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PEDIATRIA

P R O F. A N D R E A M A KS S O U D I A N

PNEUMONIAS NA INFÂNCIA

JANEIRO/2022
Pneumonias na Infância

APRESENTAÇÃO:

PROF. ANDREA
MAKSSOUDIAN

Querido Revalidando,

A pneumonia é um tópico muito explorado


nas provas do Revalida. Na estatística que
preparamos, ela ocupa o quarto lugar. Veja:

@dra.andreamakssoud

Estratégia MED @estrategiamed

t.me/estrategiamed /estrategiamed
Pneumonias na Infância

Imunizações

Asma

Puericultura/Bronquiolite

Pneumonia/Coqueluche

ITU/Sífilis congênita e Obesidade

0 2 4 6 8 10 12 14 16 17 18 19 20
21%
Dentro do tema “pneumonia”, observe como os tópicos são explorados pelos examinadores:
Dessa forma, torna-se fundamental que você domine esse tema tão relevante, a fim 32%
de garantir
um resultado melhor nas provas.

21%

21% 26%

32%
Diagnós�co Escolha do an�bió�co

Conduta Agente e�ológico

21%

26%

Diagnós�co Escolha do an�bió�co


Pronto para começar? Venha comigo!
Conduta Agente e�ológico
Pneumonias na Infância

SUMÁRIO

1.0 DEFINIÇÃO E INCIDÊNCIA 6


2.0 FATORES DE RISCO 6
3.0 FISIOPATOLOGIA 6
4.0 AGENTES ETIOLÓGICOS 8
4.1 PERÍODO NEONATAL 10

4.2 LACTENTES JOVENS 10

4.3 CRIANÇAS DE TRÊS MESES A CINCO ANOS 10

4.4 CRIANÇAS MAIORES DE 5 ANOS 11

5.0 PNEUMONIAS BACTERIANAS 12


5.1 PNEUMONIA TÍPICA 12

5.1.1 AGENTES ETIOLÓGICOS 13

5.1.2 QUADRO CLÍNICO 14

5.1.3 DIAGNÓSTICO 16

5.1.4 CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE 17

5.1.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 21

5.1.6 TRATAMENTO 23

5.2 PNEUMONIA AFEBRIL DO LACTENTE (PAL) 31


5.2.1 QUADRO CLÍNICO 31

5.2.2 RADIOGRAFIA 32

5.2.3 EXAMES LABORATORIAIS 32

5.2.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 32

5.2.5 TRATAMENTO 33

5.3 PNEUMONIA ATÍPICA 35

5.3.1 QUADRO CLÍNICO 35

5.3.2 RADIOGRAFIA 36

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5.3.3 EXAMES LABORATORIAIS 36

5.3.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 36

5.3.5 TRATAMENTO 37

6.0 RADIOGRAFIA DE CONTROLE 38


7.0 COMPLICAÇÕES 39
7.1 DERRAME PLEURAL 40

8.0 PNEUMONIA PARASITÁRIA 42


9.0 PNEUMONIAS DE REPETIÇÃO 43
10.0 LISTA DE QUESTÕES 44
11.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45
12.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 47

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CAPÍTULO

1.0 DEFINIÇÃO E INCIDÊNCIA


Caro Estrategista, vamos começar com a definição de pneumonia!
A pneumonia caracteriza-se por um processo inflamatório que acomete o trato respiratório inferior, mais
especificamente o alvéolo, em resposta à invasão de um agente agressor, podendo ser infeccioso ou não. Esse agente
chega até o pulmão, principalmente, pela aspiração de material de secreções infectadas das vias aéreas superiores ou
disseminação hematogênica.
A incidência e a gravidade dessa doença têm diminuído, nas últimas décadas, devido ao melhor acesso da
população aos serviços de saúde e, principalmente, pela ampla imunização das crianças, sendo as vacinas contra
Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae tipo b as grandes responsáveis por esse resultado.

CAPÍTULO

2.0 FATORES DE RISCO


Observe, abaixo, os fatores de risco que podem predispor ao surgimento das pneumonias na criança:
• Desmame precoce ou aleitamento artificial.
• Ausência de vacinação (ou falta de doses ou reforços).
• Frequentar creche.
• Baixo nível socioeconômico.
• Aglomeração domiciliar (famílias numerosas morando na mesma casa).
• Baixo peso ao nascer (< 2.500 g).
• Prematuridade.
• Tabagismo passivo.
• Doenças preexistentes: cardiopatias, broncodisplasia, asma não controlada, fibrose cística, anemia
falciforme, doenças neurológicas, desnutrição, imunodeficiência primária ou secundária.

CAPÍTULO

3.0 FISIOPATOLOGIA
Na maioria dos casos, a criança manifesta, inicialmente, uma infecção de vias aéreas superiores (IVAS) que
facilita a invasão de bactérias e vírus. Esses agentes atingem o trato respiratório inferior, causando um processo
inflamatório.
A consequência da inflamação pulmonar é a diminuição de sua complacência, além de obstrução de vias
aéreas menores que culmina em colapso dos espaços aéreos distais, aprisionamento de ar e alteração da relação
ventilação-perfusão.

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Invasão de vírus e Diminuição da Colapso dos


bactérias no Processo Alteração
IVAS inflamatório complacência espaços aéreos ventilação/perfusão
trato respiratório
inferior pulmonar distais

Caro colega, existem alguns padrões específicos de pneumonia. Acompanhe:


• Pneumonia lobar ou típica: acometimento de um único lobo ou segmento. Esse padrão, classicamente,
é causado pelo Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
• Broncopneumonia: envolvimento primário de vias aéreas e do interstício ao redor. Essa espécie de
pneumonia pode ser causada pelo Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes.
• Intersticial ou atípica: ocorre inflamação intersticial e pode evoluir com infiltração parenquimatosa
secundária. Geralmente, é ocasionada por vírus e germes bacterianos atípicos como a Chlamydia sp. e
Mycoplasma pneumoniae.
As radiografias abaixo apresentam esses três padrões. Veja:

Pneumonia lobar ou típica.


Broncopneumonia com padrão difuso
O padrão é de opacificação homogênea em
bilateral acometendo o pulmão direito e
hemitórax direito, borrando a área cardíaca.
ápice esquerdo.

Figura 1: pneumonia lobar ou típica com opacificação homogênea Figura 2: broncopneumonia com acometimento bilateral
em hemitórax direito. Fonte: acervo pessoal - Andrea Makssoudian. do parênquima pulmonar. Fonte: acervo pessoal -
Andrea Makssoudian.

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Pneumonia intersticial
Padrão difuso, comprometimento mais nítido
em bases pulmonares.

Figura 3: pneumonia intersticial com infiltrado difuso bilateral.


Fonte: Shutterstock

Agora que já conhecemos os principais tipos de pneumonia, vamos conhecer seus agentes etiológicos.

CAPÍTULO

4.0 AGENTES ETIOLÓGICOS


Caro Estrategista, fique atento, pois esse tópico é cobrado em 21% das questões sobre pneumonia no
Revalida!
Mais importante do que saber os fatores de risco é entender os principais agentes etiológicos da pneumonia.
Você precisa dominar esse tópico, pois ele é muito prevalente.
O ponto que os examinadores adoram explorar é a respeito do principal agente etiológico das pneumonias
típicas, ou seja, aquelas causadas por bactérias. Esse agente é o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) em todas
as idades.

Fique atento: os examinadores questionam com frequência quais são os principais


agentes etiológicos nas pneumonias bacterianas complicadas, como quando há derrame
pleural ou pneumatocele. A resposta é o pneumococo, e isso deve estar na ponta da língua.
Entenda a diferença: o Staphylococcus aureus é um microrganismo que, frequentemente,
causa complicações, contudo o agente mais frequente é o pneumococo. Portanto, diante de
um paciente com pneumonia típica bacteriana, mesmo que complicada, é nele que você deve
pensar em primeiro lugar!

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E já adianto: toda pneumonia complicada deve ser tratada com antibiótico endovenoso, pois indica gravidade!
Vamos aproveitar a oportunidade para ver uma questão sobre esse assunto:

CAI NA PROVA

(REVALIDA UFMT 20060) Menina de 5 anos, previamente hígida, procura o Centro de Saúde com história de febre
elevada e tosse há três dias. Ao exame físico, apresenta-se acianótica, taquipneica (52 irpm), com discreta tiragem
intercostal e xifoidiana e, na ausculta, murmúrio abolido em base direita e com estertores crepitantes no terço médio
do pulmão direito. A radiografia de tórax mostrou derrame pleural de pequeno/médio volume acompanhado por
condensação lobar à direita. A conduta, o antibiótico mais adequado e o agente etiológico são, respectivamente:
A) Tratamento no domicílio; eritromicina e Mycoplasma pneumoniae.
B) Tratamento no domicílio; amoxicilina via oral e pneumococo.
C) Internação; penicilina cristalina e pneumococo.
D) Internação; oxacilina e ceftriaxone e Staphylococcus aureus.
E) Tratamento no domicílio; oxacilina e Staphylococcus aureus.

