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e febre reumática
Prezado aluno,
1.1.1 Etiologia 6
1.1.3 Conduta 6
1.1.4 Complicações 6
1.2.1 Etiologia 7
Questão 01 7
1.2.2 Diagnóstico 7
1.2.3 Tratamento 8
1.2.4. Complicações 9
1.4.1 Etiologia 14
1.4.4 Tratamento 16
Questão 02 17
1.4.5 Complicações 17
3
Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.6 Faringoamigdalites ⚠ 18
Questão 03 20
1.6.2 Diagnóstico 20
1.6.4 Tratamento 21
1.7 PFAPA 21
Questão 04 23
2. Febre reumática 25
2.1.1 Artrite 26
2.1.2 Cardite 27
Questão 05 27
2.1.3 Coreia 28
2.2 Tratamento 29
2.3 Profilaxia 30
TOP FIVE 31
4
Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Anatomia do nariz e seios paranasais em diferentes faixas etárias: 1 ano de vida, 5 anos, 10 anos e 20 anos
Fonte: adaptado de Pediatric Anatomy: nose and sinus, 2018.
Agora vamos começar a discussão sobre a rinossinusite viral aguda, condição muito frequente
na Pediatria.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.1.1 Etiologia
Os vírus mais frequentemente associados ao resfriado comum são o rinovírus e o coronavírus.
Em crianças, também são prevalentes: vírus sincicial respiratório, parainfluenza, Influenza,
adenovírus e enterovírus.
1.1.3 Conduta
No resfriado comum, estão indicadas medidas de suporte, como o uso de sintomáticos
(analgésicos), lavagem nasal e inalação com soro fisiológico, não sendo recomendado o uso
de mucolíticos, descongestionantes e antitussígenos. Também é importante evitar o uso de
AAS (ácido acetilsalicílico), devido ao risco de síndrome de Reye, especialmente se houver
infecção por outros vírus, como o Influenza.
1.1.4 Complicações
A partir da infecção viral da mucosa nasal ocorre um processo inflamatório, promovendo
edema e bloqueio dos óstios de drenagem dos seios paranasais. Isso pode predispor a
infecções bacterianas de vias aéreas superiores como a sinusite bacteriana.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Questão 01
(INEP - Revalida - 2017) Um lactente de 2 anos encontra-se em atendimento no ambulatório
de Pediatria por estar apresentando, há 2 dias, dor à manipulação do ouvido direito e
febre (38 °C). A mãe relata que a criança frequenta a creche desde os 4 meses de idade,
quando deixou de ser amamentado e teve o 1.º episódio de otite média aguda. Este é o
5.º episódio em 1 ano, e o último ocorreu há pouco mais de 1 mês. Entre os episódios
agudos, não se observou efusão. As vacinas do paciente estão em dia. Ao exame físico,
apresenta membrana timpânica amarelada e opacificada, com efusão em ouvido médio
direito. De acordo com o quadro clínico descrito, a principal hipótese diagnóstica é:
✂ ✂ ✂ ✂
b) Otite média crônica colesteatomatosa.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
1.2.2 Diagnóstico
Segundo a Academia Americana de Pediatria, devemos considerar que a criança apresenta
sinusite bacteriana aguda quando ocorre ao menos um dos seguintes sintomas:
1. Sintomas persistentes, ou seja, secreção nasal, tosse diurna ou ambas, com duração
superior a 10 dias sem melhora; OU
2. Sintomas bifásicos, ou seja, piora ou novo aparecimento de secreção nasal, tosse diurna ou
febre após melhora inicial; OU
3. Início grave, ou seja, febre concomitante (temperatura ≥ 39 °C) e secreção nasal purulenta
por pelo menos 3 dias consecutivos.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.2.3 Tratamento
Sempre que formos escolher o tratamento, devemos pensar nos principais agentes etiológicos,
que neste caso são (em ordem de prevalência): Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenzae não tipável e Moraxella catarrhalis. É importante considerar o padrão de resistência
bacteriana da população para a escolha do tratamento.
