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P R O F. A N D R E A M A KS S O U D I A N
PNEUMONIAS NA INFÂNCIA
JANEIRO/2022
Pneumonias na Infância
APRESENTAÇÃO:
PROF. ANDREA
MAKSSOUDIAN
Querido Revalidando,
@dra.andreamakssoud
t.me/estrategiamed /estrategiamed
Pneumonias na Infância
Imunizações
Asma
Puericultura/Bronquiolite
Pneumonia/Coqueluche
0 2 4 6 8 10 12 14 16 17 18 19 20
21%
Dentro do tema “pneumonia”, observe como os tópicos são explorados pelos examinadores:
Dessa forma, torna-se fundamental que você domine esse tema tão relevante, a fim 32%
de garantir
um resultado melhor nas provas.
21%
21% 26%
32%
Diagnós�co Escolha do an�bió�co
21%
26%
SUMÁRIO
5.1.3 DIAGNÓSTICO 16
5.1.6 TRATAMENTO 23
5.2.2 RADIOGRAFIA 32
5.2.5 TRATAMENTO 33
5.3.2 RADIOGRAFIA 36
5.3.5 TRATAMENTO 37
CAPÍTULO
CAPÍTULO
CAPÍTULO
3.0 FISIOPATOLOGIA
Na maioria dos casos, a criança manifesta, inicialmente, uma infecção de vias aéreas superiores (IVAS) que
facilita a invasão de bactérias e vírus. Esses agentes atingem o trato respiratório inferior, causando um processo
inflamatório.
A consequência da inflamação pulmonar é a diminuição de sua complacência, além de obstrução de vias
aéreas menores que culmina em colapso dos espaços aéreos distais, aprisionamento de ar e alteração da relação
ventilação-perfusão.
Figura 1: pneumonia lobar ou típica com opacificação homogênea Figura 2: broncopneumonia com acometimento bilateral
em hemitórax direito. Fonte: acervo pessoal - Andrea Makssoudian. do parênquima pulmonar. Fonte: acervo pessoal -
Andrea Makssoudian.
Pneumonia intersticial
Padrão difuso, comprometimento mais nítido
em bases pulmonares.
Agora que já conhecemos os principais tipos de pneumonia, vamos conhecer seus agentes etiológicos.
CAPÍTULO
E já adianto: toda pneumonia complicada deve ser tratada com antibiótico endovenoso, pois indica gravidade!
Vamos aproveitar a oportunidade para ver uma questão sobre esse assunto:
CAI NA PROVA
(REVALIDA UFMT 20060) Menina de 5 anos, previamente hígida, procura o Centro de Saúde com história de febre
elevada e tosse há três dias. Ao exame físico, apresenta-se acianótica, taquipneica (52 irpm), com discreta tiragem
intercostal e xifoidiana e, na ausculta, murmúrio abolido em base direita e com estertores crepitantes no terço médio
do pulmão direito. A radiografia de tórax mostrou derrame pleural de pequeno/médio volume acompanhado por
condensação lobar à direita. A conduta, o antibiótico mais adequado e o agente etiológico são, respectivamente:
A) Tratamento no domicílio; eritromicina e Mycoplasma pneumoniae.
B) Tratamento no domicílio; amoxicilina via oral e pneumococo.
C) Internação; penicilina cristalina e pneumococo.
D) Internação; oxacilina e ceftriaxone e Staphylococcus aureus.
E) Tratamento no domicílio; oxacilina e Staphylococcus aureus.
COMENTÁRIOS:
Essa questão cobra a etiologia e o tratamento de uma pneumonia complicada com derrame pleural. O tratamento
específico será abordado oportunamente, mais adiante. Vamos analisar cada alternativa:
Incorreta a alternativa A. Todos os pacientes com pneumonia complicada devem ser internados para que
recebam antibioticoterapia endovenosa. O Mycoplasma não causa pneumonia típica com derrame pleural.
Incorreta a alternativa B. Embora tenha sinalizado o principal agente etiológico, o tratamento deve ser realizado
por via endovenosa.
Correta a alternativa C. Indicou o principal agente e seu tratamento apropriado.
Incorreta a alternativa D. A oxacilina é um antibiótico direcionado ao Staphylococcus aureus, que não é o agente
mais provável.
Incorreta a alternativa E. O tratamento deve ser em regime de internação, e o Staphylococcus aureus não é o
provável agente etiológico.
Gabarito: alternativa C.
Caro Estrategista, você sabia que cada faixa etária da criança apresenta agentes etiológicos específicos para as
pneumonias? Vamos aprender juntos!
Destaco a Chlamydia trachomatis, que é o principal agente etiológico da pneumonia afebril do lactente.
Nas crianças menores de 5 anos de idade, os principais agentes em todas as pneumonias são
os vírus, e não se esqueça de que o vírus sincicial respiratório é um dos mais prevalentes!
Entre as causas bacterianas, o agente mais comum continua sendo o pneumococo, seguido
pelo estafilococo.
Entre os agentes encontrados nessa faixa etária, destacam-se:
VÍRUS BACTÉRIAS
Parainfluenza
Para memorizar:
Os principais agentes etiológicos das pneumonias em crianças abaixo de 5 anos são os
VÍRUS!!
