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Definição: A bronquiolite aguda (BA) é uma infecção viral do trato respiratório inferior nos menores de 2
anos de vida, que cursa com sibilância e/ou estertores crepitantes bilaterais, precedida por sintomas de
infecção de vias aéreas superiores (IVAS). É autolimitada e causada, principalmente, pelo vírus sincicial
respiratório (VSR).
Fisiopatologia
Ocorre edema, inflamação e necrose das
células epiteliais dos bronquíolos terminais,
levando à obstrução e atelectasia, além da
redução da complacência pulmonar, o que
leva ao esforço respiratório.
Anamnese
O pico da doença costuma ser entre três a cinco dias após seu início, com melhora gradual a partir
desse momento, durante cerca de 7-10 dias, com melhora dentro de 14-21 dias do início do quadro.
Exame Físico
Avaliar sinais sugestivos de dispneia, esforço respiratório, taquipneia, batimento de aletas nasais,
tiragem intercostal, subcostal e de fúrcula, irritabilidade e cianose.
EAS e urinocultura podem ser necessários em quadro de manutenção de febre persistente, com suspeita de
ITU febril (cerca de 5-10% de ITU concomitante à bronquiolite).
Os testes virológicos não são recomendados de rotina e são mais usados para fins de vigilância
epidemiológica do que para fins diagnósticos. Sendo assim, são reservados àquelas crianças que
necessitem de internação hospitalar ou para identificar a etiologia viral das epidemias, tanto nas
comunidades quanto nos hospitais.
A proporção da doença causada por determinado vírus depende da estação do ano e dos vírus
circulantes no ano corrente, mas a causa mais comum é o vírus sincicial respiratório, seguido por
rinovírus. Também pode ser causada por parainfluenza, metapneumovírus humano, influenza,
adenovírus, coronavírus e bocavírus humano.
Critérios adaptados do National Institute for Health and Care Excellence:
Acompanhamento ambulatorial: A maioria dos quadros pode ser tratada em regime domiciliar,
quando não preenchem critérios para internação hospitalar e o aleitamento materno / ingestão de
líquidos for assegurado.
• Lactentes jovens (menores de três meses), principalmente se acrescido de mais um fator de risco;
• Prematuros (principalmente se nascidos com ≤ 32 semanas);
• Baixo peso ao nascimento;
• Defeitos anatômicos das vias aéreas;
• Doença neuromuscular;
• Doença pulmonar crônica, especialmente os portadores de displasia broncopulmonar;
• Cardiopatias congênitas cianóticas ou com repercussão hemodinâmica;
• Imunodeprimidos.
• Aerossol: Salbutamol 100 microgramas/jato – 1 jato/2-3 kg a cada 20 minutos, por 3 doses (dose
máxima: 10 jatos);
• Nebulização: Salbutamol 5 mg/mL – 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por 3 doses (dose
máxima: 5 mg/mL), sendo 1 gota = 0,25 mg. Assim, dose média: 1 gota/3 kg de peso;
• Aerossol: Fenoterol 100 microgramas/jato – 1 jato/2-3 kg a cada 20 minutos, por 3 doses (dose
máxima: 10 jatos). Atenção! Na apresentação de 200 microgramas/jato, as doses devem ser 50%
menores;
• Nebulização: Fenoterol 5 mg/mL – 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por 3 doses (dose máxima:
5 mg/mL), sendo 1 gota = 0,25 mg. Assim, mínimo da dose = 1 gota/3 kg de peso; máximo = 1
gota/1,5 kg de peso. Preferir fazer dose mínima;
• Se houver melhora do quadro respiratório, considerar a manutenção do tratamento de acordo com
a sintomatologia clínica;
• Caso não se observe melhora clínica, suspender.
Nebulização com Adrenalina: A nebulização com Adrenalina não gera impacto sobre as taxas de
internação hospitalar ou a duração da internação e não é efetiva na condição clínica das crianças.
Logo, não se recomenda o seu uso de rotina no tratamento da bronquiolite.
Nebulização com salina hipertônica: Não está recomendada nos casos de bronquiolite. Alguns
estudos demonstraram redução dos índices de hospitalização e do tempo de suporte ventilatório e
de internação com o uso da salina hipertônica, mas esses estudos não apresentam evidências de
alta qualidade. Dessa forma, a nebulização com salina hipertônica continua não sendo
recomendada de maneira rotineira para o tratamento de bronquiolite.
Brometo de ipratrópio: As pesquisas que estudaram essa relação não evidenciaram nenhuma
vantagem no uso da droga como terapêutica da BA, nem seu uso isolado, nem em associação com
beta-2-agonista.
Corticosteroides: O uso de corticoides (seja por via oral, sistêmica ou inalatória) não é
recomendado no tratamento da bronquiolite. Diversos estudos já provaram não haver benefícios no
seu uso.
Antibióticos: O uso empírico de antibióticos nos pacientes com bronquiolite típica é desnecessário
e pode ser danoso ao paciente, induzindo resistência bacteriana, já que a doença é de etiologia
viral e a infecção bacteriana concomitante é rara nesses pacientes. Seu uso é reservado para os
casos em que há sinais e sintomas evidentes de infecção bacteriana secundária.