Segundo a Academia Americana de Pediatria, a amoxicilina continua sendo o agente
antimicrobiano de escolha para o tratamento de primeira linha da sinusite bacteriana aguda
não complicada, em situações nas quais não há suspeita de resistência antimicrobiana. Para
crianças com idade igual ou superior a 2 anos com sinusite bacteriana aguda não complicada,
que não frequentam creches e que não foram tratadas com agente antimicrobiano nas últimas
4 semanas, recomenda-se amoxicilina na dose de 45 mg/kg/dia, divididas em 2 doses.
E se o paciente apresentar outras condições (como uso de amoxicilina nas últimas 4 semanas)?
Ou se o paciente não responder a essa dose? Primeiramente, vamos relembrar os mecanismos
de resistência bacteriana de cada um deles:
• Streptococcus pneumoniae: alterações na afinidade das proteínas ligadoras de penicilina
ao antibiótico
• Haemophilus influenzae não tipável: produção de betalactamase
• Moraxella catarrhalis: produção de betalactamase
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.2.4. Complicações
As rinossinusites bacterianas podem evoluir com complicações como:
• Orbitárias: celulite pré e pós-septal, abscesso subperiosteal e orbital
• Intracranianas: meningite, empiema e trombose de seio cavernoso
• Ósseas: osteomielite
Devemos pensar nas complicações quando ocorre algum dos seguintes sinais de alerta:
Proptose
Diplopia
Oftalmoplegia
Cefaleia intensa
Sinais neurológicos
Alteração de consciência
Fonte: adaptado de Tratado de Pediatria, 5.ª edição, 2022.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Celulite periorbital
Fonte: MSD Manuals. Foto cedida por cortesia de James Garrity, 2022.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Celulite orbital
Fonte: MSD Manuals. Foto cedida por cortesia de James Garrity, 2022.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Outro ponto importante desse tema é: quando vamos tratar esses pacientes com oseltamivir?
No geral, podemos implementar o oseltamivir (conhecido pelo nome comercial Tamiflu®)
quando o paciente apresentar condições e fatores de risco para complicações. Na Pediatria,
em crianças menores de 5 anos ou naquelas que apresentem fatores de risco para complicação
(listados na tabela abaixo). Veja o fluxograma de diagnóstico e tratamento a seguir:
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Síndrome gripal
Na ausência de outro diagnóstico específico, considerar o paciente com febre, de início súbito, mesmo que
referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia.
Obs: em crianças com menos de 2 anos de idade, considerar, na ausência de outro diagnóstico específico, febre
de início súbito, mesmo que referida, e sintomas respiratórios: tosse, coriza e obstrução nasal.
• Dispneia
• Desconforto respiratório
• Saturação de O₂ menor que 95% ou
• Exacerbação de doença preexistente
NÃO SIM
• Choque
• Disfunção de órgãos vitais
• Insuficiência respiratória ou
• Instabilidade hemodinâmica
• Oseltamivir • Oseltamivir
• Oseltamivir
• Medicamentos • Medicamentos
• Antibioticoterapia
sintomáticos sintomáticos
• Medicamentos • Hidratação venosa
• Exames radiográficos • Exames radiográficos
sintomáticos • Exames radiográficos
(inclusive na gestante) (inclusive na gestante)
• Aumentar a ingestão (inclusive na gestante)
ou outros na presença ou outros na presença
de líquidos orais • Oxigenoterapia sob
de sinais de agravamento de sinais de agravamento
monitoramento e
• Aumentar a ingestão • Aumentar a ingestão
• Exames complementares
de líquidos orais de líquidos orais
Acompanhamento
Acompanhamento Acompanhamento Acompanhamento
Leito de internação
Ambulatorial Ambulatorial Leito de terapia intensiva
Retorno
Com sinais de piora do Retorno Notificar e Notificar e
estado clínico ou com Em 48h ou em caso coletar exames coletar exames
o aparecimento de de sinais de gravidade específicos específicos
sinais de gravidade
* Fatores de risco: população indígena; gestantes; puérperas (até 2 semanas após o parto); crianças (2 anos), adultos (60 anos);
pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica); doenças hematológicas (incluindo
anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus); transtornos neurológicos e do desenvolvimento que
possam comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção congênita, lesões medulares, epilepsia,
paralisia cerebral, síndrome de Down, AVC ou doenças neuromusculares); imunossupressão (medicamentos, neoplasias,
HIV/aids); nefropatias e hepatopatias.