• Pneumococo.
• Mycoplasma pneumoniae.
• Chlamydophila pneumoniae.
Nessa idade, as pneumonias atípicas passam a ganhar importância. O agente principal das pneumonias atípicas
é o Mycoplasma pneumoniae, seguido pela Chlamydophila pneumoniae.
Mas, nunca se esqueça: entre as pneumonias típicas, mesmo nessa idade, o principal agente é o pneumococo.
Querido Revalidando, por questões didáticas, vou abordar os principais tipos de pneumonias, apresentando
suas principais características. Venha comigo!
CAPÍTULO
Você sabia que a queridinha das bancas examinadoras para o Revalida é a pneumonia típica?
Fique atento, esse tópico é quente!
A pneumonia típica é também denominada de lobar e caracteriza-se, geralmente, pelo
acometimento de um único lobo ou segmento. Veja a imagem abaixo:
Classicamente, a pneumonia típica é resultado de A ausculta pulmonar pode revelar estertores finos,
uma infecção pelo pneumococo e, menos comumente, diminuição do murmúrio vesicular e broncofonia
pelo Staphylococcus aureus (estafilococo). Ela ocorre aumentada.
após alguns dias de sinais e sintomas de infecção de vias O estafilococo é uma bactéria mais agressiva,
aéreas superiores (IVAS). e, nesse caso, os sintomas são mais exuberantes e as
Nas infecções pneumocócicas, o início é, em complicações são proporcionalmente mais comuns.
geral, abrupto, com surgimento de febre por mais de 72 Contudo, como o pneumococo é o agente mais
horas, toxemia, dor torácica e desconforto respiratório prevalente, mesmo em pneumonias complicadas, a
moderado a grave, podendo manifestar-se com sepse. origem pneumocócica é muito mais provável.
Uma dica que você precisa levar para as provas é que as infecções estafilocócicas
geralmente se associam às seguintes manifestações:
• Impetigo estafilocócico.
• Infecção secundária em lesões de varicela.
• Comorbidades: desnutrição, fibrose cística.
• Pneumonias com mais do que uma complicação.
• Infecções ósseas ou articulares.
O Haemophilus influenzae é responsável por várias infecções comuns em crianças, como otites, sinusites e
celulites; e por infecções graves, como meningite, bacteremia, epiglotite, além das pneumonias. Sua prevalência
diminuiu com a imunização em massa.
A Moraxella catarrhalis causa quadros clínicos de pneumonia muito semelhantes aos do pneumococo. É um
agente muito frequente em infecções de vias aéreas superiores nas crianças, principalmente na otite média aguda e na
sinusite aguda. A Moraxella é, atualmente, sempre produtora de betalactamases, o que implica na escolha antibiótica
quando o agente mais provável for esse. Mas, fique tranquilo, falaremos sobre o tratamento logo mais.
Os examinadores querem que você saiba diagnosticar a pneumonia clinicamente. Cerca de 32% das questões
exigem esse conhecimento. Fique ligado!
Os sinais e sintomas dependem da idade, do estado nutricional, da presença de doença de base, da gravidade e
do agente etiológico. Os mais encontrados são a febre, tosse, taquipneia, tiragens ou retrações subcostais, estertores
finos, hipoxemia, dor no tórax, entre outros.
• Frequência respiratória:
Querido Estrategista, é muito importante que você saiba que a simples avaliação da
frequência respiratória (FR) em crianças com sintomas respiratórios pode levar ao diagnóstico da
pneumonia. Saiba que a frequência respiratória é o parâmetro mais sensível para o diagnóstico de
pneumonia em crianças de até cinco anos de idade.
A taquipneia como critério diagnóstico para pneumonia obedece aos seguintes parâmetros,
segundo a OMS e a SBP (procure memorizar esse quadro):
• Até os 2 meses: FR ≥ 60 ipm.
• De 2 meses a menos de 12 meses: FR ≥ 50 ipm.
• 12 meses até 5 anos: FR ≥ 40 ipm.
Algumas crianças com pneumonia podem apresentar sinais de desconforto respiratório. Veja os mais observados:
• Tiragem subcostal (que classifica o paciente como pneumonia grave).
• Tiragem intercostal.
• Retração de fúrcula.
• Batimento de asas de nariz.
• Ausculta
Na ausculta pulmonar, os estertores finos (crepitantes) são os achados mais clássicos. Além desses, podemos
encontrar:
• Aumento do frêmito toracovocal.
• Submacicez à percussão.
• Roncos.
• Estertores grossos.
• Broncofonia aumentada nas áreas de consolidação pulmonar.
• Diminuição do murmúrio vesicular, sobretudo em casos que apresentam derrame pleural.
À percussão, pode ser observada submacicez ou macicez. Dependendo da gravidade da pneumonia, a criança
pode estar toxemiada ou até mesmo com sinais de sepse.
DICA IMPORTANTE:
A presença de sibilos ao exame físico é RARA nas pneumonias bacterianas “típicas”. Ou seja, havendo
sibilos, é provável que não seja uma pneumonia bacteriana típica!