COMENTÁRIOS:
Essa questão cobra a etiologia e o tratamento de uma pneumonia complicada com derrame pleural. O tratamento
específico será abordado oportunamente, mais adiante. Vamos analisar cada alternativa:
Incorreta a alternativa A. Todos os pacientes com pneumonia complicada devem ser internados para que
recebam antibioticoterapia endovenosa. O Mycoplasma não causa pneumonia típica com derrame pleural.
Incorreta a alternativa B. Embora tenha sinalizado o principal agente etiológico, o tratamento deve ser realizado
por via endovenosa.
Correta a alternativa C. Indicou o principal agente e seu tratamento apropriado.
Incorreta a alternativa D. A oxacilina é um antibiótico direcionado ao Staphylococcus aureus, que não é o agente
mais provável.
Incorreta a alternativa E. O tratamento deve ser em regime de internação, e o Staphylococcus aureus não é o
provável agente etiológico.

Gabarito: alternativa C.

Caro Estrategista, você sabia que cada faixa etária da criança apresenta agentes etiológicos específicos para as
pneumonias? Vamos aprender juntos!

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4.1 PERÍODO NEONATAL

No período neonatal, os principais agentes responsáveis pelas pneumonias são:


• Estreptococo B.
• Bactérias Gram-negativas.
• Staphylococcus aureus.
• Listeria monocytogenes.
• Vírus.
Nas pneumonias de início precoce, os germes mais comuns são agentes que estão no canal de parto e/ou no
intestino das gestantes, e a contaminação acontece, em geral, no momento do parto.

4.2 LACTENTES JOVENS

Na faixa etária de 1 a 3 meses de idade, os agentes etiológicos mais encontrados são:

• Vírus: são responsáveis pela maior parte de pneumonias em lactentes.


• Pneumococo (pneumonia típica).
• Chlamydia trachomatis.
• Ureaplasma urealyticum.

Destaco a Chlamydia trachomatis, que é o principal agente etiológico da pneumonia afebril do lactente.

4.3 CRIANÇAS DE TRÊS MESES A CINCO ANOS

Nas crianças menores de 5 anos de idade, os principais agentes em todas as pneumonias são
os vírus, e não se esqueça de que o vírus sincicial respiratório é um dos mais prevalentes!
Entre as causas bacterianas, o agente mais comum continua sendo o pneumococo, seguido
pelo estafilococo.
Entre os agentes encontrados nessa faixa etária, destacam-se:

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VÍRUS BACTÉRIAS

Vírus sincicial respiratório Streptococcus pneumoniae

Vírus influenza A e B Staphylococcus aureus

Metapneumovírus Moraxella catarrhalis

Adenovírus Haemophilus influenzae tipo B

Parainfluenza

Para memorizar:
Os principais agentes etiológicos das pneumonias em crianças abaixo de 5 anos são os
VÍRUS!!

Nas pneumonias bacterianas, o pneumococo é o mais comum, e o Staphylococcus aureus é o segundo. O


Haemophilus influenzae tipo B tornou-se pouco frequente nas últimas décadas, devido à imunização infantil. A
Moraxella catarrhalis é outro agente que pode ser encontrado em menor frequência.

4.4 CRIANÇAS MAIORES DE 5 ANOS

Os principais agentes responsáveis pelas pneumonias nessa idade são:

• Pneumococo.
• Mycoplasma pneumoniae.
• Chlamydophila pneumoniae.

Nessa idade, as pneumonias atípicas passam a ganhar importância. O agente principal das pneumonias atípicas
é o Mycoplasma pneumoniae, seguido pela Chlamydophila pneumoniae.
Mas, nunca se esqueça: entre as pneumonias típicas, mesmo nessa idade, o principal agente é o pneumococo.

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Atenção: não confunda a Chlamydophila pneumoniae com a Chlamydia trachomatis dos


lactentes jovens (principal agente da pneumonia afebril do lactente).

Vamos sedimentar o que aprendemos até aqui:

PERÍODO NEONATAL 1 A 3 MESES 4 MESES A 5 ANOS MAIORES DE 5 ANOS

Estreptococo do Vírus Vírus


grupo B Chlamydia Streptococcus Streptococcus
Bacilos Gram- trachomatis pneumoniae pneumoniae
negativos Ureaplasma Staphylococcus Staphylococcus aureus
Listeria urealyticum aureus Mycoplasma
monocytogenes Streptococcus Haemophilus pneumoniae
Staphylococcus pneumoniae influenzae Chlamydophila
aureus Staphylococcus Moraxella pneumoniae
Vírus aureus catarrhalis

Querido Revalidando, por questões didáticas, vou abordar os principais tipos de pneumonias, apresentando
suas principais características. Venha comigo!

CAPÍTULO

5.0 PNEUMONIAS BACTERIANAS

5.1 PNEUMONIA TÍPICA

Você sabia que a queridinha das bancas examinadoras para o Revalida é a pneumonia típica?
Fique atento, esse tópico é quente!
A pneumonia típica é também denominada de lobar e caracteriza-se, geralmente, pelo
acometimento de um único lobo ou segmento. Veja a imagem abaixo:

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Figura 4: radiografia de tórax com opacificação em ápice direito. Fonte: Shutterstock

5.1.1 AGENTES ETIOLÓGICOS

Classicamente, a pneumonia típica é resultado de A ausculta pulmonar pode revelar estertores finos,
uma infecção pelo pneumococo e, menos comumente, diminuição do murmúrio vesicular e broncofonia
pelo Staphylococcus aureus (estafilococo). Ela ocorre aumentada.
após alguns dias de sinais e sintomas de infecção de vias O estafilococo é uma bactéria mais agressiva,
aéreas superiores (IVAS). e, nesse caso, os sintomas são mais exuberantes e as
Nas infecções pneumocócicas, o início é, em complicações são proporcionalmente mais comuns.
geral, abrupto, com surgimento de febre por mais de 72 Contudo, como o pneumococo é o agente mais
horas, toxemia, dor torácica e desconforto respiratório prevalente, mesmo em pneumonias complicadas, a
moderado a grave, podendo manifestar-se com sepse. origem pneumocócica é muito mais provável.

Uma dica que você precisa levar para as provas é que as infecções estafilocócicas
geralmente se associam às seguintes manifestações:
• Impetigo estafilocócico.
• Infecção secundária em lesões de varicela.
• Comorbidades: desnutrição, fibrose cística.
• Pneumonias com mais do que uma complicação.
• Infecções ósseas ou articulares.

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Figura 5: lesões de varicela infectadas com celulite associada. Fonte: Shutterstock

O Haemophilus influenzae é responsável por várias infecções comuns em crianças, como otites, sinusites e
celulites; e por infecções graves, como meningite, bacteremia, epiglotite, além das pneumonias. Sua prevalência
diminuiu com a imunização em massa.
A Moraxella catarrhalis causa quadros clínicos de pneumonia muito semelhantes aos do pneumococo. É um
agente muito frequente em infecções de vias aéreas superiores nas crianças, principalmente na otite média aguda e na
sinusite aguda. A Moraxella é, atualmente, sempre produtora de betalactamases, o que implica na escolha antibiótica
quando o agente mais provável for esse. Mas, fique tranquilo, falaremos sobre o tratamento logo mais.

5.1.2 QUADRO CLÍNICO

Os examinadores querem que você saiba diagnosticar a pneumonia clinicamente. Cerca de 32% das questões
exigem esse conhecimento. Fique ligado!
Os sinais e sintomas dependem da idade, do estado nutricional, da presença de doença de base, da gravidade e
do agente etiológico. Os mais encontrados são a febre, tosse, taquipneia, tiragens ou retrações subcostais, estertores
finos, hipoxemia, dor no tórax, entre outros.
• Frequência respiratória:

Querido Estrategista, é muito importante que você saiba que a simples avaliação da
frequência respiratória (FR) em crianças com sintomas respiratórios pode levar ao diagnóstico da
pneumonia. Saiba que a frequência respiratória é o parâmetro mais sensível para o diagnóstico de
pneumonia em crianças de até cinco anos de idade.

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Vamos destacar alguns pontos a respeito da avaliação da frequência respiratória:


• Sua avaliação deve ser feita sem a presença de obstrução nasal, pois esse fator pode interferir no resultado.
• Na vigência de febre, sua especificidade diminui.
• É um parâmetro menos sensível em crianças acima de 5 anos de idade.

A taquipneia como critério diagnóstico para pneumonia obedece aos seguintes parâmetros,
segundo a OMS e a SBP (procure memorizar esse quadro):
• Até os 2 meses: FR ≥ 60 ipm.
• De 2 meses a menos de 12 meses: FR ≥ 50 ipm.
• 12 meses até 5 anos: FR ≥ 40 ipm.

• Sinais de desconforto respiratório:

Algumas crianças com pneumonia podem apresentar sinais de desconforto respiratório. Veja os mais observados:
• Tiragem subcostal (que classifica o paciente como pneumonia grave).
• Tiragem intercostal.
• Retração de fúrcula.
• Batimento de asas de nariz.