** Sinais de piora do estado clínico: persistência ou agravamento da febre por mais de 3 dias; miosite comprovada por CPK
(2 a 3 vezes); alteração do sensório; desidratação e, em crianças, exacerbação dos sintomas gastrointestinais.
Fonte: Ministério da Saúde. Síndrome Gripal/SRAG - Classificação de Risco e Manejo do Paciente, 2013.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
É importante lembrar que esse medicamento possui maior eficácia quando iniciado em até
48 horas após o início dos sintomas. Se utilizado de maneira precoce, pode reduzir a duração
dos sintomas e a ocorrência de complicações relacionadas à infecção pelo vírus Influenza.
O maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente nos menores de 6
meses, que apresentam maior taxa de mortalidade.
1.4.1 Etiologia
A principal etiologia da OMA é viral. Os agentes etiológicos bacterianos mais comuns da
OMA são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae não tipável e Moraxella
catarrhalis.
Em casos de otite média aguda associada a conjuntivite purulenta e eritematosa, podemos
estar diante da síndrome otite-conjuntivite, cujo principal agente etiológico é o Haemophilus
influenzae não tipável.
Já a miringite bolhosa, caracterizada por bolhas ou vesículas na membrana timpânica,
apresenta a mesma bacteriologia da OMA.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.4.4 Tratamento
Toda criança deve receber analgesia. Considerando que a maioria das etiologias é viral, não
há indicação de prescrever antibioticoterapia para todos os casos. Muitas vezes, indica-se a
observação e posterior reavaliação, considerando a possibilidade de resolução espontânea
do quadro viral.
Segundo a Academia Americana de Pediatria, devemos considerar os seguintes aspectos
para realizar tratamento:
Sinais/sintomas
Idade Otorreia OMA bilateral OMA unilateral
graves*
6 meses a ATB ou
ATB ATB ATB
2 anos observação
ATB ou ATB ou
≥ 2 anos ATB ATB
observação observação
*Toxemia, otalgia persistente por mais de 48 horas, temperatura ≥ 39 °C nas últimas
48 horas, ou se houver seguimento incerto
Legenda: OMA = otite média aguda; ATB = antibioticoterapia.
Fonte: adaptado de The diagnosis and management of acute otitis media. Pediatrics, 2013.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Questão 02
(INEP - Revalida - 2015) Uma adolescente de 15 anos, previamente hígida, vem à consulta
na Unidade Básica de Saúde com a sua mãe, com as seguintes queixas: há 3 dias está
apresentando tosse seca, obstrução e coriza nasal hialina, e rouquidão. A temperatura
axilar tem se mantido em torno de 37 °C e ela sente dor de garganta. O exame clínico revela
vermelhidão na garganta. Diante desse caso, assinale a opção a seguir que apresenta
o diagnóstico e o agente etiológico mais frequente:
a) Gripe; Influenza A.
✂ ✂ ✂ ✂
b) Faringite; adenovírus.
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1.4.5 Complicações
• Mastoidite aguda: complicação supurativa mais comum da otite média aguda e mais
prevalente em provas. Esta doença ocorre pelo acometimento das células mastoideas
por contiguidade, geralmente resultante do tratamento inadequado da otite média.
O diagnóstico é clínico. Ocorre deslocamento anterior e inferior do pavilhão auricular
e desaparecimento do sulco retroauricular com eritema pós-auricular e sensibilidade local.