5.1.3 DIAGNÓSTICO
Clínico:
O diagnóstico da pneumonia típica é clínico e baseia-se na FR. A radiografia de tórax é
desnecessária na maior parte dos casos.
Procure memorizar os valores de frequência respiratória esperados para cada faixa etária.
Isso despenca nas provas!
Radiológico:
Agora, vou explicar em que situações devemos solicitar a radiografia de tórax:
A radiografia de tórax deve ser solicitada sempre que houver:
• dúvida diagnóstica;
• necessidade de internação do paciente; ou
• suspeita de complicações.
Nesses casos, devemos fazer a radiografia de tórax PA (posteroanterior) e perfil. A radiografia de tórax em
decúbito lateral, também denominada Laurell, pode ser solicitada em caso de suspeita de derrame pleural extenso.
E o que esperamos encontrar na radiografia de uma pneumonia típica é a opacidade homogênea (figura 4) e,
eventualmente, complicações como o derrame peural e pneumatoceles, além da presença de broncogramas aéreos.
Normalmente, os brônquios não são visíveis na radiografia e tomografia. Quando existe uma pneumonia que
causa opacificação no parênquima pulmonar, os brônquios tornam-se mais visíveis. Observe os broncogramas aéreos
na tomografia de tórax abaixo:
Figura 6: tomografia de tórax demonstrando extensa área de opacificação com presença de broncogramas aéreos. Fonte: acervo pessoal -
Andrea Makssoudian.
Exames laboratoriais:
Agora, vamos conversar a respeito dos exames laboratoriais:
Geralmente, não solicitamos hemograma ou proteína C-reativa (PCR), pois o
diagnóstico não depende deles e também porque, se encontrarmos um exame normal, isso
não afasta o diagnóstico.
Contudo, em casos complicados ou refratários, em que se indica a internação, exames
de hemograma, PCR e hemocultura são indicados para que possam orientar nossa conduta
frente à escolha da antibioticoterapia.
AIDPI é uma ação coordenada para o atendimento de crianças de 2 meses a 5 anos na atenção básica, que visa
diminuir a morbimortalidade infantil no Brasil. Ela segue, em linhas gerais, as recomendações da OMS e significa:
Atenção Integrada para as Doenças Prevalentes na Infância.
De acordo com a AIDPI, devemos classificar as pneumonias da seguinte forma:
Um dos seguintes
sinais: Dar a primeira dose de um antibiótico
qualquer sinal de PNEUMONIA GRAVE recomendado.
perigo*(veja logo OU DOENÇA MUITO Tratar a criança para evitar hipoglicemia.
mais); GRAVE Referir urgentemente ao hospital.
tiragem subcostal; Oxigênio, se disponível.
estridor em repouso.
DOENÇA RESPIRATÓRIA
Sim Não
SINAIS DE PERIGO, TAQUIPNEIA NÃO É PNEUMONIA
ESTRIDOR EM REPOUSO,
TIRAGEM SUBCOSTAL
Sim Não
TRATAMENTO AMBULATORIAL
INTERNAÇÃO RETORNO OBRIGATÓRIO EM 48 HORAS
CAI NA PROVA
(REVALIDA UFMT 2021) Paciente, sexo masculino, 1 ano e 10 meses, deu entrada no Pronto Atendimento
do Hospital Universitário com quadro de febre (38,5°C) e tosse produtiva há quatro dias, evoluindo com
piora do estado geral, persistência da febre e esforço respiratório. Ao ser admitido, o paciente apresentava-
se febril (38,7°C), FC = 112 bpm, FR = 42 irpm, estava em regular estado geral, normocorado, hidratado,
vigil, sem agitação psicomotora. Linfonodos não palpáveis em qualquer cadeia. AR: tiragem subcostal,
murmúrios vesiculares audíveis, com presença de estertores crepitantes em hemitórax direito. ACV:
RCR, 2T, sem sopros. Sat. O2 94%. Abdome sem visceromegalias, indolor à palpação abdominal. Exame
neurológico sem alterações. Segundo os “sinais de perigo” referidos pela OMS, como é classificado esse
caso de pneumonia?
A) Pneumonia muito grave.
B) Pneumonia grave.
C) Pneumonia moderada.
D) Pneumonia leve.
COMENTÁRIOS:
Estamos diante de um lactente com febre e sintomas respiratórios, que apresenta taquipneia e tiragem subcostal.
O achado de tiragem subcostal indica pneumonia grave, portanto internação!
Correta a alternativa B. Classificou o paciente de forma adequada.
Gabarito: alternativa B.
Alguns diagnósticos diferenciais da pneumonia típica são frequentemente questionados nas provas do Revalida.