Figura 5: sinais de desconforto respiratório.

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• Ausculta

Na ausculta pulmonar, os estertores finos (crepitantes) são os achados mais clássicos. Além desses, podemos
encontrar:
• Aumento do frêmito toracovocal.
• Submacicez à percussão.
• Roncos.
• Estertores grossos.
• Broncofonia aumentada nas áreas de consolidação pulmonar.
• Diminuição do murmúrio vesicular, sobretudo em casos que apresentam derrame pleural.
À percussão, pode ser observada submacicez ou macicez. Dependendo da gravidade da pneumonia, a criança
pode estar toxemiada ou até mesmo com sinais de sepse.

DICA IMPORTANTE:
A presença de sibilos ao exame físico é RARA nas pneumonias bacterianas “típicas”. Ou seja, havendo
sibilos, é provável que não seja uma pneumonia bacteriana típica!

5.1.3 DIAGNÓSTICO

Clínico:
O diagnóstico da pneumonia típica é clínico e baseia-se na FR. A radiografia de tórax é
desnecessária na maior parte dos casos.
Procure memorizar os valores de frequência respiratória esperados para cada faixa etária.
Isso despenca nas provas!

Radiológico:
Agora, vou explicar em que situações devemos solicitar a radiografia de tórax:
A radiografia de tórax deve ser solicitada sempre que houver:
• dúvida diagnóstica;
• necessidade de internação do paciente; ou
• suspeita de complicações.
Nesses casos, devemos fazer a radiografia de tórax PA (posteroanterior) e perfil. A radiografia de tórax em
decúbito lateral, também denominada Laurell, pode ser solicitada em caso de suspeita de derrame pleural extenso.

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E o que esperamos encontrar na radiografia de uma pneumonia típica é a opacidade homogênea (figura 4) e,
eventualmente, complicações como o derrame peural e pneumatoceles, além da presença de broncogramas aéreos.
Normalmente, os brônquios não são visíveis na radiografia e tomografia. Quando existe uma pneumonia que
causa opacificação no parênquima pulmonar, os brônquios tornam-se mais visíveis. Observe os broncogramas aéreos
na tomografia de tórax abaixo:

Figura 6: tomografia de tórax demonstrando extensa área de opacificação com presença de broncogramas aéreos. Fonte: acervo pessoal -
Andrea Makssoudian.

Exames laboratoriais:
Agora, vamos conversar a respeito dos exames laboratoriais:
Geralmente, não solicitamos hemograma ou proteína C-reativa (PCR), pois o
diagnóstico não depende deles e também porque, se encontrarmos um exame normal, isso
não afasta o diagnóstico.
Contudo, em casos complicados ou refratários, em que se indica a internação, exames
de hemograma, PCR e hemocultura são indicados para que possam orientar nossa conduta
frente à escolha da antibioticoterapia.

5.1.4 CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE

AIDPI é uma ação coordenada para o atendimento de crianças de 2 meses a 5 anos na atenção básica, que visa
diminuir a morbimortalidade infantil no Brasil. Ela segue, em linhas gerais, as recomendações da OMS e significa:
Atenção Integrada para as Doenças Prevalentes na Infância.
De acordo com a AIDPI, devemos classificar as pneumonias da seguinte forma:

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AVALIAR CLASSIFICAR TRATAR

Um dos seguintes
sinais: Dar a primeira dose de um antibiótico
qualquer sinal de PNEUMONIA GRAVE recomendado.
perigo*(veja logo OU DOENÇA MUITO Tratar a criança para evitar hipoglicemia.
mais); GRAVE Referir urgentemente ao hospital.
tiragem subcostal; Oxigênio, se disponível.
estridor em repouso.

Dar um antibiótico recomendado durante


sete dias.
Aliviar a tosse com medidas caseiras.
Respiração rápida PNEUMONIA
Informar a mãe sobre quando retornar
imediatamente.
Marcar retorno em dois dias.

Aliviar a tosse com medidas caseiras.


Informar a mãe sobre quando retornar
imediatamente.
Nenhum dos sinais
NÃO É PNEUMONIA Seguimento em cinco dias, caso não
acima
melhore.
Se tosse há mais de 14 dias, realizar
investigação.

De acordo com o quadro acima, devemos seguir o seguinte fluxograma:

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DOENÇA RESPIRATÓRIA

Sim Não
SINAIS DE PERIGO, TAQUIPNEIA NÃO É PNEUMONIA
ESTRIDOR EM REPOUSO,
TIRAGEM SUBCOSTAL

Sim Não

PNEUMONIA GRAVE PNEUMONIA


OU DOENÇA
MUITO GRAVE

TRATAMENTO AMBULATORIAL
INTERNAÇÃO RETORNO OBRIGATÓRIO EM 48 HORAS

Vamos exercitar o que aprendemos até aqui resolvendo uma questão:

CAI NA PROVA
(REVALIDA UFMT 2021) Paciente, sexo masculino, 1 ano e 10 meses, deu entrada no Pronto Atendimento
do Hospital Universitário com quadro de febre (38,5°C) e tosse produtiva há quatro dias, evoluindo com
piora do estado geral, persistência da febre e esforço respiratório. Ao ser admitido, o paciente apresentava-
se febril (38,7°C), FC = 112 bpm, FR = 42 irpm, estava em regular estado geral, normocorado, hidratado,
vigil, sem agitação psicomotora. Linfonodos não palpáveis em qualquer cadeia. AR: tiragem subcostal,
murmúrios vesiculares audíveis, com presença de estertores crepitantes em hemitórax direito. ACV:
RCR, 2T, sem sopros. Sat. O2 94%. Abdome sem visceromegalias, indolor à palpação abdominal. Exame
neurológico sem alterações. Segundo os “sinais de perigo” referidos pela OMS, como é classificado esse
caso de pneumonia?
A) Pneumonia muito grave.
B) Pneumonia grave.
C) Pneumonia moderada.
D) Pneumonia leve.

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COMENTÁRIOS:

Estamos diante de um lactente com febre e sintomas respiratórios, que apresenta taquipneia e tiragem subcostal.
O achado de tiragem subcostal indica pneumonia grave, portanto internação!
Correta a alternativa B. Classificou o paciente de forma adequada.

Gabarito: alternativa B.

Agora, vou apresentar os sinais de perigo* de acordo com a idade:

• Para menores de 2 meses:


1. FR ≥ 60 irpm.
2. Tiragem subcostal.
3. Febre alta ou hipotermia.
4. Recusa do seio materno por mais de três mamadas.
5. Sibilância, estridor em repouso.
6. Sensório alterado com letargia.
7. Sonolência anormal ou irritabilidade excessiva.
• Para maiores de dois meses:
1. Estridor em repouso.
2. Recusa de líquidos (dificuldade para ingerir líquidos).
3. Convulsão.
4. Alteração do sensório.
5. Vômito incoercível.
• Para “todos” (qualquer idade):
Sinais de dificuldade respiratória mais grave (movimentos involuntários da cabeça,
gemência, batimentos de asa do nariz e cianose central), sinais de infecção grave, como
tempo de enchimento capilar lentificado e saturação de oxigênio abaixo de 92%. A presença
de complicações também é sinal de gravidade e indica internação.

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Vamos ficar atentos a dois pontos importantes:


• A presença de taquipneia é o sinal mais sensível para o diagnóstico de pneumonia.
• Sinal de perigo indica internação.
• De acordo com o Ministério da Saúde, o fato de haver taquipneia em lactentes abaixo
de 2 meses já indica gravidade (sinal de perigo).

5.1.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Alguns diagnósticos diferenciais da pneumonia típica são frequentemente questionados nas provas do Revalida.
Vamos estudar juntos:

Episódios de tosse com cianose e guincho.


Coqueluche
HMG com leucocitose e linfocitose.

Acomete lactentes, o quadro inicial é de IVAS, com piora


respiratória esperada no 4º a 6º dia de doença.
Bronquiolite
Ao exame físico: presença de sibilos.
Radiografia de tórax normal ou com hiperinsuflação.

História de engasgo, vômitos.


Pneumonia aspirativa
Radiografia de tórax com imagem sempre na mesma localização
(corpo estranho)
(principalmente infiltrado nos segmentos superiores do pulmão).

História de tossidor crônico na família em contato com a criança


ou pneumonia que não melhora com antibióticos comuns, usados
no tratamento das pneumonias comunitárias, e uma imagem de
Tuberculose opacificação mantida na radiografia de tórax.
Criança com baixo peso ou perda de peso recentemente, muitas
vezes desnutrida.
Febre intermitente.

Laringotraqueobronquite
Tosse ladrante e estridor na ausculta pulmonar.
viral aguda

Prof. Andrea Makssoudian | Pediatria | Janeiro 2022 21


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Crises recorrentes de sibilância.


Asma
Melhora com uso de beta-2-agonista de curta duração.

Febre, odinofagia e exsudato em orofaringe, sem alterações na


Amigdalite
ausculta pulmonar e sem taquipneia.