Uma vez aventada a possibilidade, devemos realizar tomografia computadorizada de
mastoide e iniciar antibioticoterapia parenteral, geralmente, com cefalosporina de terceira
geração e clindamicina.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.6 Faringoamigdalites ⚠
Faringotonsilites ou faringoamigdalites agudas são muito frequentes na Pediatria. As
infecções de etiologia viral correspondem a 75% dos casos em crianças menores de 3 anos. A
seguir, vamos discutir um pouco mais sobre a etiologia, um aspecto frequentemente cobrado
nas provas.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Febre Tosse
Cefaleia Diarreia
Petéquias no palato
Exantema escarlatiniforme
É importante ressaltar que placas com exsudatos nas faringotonsilites podem ocorrer tanto na
etiologia viral quanto na bacteriana, não sendo patognomônica de nenhuma das duas.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Questão 03
(INEP - Revalida - 2015) Um adolescente de 15 anos procurou a Unidade de Pronto
Atendimento relatando febre e dores que começaram nos joelhos, mas já atingem os
tornozelos. Apresentou quadro de amigdalite purulenta há três semanas. Ele relatou também
que teve diagnóstico de febre reumática há três anos, mas não está usando a penicilina
benzatina prescrita. Ao exame físico: febril (T = 38,7 °C); ausculta cardíaca: taquicardia
persistente e sopro de regurgitação mitral intenso, associado a sopro aórtico diastólico.
O ECG mostrou extrassístoles, alterações de ST-T, baixa voltagem e prolongamento dos
intervalos PR e QTc. Considerando os critérios de Jones modificados e o quadro descrito,
o paciente:
✂
nódulos subcutâneos.
b) Não apresenta diagnóstico de febre reumática, pois não está presente a coreia
✂
de Sydenham, que é um critério maior.
✂
critérios maiores: artralgia, febre e intervalo PR prolongado no ECG.
✂
estabelecida e mais dois critérios menores, além da evidência de infecção
estreptocócica anterior.
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1.6.2 Diagnóstico
Embora alguns aspectos clínicos possam sugerir a etiologia, eles não são conclusivos o
suficiente para estabelecer um diagnóstico clínico preciso. Portanto, é necessário realizar
exames para confirmar o agente etiológico.
A cultura de orofaringe é o padrão-ouro para diagnóstico, com sensibilidade de 90 a 97%
para a detecção de Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. No entanto, o resultado pode
demorar de 20 a 48 horas para ser obtido.
Na prática, o mais frequentemente realizado é o teste rápido para detecção do antígeno
estreptocócico, cuja especificidade é de 95% e sensibilidade de 80 a 90%. A rápida obtenção
do resultado positivo permite o início precoce da antibioticoterapia.
A realização do teste da antiestreptolisina O (ASLO) não está indicada para o diagnóstico de
infecção aguda pelo EBHGA.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
1.6.4 Tratamento
O tratamento das faringoamigdalites virais consiste no uso de sintomáticos e na manutenção
da hidratação adequada. Orienta-se reavaliação clínica em 48 a 72 horas, se houver
persistência da febre.
Para as faringoamigdalites bacterianas, deve ser prescrita antibioticoterapia. No caso de
faringoamigdalite por EBHGA, o tratamento reduz o potencial de transmissão e pode reduzir
sequelas supurativas e não supurativas. Se o tratamento adequado for realizado em até 9
dias após o início do quadro infeccioso, ele é capaz de impedir o desenvolvimento da febre
reumática. No entanto, o tratamento adequado na fase aguda não impede a ocorrência da
glomerulonefrite pós-infecciosa (GNPE).
O tratamento de escolha é feito com amoxicilina (10 dias), penicilina V oral (10 dias) ou
penicilina G benzatina (em dose única). Nos pacientes alérgicos à penicilina, pode-se
considerar cefalosporinas de primeira geração, azitromicina ou claritromicina.
1.7 PFAPA
PFAPA é uma das causas mais comuns de febre recorrente, com origem genética. Ocorre em
crianças de 1 a 5 anos e é caracterizada pela presença de:
• Periodic fever: febre periódica, com duração de 3 a 5 dias, podendo reaparecer em 2 a
8 semanas
• Aphthous stomatitis: estomatite aftosa
• Pharyngitis: faringite
• Adenitis: adenite cervical
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Questão 04
(INEP -Revalida - 2011) Menina de 6 anos foi levada pela mãe à consulta em Unidade Básica
de Saúde por apresentar, há uma semana, intensa adinamia, quadro febril intermitente
(temperatura = 38 °C) e dor articular localizada inicialmente no joelho esquerdo, acompanhada
de calor e rubor discreto e que, há dois dias, acomete o tornozelo direito. A mãe informa
que, há cerca de seis semanas, a criança apresentou quadro de infecção de vias aéreas
superiores (faringite), que regrediu com o uso de amoxicilina durante cinco dias.