Vamos estudar juntos:
Laringotraqueobronquite
Tosse ladrante e estridor na ausculta pulmonar.
viral aguda
CAI NA PROVA
(REVALIDA INEP 2013) Lactente com um ano de idade passou a frequentar creche há dois meses e, nesse período, já
apresentou dois episódios de Infecção de Vias Aéreas Superiores (IVAS). Há três dias, passou a apresentar quadro de
febre, coriza hialina e tosse, inicialmente seca, que evoluiu para tosse produtiva. Há 24 h, foi levado pela mãe ao Pronto
Atendimento e foi medicado com paracetamol e solução fisiológica nasal. Como não houve melhora do quadro, a mãe
retornou ao Pronto Atendimento para nova consulta. Ao exame físico, a criança encontra-se afebril, gemente, FR = 50
irpm, ausculta pulmonar com roncos difusos e tiragem subcostal. À otoscopia, observa-se hiperemia de membrana
timpânica bilateral e oroscopia com leve hiperemia de pilares amigdalianos. Com base no quadro clínico e exame físico,
o diagnóstico e a conduta imediata são, respectivamente:
A) Bronquiolite; indicar oxigenoterapia.
B) Pneumonia; encaminhar para internação.
C) Amigdalite viral; prescrever sintomáticos.
D) Otite média aguda; prescrever antibiótico.
E) Asma; prescrever broncodilatador inalatório.
COMENTÁRIOS:
Temos um lactente com sintomas respiratórios e febre associada a taquipneia, gemência e tiragem subcostal,
que caracterizam uma pneumonia grave.
Incorreta a alternativa A. Na bronquiolite, a ausculta esperada é de sibilos e tempo expiratório prolongado.
Correta a alternativa B. O paciente tem pneumonia grave e necessita de internação.
Incorreta a alternativa C. Amigdalite viral não causa taquipneia e retração subdiafragmática, e a ausculta
pulmonar é normal nesses casos.
Incorreta a alternativa D. O que caracteriza a otite média aguda é o abaulamento da membrana timpânica, e
não apenas a hiperemia.
Incorreta a alternativa E. Na asma, deveríamos encontrar sibilos na ausculta.
Gabarito: alternativa B.
5.1.6 TRATAMENTO
Querido(a) aluno(a), você sabia que 21% das questões sobre pneumonia do Revalida envolvem
o tratamento? Vamos estudá-lo juntos!
A maior parte dos pacientes pode receber seu tratamento de forma ambulatorial. Nessa modalidade de
tratamento, não há necessidade de realização de radiografia de tórax e outros exames subsidiários, e o paciente deve
retornar OBRIGATORIAMENTE em 48 horas para reavaliação.
Escolha do antibiótico
A introdução do antibiótico deve ser norteada pela principal hipótese, visando cobrir o patógeno mais frequente,
que, na pneumonia típica, é o pneumococo, em qualquer faixa etária, excetuando-se os recém-nascidos.
Por esse motivo, para o tratamento ambulatorial, a escolha é a amoxicilina! No Brasil, a prevalência de
pneumococos parcialmente resistentes ainda não é mais relevante do que os pneumococos sensíveis. Sendo assim, a
amoxicilina ainda é recomendada como antibiótico de escolha para as pneumonias típicas adquiridas na comunidade.
Vamos memorizar a dose:
ATENÇÃO: Sempre que indicarmos o tratamento ambulatorial, devemos reavaliar o paciente após 48 a 72 horas.
CAI NA PROVA
(REVALIDA INEP 2021) Um paciente, 2 anos, sexo masculino, chega ao pronto atendimento de um hospital público
com relato de ter iniciado, há 5 dias, coriza serosa e tosse seca irritativa. Evoluiu hoje com febre elevada, secreção nasal
mais espessa e tosse produtiva e com boa aceitação alimentar. Ao exame físico do aparelho respiratório, evidenciou-se
saturação 96%, FR = 50 irpm, murmúrio vesicular diminuído em base do hemitórax direito, frêmito toracovocal com
maciez e crepitações grosseiras audíveis no mesmo local. Encontrava-se hidratado, tolerando os medicamentos por via
oral. Foi testado para a covid-19 no dia anterior, cujo resultado foi negativo.
A) terapêutica antibiótica a ser instituída nesse caso é
B) amoxicilina.
C) azitromicina.
D) claritromicina.
E) ceftriaxona.
COMENTÁRIOS:
Essa criança apresenta sintomas respiratórios, febre, taquipneia e ausculta pulmonar que sugere pneumonia.
Não há hipoxemia ou sinais de gravidade, e o tratamento pode ser feito de forma ambulatorial.
Correta a alternativa A. Como o pneumococo é o agente mais provável, a amoxicilina é a medicação de escolha.
Incorretas as alternativas B e C. A azitromicina e claritromicina são opções adequadas para o tratamento da
pneumonia atípica (veja adiante), que é rara nessa idade.
Incorreta a alternativa D. A ceftriaxona é indicada para casos em que o paciente está internado e não apresenta
melhora (veja adiante).
Gabarito: alternativa A.
Reavaliação clínica
Nessa reavaliação, caso a criança persista com febre além de 72 horas da instituição do tratamento, devemos
seguir os seguintes passos:
1º passo: avaliar, em primeiro lugar, a presença de complicações, como o derrame pleural. Isso indica a
necessidade de realizar radiografia de tórax na busca dessas complicações.
2º passo: se for constatada alguma complicação, internar o paciente.
