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BRONQUIOLITE

Temos um menor de 2 anos que iniciou há 2 dias com tosse, coriza e febre baixa -
essencialmente, um quadro infeccioso de vias aéreas superiores. No entanto, houve piora
clínica hoje, com cansaço e vômitos após episódio de tosse. No exame físico, chama a atenção
a ausculta, que revela sibilância difusa e tempo expiratório prolongado!

O primeiro episódio de sibilância em menores de 2 anos previamente hígidos tem nome e


sobrenome: bronquiolite viral aguda (BVA). A BVA é uma infecção viral dos bronquíolos
terminais, onde o patógeno provoca agressão direta e causa inflamação, com edema e
acúmulo de secreções. Tais secreções estreitam as vias aéreas, e a passagem de ar por tais vias
gera o som característico da sibilância. Em menores de 1 ano, o vírus sincicial respiratório
(VSR) é o agente mais comum. Após tal idade, o Rinovírus se torna o vilão mais prevalente.

A história natural da BVA foi perfeitamente caracterizada no enunciado: acomete


principalmente crianças <2 anos, iniciando com sintomas catarrais e sofrendo piora clínica
após 2-3 dias, com sinais de acometimento pulmonar, podendo manifestar à ausculta
pulmonar roncos e/ou sibilos sem localização precisa. O hemograma costuma demonstrar uma
resposta imune linfocítica, e na radiografia de tórax podemos perceber hiperinsuflação
pulmonar com retificação dos arcos costais e aumento dos espaços intercostais.

O diagnóstico de BVA é clínico e não requer radiografia, apenas em casos de dúvida


diagnóstica ou para afastar suspeitas mais graves. Feito o diagnóstico, é necessário decidir o
tratamento, o qual pode ser feito via recuperação domiciliar (com lavagem nasal, sintomáticos
e orientação de sinais de alerta) ou via internamento, se houver sinais de alarme. Vamos
relembrá-los?

Hipoxemia;

Esforço respiratório;

Taquipneia importante (FR >70 em <1 ano e >50 em >1 ano);

Desidratação e/ou não aceitação de líquidos por via oral;

Cianose e/ou apneia;

Toxemia e/ou sonolência e/ou agitação excessiva

Quando indica-se internamento, interna-se para oferecer oxigenoterapia (se SPO2 <90-92%) e
suporte alimentar (como alimentação por sonda nasoenteral). Existe fraca evidência que
permite teste terapêutico com solução salina hipertônica a 3% em pacientes hospitalizados,
embora seu uso não seja recomendado de rotina. Broncodilatadores, adrenalina inalatória,
corticoterapia e fisioterapia respiratória não demonstram benefícios!
O lactente da questão, apesar de apresentar sibilância, está estável clinicamente. Não
apresenta taquipneia (FR < 50), desconforto respiratório, nem hipoxemia.

O tratamento deve ser ambulatorial e consiste em SUPORTE!

HERPES VIRUS 6 E 7 – EXANTEMA SÚBITO

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