Sintomas respiratórios de vias aéreas superiores, otalgia, febre


Otite média aguda nem sempre presente e, à otoscopia, deve haver abaulamento da
membrana timpânica.

Caro Revalidando, a próxima questão cobrou o diagnóstico diferencial da pneumonia, observe:

CAI NA PROVA

(REVALIDA INEP 2013) Lactente com um ano de idade passou a frequentar creche há dois meses e, nesse período, já
apresentou dois episódios de Infecção de Vias Aéreas Superiores (IVAS). Há três dias, passou a apresentar quadro de
febre, coriza hialina e tosse, inicialmente seca, que evoluiu para tosse produtiva. Há 24 h, foi levado pela mãe ao Pronto
Atendimento e foi medicado com paracetamol e solução fisiológica nasal. Como não houve melhora do quadro, a mãe
retornou ao Pronto Atendimento para nova consulta. Ao exame físico, a criança encontra-se afebril, gemente, FR = 50
irpm, ausculta pulmonar com roncos difusos e tiragem subcostal. À otoscopia, observa-se hiperemia de membrana
timpânica bilateral e oroscopia com leve hiperemia de pilares amigdalianos. Com base no quadro clínico e exame físico,
o diagnóstico e a conduta imediata são, respectivamente:
A) Bronquiolite; indicar oxigenoterapia.
B) Pneumonia; encaminhar para internação.
C) Amigdalite viral; prescrever sintomáticos.
D) Otite média aguda; prescrever antibiótico.
E) Asma; prescrever broncodilatador inalatório.

COMENTÁRIOS:

Temos um lactente com sintomas respiratórios e febre associada a taquipneia, gemência e tiragem subcostal,
que caracterizam uma pneumonia grave.
Incorreta a alternativa A. Na bronquiolite, a ausculta esperada é de sibilos e tempo expiratório prolongado.
Correta a alternativa B. O paciente tem pneumonia grave e necessita de internação.

Prof. Andrea Makssoudian | Pediatria | Janeiro 2022 22


Pneumonias na Infância

Incorreta a alternativa C. Amigdalite viral não causa taquipneia e retração subdiafragmática, e a ausculta
pulmonar é normal nesses casos.
Incorreta a alternativa D. O que caracteriza a otite média aguda é o abaulamento da membrana timpânica, e
não apenas a hiperemia.
Incorreta a alternativa E. Na asma, deveríamos encontrar sibilos na ausculta.

Gabarito: alternativa B.

5.1.6 TRATAMENTO

Querido(a) aluno(a), você sabia que 21% das questões sobre pneumonia do Revalida envolvem
o tratamento? Vamos estudá-lo juntos!

Tratamento ambulatorial x internado

Querido Estrategista, chegou o momento de tratar nosso paciente. Agora, precisamos


tomar algumas decisões:
• Tratamento ambulatorial ou internado?
• Qual é o antibiótico que devo escolher?

A maior parte dos pacientes pode receber seu tratamento de forma ambulatorial. Nessa modalidade de
tratamento, não há necessidade de realização de radiografia de tórax e outros exames subsidiários, e o paciente deve
retornar OBRIGATORIAMENTE em 48 horas para reavaliação.

Escolha do antibiótico
A introdução do antibiótico deve ser norteada pela principal hipótese, visando cobrir o patógeno mais frequente,
que, na pneumonia típica, é o pneumococo, em qualquer faixa etária, excetuando-se os recém-nascidos.
Por esse motivo, para o tratamento ambulatorial, a escolha é a amoxicilina! No Brasil, a prevalência de
pneumococos parcialmente resistentes ainda não é mais relevante do que os pneumococos sensíveis. Sendo assim, a
amoxicilina ainda é recomendada como antibiótico de escolha para as pneumonias típicas adquiridas na comunidade.
Vamos memorizar a dose:

Dose de amoxicilina: 50 mg/kg/dia VO (via oral), de 12/12 horas ou de 8/8 horas


por 7 a 10 dias.

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Pneumonias na Infância

ATENÇÃO: Sempre que indicarmos o tratamento ambulatorial, devemos reavaliar o paciente após 48 a 72 horas.

Que tal treinarmos com uma questão sobre esse tópico?

CAI NA PROVA

(REVALIDA INEP 2021) Um paciente, 2 anos, sexo masculino, chega ao pronto atendimento de um hospital público
com relato de ter iniciado, há 5 dias, coriza serosa e tosse seca irritativa. Evoluiu hoje com febre elevada, secreção nasal
mais espessa e tosse produtiva e com boa aceitação alimentar. Ao exame físico do aparelho respiratório, evidenciou-se
saturação 96%, FR = 50 irpm, murmúrio vesicular diminuído em base do hemitórax direito, frêmito toracovocal com
maciez e crepitações grosseiras audíveis no mesmo local. Encontrava-se hidratado, tolerando os medicamentos por via
oral. Foi testado para a covid-19 no dia anterior, cujo resultado foi negativo.
A) terapêutica antibiótica a ser instituída nesse caso é
B) amoxicilina.
C) azitromicina.
D) claritromicina.
E) ceftriaxona.

COMENTÁRIOS:

Essa criança apresenta sintomas respiratórios, febre, taquipneia e ausculta pulmonar que sugere pneumonia.
Não há hipoxemia ou sinais de gravidade, e o tratamento pode ser feito de forma ambulatorial.
Correta a alternativa A. Como o pneumococo é o agente mais provável, a amoxicilina é a medicação de escolha.
Incorretas as alternativas B e C. A azitromicina e claritromicina são opções adequadas para o tratamento da
pneumonia atípica (veja adiante), que é rara nessa idade.
Incorreta a alternativa D. A ceftriaxona é indicada para casos em que o paciente está internado e não apresenta
melhora (veja adiante).

Gabarito: alternativa A.

Reavaliação clínica
Nessa reavaliação, caso a criança persista com febre além de 72 horas da instituição do tratamento, devemos
seguir os seguintes passos:
1º passo: avaliar, em primeiro lugar, a presença de complicações, como o derrame pleural. Isso indica a
necessidade de realizar radiografia de tórax na busca dessas complicações.
2º passo: se for constatada alguma complicação, internar o paciente.

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Pneumonias na Infância

3º passo: se o paciente estiver em bom estado geral e sem complicações, pensar em pneumococo parcialmente
resistente à amoxicilina. Nesse caso, devemos elevar a dose para 80-90 mg/kg/dia.
4º passo: se, ainda assim, a criança não apresentar melhora, pensar em outros agentes, como Moraxella e
os Haemophilus sp., e ampliar o espectro dos antibióticos, usando amoxicilina-clavulanato ou cefalosporinas de 2ª
geração, como a cefuroxima.
O fluxograma abaixo apresenta esses passos. Observe:

Todo paciente
recebendo Procura de
tratamento Se
Persistência complicações
ambulatorial complicações
de febre? derrame,
deve ser presentes:
abscesso ou
reavaliado internação!
pneumatocele?
em um prazo
de 48 horas:

Sem
complicação
escalonar
antibiótico:
amoxicilina
80-90 mg/kg/dia
amoxicilina
+ clavulanato

Caro Revalidando, veja como esse tópico pode cair em sua prova:

CAI NA PROVA

(REVALIDA INEP 2016) Um menino com 4 anos de idade é atendido na Unidade Básica de Saúde (UBS), com história
de febre e tosse produtiva há 3 dias. Ao exame físico, apresenta temperatura axilar = 38,5°C, frequência respiratória
= 45 irpm, sem tiragem intercostal ou sibilância expiratória e com estertores crepitantes em base pulmonar direita. É
medicado com amoxicilina 50 mg/kg/dia, dividida em três doses (a cada 8 horas). Retorna 72 horas após o atendimento
inicial, sem melhora do quadro, com exame físico inalterado em relação à primeira avaliação. A mãe informa ter
utilizado a medicação conforme a prescrição. A radiografia simples de tórax evidencia um padrão de consolidação em
lobo médio sem derrame pleural. Diante desse quadro clínico, a conduta adequada é:

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Pneumonias na Infância

A) Internar o paciente, iniciar ceftriaxona com dose 50 mg/kg/dia e reavaliar após 48 horas.
B) Manter amoxicilina com dose de 50 mg/kg/dia e reavaliar o paciente após 48 horas na UBS.
C) Internar o paciente, iniciar penicilina cristalina com dose de 100.000 Ul/kg/dia e reavaliar o paciente após 48
horas.
D) Aumentar a dose da amoxicilina para 80 mg/kg/dia, associar clavulanato e reavaliar o paciente após 48 horas na
UBS.