3º passo: se o paciente estiver em bom estado geral e sem complicações, pensar em pneumococo parcialmente
resistente à amoxicilina. Nesse caso, devemos elevar a dose para 80-90 mg/kg/dia.
4º passo: se, ainda assim, a criança não apresentar melhora, pensar em outros agentes, como Moraxella e
os Haemophilus sp., e ampliar o espectro dos antibióticos, usando amoxicilina-clavulanato ou cefalosporinas de 2ª
geração, como a cefuroxima.
O fluxograma abaixo apresenta esses passos. Observe:
Todo paciente
recebendo Procura de
tratamento Se
Persistência complicações
ambulatorial complicações
de febre? derrame,
deve ser presentes:
abscesso ou
reavaliado internação!
pneumatocele?
em um prazo
de 48 horas:
Sem
complicação
escalonar
antibiótico:
amoxicilina
80-90 mg/kg/dia
amoxicilina
+ clavulanato
Caro Revalidando, veja como esse tópico pode cair em sua prova:
CAI NA PROVA
(REVALIDA INEP 2016) Um menino com 4 anos de idade é atendido na Unidade Básica de Saúde (UBS), com história
de febre e tosse produtiva há 3 dias. Ao exame físico, apresenta temperatura axilar = 38,5°C, frequência respiratória
= 45 irpm, sem tiragem intercostal ou sibilância expiratória e com estertores crepitantes em base pulmonar direita. É
medicado com amoxicilina 50 mg/kg/dia, dividida em três doses (a cada 8 horas). Retorna 72 horas após o atendimento
inicial, sem melhora do quadro, com exame físico inalterado em relação à primeira avaliação. A mãe informa ter
utilizado a medicação conforme a prescrição. A radiografia simples de tórax evidencia um padrão de consolidação em
lobo médio sem derrame pleural. Diante desse quadro clínico, a conduta adequada é:
A) Internar o paciente, iniciar ceftriaxona com dose 50 mg/kg/dia e reavaliar após 48 horas.
B) Manter amoxicilina com dose de 50 mg/kg/dia e reavaliar o paciente após 48 horas na UBS.
C) Internar o paciente, iniciar penicilina cristalina com dose de 100.000 Ul/kg/dia e reavaliar o paciente após 48
horas.
D) Aumentar a dose da amoxicilina para 80 mg/kg/dia, associar clavulanato e reavaliar o paciente após 48 horas na
UBS.
COMENTÁRIOS:
Essa questão traz uma criança de 4 anos em tratamento para pneumonia (diagnóstico clínico) com amoxicilina
em dose adequada há 72 horas. Na reavaliação, observa-se persistência do quadro, na ausência de complicações.
Dessa forma, o próximo passo é aumentar a dose de amoxicilina.
Incorreta a alternativa A. Não há sinal de gravidade ou presença de complicações que indiquem a internação do
paciente.
Incorreta a alternativa B. O paciente não apresentou melhora. Podemos estar diante de um pneumococo
parcialmente resistente e devemos alterar a dose da amoxicilina.
Incorreta a alternativa C. Não há indicação de internação nesse momento.
Correta a alternativa D. Embora a conduta seja aumentar a amoxicilina ou iniciar clavulanato, essa é a melhor
opção para o paciente.
Gabarito: alternativa D.
Internação
Todos os pacientes internados devem ser submetidos a hemograma, hemocultura e radiografia de tórax no
momento da internação. As indicações para internação são as seguintes:
• Idade < 2 meses.
• Hipoxemia. Saturação O2 ≤ 92%.
• Pneumonia grave ou doença muito grave (presença de quaisquer sinais de alerta) pelo AIDPI*.
• Presença de tiragem subcostal.
• Presença de doenças preexistentes (exemplos: cardiopatas, prematuros com broncodisplasia, falciformes,
desnutridos).
• Presença de complicações.
• Falha no tratamento ambulatorial.
• Problemas sociais (que dificultem ou impossibilitem a reavaliação, a aquisição do antibiótico, entre
outros).
No tratamento das crianças com pneumonia típica e que necessitam de internação, a escolha do antibiótico
segue o mesmo raciocínio de cobertura para o pneumococo, porém o antibiótico deve ser administrado por via
parenteral. Observe o quadro abaixo:
A associação do aminoglicosídeo para os lactentes abaixo de 2 meses justifica-se pela possibilidade de bacilos
Gram-negativos nessa idade.
MEMORIZE!
Amoxicilina Penicilina
Reavaliação ou ampicilina
em 48 horas Associar
aminoglicosídeo
em menores
de 2 meses
CAI NA PROVA
(REVALIDA INEP 2017) Uma criança com 4 anos de idade é atendida em Unidade de Pronto Atendimento por apresentar,
há 5 dias, quadro de febre de 38 °C, tosse e coriza hialina. Há 2 dias, a paciente passou a apresentar febre mais elevada
(acima de 38,5 °C), episódios de vômito e recusa alimentar. O exame clínico revela: paciente em regular estado geral,
com frequência respiratória de 42 irpm, estertores crepitantes em base de hemitórax direito e tiragem subcostal, sem
sibilância; pressão arterial e frequência cardíaca normais. Pelo quadro clínico apresentado, o diagnóstico e a conduta
corretos são
A) pneumonia; antibioticoterapia oral, com acompanhamento clínico ambulatorial, solicitação de radiografia de
tórax e retorno em 48 horas.
