIKA – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 30

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

4.4 ZIKA – COMPLICAÇÕES 31

4.5 ZIKA – TRATAMENTO 32

5.0 CHIKUNGUNYA 34
5.1 CHIKUNGUNYA - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 34

5.1.1 FASE AGUDA 35

5.1.2 FASE SUBAGUDA 36

5.1.3 FASE CRÔNICA 37

5.2 CHIKUNGUNYA – DIAGNÓSTICO 38

5.3 CHIKUNGUNYA - TRATAMENTO 38

5.3.1 FASE AGUDA 38

5.3.2 FASE SUBAGUDA 39

5.3.3 FASE CRÔNICA 39

6.0 PREVENÇÃO DE ARBOVIROSES 42


6.1 CONTROLE VETORIAL 42

6.2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS 43

6.3 VACINA PARA DENGUE 43

6.4 TRANSMISSÃO SEXUAL DE ZIKA 44

7.0 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 45


8.0 REVISÃO FINAL 45
10.0 LISTA DE QUESTÕES 48
10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49
11.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 50

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

CAPÍTULO

1.0 ARBOVIROSES – INTRODUÇÃO


Você sabe o que são arboviroses? São infecções e chikungunya.
virais transmitidas por insetos. O nome é derivado do Os vírus dengue e zika fazem parte da família
termo “arthropod-borne virus” (“vírus transmitido Flaviviridae (gênero Flavivirus), enquanto o vírus
por artrópode” em inglês). Neste livro, abordaremos chikungunya pertence à família Togaviridae (gênero
os três principais (em mais cobrados no Revalida) Alphavirus). Os três vírus possuem material genético
representantes dessa classe de doenças: dengue, zika composto por RNA.

CAPÍTULO

2.0 TRANSMISSÃO DAS ARBOVIROSES


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A transmissão de dengue, chikungunya e zika ocorre essencialmente


por meio da picada de fêmeas de mosquitos infectados pelos vírus. Aedes
aegypti é o grande transmissor dessas arboviroses no Brasil. O Aedes
albopictus é outra espécie que pode transmitir esses vírus, mas seu papel
como vetor no Brasil ainda não foi devidamente comprovado.
O Aedes aegypti é um mosquito de hábitos diurnos. Prolifera-se
principalmente em áreas urbanas com más condições sanitárias de regiões
tropicais ou subtropicais, aproveitando-se de água parada para depositar
seus ovos. Desmatamentos, mudanças climáticas e migração populacional
são fatores que impulsionam a disseminação da doença.

Figura 1 – Aedes aegypti. Fonte: Shutterstock.

Zika pode ser transmitida também por via sexual ou vertical (da mãe para o feto).
A importância disso será discutida mais adiante neste livro.
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CAPÍTULO

3.0 DENGUE

Revalidando(a): muita atenção a este capítulo! Cerca de metade das questões de provas
de Revalidação é sobre dengue!

3.1 DENGUE - EPIDEMIOLOGIA

É a arbovirose com maior prevalência no Brasil são descritos em todo o território brasileiro, mas
e nas Américas. concentram-se principalmente nas regiões Sudeste e
Há cinco sorotipos de dengue (DENV-1, DENV-2, Centro-Oeste. A menor incidência ocorre na região Sul.
DENV-3, DENV-4 e DENV-5). O DENV-5 é o único que
ainda não foi detectado no Brasil. Casos de dengue

3.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E FISIOPATOLOGIA

Cerca de 75% dos casos de dengue são assintomáticos. Os pacientes que desenvolvem sintomas podem
apresentar desde quadros leves até casos graves. Podemos dividir a doença em três fases: febril, crítica e de recuperação.

3.2.1 FASE FEBRIL


É nessa fase que os sintomas clássicos da dengue é chamada popularmente de “febre quebra ossos”.
aparecem, sendo consequência da resposta inflamatória Manifestações gastrointestinais como náuseas, vômitos
sistêmica à viremia. Caracteriza-se pelo início súbito e diarreia também são comuns. Veja a imagem abaixo
de febre elevada (acima de 39 oC), associada à para memorizar os principais sintomas da fase febril da
prostração, cefaleia retro-orbitária, mialgia e artralgia. dengue:
É uma doença que causa sintomas tão intensos que

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Figura 2 – Sintomas da fase febril da dengue.

É comum nessa fase o surgimento de exantema maculopapular


difuso, que pode acometer face, tronco e membros (incluindo regiões
palmar e plantar), sendo pruriginoso ou não. Alguns pacientes
desenvolvem o exantema ao final do período febril. Com exceção do
exantema petequial (manifestação hemorrágica), sua presença é comum
e não indica gravidade.
Figura 3 - Exantema da dengue. Fonte: Shutterstock.

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A fase febril dura aproximadamente 2 a


7 dias, e a recuperação ocorre gradualmente na
maioria dos casos.
Para memorizar o quadro clínico da dengue,
lembre-se do COMETA!

Figura 4 - Sintomas da dengue.

3.2.2 FASE CRÍTICA


A fase crítica é crucial para o entendimento dos casos graves da dengue. Essa fase ocorre após a fase febril.
Quando a febre melhora, duas coisas podem acontecer: ou o paciente se recupera, ou entra na fase crítica. Na fase
crítica, ocorre o mecanismo mais significativo da fisiopatologia da dengue: a disfunção endotelial com aumento da
permeabilidade vascular.

Qual é o principal mecanismo fisiopatológico envolvido na fase crítica da


dengue?
O aumento da permeabilidade vascular resulta no extravasamento do
plasma do intravascular para o espaço extravascular (figura 5). A redução do volume
plasmático pode resultar em choque por hipovolemia (e não por hemorragia).
O extravasamento plasmático pode ser evidenciado pela hemoconcentração
(elevação do valor do hematócrito), presença de derrames cavitários (ascite,
derrame pleural ou pericárdico) ou redução dos níveis séricos de albumina.

Plasma

Albumina

- Hemoconcentração
- Redução da albumina sérica
- Derrames cavitários

Capilar normal Permeabilidade capilar aumentada

Figura 5 – Permeabilidade capilar aumentada na dengue.


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Figura 6 – Derrames cavitários comuns na dengue: ascite (à esquerda), derrame pericárdico (ao centro) e derrame pleural (à direita).

O esquema abaixo resume a fisiopatologia da dengue e as manifestações clínicas da doença.

Febre Elevação do
hematócrito

Derrames
Cefaleia Resposta cavitários
Sintomas inflamatória à Disfunção Extravasamento
clássicos ação do vírus endotelial plasmático
Redução da
Mialgia da dengue
albumina sérica

Artralgia Hipotensão

Choque da dengue

Principal causa de
Este capítulo não estaria completo se não óbito na dengue
abordasse os detalhes do choque da dengue. Choque
é a principal causa de óbito por dengue. Resulta Ocorre após a
diretamente do extravasamento plasmático. É mais redução da febre
comum entre o quarto e o quinto dias após o início
da doença, logo após a redução da febre. Tem como
Rápida evoluação
característica a rápida evolução, podendo levar ao óbito
em poucas horas, ou ser controlado rapidamente, caso
a terapia adequada seja instituída.
Risco elevado de
óbito

Recuperação em
48 a 72h
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Outra manifestação possível de casos graves de dengue é a ocorrência de sangramentos, que


podem surgir devido à disfunção endotelial, trombocitopenia e/ou coagulopatia de consumo.

O principal mecanismo do choque na dengue não é hemorrágico, mas sim hipovolêmico (devido ao
extravasamento plasmático).