COMENTÁRIOS:

Essa questão traz uma criança de 4 anos em tratamento para pneumonia (diagnóstico clínico) com amoxicilina
em dose adequada há 72 horas. Na reavaliação, observa-se persistência do quadro, na ausência de complicações.
Dessa forma, o próximo passo é aumentar a dose de amoxicilina.
Incorreta a alternativa A. Não há sinal de gravidade ou presença de complicações que indiquem a internação do
paciente.
Incorreta a alternativa B. O paciente não apresentou melhora. Podemos estar diante de um pneumococo
parcialmente resistente e devemos alterar a dose da amoxicilina.
Incorreta a alternativa C. Não há indicação de internação nesse momento.
Correta a alternativa D. Embora a conduta seja aumentar a amoxicilina ou iniciar clavulanato, essa é a melhor
opção para o paciente.

Gabarito: alternativa D.

Internação
Todos os pacientes internados devem ser submetidos a hemograma, hemocultura e radiografia de tórax no
momento da internação. As indicações para internação são as seguintes:
• Idade < 2 meses.
• Hipoxemia. Saturação O2 ≤ 92%.
• Pneumonia grave ou doença muito grave (presença de quaisquer sinais de alerta) pelo AIDPI*.
• Presença de tiragem subcostal.
• Presença de doenças preexistentes (exemplos: cardiopatas, prematuros com broncodisplasia, falciformes,
desnutridos).
• Presença de complicações.
• Falha no tratamento ambulatorial.
• Problemas sociais (que dificultem ou impossibilitem a reavaliação, a aquisição do antibiótico, entre
outros).

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Pneumonias na Infância

No tratamento das crianças com pneumonia típica e que necessitam de internação, a escolha do antibiótico
segue o mesmo raciocínio de cobertura para o pneumococo, porém o antibiótico deve ser administrado por via
parenteral. Observe o quadro abaixo:

• ampicilina – 200 mg/kg/dia, de 6/6 horas OU


• penicilina cristalina - 150.000 a 200.000 UI/kg/dia, de 6/6 horas ou de 4/4 h.
ATENÇÃO:
• Para < 2 meses, associar algum aminoglicosídeo: gentamicina 7,5 mg/kg/dia, de 12/12 horas ou
amicacina.

A associação do aminoglicosídeo para os lactentes abaixo de 2 meses justifica-se pela possibilidade de bacilos
Gram-negativos nessa idade.

MEMORIZE!

Tratamento ambulatorial Tratamento em regime


de internação

Amoxicilina Penicilina
Reavaliação ou ampicilina
em 48 horas Associar
aminoglicosídeo
em menores
de 2 meses

Agora, vamos treinar com uma questão sobre o tratamento:

CAI NA PROVA

(REVALIDA INEP 2017) Uma criança com 4 anos de idade é atendida em Unidade de Pronto Atendimento por apresentar,
há 5 dias, quadro de febre de 38 °C, tosse e coriza hialina. Há 2 dias, a paciente passou a apresentar febre mais elevada
(acima de 38,5 °C), episódios de vômito e recusa alimentar. O exame clínico revela: paciente em regular estado geral,

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Pneumonias na Infância

com frequência respiratória de 42 irpm, estertores crepitantes em base de hemitórax direito e tiragem subcostal, sem
sibilância; pressão arterial e frequência cardíaca normais. Pelo quadro clínico apresentado, o diagnóstico e a conduta
corretos são
A) pneumonia; antibioticoterapia oral, com acompanhamento clínico ambulatorial, solicitação de radiografia de
tórax e retorno em 48 horas.
B) pneumonia muito grave; antibioticoterapia venosa, com suporte ventilatório invasivo e internação em unidade de
terapia intensiva pediátrica.
C) pneumonia grave; antibioticoterapia venosa, com monitorização da oxigenação por oximetria de pulso e internação
hospitalar em enfermaria pediátrica.
D) pneumonia com derrame pleural; antibioticoterapia endovenosa, com realização de toracocentese e internação
em unidade de terapia intensiva pediátrica.

COMENTÁRIOS:

Essa criança de 4 anos apresenta sintomas respiratórios, febre, retração subcostal e taquipneia. O diagnóstico
clínico é de pneumonia grave devido à tiragem subcostal.
Incorreta a alternativa A. O tratamento oral deve ser reservado para pacientes sem sinais de gravidade e sem
complicações.
Incorreta a alternativa B. O termo utilizado pelo AIDPI é “pneumonia grave” ou “doença muito grave”, que é a
condição em que se diagnostica a pneumonia com sinais de perigo ou retração subcostal ou estridor em repouso. Além
disso, não há necessidade de suporte ventilatório invasivo, pois não há sinais de insuficiência respiratória.
Correta a alternativa C. Indicou o tratamento apropriado.
Incorreta a alternativa D. Não há relato de diminuição do murmúrio vesicular ou macicez à percussão que nos
leve à hipótese de derrame pleural.

Gabarito: alternativa C.

E se o paciente apresentar piora durante a internação, professora?


Para os pacientes internados que evoluem com piora clínica e/ou laboratorial, a ampliação de cobertura
antibiótica intravenosa deve ser feita com cefalosporina de 3ª geração, como o ceftriaxona, na dose de 100 mg/kg/dia
de 12 em 12 horas, ou com cefotaxima, na dose de 150 a 200 mg/kg/dia de 6 em 6 horas ou 8 em 8 horas. A cefuroxima
é uma cefalosporina de segunda geração que também pode ser indicada nessa situação de piora clínica, e sua dose é
de 150 mg/kg/dia de 8/8 horas.
Nos maiores de 5 anos, ou seja, nos escolares e adolescentes, frente a uma piora clínica e ou laboratorial e na
suspeita de uma pneumonia atípica, deve-se associar claritromicina na dose de 15 mg/kg/dia, de 12 em 12 horas. Essa
conduta justifica-se pela frequência de germes atípicos nessa faixa etária.

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Pneumonias na Infância

Querido colega, agora vamos aprender como devemos tratar uma pneumonia cujo agente
etiológico mais provável é o estafilococo:
Nesses casos, optamos pelo uso do antibiótico que foi produzido para eliminar o S. aureus,
ou seja, a oxacilina, que é penicilinase resistente e exerce uma ação bactericida de escolha na
suspeita do Staphylococcus aureus comunitário.
Já a vancomicina deve ser usada quando se pensa no Staphylococcus aureus resistente à meticilina, ou seja,
o estafilococo intra-hospitalar. Querido(a) Estrategista, vamos treinar o que aprendemos até aqui resolvendo uma
questão:

CAI NA PROVA

(REVALIDA INEP 2014) Uma criança com três


anos de idade, desnutrida, com internação prévia há dez
dias, é levada ao atendimento na Emergência Médica.
A criança apresenta, há dois dias, quadro de febre não
aferida, tosse e dificuldade para respirar. A mãe refere
que o paciente não está conseguindo ingerir líquidos e
que vomitou várias vezes nas últimas 24 h. Ao exame
físico, o médico observou que a criança apresenta
regular estado geral, febre de 38,5 °C, desidratação
leve, taquidispneia, com tiragem intercostal, presença
de estertores crepitantes e diminuição do murmúrio
vesicular em hemitórax esquerdo; frequência cardíaca
= 130 bpm, frequência respiratória = 64 irpm e saturação de oxigênio = 91%. A radiografia de tórax é mostrada (ver
imagem). O agente etiológico e o tratamento da pneumonia apresentada pela criança são:
A) Haemophilus influenzae; penicilina cristalina.
B) Streptococcus pneumoniae; penicilina procaína.
C) Staphylococcus aureus; ceftriaxona associada à oxacilina.
D) Mycoplasma pneumoniae; antibioticoterapia com macrolídeos.

COMENTÁRIOS:
O enunciado dessa questão apresenta uma criança de três anos com desnutrição, que apresenta sinais de
gravidade (desidratação, recusa de líquidos) e provável derrame pleural na radiografia de tórax. Nesse caso, devemos
pensar no estafilococo!
Incorreta a alternativa A. O hemófilos é menos prevalente do que o estafilococo nessa faixa etária.
Incorreta a alternativa B. O fato de estarmos diante de uma criança com pneumonia grave e desnutrição levanta

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Pneumonias na Infância

a probabilidade do estafilococo, e não do pneumococo.


Correta a alternativa C. Indicou o agente mais provável e o tratamento com oxacilina. A ceftriaxona justifica-se
pelo fato de a criança ter passado por uma internação recente, que aumenta a possibilidade de germes resistentes.
Incorreta a alternativa D. O Mycoplasma não causa pneumonia lobar ou típica com derrame pleural e é mais
prevalente após os cinco anos de vida.
Gabarito: alternativa C.

No fluxograma abaixo, podemos observar como deve ser conduzido o caso de um paciente que necessita de
internação:

Tratamento hospitalar da pneumonia

Solicitar hemograma, hemocultura


e radiografia de tórax

Quadro clínico sugestivo


PENICILINA
de estafilococo:
CRISTALINA
OXACILINA

Piora ou sem
Melhora
melhora após
clínica
48h a 72h

Alta após
Repetir
48h sem
radiografia
febre com
de tórax
antibiótico
oral por
10 dias e
reavaliação
Com derrame Sem derrame
pleural pleural

Toracocentese Outros
germes

Persistência
Suspeita de
da febre
atípico: iniciar
prostração e
macrolídeo
toxemia

Cefuroxime
ou
Ceftriaxone

Fluxograma de tratamento hospitalar da pneumonia comunitária.