B) pneumonia muito grave; antibioticoterapia venosa, com suporte ventilatório invasivo e internação em unidade de
terapia intensiva pediátrica.
C) pneumonia grave; antibioticoterapia venosa, com monitorização da oxigenação por oximetria de pulso e internação
hospitalar em enfermaria pediátrica.
D) pneumonia com derrame pleural; antibioticoterapia endovenosa, com realização de toracocentese e internação
em unidade de terapia intensiva pediátrica.
COMENTÁRIOS:
Essa criança de 4 anos apresenta sintomas respiratórios, febre, retração subcostal e taquipneia. O diagnóstico
clínico é de pneumonia grave devido à tiragem subcostal.
Incorreta a alternativa A. O tratamento oral deve ser reservado para pacientes sem sinais de gravidade e sem
complicações.
Incorreta a alternativa B. O termo utilizado pelo AIDPI é “pneumonia grave” ou “doença muito grave”, que é a
condição em que se diagnostica a pneumonia com sinais de perigo ou retração subcostal ou estridor em repouso. Além
disso, não há necessidade de suporte ventilatório invasivo, pois não há sinais de insuficiência respiratória.
Correta a alternativa C. Indicou o tratamento apropriado.
Incorreta a alternativa D. Não há relato de diminuição do murmúrio vesicular ou macicez à percussão que nos
leve à hipótese de derrame pleural.
Gabarito: alternativa C.
Querido colega, agora vamos aprender como devemos tratar uma pneumonia cujo agente
etiológico mais provável é o estafilococo:
Nesses casos, optamos pelo uso do antibiótico que foi produzido para eliminar o S. aureus,
ou seja, a oxacilina, que é penicilinase resistente e exerce uma ação bactericida de escolha na
suspeita do Staphylococcus aureus comunitário.
Já a vancomicina deve ser usada quando se pensa no Staphylococcus aureus resistente à meticilina, ou seja,
o estafilococo intra-hospitalar. Querido(a) Estrategista, vamos treinar o que aprendemos até aqui resolvendo uma
questão:
CAI NA PROVA
COMENTÁRIOS:
O enunciado dessa questão apresenta uma criança de três anos com desnutrição, que apresenta sinais de
gravidade (desidratação, recusa de líquidos) e provável derrame pleural na radiografia de tórax. Nesse caso, devemos
pensar no estafilococo!
Incorreta a alternativa A. O hemófilos é menos prevalente do que o estafilococo nessa faixa etária.
Incorreta a alternativa B. O fato de estarmos diante de uma criança com pneumonia grave e desnutrição levanta
No fluxograma abaixo, podemos observar como deve ser conduzido o caso de um paciente que necessita de
internação:
Piora ou sem
Melhora
melhora após
clínica
48h a 72h
Alta após
Repetir
48h sem
radiografia
febre com
de tórax
antibiótico
oral por
10 dias e
reavaliação
Com derrame Sem derrame
pleural pleural
Toracocentese Outros
germes
Persistência
Suspeita de
da febre
atípico: iniciar
prostração e
macrolídeo
toxemia
Cefuroxime
ou
Ceftriaxone
Resumindo:
Taquipneia
Estertores
Febre finos,
persistente broncofonia
aumentada
Pneumonia
típica
IVAS com Leucocitose
piora após e desvio à
48 a 72 horas esquerda
Tratamento
Acomete direcionado
qualquer ao pneumococo
idade ou estafilococo
A pneumonia afebril do lactente (PAL) é causada, na maior parte dos casos, pela Chlamydia trachomatis, sendo
o segundo agente mais comum o Ureaplasma. Ela acomete crianças até os três meses de idade.
No enunciado, geralmente vemos uma criança que nasceu de parto normal, teve um
episódio de conjuntivite prévio e, no momento do exame físico, está com uma IVAS arrastada e
sem febre.
Ao exame físico, a criança encontra-se em bom
estado geral, taquipneia leve, com ou sem sibilos
à ausculta pulmonar e pode apresentar os clássicos
estertores finos. Hipoxemia não é usual, mas pode
ocorrer.
Figura 7: secreção ocular característica de conjuntivite em
lactente. Fonte: Shutterstock
Prof. Andrea Makssoudian | Pediatria | Janeiro 2022 31
Pneumonias na Infância
5.2.2 RADIOGRAFIA
Figura 8: opacificação heterogênea bilateral, borrando a área cardíaca. Fonte: imagem extraída de uma prova
do concurso da SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE (SES) do Distrito Federal, 2015.
Com relação aos exames laboratoriais, esses também são desnecessários. Em caso
de internação, devem ser colhidos hemograma, PCR e hemocultura. A alteração mais
característica encontrada no hemograma é leucocitose com eosinofilia.
O diagnóstico específico pode ser feito por meio da sorologia com dosagem de anticorpos da classe IgM, pois,
nessa idade, os anticorpos de classe IgG podem ser decorrentes de passagem transplacentária.