3.2.3 FASE DE RECUPERAÇÃO


Nesta fase, que surge cerca de 24 a 48 horas após a fase crítica, ocorre a reabsorção do plasma extravasado na
fase anterior. O paciente apresenta melhora gradual do quadro clínico, com redução progressiva dos sintomas.
Agora que você já conhece as fases clínicas da dengue, estude o esquema a seguir para consolidar o aprendizado:

Período de Fase febril


Fase crítica Fase de
incubação
recuperação
 Ausência de Febre elevada,
Redução da

sintomas cefaleia mialgia,

 Reabsorção do
 Período de
febre plasma
artralgia  Extravasamento
incubação: <15  Duração: 2 a 7 extravasado
plasmático plasmático
dias (em média dias  Sinais de alarme
5 a 6 dias)  Melhora do
ou de gravidade quadro clínico
 Duração: 24 a 48
 Duração: 2 a 4
horas dias

3.3 CLASSIFICAÇÃO DA DENGUE

A classificação de dengue do Ministério da Saúde livro, pois não é mais utilizada.


foi atualizada em 2014, com base naquela da OMS de A classificação atual do Ministério da Saúde
2009. A classificação antiga, que categorizava a doença divide a doença em dengue (sem sinais de alarme),
em dengue clássica, febre hemorrágica da dengue e dengue com sinais de alarme e dengue grave.
dengue com complicações, não será abordada neste

3.3.1 DENGUE (SEM SINAIS DE ALARME)


Contempla os pacientes que apresentam sintomas da fase febril, sem sinais de alarme ou de choque da dengue.
Em resumo, são os pacientes sem sinais de progressão para gravidade. Veja a seguir como é definido o caso suspeito
de dengue (sem sinais de alarme) pela Vigilância Epidemiológica.

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CASO SUSPEITO DE DENGUE

1. Indivíduo que resida ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde há casos de dengue e que
apresenta febre (com duração usual entre 2 e 7 dias) e mais duas das seguintes manifestações:
• náusea/vômitos;
• exantema;
• mialgia/artralgia;
• cefaleia/dor retro-orbital;
• petéquias/prova do laço positiva;
• leucopenia.
2. Criança proveniente de área onde há casos de dengue que apresente quadro febril agudo (com duração
usual entre 2 e 7 dias), sem sinais de outra doença.

3.3.2 DENGUE COM SINAIS DE ALARME


Compreende os casos que entram na fase crítica e apresentam sinais de alarme.

Agora eu quero que você faça uma pausa, respire fundo e se concentre. É
fundamental que você saiba de cor os sinais de alarme da dengue. Para facilitar sua
vida, decore o mnemônico SILVA 3H. Veja a seguir:

S Sangramento de mucosa
I Irritabilidade ou letargia
L Líquido acumulado (ascite, derrame pleural ou derrame pericárdico)
V Vômitos persistentes
A Abdome doloroso (dor contínua)
H Hipotensão postural ou lipotimia
H Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal
H Hematócrito elevado (hemoconcentração)
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Conhecer os sinais de alarme é essencial para acertar boa parte das questões sobre dengue!

Este é o momento perfeito para praticar com uma questão sobre sinais de alarme!

CAI NA PROVA
(Revalida – UFMT – 2013) Assinale o conjunto de achados considerados sinais de alarme na evolução da forma grave
da dengue.

A) Febre alta, hepatomegalia, trombocitopenia, anemia, derrame pleural e oligúria.


B) Dor abdominal intensa, vômitos persistentes, derrames cavitários, fenômenos hemorrágicos espontâneos ou
provocados, hemoconcentração e desconforto respiratório.
C) Hipotermia, prova do laço positiva, anemia, poliúria, hepatomegalia e dor retro-ocular.
D) Mialgias e artralgias intensas, letargia, prova do laço positiva, oligúria, leucocitose acima de 15.000 e taquipneia.

COMENTÁRIO:
Atenção: essa questão é de 2013, portanto utiliza os critérios antigos para sinais de alarme da dengue. Mesmo
assim, é uma questão útil por representar a forma com que os sinais de alarme podem ser cobrados em provas.
Vamos relembrar quais são os sinais de alarme da dengue?
• Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
• Vômitos persistentes;
• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
• Hipotensão postural e/ou lipotimia;
• Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal;
• Sangramento de mucosa;
• Letargia e/ou irritabilidade;
• Aumento progressivo do hematócrito.
Incorreta a alternativa A, pois febre, anemia e trombocitopenia não são sinais de alarme da dengue.
Correta a alternativa B. Esta alternativa possui algumas inconsistências com a classificação atual dos sinais de
alarme. Todas as situações apresentadas eram consideradas sinais de alarme no manual sobre dengue do Ministério

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da Saúde de 2013, mas a atualização de 2015 modificou os critérios. De qualquer forma, vamos aproveitar para
comentar a seguir essa alternativa de acordo com os critérios atuais.
Sangramentos espontâneos ou provocados só são sinais de alarme quando envolvem mucosa (lembre-se de que
prova do laço positiva não é sinal de alarme). Além disso, o desconforto respiratório não é propriamente um sinal
de alarme, mas sim um sinal de dengue grave.
Incorreta a alternativa C. Prova do laço positiva, anemia, poliúria e dor retro-ocular não são sinais de alarme da
dengue.
Incorreta a alternativa D. Mialgias e artralgias intensas, prova do laço positiva e leucocitose acima de 15.000 não
são sinais de alarme ou de gravidade dessa doença.

Gabarito: Alternativa B.

3.3.3 DENGUE GRAVE


Aqui se encontram os pacientes já com sinais de gravidade e com risco elevado de óbito.

Enquanto a taxa de letalidade de dengue em geral (soma de todos os casos, graves ou


não) é inferior a 1%, mais de 10% dos pacientes com dengue grave podem evoluir para o
óbito se não tratados adequadamente.

A dengue grave é caracterizada por choque ou grave de órgãos, como hepatite grave (AST ou ALT
desconforto respiratório devido ao extravasamento >1000), miocardite, encefalite (evento pouco comum
plasmático, sangramento grave e/ou volumoso em dengue), entre outros. Você verá no item 4.5.1 que
(hematêmese, melena, metrorragia ou sangramento os pacientes com dengue grave fazem parte do grupo D
em sistema nervoso central) ou comprometimento da classificação de risco da dengue.

Choque

Desconforto
respiratório

Dengue grave
Sangramento Hepatite (AST ou
grave ALT>1000)

Comprometimento Miocardite
grave de orgãos

Encefalite

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Os sinais de choque da dengue são de suma importância para definir a conduta médica a ser tomada.

SINAIS DE CHOQUE DA DENGUE

• Taquicardia.
• Extremidades distais frias.
• Pulso fraco e filiforme.
• Enchimento capilar lento (>2 segundos).
• Pressão arterial convergente (<20 mmHg).
• Oligúria (< 1,5 ml/kg/h).
• Hipotensão arterial.
• Cianose.

Dengue Sem sinais de


alarme

Dengue com sinais


Classificação atual Fase crítica
de alarme

Dengue grave Sinais de


gravidade

3.4 DENGUE – DIAGNÓSTICO E ALTERAÇÕES LABORATORIAIS

Há duas maneiras de identificar laboratorialmente a infecção por dengue: por meio da detecção do vírus ou de
anticorpos. A viremia dura até o quinto dia de sintomas e os anticorpos tornam-se detectáveis a partir do sexto dia de
doença. Com base nessas informações, fica fácil entender o momento ideal para coleta de cada exame.

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Figura 7 – Preste atenção nas curvas “Virologia” e “Infecção primária” para entender a relação temporal da viremia da dengue e a produção de
anticorpos contra o vírus. Fonte: adaptado de Ministério da Saúde (2019).

3.4.1 EXAME SOROLÓGICO


O exame sorológico utiliza o método ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). Detecta anticorpos IgM e
deve ser solicitado a partir do sexto dia após o início dos sintomas. Esse é o método mais frequentemente empregado
para diagnóstico de dengue.

3.4.2 DETECÇÃO VIRAL


Exames que detectam o vírus devem utilizar amostras coletadas até o quinto dia de sintomas. Os mais
utilizados são: pesquisa de antígeno NS1 e RT-PCR. É importante que você saiba que o teste rápido para dengue utiliza
a metodologia de pesquisa de antígeno NS1.

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DIAGNÓSTICO DE DENGUE

Dias de sintomas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 ...

RT-PCR (SANGUE)
Detecção
de vírus
ANTÍGENO (SANGUE)

Detecção de
SOROLOGIA (IGM E IGG)
anticorpos

Figura 8 – Métodos diagnósticos indicados de acordo com o tempo de sintomas.