Ao exame físico, a criança encontrava-se afebril, eupneica, hidratada, com intensa adinamia
e hipocorada (+/4). Frequência cardíaca = 125 bpm, pressão arterial = 100 x 60 mmHg.
A ausculta cardíaca e a ausculta pulmonar foram normais. Foi observada hiperemia, calor
e dor no tornozelo direito com limitação de movimentos, e a presença de áreas eritematosas
com centros esbranquiçados no tronco e na região proximal de membros superiores
e inferiores.
Os exames laboratoriais revelaram: hemoglobina = 10 g/dL, hematócrito = 34%, leucócitos=
14.000/mm³, velocidade de hemossedimentação = 26 mm/h, proteína C reativa = 2,0 ng/mL
(valor de referência ≤ 0,1 ng/mL); glicose, ureia e creatinina normais.
O eletrocardiograma mostra um prolongamento do intervalo P-R (0,20 s). Com base no quadro
clínico descrito e nos exames complementares realizados, qual o provável diagnóstico
dessa criança?
✂ ✂ ✂ ✂ ✂
b) Lúpus eritematoso sistêmico.
c) Febre reumática.
d) Síndrome de Reiter.
e) Espondilartrose.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
2. Febre reumática
A febre reumática (FR) é uma sequela não supurativa que surge após cerca de 2 a 3 semanas
da infecção faríngea pelo Streptococcus pyogenes (Estreptococo beta-hemolítico do grupo A).
Apresenta maior incidência em crianças entre 5 e 15 anos. A prevalência no Brasil é muito alta.
Maiores
Coreia
Eritema marginado
Nódulos subcutâneos
Menores
Monoartralgia
Febre (≥ 38 °C)
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Já nas populações de baixo risco (não é o caso do Brasil), isto é, cuja incidência é
≤ 2/100.000 crianças em idade escolar/ano ou ≤ 1/1.000 indivíduos com prevalência de
doença reumática cardíaca por ano, os critérios de Jones são:
Fonte: adaptado de Gewitz, M.H. et al. American Heart Association. Circulation, 2015.
2.1.1 Artrite
A artrite é a manifestação mais comum, presente em cerca de 70% dos casos. Acomete
principalmente grandes articulações. Geralmente, apresenta rápida resposta aos
anti-inflamatórios. A duração da artrite dificilmente ultrapassa 4 semanas e regride sem
deixar sequelas.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
2.1.2 Cardite
A cardite é diagnosticada em cerca de metade dos casos, em geral nas primeiras 3 semanas
da fase aguda. Pode haver sopro audível em 40 a 50% dos pacientes, sendo as válvulas
mitral e aórtica as mais acometidas e, durante o surto agudo, a lesão é de regurgitação. A
estenose mitral demora anos para se desenvolver e a evolução da cardite dura em média
1 a 3 meses. Casos mais graves de cardite podem se manifestar como pancardite, incluindo
o envolvimento do endocárdio, pericárdio e miocárdio. Em alguns casos, pode ocorrer
acometimento de câmaras esquerdas. Apenas 5 a 10% dos casos apresentam a insuficiência
cardíaca congestiva como manifestação inicial. Alguns pacientes com cardite podem evoluir
com sequelas irreversíveis.
Antes de discutirmos o próximo tópico, vamos responder a essa questão:
Questão 05
(INEP - Revalida - 2016) Um menino de 7 anos é atendido em ambulatório de Pediatria
uma semana após alta hospitalar, com diagnóstico de febre reumática e insuficiência
mitral moderada. Qual é a profilaxia secundária indicada nesse caso?
a) Penicilina por via oral uma vez ao dia, todos os dias, até os 18 anos de idade.
✂ ✂ ✂ ✂
b) Penicilina por via oral uma vez ao dia, todos os dias, até os 25 anos de idade.
c) Penicilina benzatina por via intramuscular a cada 21 dias até os 25 anos de idade.
d) Penicilina benzatina por via intramuscular a cada 21 dias até os 40 anos de idade
ou por toda a vida.