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Pneumonias na Infância

Resumindo:

Taquipneia

Estertores
Febre finos,
persistente broncofonia
aumentada

Pneumonia
típica
IVAS com Leucocitose
piora após e desvio à
48 a 72 horas esquerda

Tratamento
Acomete direcionado
qualquer ao pneumococo
idade ou estafilococo

5.2 PNEUMONIA AFEBRIL DO LACTENTE (PAL)

A pneumonia afebril do lactente (PAL) é causada, na maior parte dos casos, pela Chlamydia trachomatis, sendo
o segundo agente mais comum o Ureaplasma. Ela acomete crianças até os três meses de idade.

5.2.1 QUADRO CLÍNICO

No enunciado, geralmente vemos uma criança que nasceu de parto normal, teve um
episódio de conjuntivite prévio e, no momento do exame físico, está com uma IVAS arrastada e
sem febre.
Ao exame físico, a criança encontra-se em bom
estado geral, taquipneia leve, com ou sem sibilos
à ausculta pulmonar e pode apresentar os clássicos
estertores finos. Hipoxemia não é usual, mas pode
ocorrer.
Figura 7: secreção ocular característica de conjuntivite em
lactente. Fonte: Shutterstock
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Pneumonias na Infância

5.2.2 RADIOGRAFIA

Seu diagnóstico é clínico. A realização da radiografia de tórax é desnecessária na maior


parte dos casos. O achado de infiltrado intersticial bilateral ou difuso é um padrão clássico que
pode ser encontrado. É comum também estar associado à hiperinsuflação. Observe a imagem
abaixo:

Figura 8: opacificação heterogênea bilateral, borrando a área cardíaca. Fonte: imagem extraída de uma prova
do concurso da SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE (SES) do Distrito Federal, 2015.

5.2.3 EXAMES LABORATORIAIS

Com relação aos exames laboratoriais, esses também são desnecessários. Em caso
de internação, devem ser colhidos hemograma, PCR e hemocultura. A alteração mais
característica encontrada no hemograma é leucocitose com eosinofilia.
O diagnóstico específico pode ser feito por meio da sorologia com dosagem de anticorpos da classe IgM, pois,
nessa idade, os anticorpos de classe IgG podem ser decorrentes de passagem transplacentária.

5.2.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

No quadro abaixo, você pode encontrar os principais diagnósticos diferenciais da pneumonia afebril do lactente
que podem ser cobrados em sua prova:

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Pneumonias na Infância

Episódios de tosse com cianose e guincho.


Coqueluche
HMG com leucocitose e linfocitose.

Quadro inicial de IVAS, com piora respiratória esperada no 4º a 6º


dia de doença.
Bronquiolite viral aguda
Ao exame físico: presença de sibilos.
Radiografia de tórax normal ou com hiperinsuflação.

Paciente em regular estado geral, febre alta.


Pneumonias típicas Na radiografia de tórax, podemos observar opacificação ou
condensação.

Pneumonias atípicas Comum em pacientes escolares e adolescentes.

História de engasgo, vômitos.


Radiografia de tórax com imagem sempre na mesma localização
Síndrome aspirativa
(principalmente, nos segmentos posteriores dos lobos superiores e
segmentos superiores dos lobos inferiores).

Presença de alterações na ausculta cardíaca.


Miocardite Na radiografia de tórax, aumento da área cardíaca.
História de quadro viral prévio.

Tosse seca; sintomas respiratórios leves (ou assintomático).


Síndrome de
Radiografia de tórax: opacidades pulmonares que migram de locais
Löffler (ou Loeffler)
(em diferentes momentos) de acordo com a migração dos parasitas.

Por fim, vamos falar de tratamento.

5.2.5 TRATAMENTO

A pneumonia afebril do lactente deve ser tratada com macrolídeos por via oral.
A primeira escolha é o uso da claritromicina na dose de 15 mg/kg/dia, de 12 em 12 h por 10 dias, ou da
azitromicina na dose de 10 mg/kg/dia, 1 vez ao dia, por 5 dias.

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Pneumonias na Infância

A eritromicina é outra opção de macrolídeo, porém ocasiona efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais.
Além disso, sua posologia de 6 em 6 horas dificulta a administração e, consequentemente, a adesão ao tratamento.
Observe:

Parto normal

Tratamento: Lactente até


macrolídeos três meses

Leucocitose
PAL Tosse
e eosinofilia insidiosa

Infiltrado Conjuntivite
intersticial prévia

Caro colega, esse tópico já foi cobrado no Revalida. Veja:

CAI NA PROVA

(REVALIDA UFMT 2014) Lactente jovem, no 1º trimestre de vida, em bom estado geral, vem apresentando taquipneia,
tosse persistente do tipo coqueluchoide, de evolução arrastada, sem sinais de toxemia. Mãe refere que realizou pré-
natal com mais de 6 consultas e todos os exames de rotina para a gravidez, e nenhum deles apresentou alteração,
e que a criança nasceu bem de parto normal com Apgar 9 e 10 nos 1º e 5º minutos de vida respectivamente e teve
conjuntivite no período neonatal. Já recebeu todas as vacinas preconizadas pelo PNI para os 2 meses de idade. Ao
exame, a semiologia pulmonar é pobre e a radiografia de tórax apresenta hiperinsuflação + padrão intersticial. Qual é
o agente mais provável e o tratamento preconizado?

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Pneumonias na Infância

A) Pneumonia atípica por Mycoplasma; sulfametoxazol + trimetoprim por 7 dias.


B) Pneumonia atípica por P. carinii; azitromicina por 5 dias.
C) Pneumonia atípica por clamídia; eritromicina por 14 dias.
D) Pneumonia atípica por Moraxella; clindamicina por 5 dias.

COMENTÁRIOS:

Essa questão traz um lactente jovem com tosse arrastada, antecedente de parto normal e conjuntivite prévia,
com radiografia apresentando padrão intersticial. Devemos pensar na Chlamydia trachomatis!
Incorreta a alternativa A. O Mycoplasma é um agente que acomete escolares acima de 5 anos de idade, e não
lactentes jovens.
Incorreta a alternativa B. Esse agente, que atualmente é denominado de Pneumocystis jirovecii, é responsável
por infecções em pacientes imunocomprometidos.
Correta a alternativa C. Indicou o agente etiológico mais provável e seu tratamento apropriado.
Incorreta a alternativa D. A infecção por Moraxella não é comum em lactentes jovens e não causa conjuntivite.
Além disso, o padrão radiológico é de uma pneumonia típica.

Gabarito: alternativa C.

5.3 PNEUMONIA ATÍPICA

Caro(a) colega, vamos conversar sobre a pneumonia atípica?


A pneumonia atípica é causada por um agente ‘’atípico’’, ou seja, bactérias que não têm a presença de parede
celular em sua composição. Diferentemente da pneumonia típica, seu quadro é mais arrastado e insidioso. Vamos
estudá-la juntos.
Suas principais características são:
• Idade maior do que 5 anos.
• Agente principal: Mycoplasma pneumoniae, e o segundo agente é a Chlamydophila pneumoniae.
• Evolução insidiosa.
Na história, é comum o relato de uso de antibióticos comuns sem melhora e de casos semelhantes na família.

5.3.1 QUADRO CLÍNICO


Os sintomas iniciam com IVAS, de evolução insidiosa de mais de uma semana, geralmente sem febre ou com
febre baixa e intermitente, com o paciente em bom estado geral.

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Pneumonias na Infância

Os principais sintomas são tosse, habitualmente seca, e coriza. A tosse seca, que é o padrão clássico, pode evoluir
para produtiva ou, mais raramente, ser irritativa e frequente. Podemos observar um padrão chamado coqueluchoide
em alguns casos, ou seja, acessos de tosse que levam a criança a perder o fôlego.
Os sintomas associados aos respiratórios que podem ser encontrados nas pneumonias atípicas são:
• Cefaleia.
• Dor de garganta, rouquidão.
• Mal-estar.
• Mialgia.
• Adinamia.
A ausculta pulmonar é inespecífica e pode estar normal ou apresentar estertores finos bilaterais e sibilos.

5.3.2 RADIOGRAFIA

O diagnóstico é clínico. Se a radiografia for realizada, encontramos um padrão intersticial


bilateral como o da figura 3, já apresentada anteriormente.

5.3.3 EXAMES LABORATORIAIS

Não há indicação de exames como hemograma e PCR, pois é esperado que estejam
normais. O exame de crioaglutinina, embora não seja específico, pode estar alterado em
infecções pelo Mycoplasma, e o diagnóstico específico pode ser obtido por meio da coleta de
sorologias para o Mycoplasma e Chlamydophila.

5.3.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Vamos, agora, apresentar os principais diagnósticos diferenciais da pneumonia atípica que aparecem na maior
parte das questões:

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Causada pela Chlamydia trachomatis, o diferencial é fácil, pois é


Pneumonia afebril do pela faixa etária.
lactente Hemograma na infecção por clamídia mostra eosinofilia e
leucocitose.