Professor: Sergio Beduschi Filho Ilustrador: Rafael Gomes Versão: #01


3.4.3 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS INESPECÍFICAS DA DENGUE
Nome do card: Diagnóstico
Link do card:
de febre amarela
https://trello.com/c/zmV82CxS

A dengue cursa com alterações laboratoriais sugestivas, que auxiliam na suspeita diagnóstica. Em casos clínicos,
fique atento(a) aos exames fornecidos no enunciado da questão.

O hemograma de pacientes com dengue apresenta tipicamente leucopenia, linfopenia e plaquetopenia.


Em casos mais graves, há aumento do hematócrito, devido à hemoconcentração.
Atenção: dentre as arboviroses, dengue é a que mais frequentemente causa plaquetopenia.

Veja a seguir um resumo das alterações laboratoriais da dengue.

Leucopenia/ Alteração mais


linfopenia precoce

Hemograma Plaquetopenia

Elevação do Hemoconcentração
hematócrito

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Até 5x LSN*

Aminotransferases
(AST/ALT)
Casos graves:
>1000
Acometimento
hepático

Elevada em casos
Bilirrubina graves (hepatite/
falência hepática)
*LSN: limite superior da normalidade.

Extravasamento
Hipoalbuminemia
plásmatico

Casos graves
Distúrbios de Coagulopatia de
coagulação consumo

3.5 DENGUE – TRATAMENTO

O tratamento é baseado em hidratação, prescrição de paracetamol ou dipirona para alívio dos sintomas e
repouso. Você precisa conhecer a classificação de risco da doença, pois a conduta é definida de acordo com o grupo
(A, B, C ou D).

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PROVA DO LAÇO
A prova do laço deve ser realizada em todo paciente com suspeita de dengue e que não apresente sangramento
espontâneo. Sua função é detectar a presença de fragilidade capilar e auxiliar na classificação de risco. Atenção:
a prova do laço não é um teste diagnóstico para dengue, mas sim uma ferramenta para identificar pacientes com
maior risco de evoluir para dengue com sinais de alarme ou gravidade.
Para realizar a prova do laço, siga os passos abaixo:
1) Verificar a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e calcular o valor médio pela fórmula: (PAS +
PAD)/2.
Atenção: note que aqui não é empregada a fórmula da pressão arterial média (PAM). A fórmula da PAM (muito
utilizada em terapia intensiva) é diferente: [PAS + (PADx2)]/3.
2) Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado na face anterior do antebraço em que será realizado o teste.
3) Insuflar o manguito até o valor médio (encontrado no passo número 1) e manter durante cinco minutos em
adultos ou três minutos em crianças.
3) Contar o número de petéquias formadas no interior do quadrado desenhado no passo número 2.
A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças. Quando positiva, o
paciente passa a ser do grupo B da dengue.

Figura 9 – Demonstração da prova do laço com resultado positivo.

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3.5.1 DENGUE – CLASSIFICAÇÃO DE RISCO


Veja a seguir quais são os quatro grupos de risco da dengue e a conduta recomendada para cada grupo.
GRUPO A (AZUL)

Acompanhamento
ambulatorial.
Medicamentos
Sem sinais de alarme,
sintomáticos e
comorbidades, grupo
hidratação oral.
de risco ou condições
Reavaliação médica
clínicas especiais.
quando a febre
melhorar (ou no 5º dia,
se ainda estiver febril).

GRUPO B (VERDE)

Sem sinais de alarme


E Alta se hematócrito normal
Com sangramento de Hemograma, hidratação e sem sinais de alarme.
pele (petéquias ou oral e sintomáticos. Reavaliação médica diária
prova do laço positiva) até plena recuperação.
ou comorbidades, Reavaliação em 4 horas. Tratar como grupo C se
grupo de risco ou hematócrito elevado ou se
condições clínicas surgir outro sinal de alarme.
especiais*.

* Comorbidades e condições especiais e/ou de risco para o grupo B:


- Idade < 2 anos ou > 65 anos;
- Gestantes;
- Hipertensão arterial sistêmica ou doenças cardiovasculares graves;
- Diabetes mellitus;
- Doença pulmonar obstrutiva crônica;
- Doença renal crônica;
- Doença acidopéptica;
- Hepatopatias;
- Doenças autoimunes.

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GRUPO C (AMARELO)

Internação hospitalar e
hidratação intravenosa.
Com sinal de alarme
E Hemograma, albumina,
Sem sinais de choque, AST/ALT. Radiografia de
sangramento grave ou toráx e ultrassonografia
disfunção grave de de abdome.
orgãos.
Exame diagnóstico:
sorologia ou RT - PCR/NS1.
GRUPO D (VERMELHO)

Internação em terapia
intensiva e hidratação
Dengue grave: intravenosa.

Com sinais de choque, Hemograma, albumina,


sangramento grave ou AST/ALT. Radiografia de
disfunção grave de tórax e ultrassonografia de
orgãos. abdome.

Exame diagnóstico:
sorologia ou RT-PCR/NS1.
A tabela abaixo resume as principais características dos grupos de risco da dengue.

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Grupo A (Azul) Grupo B (Verde) Grupo C (Amarelo) Grupo D (Vermelho)


Sangramento
cutâneo (petéquias X
ou prova de laço)
Condições ou
fatores de risco/ X
comorbidade
Sinal de alarme X
Sinais de choque/
hemorragia grave/ X
disfunção de órgão
Hidratação Oral Oral Parental Parental
Local de
Domicílio Domicílio Hospital UTI
tratamento
Exames Hemograma, Hemograma,
complementares Nenhum Hemograma albumina e albumina e
obrigatórios transaminases transaminases
Exames
diagnósticos
X X
obrigatórios (NS1/
Sorologia)
Tabela 3– Resumo das características dos grupos de risco da dengue.

3.5.2 HIDRATAÇÃO PARA PACIENTES COM DENGUE


A hidratação é a base do tratamento da dengue. É a medida que previne ou trata o choque da dengue, dependendo
do estágio da doença. Deve ser realizada por via oral para pacientes dos grupos A e B e por via parenteral (solução
salina isotônica) para aqueles dos grupos C e D. Para crianças com choque e acesso venoso de difícil obtenção é
indicado o acesso intraósseo.
Veja a seguir como deve ser prescrita a hidratação para adultos com dengue:

Grupo A
60mL/Kg/dia
Via oral
(1/3 salina + 2/3
outros líquidos)
Grupo B
Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 23
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Grupo C 10 mL/Kg IV em 1h

Via parental

Grupo D 20 mL/Kg IV em
20 min

DICA PARA A PROVA!

Quer uma dica para não se esquecer da dose para hidratação oral em adultos dos grupos A e B? Preste atenção
na dica a seguir!

Os pacientes dos grupos A ou B devem ser tratados em casa com hidratação oral. Ao chegar em
casa, devem permanecer em repouso. Portanto, o paciente vai até o sofá e “se senta”! Assim fica
fácil, não? A dose para hidratação oral é sessenta mililitros por quilo de peso ao dia.

Para crianças (idade inferior a 13 anos) dos grupos A e B, é orientada a reposição com 1/3 do volume com soro
de reidratação oral e 2/3 com outros líquidos, da seguinte maneira:
• Até 10 kg: 130 mL/kg/dia;
• 10 a 20 kg: 100 mL/kg/dia;
• Acima de 20 kg: 80 mL/kg/dia.

3.5.3 TRATAMENTOS CONTRAINDICADOS NA DENGUE


Importantíssimo: lembre-se de que anti-inflamatórios não esteroidais e ácido acetilsalicílico (AAS) são
contraindicados, pois podem desencadear ou acentuar sangramentos. Além disso, o uso de AAS em pacientes com
dengue está relacionado à síndrome de Reye. A homeopatia não é recomendada pelo Ministério da Saúde nem como
terapia nem como profilaxia para dengue.

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 24


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Tratamentos
contraindicados na
dengue

Anti-inflamatório não
esteroidais (incluindo AAS)

Homeopatia

Chegou a hora de praticar sobre o tópico de arboviroses mais cobrado no Revalida!