No quadro abaixo, você pode encontrar os principais diagnósticos diferenciais da pneumonia afebril do lactente
que podem ser cobrados em sua prova:
5.2.5 TRATAMENTO
A pneumonia afebril do lactente deve ser tratada com macrolídeos por via oral.
A primeira escolha é o uso da claritromicina na dose de 15 mg/kg/dia, de 12 em 12 h por 10 dias, ou da
azitromicina na dose de 10 mg/kg/dia, 1 vez ao dia, por 5 dias.
A eritromicina é outra opção de macrolídeo, porém ocasiona efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais.
Além disso, sua posologia de 6 em 6 horas dificulta a administração e, consequentemente, a adesão ao tratamento.
Observe:
Parto normal
Leucocitose
PAL Tosse
e eosinofilia insidiosa
Infiltrado Conjuntivite
intersticial prévia
CAI NA PROVA
(REVALIDA UFMT 2014) Lactente jovem, no 1º trimestre de vida, em bom estado geral, vem apresentando taquipneia,
tosse persistente do tipo coqueluchoide, de evolução arrastada, sem sinais de toxemia. Mãe refere que realizou pré-
natal com mais de 6 consultas e todos os exames de rotina para a gravidez, e nenhum deles apresentou alteração,
e que a criança nasceu bem de parto normal com Apgar 9 e 10 nos 1º e 5º minutos de vida respectivamente e teve
conjuntivite no período neonatal. Já recebeu todas as vacinas preconizadas pelo PNI para os 2 meses de idade. Ao
exame, a semiologia pulmonar é pobre e a radiografia de tórax apresenta hiperinsuflação + padrão intersticial. Qual é
o agente mais provável e o tratamento preconizado?
COMENTÁRIOS:
Essa questão traz um lactente jovem com tosse arrastada, antecedente de parto normal e conjuntivite prévia,
com radiografia apresentando padrão intersticial. Devemos pensar na Chlamydia trachomatis!
Incorreta a alternativa A. O Mycoplasma é um agente que acomete escolares acima de 5 anos de idade, e não
lactentes jovens.
Incorreta a alternativa B. Esse agente, que atualmente é denominado de Pneumocystis jirovecii, é responsável
por infecções em pacientes imunocomprometidos.
Correta a alternativa C. Indicou o agente etiológico mais provável e seu tratamento apropriado.
Incorreta a alternativa D. A infecção por Moraxella não é comum em lactentes jovens e não causa conjuntivite.
Além disso, o padrão radiológico é de uma pneumonia típica.
Gabarito: alternativa C.
Os principais sintomas são tosse, habitualmente seca, e coriza. A tosse seca, que é o padrão clássico, pode evoluir
para produtiva ou, mais raramente, ser irritativa e frequente. Podemos observar um padrão chamado coqueluchoide
em alguns casos, ou seja, acessos de tosse que levam a criança a perder o fôlego.
Os sintomas associados aos respiratórios que podem ser encontrados nas pneumonias atípicas são:
• Cefaleia.
• Dor de garganta, rouquidão.
• Mal-estar.
• Mialgia.
• Adinamia.
A ausculta pulmonar é inespecífica e pode estar normal ou apresentar estertores finos bilaterais e sibilos.
5.3.2 RADIOGRAFIA
Não há indicação de exames como hemograma e PCR, pois é esperado que estejam
normais. O exame de crioaglutinina, embora não seja específico, pode estar alterado em
infecções pelo Mycoplasma, e o diagnóstico específico pode ser obtido por meio da coleta de
sorologias para o Mycoplasma e Chlamydophila.
Vamos, agora, apresentar os principais diagnósticos diferenciais da pneumonia atípica que aparecem na maior
parte das questões:
5.3.5 TRATAMENTO
O tratamento das pneumonias atípicas é realizado com macrolídeos nas mesmas doses da pneumonia afebril
do lactente. Vamos recordá-lo?
A primeira escolha é com a claritromicina na dose de 15 mg/kg/dia, de 12 em 12 h por 10 dias, ou da azitromicina
na dose de 10 mg/kg/dia, 1 vez ao dia, por 5 dias.
A pneumonia atípica é geralmente tratada em nível ambulatorial, e, em casos de desconforto respiratório e
ou hipoxemia, pode ser necessária internação para suporte respiratório. A forma de administração dos macrolídeos,
mesmo em pacientes internados, deve ser feita por via oral, desde que o paciente apresente condições clínicas.
Para memorizar:
Crianças maiores
de 5 anos
e adolescentes
Pneumonia
Padrão atípica Adinamia,
intersticial cefaleia,
na radiografia rouquidão,
odinofagia
Ausculta Tosse
inespecífica arrastada
CAPÍTULO
CAPÍTULO
7.0 COMPLICAÇÕES
Nem todas as pneumonias evoluem de forma satisfatória, mesmo com tratamento adequado. Quando falamos
em complicações, pensamos logo nas pneumonias “típicas”! As complicações são raras nas pneumonias atípicas e
na pneumonia afebril do lactente, embora possam ocorrer esporadicamente. A presença de complicações implica
gravidade, portanto internação.