Responder Comentário
CCQ: Em pacientes com febre reumática e cardite com doença valvar residual,
devemos realizar a profilaxia com a penicilina até os 40 anos
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
2.1.3 Coreia
A coreia de Sydenham indica o envolvimento do sistema nervoso central, podendo apresentar
um período de latência de 1 a 6 meses. Pode apresentar-se como única manifestação da
febre reumática, por já serem negativos os exames que indicariam a atividade inflamatória
da doença.
As manifestações clínicas são insidiosas, em geral, durante 1 a 4 semanas, às vezes com
labilidade emocional ou desatenção antecedendo os movimentos coreicos (involuntários,
incoordenados, rápidos e arrítmicos). Pode ocorrer dificuldade de escrita, disartria e disfagia.
Os movimentos são exacerbados quando o paciente é exposto ao estresse, cansaço e
atividade física, e melhoram durante o sono. É autolimitada, com duração variando de
algumas semanas até 6 meses. Geralmente não deixa sequelas.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
2.2 Tratamento
Os dois objetivos do tratamento da doença são: erradicar o estreptococo e tratar as
manifestações clínicas da doença.
Erradicação do estreptococo: o tratamento envolve, inicialmente, a erradicação do SBGA
com a penicilina G benzatina dose única (600.000 UI, IM, se a criança for < 20 kg e 1.200.000
UI, IM, se for ≥ 20 kg, de acordo com as diretrizes brasileiras) para evitar recidivas e diminuir
a transmissão. Cuidado com a dose, pois as referências brasileiras utilizam o ponto de corte
de 20 kg e as referências americanas utilizam 27 kg. Além disso, podem ser consideradas
penicilina V oral, amoxicilina ou ampicilina.
Artrite: o tratamento preconizado é com ácido acetilsalicílico (AAS), ibuprofeno ou naproxeno.
Após a melhora clínica, que, em geral, é rápida, pode-se considerar a redução da dose ou
suspensão da medicação.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Cardite: na cardite, além do tratamento da ICC, podem ser utilizados corticosteroides como
prednisona ou prednisolona.
Coreia: não há consenso sobre o tratamento, mas, em geral, utiliza-se o haloperidol e o ácido
valproico. A carbamazepina é outro medicamento que pode ser considerado.
2.3 Profilaxia
A profilaxia primária é muito importante e consiste em tratar a faringite de forma precoce
(até 9 dias). A profilaxia secundária deve ser realizada nos pacientes que já tiveram febre
reumática, com a intenção de prevenir novas infecções e surtos. Segundo a Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP), os antibióticos indicados para profilaxia secundária da febre
reumática são:
Lesão valvar residual moderada a severa Até os 40 anos de idade ou por toda a vida
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
TOP FIVE
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Referências:
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doi.org/10.1007/s15010-022-01932-6.
2. Chovel-Sella, A., Ben Tov, A., Lahav, E., Mor, O., Rudich, H., Paret, G., Reif, S. Incidence of rash after
amoxicillin treatment in children with infectious mononucleosis. Pediatrics. 2013 May; 131(5):e1424-7.
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3. Gewitz, M.H., Baltimore, R.S., Tani, L.Y., Sable, C.A., Shulman, S.T., Carapetis, J., Remenyi, B., Taubert, K.A.,
Bolger, A.F., Beerman, L., Mayosi, B.M., Beaton, A., Pandian, N.G., Kaplan, E.L. American Heart Association
Committee on Rheumatic Fever, Endocarditis, and Kawasaki Disease of the Council on Cardiovascular
Disease in the Young. Revision of the Jones Criteria for the diagnosis of acute rheumatic fever in the era
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2015 May 19;131(20):1806-18. doi: 10.1161/CIR.0000000000000205. Epub 2015 Apr 23. Erratum in:
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4. Kasinathan, S., Kondamudi, N.P. Bullous myringitis. [Updated 2023 Feb 27]. In: StatPearls [Internet].