CAI NA PROVA
(Revalida – INEP – 2021) Um escolar de 7 anos de idade, de sexo masculino, é admitido no pronto atendimento com
queixa de febre há 5 dias, acompanhada de cefaleia, dor retro-orbital, mialgia, prostração e anorexia. Hoje, houve
aparecimento de exantema maculopapular pruriginoso por todo corpo. Foi realizada Prova do Laço com presença de 15
petéquias no local examinado. Pesquisa do antígeno NS1 com resultado reagente. Com base no quadro apresentado,
esse paciente apresenta dengue com qual classificação?

A) Grupo A: acompanhar ambulatorialmente com orientação de reidratação oral e sintomáticos.


B) Grupo A: solicitar hemograma e orientar retorno em 24 horas para checagem do resultado.
C) Grupo B: solicitar hemograma e manter em observação até obtenção do resultado do exame.
D) Grupo B: solicitar hemograma e manter em leito de internação por pelo menos 48 horas.

COMENTÁRIO:
A criança apresenta quadro agudo de febre, acompanhada de cefaleia, dor retro-orbital, mialgia, prostração,
anorexia e exantema maculopapular pruriginoso. São manifestações que levam à suspeita de dengue. Pesquisa de
antígeno NS1 confirma o diagnóstico.
Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 25
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Para indicar corretamente a conduta a ser tomada, é necessário classificar o paciente quanto ao grupo de risco. Por
apresentar prova do laço positiva, podemos excluir o paciente do grupo A (prova do laço positiva é uma característica
do grupo B). Também percebemos que a criança não é do grupo C (não possui sinais de alarme), nem do grupo
D (não há sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos). Com base nessas informações,
concluímos que o menino pertence ao grupo B de risco da dengue.
Incorretas as alternativas A e B, pois o paciente pertence ao grupo B de risco.
Correta a alternativa C. A criança deve permanecer em acompanhamento e observação até o resultado do
hemograma (para avaliar hematócrito), recebendo hidratação oral e sintomáticos. Na ausência de sinais de alarme
e hemoconcentração (verificada no hemograma), o paciente poderá ser liberado com hidratação por via oral em
domicílio.
Incorreta a alternativa D. Apenas os pacientes classificados como grupo C devem permanecer em acompanhamento
em leito de internação com hidratação intravenosa até estabilização, por um período mínimo de 48 horas.

Gabarito: Alternativa C.

(Revalida – INEP – 2015) Em uma Unidade de Saúde da Família, um adolescente de 16 anos de idade procura
atendimento. Ele conta que há 3 dias está com febre de 37,9 °C e dores no corpo, especialmente na região abdominal.
Hoje ficou assustado, pois teve importante sangramento gengival. O exame físico no momento está normal. O teste do
laço é negativo. Qual deveria ser a conduta adotada em relação a esse paciente?

A) Orientar repouso domiciliar e hidratação oral, pois ainda não existe sinal de alarme.
B) Solicitar hemograma, pois o quadro de leucocitose indicará a gravidade da doença na fase aguda.
C) Solicitar internação hospitalar, pois a fragilidade capilar associada à dor abdominal indica gravidade da doença.
D) Solicitar sorologia para dengue e aguardar o resultado para instituir o tratamento, orientando o repouso e
hidratação oral em casa.

COMENTÁRIO:
Estamos diante de um paciente com quadro compatível com dengue. Para indicar a conduta adequada, precisamos
classificar o paciente de acordo com o grupo de risco.
Não podemos categorizar o paciente como grupo B, pois não faz parte de grupo de risco e a prova do laço é negativa.
No entanto o enunciado demonstra que há dois sinais de alarme: sangramento gengival e dor abdominal (lembre-
se sempre do SILVA 3H). Como não há sinais de gravidade para classificá-lo como grupo D, é possível afirmar que o
jovem faz parte do grupo C.
Incorreta a alternativa A, pois hidratação oral em domicílio é a recomendação para pacientes do grupo A e B.
Incorreta a alternativa B, pois a alteração típica da dengue é a leucopenia e o valor dos leucócitos não é útil para
definir gravidade.
Correta a alternativa C. Esse paciente pertence ao grupo C de risco da dengue e deve ser tratado com hidratação
intravenosa em ambiente hospitalar.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Incorreta a alternativa D, pois o paciente deve ser tratado em internação hospitalar com hidratação parenteral.
Ademais, o exame indicado para o momento atual da doença (terceiro dia) seria a pesquisa de antígeno NS1 (ou
RT-PCR).

Gabarito: Alternativa C.

CAPÍTULO

4.0 ZIKA
Zika é uma infecção que chegou ao Brasil brandas do que as das outras arboviroses. No entanto
mais recentemente do que as outras arboviroses: foi há uma característica muito marcante dessa doença: o
detectada transmissão autóctone pela primeira vez em risco de malformação fetal. É justamente esse aspecto
2015. Suas manifestações clínicas costumam ser mais que é explorado por questões de provas de Revalidação.

4.1 ZIKA – TRANSMISSÃO

Além do contágio pela picada de mosquito do gênero Aedes, há outras formas relevantes de transmissão de
zika: vertical (intrauterina) e sexual.

• A transmissão vertical pode resultar em microcefalia e outras malformações fetais graves.


• O vírus pode ser encontrado em sêmen meses após a infecção, resultando em risco prolongado
de transmissão sexual.

Aedes aegypti Principal forma de


transmissão

Vertical (intrauterina Risco de


Transmissão de zika
ou periparto) malformação

Risco prolongado
Sexual (meses após a
infecção)

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

4.2 ZIKA – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Diferentemente das outras arboviroses, a febre não é um sintoma tão significativo em casos de zika. Nessa
doença, a febre pode ser de baixa intensidade ou mesmo ausente. O principal sintoma de zika é o exantema, que
geralmente surge logo no início do quadro.

O acometimento cutâneo é tão importante nessa doença que o Ministério da Saúde define caso
suspeito de zika da seguinte forma:
Paciente com exantema maculopapular pruriginoso que apresenta ao menos um dos sinais e sintomas
a seguir:
• Febre;
• Hiperemia conjuntival ou conjuntivite (não purulenta);
• Artralgia;
• Edema periarticular.

Figura 10 – Manifestações típicas de zika.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

O quadro clínico usualmente é menos intenso Mialgia e artralgia (leve a moderada) podem fazer parte
e limitante quando comparado aos de dengue e de do quadro. Discreto edema periarticular é frequente. O
chikungunya. A febre de zika é geralmente baixa acometimento conjuntival não purulento ocorre em

0123424344ÿ06784
(inferior a 38,5 °C) e com duração entre 2 e 7 dias.
9 98111088 01234243cerca
44ÿ06789 de 50 a 90% dos casos.  903360

Figura 11 – Exantema maculopapular (comum em casos de zika). Figura 12 – Conjuntivite não purulenta. Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.

DICA PARA PROVA!

Como o quadro clínico de zika é apresentado em questões de provas? Tenha em mente que as
bancas precisam focar nos sinais e sintomas que realmente são capazes de diferenciar zika de
outras arboviroses. Habitualmente, o quadro clínico de pacientes com zika em questões inclui as
seguintes pistas:

1. Exantema – é o achado clínico mais frequente;


2. Conjuntivite não purulenta – é mais comum em zika do que em outras arboviroses;
3. Mialgia e/ou artralgia leve a moderada - essa é uma característica muito empregada pelas bancas para
sugerir que o paciente do caso clínico tem infecção por zika, já que esses sintomas são mais intensos em
9722222022!"#$%9"&'()&%$*9%+,#)-.0 020
dengue ou chikungunya; 72222202!"2#!"$%&' $!()*+('&, "'-.%+/00
4. Febre baixa – dengue e chikungunya são doenças que causam febre elevada. Assim, relato de febre baixa
(geralmente abaixo de 38 oC) é habitual em questões sobre zika.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

4.3 ZIKA – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

O diagnóstico de infecção por zika não foge à período em que o RT-PCR é capaz de identificar o vírus
regra das outras arboviroses: são utilizados métodos de em sangue. Contudo há um detalhe a ser destacado: o
detecção do vírus ou de anticorpos. material genético do vírus também pode ser detectado
A viremia de zika dura em torno de 5 dias, em urina até o 15º dia de sintomas.