DICA IMPORTANTE
Atenção: se houver mais de uma complicação ao mesmo tempo em um único paciente,
possivelmente se trata de uma pneumonia pelo Staphylococcus aureus.
Caro Revalidando, entre as complicações, a mais cobrada nas provas é o derrame pleural. Vamos aprender
juntos?
O derrame pleural caracteriza-se pela presença de líquido entre as pleuras parietal e visceral.
É muito importante suspeitar e diagnosticar adequadamente o derrame pleural. Lembre-se de que os sinais
semiológicos característicos são: abolição dos murmúrios vesiculares à ausculta pulmonar, diminuição do frêmito
toracovocal e da broncofonia, além de macicez à percussão.
A radiografia de tórax permite a detecção do derrame pleural na maior parte dos casos. Os sinais que podem
ser observados são:
• Velamento do seio costofrênico.
• Linha elíptica representando a presença de líquido entre as pleuras.
• Velamento total do hemitórax em derrames volumosos.
Vamos analisar, juntos, uma radiografia de tórax de uma criança que apresenta derrame pleural:
Figura 9: derrame pleural à esquerda. Podemos observar uma opacificação homogênea no hemitórax esquerdo com presença de linha elíptica.
(Fonte: Shutterstock
A ultrassonografia de tórax é útil para avaliar a dimensão do derrame. Além disso, no derrame pleural
exsudativo, podemos avaliar a fase em que ele se encontra, que pode ser aguda (ou exsudativa), fibrinopurulenta ou
organizada.
Agora, vou apresentar o PASSO A PASSO sobre a conduta frente a uma criança com derrame pleural. Isso é
muito explorado pelos examinadores e precisa estar na ponta da língua!
1º. Sempre que possível, pacientes com derrame pleural devem ser submetidos à TORACOCENTESE, a
menos que o derrame seja laminar ou que estejamos diante de pacientes anticoagulados ou com distúrbios
de coagulação.
2º. Se o derrame for COMPLICADO, precisaremos indicar a DRENAGEM TORÁCICA EM SELO D’ÁGUA,
nas seguintes situações:
• líquido com aspecto purulento (empiema);
• presença de bactéria no Gram ou na cultura;
• análise bioquímica com pH < 7,1;
• glicose < 40 mg/dL;
• DHL > 1.000.
3º. Em casos de derrame muito volumoso que esteja causando desconforto respiratório ao paciente, há
necessidade de drenagem também.
4ª. Complicações implicam maior gravidade e também internação.
Caro colega, talvez você encontre uma questão como esta em sua prova. Fique atento!
CAI NA PROVA
(REVALIDA INEP 2021) Um paciente de 5 anos, previamente hígido, é levado ao pronto atendimento devido à febre de
até 38,7 °C, coriza e tosse persistente há 3 dias, principalmente à noite. Ao exame físico, apresentava-se com murmúrio
vesicular abolido na base esquerda, frequência respiratória = 46 irpm, estertores finos, difusos e homogêneos,
principalmente à esquerda e tiragem intercostal e subcostal. Saturimetria = 98%. Sem outras alterações ao exame
físico.
Considerando o caso acima, responda às questões a seguir.
A) Elabore a hipótese diagnóstica mais provável, citando o agente etiológico mais comum.
B) Proponha a conduta adequada frente à situação apresentada.
COMENTÁRIOS:
Criança de 5 anos com sintomas respiratórios, febre e taquipneia. Ausculta com murmúrio vesicular abolido,
sugerindo derrame pleural. Como há tiragem subcostal associada a uma provável complicação, há indicação para
tratamento por via endovenosa, ou seja, internação.
Respostas:
A) A principal hipótese diagnóstica é pneumonia grave complicada com derrame pleural. O agente
etiológico provável é o pneumococo.
Quando existem complicações, além da conduta adequada para cada tipo de pneumonia, a duração do
tratamento é importante. Derrames pleurais causados pelo S. pneumoniae e pelo H. influenzae, depois de devidamente
drenados, são tratados por 10 a 14 dias, e pelo estafilococo, por um tempo maior, entre 3 e 4 semanas.
CAPÍTULO
Figura 10: radiografia de tórax de uma criança com pneumonia parasitária caracterizada por opacificações grosseiras observadas em ambos
os hemitórax. (Fonte: Cheema HA, Waheed N, Saeed A. Rare presentation of haemobilia and Loeffler's pneumonia in a child by Ascaris
lumbricoides. BMJ Case Rep. 2019;12(8):e230198. Published 2019 Aug 28. doi:10.1136/bcr-2019-230198).
CAPÍTULO
https://estr.at/prrw
CAPÍTULO
15. CHEEMA, H.A.; WAHEED, N.; SAEED, A. Rare presentation of haemobilia and Loeffler's pneumonia in a child by
ascaris lumbricoides. BMJ Case Rep. 2019;12(8):e230198. Published 2019 Aug 28. doi:10.1136/bcr-2019-230198.
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CAPÍTULO
Grande abraço!
Andrea Makssoudian.