Paciente em regular estado geral, febre alta.


Pneumonias típicas Na radiografia de tórax, podemos observar opacificação ou
consolidação.

Quadro inflamatório crônico das vias aéreas, que se manifesta por


crises de sibilância recorrentes, desencadeadas não só por infecções
Asma
de vias aéreas, mas também por alérgenos como poeira, ácaros,
entre outros.

Quadro clínico e radiológico semelhante.


Hemograma auxilia a diferenciação entre essas duas condições, já
Coqueluche que, na coqueluche, é comum encontrarmos leucocitose importante
(geralmente, acima de 20.000 leucócitos) e linfocitose significativa,
em geral, acima de 50%.

Quadro agudo de sintomas respiratórios altos. Melhora em até 7


IVAS
dias.

História de febre e tosse persistente há mais de 2 semanas, perda


Tuberculose de peso, falta de resposta a antibióticos comuns.
Relato de tossidor crônico na família em contato com a criança.

5.3.5 TRATAMENTO

O tratamento das pneumonias atípicas é realizado com macrolídeos nas mesmas doses da pneumonia afebril
do lactente. Vamos recordá-lo?
A primeira escolha é com a claritromicina na dose de 15 mg/kg/dia, de 12 em 12 h por 10 dias, ou da azitromicina
na dose de 10 mg/kg/dia, 1 vez ao dia, por 5 dias.
A pneumonia atípica é geralmente tratada em nível ambulatorial, e, em casos de desconforto respiratório e

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Pneumonias na Infância

ou hipoxemia, pode ser necessária internação para suporte respiratório. A forma de administração dos macrolídeos,
mesmo em pacientes internados, deve ser feita por via oral, desde que o paciente apresente condições clínicas.
Para memorizar:

Crianças maiores
de 5 anos
e adolescentes

Tratamento: Febre baixa


macrolídeos ou ausente

Pneumonia
Padrão atípica Adinamia,
intersticial cefaleia,
na radiografia rouquidão,
odinofagia

Ausculta Tosse
inespecífica arrastada

CAPÍTULO

6.0 RADIOGRAFIA DE CONTROLE


Quando devemos realizar a radiografia de controle após o tratamento de uma pneumonia?
As situações que indicam radiografia de controle são:
• Pneumonias recorrentes na mesma localização.
• Suspeita de malformações ou aspiração de corpo estranho.
• Considerar, em casos de pneumonia redonda, colapso pulmonar ou falta de resposta clínica.

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Pneumonias na Infância

CAPÍTULO

7.0 COMPLICAÇÕES
Nem todas as pneumonias evoluem de forma satisfatória, mesmo com tratamento adequado. Quando falamos
em complicações, pensamos logo nas pneumonias “típicas”! As complicações são raras nas pneumonias atípicas e
na pneumonia afebril do lactente, embora possam ocorrer esporadicamente. A presença de complicações implica
gravidade, portanto internação.

DICA IMPORTANTE
Atenção: se houver mais de uma complicação ao mesmo tempo em um único paciente,
possivelmente se trata de uma pneumonia pelo Staphylococcus aureus.

As possíveis complicações decorrentes das pneumonias podem ser:

Complicação mais frequentemente encontrada. Como o nome


Derrame pleural
indica: líquido (secreção) entre as pleuras parietal e visceral.

Fechamento de uma área pulmonar, por absorção do ar de dentro


Atelectasia do alvéolo. Cria uma opacificação à radiografia de tórax, mais
triangular ou de aspecto “repuxado”.

Espaço aerado arredondado (cístico) no parênquima pulmonar,


Pneumatocele
pode ter parede fina.

Área de necrose pulmonar arredondada, bem delimitada,


Abscesso circunscrita por uma parede, geralmente espessa e muitas vezes
com conteúdo purulento, formando nível líquido.

Pneumotórax Presença de ar entre as pleuras.

Trata-se de uma necrose de uma parte do parênquima pulmonar


Necrose pulmonar
pela infecção, é muito grave e, felizmente, mais rara.

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Pneumonias na Infância

7.1 DERRAME PLEURAL

Caro Revalidando, entre as complicações, a mais cobrada nas provas é o derrame pleural. Vamos aprender
juntos?
O derrame pleural caracteriza-se pela presença de líquido entre as pleuras parietal e visceral.
É muito importante suspeitar e diagnosticar adequadamente o derrame pleural. Lembre-se de que os sinais
semiológicos característicos são: abolição dos murmúrios vesiculares à ausculta pulmonar, diminuição do frêmito
toracovocal e da broncofonia, além de macicez à percussão.
A radiografia de tórax permite a detecção do derrame pleural na maior parte dos casos. Os sinais que podem
ser observados são:
• Velamento do seio costofrênico.
• Linha elíptica representando a presença de líquido entre as pleuras.
• Velamento total do hemitórax em derrames volumosos.
Vamos analisar, juntos, uma radiografia de tórax de uma criança que apresenta derrame pleural:

Figura 9: derrame pleural à esquerda. Podemos observar uma opacificação homogênea no hemitórax esquerdo com presença de linha elíptica.
(Fonte: Shutterstock

A ultrassonografia de tórax é útil para avaliar a dimensão do derrame. Além disso, no derrame pleural
exsudativo, podemos avaliar a fase em que ele se encontra, que pode ser aguda (ou exsudativa), fibrinopurulenta ou
organizada.
Agora, vou apresentar o PASSO A PASSO sobre a conduta frente a uma criança com derrame pleural. Isso é
muito explorado pelos examinadores e precisa estar na ponta da língua!

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1º. Sempre que possível, pacientes com derrame pleural devem ser submetidos à TORACOCENTESE, a
menos que o derrame seja laminar ou que estejamos diante de pacientes anticoagulados ou com distúrbios
de coagulação.
2º. Se o derrame for COMPLICADO, precisaremos indicar a DRENAGEM TORÁCICA EM SELO D’ÁGUA,
nas seguintes situações:
• líquido com aspecto purulento (empiema);
• presença de bactéria no Gram ou na cultura;
• análise bioquímica com pH < 7,1;
• glicose < 40 mg/dL;
• DHL > 1.000.
3º. Em casos de derrame muito volumoso que esteja causando desconforto respiratório ao paciente, há
necessidade de drenagem também.
4ª. Complicações implicam maior gravidade e também internação.

Caro colega, talvez você encontre uma questão como esta em sua prova. Fique atento!

CAI NA PROVA

(REVALIDA INEP 2021) Um paciente de 5 anos, previamente hígido, é levado ao pronto atendimento devido à febre de
até 38,7 °C, coriza e tosse persistente há 3 dias, principalmente à noite. Ao exame físico, apresentava-se com murmúrio
vesicular abolido na base esquerda, frequência respiratória = 46 irpm, estertores finos, difusos e homogêneos,
principalmente à esquerda e tiragem intercostal e subcostal. Saturimetria = 98%. Sem outras alterações ao exame
físico.
Considerando o caso acima, responda às questões a seguir.
A) Elabore a hipótese diagnóstica mais provável, citando o agente etiológico mais comum.
B) Proponha a conduta adequada frente à situação apresentada.

COMENTÁRIOS:

Criança de 5 anos com sintomas respiratórios, febre e taquipneia. Ausculta com murmúrio vesicular abolido,
sugerindo derrame pleural. Como há tiragem subcostal associada a uma provável complicação, há indicação para
tratamento por via endovenosa, ou seja, internação.
Respostas:
A) A principal hipótese diagnóstica é pneumonia grave complicada com derrame pleural. O agente
etiológico provável é o pneumococo.

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B) A conduta adequada é internação do paciente. Realização de exames como hemograma, hemocultura


e radiografia de tórax. Iniciar penicilina cristalina endovenosa. Caso seja constatado o derrame pleural
pela radiografia, a toracocentese é necessária.

Quando existem complicações, além da conduta adequada para cada tipo de pneumonia, a duração do
tratamento é importante. Derrames pleurais causados pelo S. pneumoniae e pelo H. influenzae, depois de devidamente
drenados, são tratados por 10 a 14 dias, e pelo estafilococo, por um tempo maior, entre 3 e 4 semanas.

CAPÍTULO

8.0 PNEUMONIA PARASITÁRIA


A pneumonia de origem parasitária acomete crianças maiores, expostas ao ambiente, em uso de alimentação
complementar e em condições socioeconômicas precárias, muitas vezes com saneamento básico inexistente. Essa
pneumonia é denominada síndrome de Löffler e ocorre devido ao ciclo pulmonar das larvas de parasitas como:
• Necator americanus (ancilostomose)
• Ancylostoma duodenale (ancilostomose)
• Strongyloides stercoralis (estrongiloidíase)
• Ascaris lumbricoides (ascaridíase)

Para sua prova, lembre-se do mnemônico “NASA”!