O período para detecção dos anticorpos IgM é o mesmo para dengue, chikungunya e
zika: sempre a partir do 6º dia de sintomas.

A sorologia para zika pode apresentar reação circulação viral conhecida;


cruzada com anticorpos de dengue, febre amarela, • Casos suspeitos com manifestações
febre do Nilo Ocidental ou vacina para febre amarela e neurológicas ou óbito;
encefalite japonesa. • Casos suspeitos em gestantes, idosos,
A testagem para zika é prioritária para as recém-nascidos e crianças.
seguintes situações: O fluxograma abaixo demonstra os passos para o
• Suspeita de casos em áreas onde não há diagnóstico dessa arbovirose:

Investigação de zika para casos suspeitos

RT-PCR
- Sangue (até o 5º dia)
- Urina (até o 15ºdia)

Negativo Positivo

Sorologia Caso confirmado


(Após o 5º dia)

Positivo Negativo

Caso confirmado (atenção à Investigar outras hipóteses


possibilidade de reação diagnósticas
cruzada)

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

A figura 13 resume os exames a serem realizados de acordo com o momento da doença.

DIAGNÓSTICO DE ZIKA

Dias de sintomas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 ...

RT-PCR (SANGUE)
Detecção
de vírus
RT-PCR (URINA)

Detecção de
SOROLOGIA (IGM E IGG)
anticorpos

Figura 13 – Métodos diagnósticos para zika indicados de acordo com o tempo de sintomas.
Professor: Sergio Beduschi Filho Ilustrador: Rafael Gomes Versão: #01
Nome do card: Diagnóstico de febre amarela
4.4 ZIKA – COMPLICAÇÕES Link do card: https://trello.com/c/zmV82CxS

O vírus zika é neurotrópico. Por isso, a maioria das complicações de zika envolve o acometimento de células
neuronais.

A infecção intrauterina pode causar uma série de malformações, sendo microcefalia a mais
significativa. Quando a infecção ocorre em adultos, a complicação mais importante é a síndrome de
Guillain-Barré.

Figura 14– A microcefalia é uma das complicações mais temidas de zika.


Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 31
Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Outras complicações neurológicas também já foram descritas em pacientes com zika, como: meningoencefalite,
mielite e paralisia facial. Também já foi descrito acometimento ocular que vai além da conjuntivite, como iridociclite e
coriorretinite.

A ultrassonografia obstétrica não deve ser realizada para rastreio de casos suspeitos
de zika em gestantes. O diagnóstico deve ser realizado por meio de testes laboratoriais. A
ultrassonografia obstétrica para investigação de malformação fetal só deve ser indicada
após o diagnóstico da infecção materna.

4.5 ZIKA – TRATAMENTO

O tratamento de infecção pelo vírus zika é pautado no uso de medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação.

Como um dos diagnósticos diferenciais de zika é dengue, recomenda-


se que o manejo de pacientes com suspeita de zika siga as orientações da
classificação de risco de dengue (de acordo com os grupos A, B, C e D).

Assim como na dengue e na fase aguda de chikungunya, não se recomenda o uso de anti-inflamatórios não
esteroidais ou de ácido acetilsalicílico (AAS).

Tratamento de zika

Manifestações
Controle de Controle de Medidas gerais Contraindicações
neurológicas ou
dor e febre purido
visuais

Avaliação por
Repouso e neurologista ou Anti-inflamatórios
Paracetamol/ oftalmologista- não esteroidais
Anti-histamínico estimulo à
Dipirona tratamento de e ácido
ingestão hídrica
acordo com a acestilsalicílico
complicação

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 32


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

A avaliação de gestantes com suspeita de infecção por zika é um dos temas que podem cair
em sua prova de Revalidação.

CAI NA PROVA
(Revalida – INEP – 2016) Em um município, foram registradas epidemias de dengue em 2004, 2010 e 2014, associadas
à introdução do vírus dengue (DEN-V) dos tipos 3, 2 e 4, respectivamente. Em 2016, há notificação de casos de zika
e chikungunya. Na unidade básica de saúde desse município, foi atendida uma mulher com 23 anos de idade e 16
semanas de gestação relatando febre não medida, cefaleia e mialgia de início abrupto e com piora progressiva de
intensidade até a manhã do dia do atendimento, quando acordou melhor e notou a pele avermelhada; o quadro teve
início há 4 dias. Não apresenta queixa de artralgia, sangramentos ou qualquer outro sinal de alarme. Relata ter tido
dengue clássica há 4 anos. Nega comorbidades e uso recente de medicamentos. O cartão vacinal da paciente encontra-
se em dia. Ao exame físico, apresenta-se afebril e com discretos exantemas maculopapulares por todo o corpo, sem
outras alterações; a prova do laço teve resultado negativo. O resultado dos exames revela: hematócrito = 41% (valor
de referência: 33,0 a 47,8%); hemoglobina = 13,1 g/dl (valor de referência: 12,0 a 15,8 g/dl); plaquetas = 108.000/mm³
(valor de referência: 130.000 a 450.000/mm³); leucócitos = 4.800/mm³ (valor de referência: 3.600 a 11.000/mm³);
eosinófilos = 3% (valor de referência: 0 a 7%); segmentados = 53% (valor de referência: 40 a 70%), linfócitos = 35%
(valor de referência: 20 a 50%), monócitos = 9% (valores de referência: 3 a 14%); AST = 43 U/L (valor de referência:
inferior a 34 U/L); ALT = 38 U/L (valor de referência: 10 a 49 U/L); ureia = 43 mg/dl (valor de referência: 19 a 49 mg/dl);
creatinina = 1,1 mg/dl (valor de referência: 0,53 a 1,00 mg/dl). No exame de ultrassonografia, observa-se que o feto
está ativo e normal. Esse caso deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica e a mãe deve ser tranquilizada com a
informação de que está tudo bem com ela e com o feto, que apenas uma minoria dos recém-nascidos é afetada nesses
casos e que a equipe de saúde da família irá acompanhá-la durante toda a gestação. Que outras condutas devem ser
adotadas pelo médico?

A) Devem ser coletadas amostras para isolamento viral de zika e dengue, além de internar a paciente para observação
e orientar hidratação endovenosa até a normalização das plaquetas.
B) Devem ser coletadas amostras para isolamento viral de zika e chikungunya, além de orientar hidratação oral,
repouso relativo, acompanhamento laboratorial e retorno em caso de piora dos sintomas.
C) Devem ser coletadas amostras para isolamento viral de zika, dengue e chikungunya, além de internar a paciente
para observação, prescrever medicamentos sintomáticos e orientar hidratação endovenosa até a realização de
novos exames, em 12 horas.
D) Devem ser coletadas amostras para isolamento viral de zika, dengue e chikungunya, além de orientar hidratação
oral, prescrever medicamentos sintomáticos e agendar retorno da paciente em até 48 horas para realização de
novos exames, ou no caso de surgimento de sinais de alarme para dengue.

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 33


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

COMENTÁRIO:

Essa gestante tem um quadro clínico suspeito de arbovirose, sendo mais característico de dengue (quadro súbito
de febre, mialgia e cefaleia que melhorou após quatro dias e foi seguido por exantema). No entanto não é possível
descartar a hipótese de zika ou chikungunya. Como há risco de transmissão ao feto, toda gestante com suspeita de
infecção pelo vírus zika deve ser submetida à investigação laboratorial dessa doença (além de dengue e chikungunya).
O manejo clínico deve seguir a classificação de risco da dengue. Considerando que essa paciente pertence ao grupo
B (não possui sinais de alarme ou prova do laço positiva, mas é gestante), o manejo poderá ser ambulatorial, já que
o hemograma não demonstrou elevação do hematócrito.
Após essa análise inicial, podemos assinalar a alternativa que indica a conduta mais adequada.
Incorreta a alternativa A, pois não há indicação de internação hospitalar nem de hidratação intravenosa. A internação
seria adequada caso a paciente pertencesse aos grupos C ou D de risco da dengue.
Incorreta a alternativa B, pois é recomendada investigação não só de zika e chikungunya, mas também de dengue.
Incorreta a alternativa C. Como a paciente é do grupo B, não é indicada a internação hospitalar.
Correta a alternativa D. É recomendada a coleta de amostras para isolamento viral (já que o quadro clínico não
ultrapassou os cinco dias de sintomas). Ademais, a paciente deve ser orientada a receber hidratação oral em
domicílio e a retornar para reavaliação clínica e laboratorial (plano terapêutico indicado para o grupo B).
Gabarito: Alternativa D.