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5. Kaye, K.M. Mononucleose infecciosa. MSD Manuals, 2021. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/
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6. Lieberthal, A.S., Carroll, A.E., Chonmaitree, T., Ganiats, T.G., Hoberman, A., Jackson, M.A., Joffe, M.D.,
Miller, D.T., Rosenfeld, R.M., Sevilla, X.D., Schwartz, R.H., Thomas, P.A., Tunkel, D.E. The diagnosis and
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7. Ministério da Saúde. Síndrome Gripal/SRAG - Classificação de risco e manejo do paciente. 2013.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf.
8. Nobrega, M. Distúrbios da orelha externa. In: Tratado de Pediatria. 5.ª edição. 2022.
9. Oliveira, S.K.F. Febre reumática. In: Tratado de Pediatria. 5.ª edição. 2022.
10. Pereira, M.B.R., Pereira, M.R., Pereira, D.R.R. Tonsilites e faringites. In: Tratado de Pediatria. 5.ª edição.
2022.
11. Sih T. Otite média aguda. In: Tratado de Pediatria. 5.ª edição. 2022.
12. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) - Departamentos Científicos de Imunizações, Infectologia, Alergia,
Otorrinolaringologia e Pneumologia. Atualização no tratamento e prevenção da infecção pelo vírus
Influenza. Abril de 2020.
13. Toro, M.D.C., Sakano, E. Rinossinusite. In: Tratado de Pediatria. 5.ª edição. 2022.
14. Wald, E.R., Applegate, K.E., Bordley, C., Darrow, D.H., Glode, M.P., Marcy, S.M., Nelson, C.E., Rosenfeld, R.M.,
Shaikh, N., Smith, M.J., Williams, P.V., Weinberg, S.T. American Academy of Pediatrics. Clinical practice
guideline for the diagnosis and management of acute bacterial sinusitis in children aged 1 to 18 years.
Pediatrics. 2013 Jul; 132(1):e262-80. doi: 10.1542/peds.2013-1071. PMID: 23796742.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Comentário da Questão 01
Olá, aluno(a) Aristo Revalida! A otite média aguda é um tema super importante para a sua
prova do Revalida e essa questão acabou cobrando umas minúcias não tão exploradas pela
prova. Vamos aproveitar para revisar o conteúdo.
OMA (otite média aguda) é a presença de infecção na orelha média. Geralmente evolui após
uma infecção de vias aéreas superiores. Clinicamente, o paciente apresenta otalgia (com
ou sem otorreia) e febre. Ao exame, poderá ou não haver secreção (somente se supurada)
e membrana timpânica abaulada e hiperemiada.
A principal complicação do quadro é a mastoidite e as principais bactérias envolvidas na
OMA bacteriana são: S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis.
O tratamento de escolha inicial é com amoxicilina 45 mg/kg/dia por 10 dias. Hoje em dia,
no Brasil, preconiza-se a dose dobrada (90 mg/kg/dia) devido à resistência de algumas
cepas de pneumococo. Se o paciente for menor de 2 anos, frequentador de creche, e
houver conjuntivite associada ou uso recente de antibiótico, a melhor opção é a amoxicilina
+ clavulanato.
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Comentário da Questão 02
Questão boa do INEP para revisarmos um conceito que sempre costuma cair nas provas!
Quando falamos de faringoamigdalite, sempre pensamos naqueles pacientes com placas,
febre alta, adenomegalias cervicais, que vão necessitar de antibiótico! Mas saiba que estes
são a minoria dos pacientes, pois a grande maioria consiste em quadros virais que vão se
resolver sozinhos, sem medicação alguma.
E qual a nossa conduta nestes casos? Controlamos os sintomas, para que o sistema
imunológico faça o resto do trabalho!
Alguns dos achados clínicos sugestivos de infecção viral, podem ser:
• Conjuntivite
• Coriza
• Tosse
• Diarreia
• Rouquidão
• Estomatite
• Exantema viral
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Comentário da Questão 03
Questão com assunto quente para a sua prova de revalidação, principalmente se tem
intenção de fazer INEP.
A febre reumática (FR) é uma sequela não supurativa que surge após cerca de 2 a 3 semanas da
infecção faríngea pelo Streptococcus pyogenes (Estreptococo beta-hemolítico do grupo A).