O quadro clínico é de tosse, geralmente seca, sibilância, dispneia ou desconforto respiratório. Além de febre
intermitente.
Na radiografia de tórax, observamos imagens radiológicas arredondadas, ovaladas e de aspecto algodonoso que
variam de milímetros a vários centímetros em ambos os hemitórax e que podem mudar de posição. O hemograma
costuma revelar eosinofilia acima de 10%.

Figura 10: radiografia de tórax de uma criança com pneumonia parasitária caracterizada por opacificações grosseiras observadas em ambos
os hemitórax. (Fonte: Cheema HA, Waheed N, Saeed A. Rare presentation of haemobilia and Loeffler's pneumonia in a child by Ascaris
lumbricoides. BMJ Case Rep. 2019;12(8):e230198. Published 2019 Aug 28. doi:10.1136/bcr-2019-230198).

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Pneumonias na Infância

CAPÍTULO

9.0 PNEUMONIAS DE REPETIÇÃO


Define-se pneumonias de repetição como a presença de dois ou mais episódios de BCP em um ano ou de pelo
menos três em qualquer período, sendo obrigatória a resolução completa da imagem radiológica dessas pneumonias
entre os episódios. Suas causas mais comuns são:
• Asma: principal causa de pneumonia de repetição.
• Desnutrição.
• Aspiração de corpo estranho: pneumonias sempre na mesma localização.
• Cardiopatias.
• Imunodeficiências.

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CAPÍTULO

11.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. AMANTÉA, S.; MANICA, A.L.L.; LEÃES, C.G.S.; FREY B.N. Diferentes apresentações clínico-radiológicas da
pneumonia por Mycoplasma pneumoniae. J. Ped. 2000;76(4):315-22. Disponível em: http://www.jped.com.br/
conteudo/00-76-04-315/port_print.htm. (Acesso em 20/05/20).
2. BARSON, W.J. Pneumonia in children: Epidemiology, pathogenesis, and etiology. UpToDate®. Dez, 2021.
3. BARSON, W.J.; EDWARDS, M.S.; MALLORY G.B. Community-acquired pneumonia in children: Outpatient
treatment. UpToDate®. Dez 2021.
4. Community-acquired pneumonia in children: Outpatient treatment. UpToDate®. Dez 2021.
5. Pneumonia in children: Inpatient treatment. UpToDate®. Dez 2021.
6. BARSON, W.J.; KAPLAN, S.L.; MALLORY G.B. Community-acquired pneumonia in children: Clinical features and
diagnosis. UpToDate®. Dez 2021.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Manual AIDPI Criança: 2 meses a 5 anos,2017. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4443883/
mod_resource/content/0/aidpi2017.pdf. (Acesso em 08/05/20).
8. Manual de quadros de procedimentos: Aidpi Criança: 2 meses a 5 anos, 2017. Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_quadros_procedimentos_aidpi_crianca_2meses_5anos.pdf. (Acesso em
13/05/20).
9. Brasil. Ministério da Saúde. Guia de vigilância em saúde. 3ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2019. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf. (Acesso em 30/05/20).
10. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz)/Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
Bio-Maguinhos. Haemophilus influenzae B (Hib): sintomas, transmissão, prevenção. Última atualização - Junho,
2018.
11. BUSH, L.M.; PEREZ, M.T. Infecções por Haemophilus. Manual MSD. Abril, 2018. Disponível em: https://www.
msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/infec%C3%A7%C3%B5es-
por-haemophilus. (Acesso em 19/05/20).
12. Infecção por Moraxella catarrhalis. Manual MSD. Julho, 2018. Disponível em:https://www.msdmanuals.com/
pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-e-cocobacilos-gram-negativos/infec%C3%A7%C3%A3o-por-
moraxella-catarrhalis. (Acesso em 29/05/20).
13. Infecções por Klebsiella, Enterobacter e Serratia. Manual MSD. Abr., 2018. Disponível em: https://
www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/
infec%C3%A7%C3%B5es-por-klebsiella-,-enterobacter-e-serratia?query=klebsiella%20pneumoniae#. (Acesso em
01/06/20).
14. Pseudomonas e infecções relacionadas. Manual MSD. Abr., 2018. Disponível em:https://www.msdmanuals.com/
pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/pseudomonas-e-infec%C3%A7%C3%B5es-
relacionadas#. (Acesso em 01/06/20).

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Pneumonias na Infância

15. CHEEMA, H.A.; WAHEED, N.; SAEED, A. Rare presentation of haemobilia and Loeffler's pneumonia in a child by
ascaris lumbricoides. BMJ Case Rep. 2019;12(8):e230198. Published 2019 Aug 28. doi:10.1136/bcr-2019-230198.
16. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria. J. Bras. Pneumol. 2007;33(Supl
1):S 31-S 50. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v33s1/02.pdf. (Acesso em 12/05/20).
17. HAMMERSCHLAG M.R. Clamídias. Manual MSD. March, 2018. Disponível em: https://www.msdmanuals.
com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/clam%C3%ADdias-e-micoplasmas/clam%C3%ADdias. (Acesso
em 20/05/20).
18. MARGOLIS, P.; GADOMSKI, A. The rational clinical examination. Does this infant have pneumonia? JAMA.
1998; 279(4):308-13.
19. MELLO, M.G.M.O.; DAVID, J.S.P.; CUNHA, A.J.L.A.; MARCH M.F.P.; FERREIRA, S.; SANT’ANNA, C.C. Pneumonias
de repetição em ambulatório de pneumologia pediátrica: conceito e prevalência. J. Ped. 2000; Vol. 76(1): 44-48.
20. RODRIGUES, J.C.; ADDE, F.V.; SILVA FILHO, L.V.R.F. Doenças respiratórias. Pneumonias adquiridas na comunidade.
Pediatria. Instituto da Criança HC- FMUSP. Editora Manole, 2ª. Edição, 2011.
21. Doenças respiratórias. Derrames Pleurais. Pediatria. Instituto da Criança HC- FMUSP. Editora Manole, 2ª.
Edição, 2011.
22. Doenças respiratórias. Abscesso pulmonar em crianças. Pediatria. Instituto da Criança HC- FMUSP. Editora
Manole, 2ª. Edição, 2011.
23. Doenças respiratórias. Pneumonia em situações especiais. Pediatria. Instituto da Criança HC- FMUSP. Editora
Manole, 2ª. Edição, 2011.
24. SETHI, S. Pneumonia por Pneumocystis jirovecii. Manual MSD. March, 2017. Disponível em: https://www.
msdmanuals.com/pt/profissional/distúrbios-pulmonares/pneumonia/pneumonia-por-pneumocystis-jirovecii.
(Acesso em 1/06/20).
25. SOUZA, E.L.; GALVÃO, N.A. Infecções Respiratórias por Mycoplasma pneumoniae em Crianças. Pulmão. RJ.
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revista/2013/n_03/08.pdf. (Acesso em 20/05/20).
26. SUCUPIRA, A.C.S.L.; KOBINGER, M.E.B.A.; SAITO, M.I.; BOURROUL, M.L.M.; ZUCOLLOTO, S.M.C. Pediatria em
Consultório. In: Pneumonias Recorrentes. 5ª Edição. Brasil: Sarvier; 2010. p. 544-554.
27. Tratado de Pediatria, SBP. Burns DAR.,Campos DJ., SilvaLR., Borges WG.;4ª Edição - Vol. 2., Seção 21. Pneumonias
Comunitárias. Pg.1736-1739. Manole, 2017.
28. VAZ, F.A.C.; CECCON, M.E.J.; DINIZ, E.M.A. Infecção por Chlamydia trachomatis no período neonatal: aspectos
clínicos e laboratoriais. Experiência de uma década: 1987-1998. Ver. Ass. Med. Brasil 1999; 45(4): 303-11.
29. WARDLAW, T.; JOHANSSON, E.W.; HODGE, M. Pneumonia, the forgotten killer of children. Geneva: UNICEF/
WHO; 2006. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/publications/2006/9280640489_eng.pdf.
30. WESTPHAL, F.L.; LIMA, L.C.; LIMA NETTO, J.C.; TAVARES E.; ANDRADE, E.O.; SILVA M.S.S. Tratamento cirúrgico
de crianças com pneumonia necrosante. J. Bras. Pneumol. 2010;36(6):716-723. Disponível em: https://www.scielo.
br/pdf/jbpneu/v36n6/v36n6a08.pdf. (Acesso em 30/5/20).

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Pneumonias na Infância

31. WHO (World Health Organization). Programme of Acute Respiratory Infections. Acute respiratory infections
in children: case management in small hospitals in developing countries, a manual for doctors and other
senior health workers. 1990. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/61873/WHO_
ARI_90.5.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

CAPÍTULO

12.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Querido Revalidando,
Concluímos o estudo de mais um livro muito relevante para os concursos do Revalida.
Procure memorizar os pontos de destaque e os tópicos mais cobrados que foram sinalizados.
Estarei sempre a sua disposição no Fórum caso você fique com alguma dúvida.
Estou certa de que seu empenho será recompensado. Conte sempre com meu apoio!

Grande abraço!
Andrea Makssoudian.

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