CAPÍTULO

5.0 CHIKUNGUNYA
Chikungunya é a arbovirose menos cobrada em provas de Revalidação, mas ainda assim é importante para seu
estudo. Você deve ser capaz de identificar as manifestações clínicas típicas, além de realizar o diagnóstico e orientar o
tratamento.

5.1 CHIKUNGUNYA - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Febre chikungunya caracteriza-se por ser uma doença febril aguda que causa
poliartralgia intensa. Diferentemente de dengue e zika, é uma doença que pode causar
doença crônica.

É dividida em três fases: aguda, subaguda e crônica.

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 34


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Aguda 14 dias

Chikungunya Subaguda 14 a 90 dias

Crônica > 90 dias

5.1.1 FASE AGUDA


Os sintomas típicos dessa fase são febre elevada (>38,5 oC) e poliartralgia intensa, podendo estar acompanhados
de exantema, cefaleia, mialgia (normalmente menos intensa que a artralgia) e fadiga. Também podem estar presentes
conjuntivite não purulenta (em 30% dos casos), náuseas, vômitos e dor abdominal.

O acometimento articular típico é poliarticular, bilateral e simétrico, incidindo


em pequenas e grandes articulações. A artralgia pode estar acompanhada de edema e
atinge mais frequentemente as articulações distais.

O exantema acomete cerca de metade dos pacientes com chikungunya. É macular ou maculopapular e não
poupa regiões palmar e plantar. Cerca de um quarto dos pacientes com exantema apresenta prurido.

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 35


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Figura 15 – Quadro clínico típico de chikungunya.

Complicações graves na fase aguda não são Também podem ser afetados os olhos (neurite
comuns, mas podem ocorrer. O acometimento do óptica, uveíte, retinite, episclerite), a pele (ulcerações,
sistema nervoso pode resultar em alterações como bolhas ou vesículas, lesão por fotossensibilidade), o
meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré e coração (miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca,
neuropatias. Das manifestações atípicas, essas são as arritmias) e os rins (nefrite e insuficiência renal aguda).
mais importantes.

5.1.2 FASE SUBAGUDA


A fase subaguda (ou pós-aguda) nada mais é que uma fase de transição entre as fases aguda e crônica.
O paciente que chega na fase subaguda deixa de ter febre, mas mantém os sintomas articulares. Pode ocorrer
tenossinovite hipertrófica em articulações das mãos, levando com certa frequência à síndrome do túnel do carpo.

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 36


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

5.1.3 FASE CRÔNICA


A cronificação da febre chikungunya é uma característica muito peculiar, por isso merece sua atenção. Até 50%
dos casos podem evoluir para essa fase. Veja abaixo quais são os fatores de risco:

Idade > 45 anos

Chikungunya: Doença articular


prévia
Fatores de risco
para cronificação
Acometimento
articular intenso na
fase aguda

Nessa fase, o paciente não apresenta febre e o acometimento articular adquire


características de artropatia crônica. Além de artralgia, são comuns a restrição de movimento
e a rigidez matinal. Alguns casos podem até evoluir para lesão articular semelhante à artrite
reumatoide ou psoriática. Os sintomas articulares da fase crônica costumam envolver as mesmas
articulações afetadas na fase aguda.

Além das manifestações articulares, os pacientes com chikungunya na fase crônica podem desenvolver sintomas
diversos, como: fadiga, alterações neuropsiquiátricas (depressão, cefaleia, parestesias, distúrbios cerebelares,
alterações de memória) e manifestações cutâneas (exantema, alopecia, prurido, fenômeno de Raynaud).

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 37


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

5.2 CHIKUNGUNYA – DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de chikungunya pode ser feito por meio de detecção de material genético por RT-PCR enquanto
dura a viremia (até o oitavo dia) ou através de método sorológico (ELISA) para detecção de anticorpos (a partir do sexto
dia).

DIAGNÓSTICO DE CHIKUNGUNYA

Dias de sintomas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 ...

Detecção
RT-PCR (SANGUE)
de vírus

Detecção de
SOROLOGIA (IGM E IGG)
anticorpos

Figura 16 - Métodos diagnósticos


Professor:para chikungunya
Sergio Beduschiindicados
Filho deIlustrador:
acordo Rafael
com o tempo
Gomesde sintomas. Versão: #01
Nome do card: Diagnóstico de febre amarela
https://trello.com/c/zmV82CxS
5.3 CHIKUNGUNYA - TRATAMENTO
Link do card:

O tratamento da febre chikungunya fundamenta-se em repouso, hidratação e uso de medicamentos para


controle dos sintomas. Os medicamentos indicados variam de acordo com a fase da doença.

5.3.1 FASE AGUDA


Pacientes na fase aguda devem ser tratados com assim o controle da dor não for adequado, há indicação
analgésicos comuns (dipirona e/ou paracetamol). Se de opioides (tramadol, codeína ou oxicodona).
apenas um dos analgésicos não for o suficiente, os dois A intensidade da dor deve ser avaliada segundo a
podem ser administrados de forma intercalada. Se ainda escala visual analógica (EVA):

Figura 17 – Escala visual analógica da dor.

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 38


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Anti-inflamatórios não esteroidais não devem ser utilizados na fase aguda devido ao risco de sangramento
e lesão renal. Ácido acetilsalicílico (AAS) também é contraindicado, assim como em casos de dengue, pelo risco de
sangramento ou síndrome de Reye. Outra classe que não deve ser empregada na fase aguda é a dos corticosteroides.

Dor leve Dipirona ou paracetamol

Dor moderada Dipirona e paracetamol


Analgesia na fase intercalados
aguda da febre
chikungunya Dipirona e/ou paracetamol
Dor intensa + opioide (tramadol, codeína
ou oxicodona)

AINEs, AAS e
Contraindicados
corticosteroides

5.3.2 FASE SUBAGUDA


É recomendado o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, como ibuprofeno ou naproxeno. Se a resposta
não for adequada, utiliza-se corticosteroide em dose anti-inflamatória (prednisona 0,5 mg/kg/dia ou outro em dose
equivalente).

O uso de corticosteroides e anti-inflamatórios não esteroidais passa a ser indicado a partir da fase
subaguda.

5.3.3 FASE CRÔNICA


O foco do tratamento da fase crônica é o controle da inflamação. Para isso, é recomendado o uso de anti-
inflamatórios e/ou imunomoduladores. O tratamento deve ser realizado de forma escalonada, conforme o esquema
a seguir.

Corticosteroide Hidroxicloroquina
(Prednisona até Hidroxicloroquina + Metotrexate
0,5 mg/kg) Sulfassalazina

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 39


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

DICA PARA PROVA!

O que você precisa saber para acertar questões sobre tratamento da fase crônica?
1. O foco do tratamento é o controle da inflamação crônica;
2. O uso de anti-inflamatórios não esteroidais e corticosteroides é permitido;
3. O tratamento deve ser feito de forma escalonada e inclui imunomoduladores como
hidroxicloroquina, sulfassalazina ou metotrexate.

O mapa mental a seguir resume as principais informações sobre febre chikungunya. Leia com
atenção!

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 40


Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

Vamos praticar com uma questão de caso clínico de chikungunya?

CAI NA PROVA
(Revalida – INEP – 2017) Uma mulher com 32 anos de idade procura Unidade Básica de Saúde com queixa de dores
intensas nas articulações das mãos e dos pés associadas à rigidez matinal, com duração de cerca de 15 minutos e
prejuízo funcional. Relata que os sintomas começaram há 3 meses, quando, ao passar as férias de verão em outro
estado, apresentou quadro de febre alta, além de manchas vermelhas no rosto, nos braços e no tórax, que persistiram
por cerca de 10 dias. Informa que não procurou atendimento médico na ocasião, passando a fazer uso de dipirona para
alívio da dor, com melhora não satisfatória. O exame clínico atual da paciente evidencia edema e dor nas articulações
interfalangianas distais, bilateralmente, e em tornozelos, não sendo observados no momento, lesões de pele mucosas
ou nódulos subcutâneos. Os resultados do hemograma completo e do exame de urina de rotina revelaram-se normais.
Diante desse quadro, qual é o diagnóstico e o tratamento adequado?