Apresenta maior incidência em crianças entre 5 e 15 anos. A prevalência no Brasil é muito
alta.
Lembrando que o Brasil apresenta população de risco moderado a alto para esta doença.
Nos critérios de Jones em populações de moderado a alto risco, deve haver ao menos
2 critérios maiores OU 1 maior e 2 menores, associados a evidência de infecção
estreptocócica anterior.
Critérios maiores:
• Cardite clínica e/ou subclínica (diagnóstico pelo ecocardiograma).
• Mono ou poliartrite, ou poliartralgia.
• Coreia.
• Eritema marginado.
• Nódulos subcutâneos.
Critérios menores:
• Monoartralgia.
• Febre.
• VHS ≥ 30 mm/h e/ou PCR ≥ 3 mg/dL.
Nosso paciente já tem história de febre reumática. Além disso, ele não faz a profilaxia, tem
relato de amigdalite purulenta há 3 semanas, apresenta febre, poliartralgia, evidências de
cardite e prolongamento do PR! Ou seja, é muito provável o diagnóstico de recorrência de
febre reumática!
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Comentário da Questão 04
Temos uma criança de 6 anos apresentando alguns sintomas constitucionais, como febre
e adinamia, artrite migratória, lesões compatíveis com eritema marginado e alteração no
intervalo PR, após faringite estreptocócica. Em que pensamos quando juntamos todos esses
dados? Sim, em febre reumática! Mas vamos ver se essa paciente fecha os critérios?
Para o diagnóstico de febre reumática, é necessária a presença de:
• Comprovação de infecção por estreptococo beta-hemolítico do grupo A (critério obrigatório).
• 02 critérios maiores ou 01 critério maior + 02 critérios menores.
Obs.: a coreia pura pode ser usada isoladamente como critério diagnóstico!
Como vimos, a nossa paciente apresenta 02 critérios maiores (artrite migratória + eritema
marginado) e uma evidência de infecção estreptocócica, apesar de esta não ter sido
comprovada por nenhum teste. Dessa forma, podemos dizer que o diagnóstico mais
provável é o de febre reumática, mesmo que, neste momento, ela ainda não tenha o critério
obrigatório comprovado!
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Infecções de vias aéreas superiores e febre reumática
Comentário da Questão 05
Temos uma questão bem bacana que cobra um conhecimento dentro do Pareto quando
o assunto é febre reumática: o tempo de profilaxia adequado para cada paciente.
A febre reumática (FR) é uma doença inflamatória sistêmica causada pela sequela tardia
de uma infecção pelo Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A).
Nos países em desenvolvimento, é endêmica e representa um grande problema de saúde,
sobretudo por suas sequelas cardíacas. O diagnóstico de febre reumática é clínico. São usados
os critérios de Jones modificados, sendo que para o diagnóstico são necessários: 2 critérios
maiores ou 1 critério maior com 2 menores, sempre associados ao critério obrigatório:
Critério obrigatório = confirmação de contato recente com estreptococo beta-hemolítico
do grupo A - dosagem de anticorpo antiestreptolisina (ASLO), teste rápido ou cultura.
A artrite é a manifestação sintomática mais precoce da febre reumática, acomete cerca
de 60-80% dos casos, e geralmente se apresenta dentro de 21 dias após a infecção por
estreptococo do grupo A. O tratamento é realizado com salicilatos e a resposta à medicação
acontece em 48 horas.
Para entendermos bem essa questão, devemos lembrar que o principal fator de risco para
o desenvolvimento de um episódio de febre reumática aguda é ter tido um episódio anterior!
Além disso, quanto mais episódios novos (recidivas), maiores são as chances de agravar
o quadro de cardiopatia gerada pela febre reumática.
Portanto, todos os pacientes com história de febre reumática deverão receber profilaxia
secundária, com o objetivo de prevenir novos episódios da doença. A droga de escolha
é a penicilina G benzatina, intramuscular, 1.200.000 UI em pacientes com mais de 20 kg
e 600.000 UI naqueles com menos de 20 kg, a cada 3 semanas. A duração da profilaxia
depende da presença ou ausência de cardite e suas sequelas.
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