A) Osteoartrose; acetaminofeno.
B) Artrite reumatoide; metotrexato.
C) Chikungunya; hidroxicloroquina.
D) Lúpus eritematoso sistêmico; prednisolona.

COMENTÁRIO:

Nosso caso clínico envolve uma mulher na casa dos 30 anos com poliartrite crônica de mãos (interfalangianas
distais) e tornozelos com rigidez matinal de duração inferior a 30 minutos. Um dado fundamental para chegarmos
ao diagnóstico dessa paciente é o fato de os sintomas terem iniciado após um quadro agudo de febre e exantema
cutâneo em uma viagem para outro estado.
Como essa questão inclui doenças da Reumatologia em algumas alternativas, os comentários receberam a
colaboração da professora Taysa Moreira.
Incorreta a alternativa A, por algumas razões. Em primeiro lugar, temos uma paciente em faixa etária totalmente
fora do esperado para um quadro de osteoartrite (ou osteoartrose), já que essa condição em sua forma primária
está classicamente presente em pacientes a partir dos 45 a 50 anos, com aumento de prevalência acompanhando
o aumento da idade. Além disso, osteoartrite não está associada à poliartrite. Seu quadro clínico típico envolve dor
de caráter mecânico, progressiva e acompanhada por rigidez com duração inferior a 30 minutos.
Incorreta a alternativa B, e é importante que você entenda o motivo. O padrão clássico de envolvimento articular
na artrite reumatoide (AR) é de uma poliartrite crônica e simétrica de pequenas e grandes articulações. Até aí,
tudo de acordo com o apresentado no enunciado, concorda? Mas um dado deve tirar AR da sua lista de hipóteses

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

diagnósticas. Isso, porque a AR não acomete interfalangianas distais! Grave essa informação, porque ela é muito
explorada por bancas de todo Brasil em questões envolvendo artropatias. Além disso, na AR esperamos, em geral,
rigidez matinal com duração de 1 hora ou mais.
Correta a alternativa C, porque a infecção pelo chikungunya em sua fase aguda é caracterizada por febre de início
súbito e surgimento de intensa poliartralgia, geralmente acompanhada de dores nas costas, exantema, cefaleia e
fadiga. Pode haver edema articular, em geral associado à tenossinovite e dor ligamentar. A fase aguda dura até o 14º
dia. Se a dor articular persistir após esse período e até 3 meses, diz-se que o paciente está na fase subaguda, na qual
pode ocorrer persistência ou agravamento do quadro articular, incluindo poliartrite distal, exacerbação da dor nas
regiões previamente acometidas e tenossinovite. Passados 3 meses, como é o caso da nossa paciente, pode haver
persistência do quadro articular ou recidiva em articulações acometidas na fase aguda, caracterizada por dor com
ou sem edema, limitação de movimento e, em alguns casos, deformidades.
Em paciente que mantém poliartrite na fase crônica da infecção pelo vírus chikungunya, devemos começar
a pensar em medicações com ação não apenas sintomática, como a dipirona, mas sim imunomoduladora e/ou
imunossupressora. Não há estudos comparando eficácia entre o metotrexato e a hidroxicloroquina, mas o Ministério
da Saúde (2017) sugere iniciar com o antimalárico por seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios no controle da
artrite e da dor.
Incorreta a alternativa D, porque o padrão de envolvimento articular no lúpus eritematoso sistêmico (LES), apesar de
variável, em geral se assemelha ao encontrado na AR. Não é esperado envolvimento inflamatório de interfalangianas
distais e, em geral, encontramos rigidez mais prolongada. Além disso, a ausência de lesões cutâneas e alterações
em hemograma e urina I falam contra esse diagnóstico, já que o LES é uma doença sistêmica e, associadas às
manifestações musculoesqueléticas, encontramos outros acometimentos, como cutâneo, hematológico e renal,
dentre outros.

Gabarito: Alternativa: C.

CAPÍTULO

6.0 PREVENÇÃO DE ARBOVIROSES


Você já sabe que a transmissão das arboviroses densidade demográfica. Além disso, o raio de ação
ocorre basicamente por meio da picada do Aedes do mosquito é pequeno, não passando de algumas
aegypti, mosquito que se reproduz depositando ovos centenas de metros. Assim, é fácil entender que o
em água parada. A transmissão dessas doenças ocorre controle do vetor é a principal medida preventiva para
principalmente em áreas urbanas e com elevada dengue, zika e chikungunya.

6.1 CONTROLE VETORIAL

O controle vetorial (combate ao mosquito) pode ser mecânico, biológico ou químico.


Controle mecânico consiste no uso de medidas para extinguir os criadouros de Aedes aegypti. O principal
exemplo deste tipo de controle é eliminação de recipientes ou áreas que possam acumular água parada.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya
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É chamado de controle biológico aquele que


utiliza predadores naturais para controle da reprodução
dos mosquitos, como peixes que se alimentam de
larvas.
O emprego de inseticidas é conhecido como
controle químico. É mais indicado para uso pontual
em epidemias, pois seu uso indiscriminado pode gerar
resistência.

Figura 17 – O acúmulo de água parada em objetos favorece a


reprodução do Aedes aegypti. Fonte: Shutterstock.

O combate ao Aedes é a principal medida de combate às arboviroses!

6.2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS


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Outra forma de evitar dengue, zika e chikungunya é a proteção individual, que pode ser realizada por meio de
métodos de barreira contra o mosquito (telas, mosquiteiros e uso de calças compridas e camisas de manga longa) ou
por aplicação de repelente. Atenção: nenhum repelente (à base de DEET, IR3535 ou icaridina) é contraindicado para
gestantes!

6.3 VACINA PARA DENGUE

Não há vacina contra chikungunya ou zika, mas existe para dengue. É uma vacina quimérica que utiliza o vírus
atenuado da febre amarela modificado para produzir proteínas dos quatro vírus da dengue. Está aprovada em um
esquema de três doses para indivíduos entre 9 e 45 anos de idade que já tiveram dengue (sorologia positiva). Não
é uma vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde. Por ser composta por vírus vivos, é contraindicada para
imunossuprimidos, gestantes ou nutrizes.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

6.4 TRANSMISSÃO SEXUAL DE ZIKA

O vírus zika pode ser detectado no sêmen durante meses após a infecção. Homens infectados
que residem ou estiveram em área com transmissão de zika devem usar preservativos durante qualquer
relação sexual com gestante ou mulher com possibilidade de engravidar. A Organização Mundial da
Saúde recomenda a manutenção desses cuidados por três meses após infecção ou exposição de risco.

Veja na questão abaixo como o controle da dengue pode ser cobrado em sua prova de Revalidação.

CAI NA PROVA
(Revalida – INEP – 2013) O médico da Unidade de Saúde da Família (USF), em região de periferia de uma cidade de
médio porte, é convidado a participar de reunião da associação de moradores, na comunidade em que atua, para
explicar o porquê da ocorrência de tantos casos de dengue. Os dados epidemiológicos mostram que, nos últimos três
anos, não houve notificação de dengue na região de abrangência da unidade. Todavia, nos últimos meses, após longo
período de chuvas, a USF notificou cerca de 125 casos. Os moradores querem entender uma notícia no jornal local
que chamou a dengue de doença negligenciada. Sobre este tema, responda a seguinte questão, que servirá de base
para a orientação dos moradores. No caso da dengue, cite os fatores que favorecem a sua ocorrência e limitam o seu
controle.

COMENTÁRIO:
Os fatores que favorecem a ocorrência da dengue são aqueles que favorecem a multiplicação do seu vetor (Aedes
aegypti). O mosquito utiliza água parada para depositar seus ovos. Lembre-se, portanto, de que o controle vetorial é
a principal medida para prevenção de dengue. Podemos citar, assim, fatores ambientais, como períodos de chuvas,
e sociais, como a falta de saneamento básico, o crescimento urbano desordenado e a limpeza pública inadequada.
Também é um fator importante para o controle da dengue a educação da população quanto à prevenção de
formação de criadouros de mosquitos.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

CAPÍTULO

7.0 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA


Dengue, zika e chikungunya devem ser notificadas compulsoriamente à Vigilância Epidemiológica. Em algumas
situações, deve ser feita a notificação imediata (em até 24 horas).

A notificação deve ser feita não apenas para casos confirmados, mas também para
casos suspeitos.

Notificação imediata
Doença ou agravo Notificação semanal
(em até 24 horas)
Casos X
Dengue
Óbitos X
Casos X
Casos em áreas sem
Chikungunya X
transmissão conhecida
Óbitos X
Casos X
Zika Casos em gestantes X
Óbitos X
Tabela 4 – Orientações para notificação de dengue, chikungunya e zika.

CAPÍTULO

8.0 REVISÃO FINAL


Chegamos ao final do livro! Leia com atenção a tabela 5, que traz informações úteis para o diagnóstico diferencial
entre dengue, zika e chikungunya.

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Dengue Chikungunya Zika


Período de incubação Até 14 dias Até 12 dias Até 7 dias
Febre alta Febre alta Febre baixa ou ausente
Mialgia leve, artralgia
Cefaleia retro-orbitária, Artralgia intensa, leve a moderada,
mialgia intensa edema articular edema articular leve a
Manifestações clínicas
moderado
Exantema (50%) – 3º ao Exantema (50%) – 2º ao Exantema (>90%) – 1º
6º dia 5º dia ao 2º dia
Conjuntivite: incomum Conjuntivite (30%) Conjuntivite (50 a 90%)
Muito frequente, Incomum (leve a
Trombocitopenia Rara
podendo ser intensa moderada)
Discrasia hemorrágica Comum Incomum Ausente
Tabela 5 – Principais características de dengue, chikungunya e zika.

Para finalizar, leia a questão abaixo, com um caso clínico em que você precisa fazer o
diagnóstico diferencial e indicar o tratamento correto.

CAI NA PROVA
(Revalida – INEP – 2020) Uma pré-escolar com 4 anos de idade é atendida no pronto-socorro com história de febre
alta (40 °C) há 3 dias, indisposição e dores no corpo, vômitos e diarreia. No momento, queixa-se de dor abdominal
intensa e contínua. Em seu exame físico, os resultados foram os seguintes: FC = 120 bpm, FR = 25 irpm, temperatura
axilar = 37,5 °C, mucosas úmidas, coradas, anictéricas; ausculta cardíaca e respiratória normais, abdome levemente
distendido, doloroso difusamente à palpação, sem sinais de irritação peritoneal, fígado palpável a 3 cm do rebordo
costal direito. Há petéquias esparsas e exantema maculopapular em face, tronco, membros superiores e inferiores,
incluindo palmas das mãos. Suas extremidades estão aquecidas e bem perfundidas. Foi realizado hemograma que
apresentou os seguintes valores: Ht = 45 % (valor de referência: 37 a 40 %); Hb = 15,2 g/dL (valor de referência: 12,6 ±
1,5 g/dL), leucócitos totais = 3 500/mm³ (valor de referência: 5 000 a 12 000/mm³, bastões = 2 %, segmentados = 50
%, linfócitos = 30 %, monócitos = 10 %, eosinófilos = 8 %, plaquetas = 50 000/mm³ (valor de referência: 150 000 a 450
000/mm³). Quais são, respectivamente, o diagnóstico e a conduta médica inicial adequados?

A) Chikungunya; observação e a hidratação parenteral com soro fisiológico 0,9 %.


B) Zika; internação hospitalar e hidratação parenteral com soro fisiológico 0,9 %.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

C) Dengue grupo B; observação e hidratação oral com a reavaliação clínico-laboratorial.


D) Dengue grupo C; internação hospitalar e hidratação parenteral com soro fisiológico 0,9 %.

COMENTÁRIO:
O primeiro passo para acertar essa questão é definir o diagnóstico provável. Vamos utilizar a tabela 5 para direcionar
a hipótese. Logo no início do enunciado, há a descrição de febre alta (40 oC), o que torna zika uma hipótese pouco
provável. A presença de trombocitopenia e discrasia sanguínea (petéquias) favorece a hipótese de dengue. Além
disso, não há relato de poliartralgia intensa e/ou edema articular, características esperadas em casos de chikungunya.
Com base nessas informações, podemos definir que dengue é o provável diagnóstico.
A próxima etapa é classificar a paciente de acordo com grupo de risco da dengue. Podemos defini-la como
pertencente ao grupo C, pois possui sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua e hemoconcentração
(hematócrito elevado).
Incorreta a alternativa A. Chikungunya não costuma cursar com plaquetopenia e petéquias. Além disso, a ausência
de poliartralgia fala contra esse diagnóstico.
Incorreta a alternativa B. A infecção por zika não costuma apresentar febre alta.
Incorreta a alternativa C. A paciente apresenta sinais de alarme da dengue, que a classificam como grupo C.
Correta a alternativa D. Por apresentar sinais de alarme, essa criança é classificada como grupo C. Deve receber
imediatamente expansão volêmica intravenosa com 10 mL/kg de solução salina isotônica e ser internada para
acompanhamento.

Gabarito: Alternativa D.

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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

CAPÍTULO

10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde.
Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde,
2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed.pdf. Acesso em: 30
jan. 2022.
2. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília : Ministério da
Saúde, 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manejo_adulto_crianca_5ed.
pdf. Acesso em: 30 jan. 2022.
3. Plano de Contingência Nacional para Epidemias de Dengue / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_contingencia_nacional_epidemias_dengue.pdf. Acesso
em: 30 jan. 2022 em:
4. Vigilância em saúde no Brasil 2003-2019: da criação da Secretaria de Vigilância em Saúde aos dias atuais. Bol
Epidemiol [Internet]. 2019 set [data da citação]; 50(n.esp.):1-154. Disponível em: https://ameci.org.br/wp-
content/uploads/2019/09/boletim-especial-21ago19-web.pdf. Acesso em: 30 jan. 2022.
5. Dengue: guidelines for patient care in the Region of the Americas. Washington, D.C.: PAHO, 2016.
6. MOURAO, Maria Paula Gomes et al . Arboviral diseases in the Western Brazilian Amazon: a perspective and analysis
from a tertiary health & research center in Manaus, State of Amazonas. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 48,
supl. 1, p. 20-26, June 2015 .
7. Chikungunya: manejo clínico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/chikungunya_manejo_clinico.pdf. Acesso em: 30 jan. 2022.
8. CHRISTOPOULOS, Georges et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para diagnóstico e
tratamento da febre chikungunya. Parte 1 – Diagnóstico e situações especiais, Revista Brasileira de Reumatologia,
Volume 57, Supplement 2, 2017.
9. CHRISTOPOULOS, Georges et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para diagnóstico
e tratamento da febre chikungunya. Parte 2 – Tratamento, Revista Brasileira de Reumatologia, Volume 57,
Supplement 2, 2017.
10. Orientações integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância
Nacional: procedimentos para o monitoramento das alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da
gestação até a primeira infância, relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias infeciosas dentro da
capacidade operacional do SUS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/orientacoes_integradas_vigilancia_atencao_emergencia_saude_publica.pdf. Acesso em: 30 jan.
2022.
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Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya

11. LIMA-CAMARA, Tamara Nunes. Arboviroses emergentes e novos desafios para a saúde pública no Brasil. Rev. Saúde
Pública, São Paulo, v. 50, 36, 2016.
12. VIASUS, Diego et al. Chikungunya Pathogenesis: From the Clinics to the Bench. J Infect Dis. 2016 Dec 15;214(suppl
5).

CAPÍTULO

11.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este livro é essencial para sua Revalidação! A chance de encontrar questão sobre arboviroses em sua prova é
altíssima. Foque sua atenção nos tópicos mais cobrados e não deixe de praticar com a lista de questões que preparei
para você!

Prof. Sergio Beduschi Filho | Infectologia | Fevereiro 2022 50

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