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Prezado aluno,
1. Sarampo 6
Questão 01 6
1.3. Tratamento 10
1.4. Complicações 10
1.5. Profilaxia ⚠ 10
2. Doença de Kawasaki ⚠ 11
Questão 02 12
2.2. Complicações 14
2.3. Tratamento 15
3. MIS-C ou SIM-P 15
4. Varicela 16
Questão 03 17
4.2. Tratamento 18
4.3. Complicações 18
4.4. Profilaxia 19
3
Doenças exantemáticas
5. Eritema infeccioso 20
Questão 04 20
5.2. Complicações 21
5.3. Tratamento 21
6. Síndrome mão-pé-boca 21
6.2. Tratamento 22
6.3. Complicações 22
Questão 05 23
7.2. Complicações 24
7.3. Tratamento 24
8. Escarlatina 24
8.2. Complicações 26
4
Doenças exantemáticas
8.3. Diagnóstico 26
8.4. Tratamento 26
9. Rubéola 27
9.2. Diagnóstico 28
9.3. Tratamento 28
9.4. Profilaxia 28
9.5. Complicações 28
10. Herpangina 28
TOP FIVE 30
5
Doenças exantemáticas
Tema com presença constante nas provas de Pediatria. Portanto, estude com calma, está
tudo organizado para tornar sua vida muito mais fácil nesse emaranhado de doenças!
Não se esqueça de complementar o conhecimento com os flashcards e com as questões.
Vamos nessa?
1. Sarampo
O sarampo é causado por um vírus de RNA do gênero Morbillivirus e da família Paramyxoviridae.
Sua transmissão ocorre por meio do contato com secreções nasofaríngeas ou aerossol,
e pode ocorrer sem o contato direto com o doente, daí a elevada contagiosidade da doença.
É transmissível desde quatro a seis dias antes até quatro a seis dias após o exantema surgir,
sendo que o período de maior transmissibilidade ocorre desde 48 horas antes até 48 horas
depois do início do exantema. Vamos agora à nossa primeira questão:
Questão 01
(FMJ - SP - 2022) Criança de 8 meses, nascida de parto normal, a termo, com peso
ao nascimento de 2980 g, é trazida para atendimento de emergência, pois apresenta
febre elevada (40,5 °C) há 3 dias, acompanhada de tosse, coriza e conjuntivite. A mãe
refere que a febre, no início, não era tão elevada, mas que aumentou muito nos últimos
dias. A carteira vacinal está incompleta e não fez a vacina do sexto mês de vida.
No exame físico, apresenta-se em BEG, reativa, choraminga muito. Ao exame físico,
nota-se um discreto exantema que se iniciou atrás da orelha. Na orofaringe, nota-se
uma mucosa hiperemiada e a presença de pontos esbranquiçados na região dos dentes
molares. Sobre essa doença, assinale a alternativa correta.
a) A transmissão ocorre por contato indireto, mas pequenas partículas podem
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SARS-CoV-2.
c) O diagnóstico pode ser realizado por meio da detecção de proteína não
✂ ✂ ✂
estrutural (NS1).
d) Deve ser realizada imunização passiva com gamaglobulina.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
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Doenças exantemáticas
Manchas de Koplik
Fonte: American Family Physician, 2017
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Doenças exantemáticas
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Doenças exantemáticas
IgM + ou
IgM -/IgG+ IgM -/IgG - inconclusivo / IgM -/IgG + IgM -/IgG - IgM +/IgG + IgM +/IgG -
IgG + ou -
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Doenças exantemáticas
Vacinação
Coleta de sangue para sorologia de bloqueio
Investigar e material para isolamento e Vacinar os
(em até 48 horas) identificação viral no 1.º contato contatos
com o paciente suscetíveis
(em até 72 horas)
Reforçaremos essas informações ao longo dessa aula algumas vezes, mas vamos rever
as doenças de notificação compulsória, pois isso é um conteúdo importante. São elas:
sarampo, rubéola, varicela (em casos de óbito ou gravidade), dengue, Zika e Chikungunya.
1.3. Tratamento
O tratamento de sarampo consiste em sintomáticos e administração de vitamina A para
todas as crianças (lembre-se que a vitamina A reduz a morbidade e mortalidade nos
países em desenvolvimento).
A vitamina A deve ser administrada em duas doses: uma no momento do diagnóstico
e outra no dia seguinte.
• 50.000 UI por via oral (VO), para lactentes < 6 meses
• 100.000 UI VO para lactentes de 6 a 12 meses
• 200.000 UI VO para crianças de 12 meses ou mais
1.4. Complicações
• Pneumonia: principal causa de morte no sarampo.
• Otite média aguda: complicação bacteriana mais comum do sarampo.
• Outras complicações: doenças diarreicas e complicações neurológicas, lembrando da
panencefalite esclerosante subaguda (rara, porém muito grave!).
1.5. Profilaxia ⚠
• Pré-exposição
Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação deve ser feita em crianças de 6 meses a 1 ano
(dose zero, realizada em campanhas de vacinação), aos 12 meses (primeira dose, por meio
da tríplice viral) e aos 15 meses (segunda dose, por meio da tetra viral).
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Doenças exantemáticas
No caso da vacinação para adultos, lembre-se que eles não precisam receber a vacina caso
já tenham as duas doses, e que grávidas não podem receber a vacina contra o sarampo.
Fora esses casos, pessoas entre 1 e 29 anos que tenham tomado apenas uma dose
devem receber a segunda. Naqueles que não apresentam nenhuma das doses, deve-se:
• Entre 1 e 29 anos: receber duas doses.
• Entre 30 e 59 anos: apenas uma dose.
• Pós-exposição
A profilaxia pós-exposição ao sarampo divide-se em vacinação de bloqueio e imunoglobulina.
A vacinação de bloqueio gera anticorpos mais rápido que a incubação do vírus, por
isso deve ser administrada em até 72 horas após o contato com um caso suspeito. Ela
deve abranger pessoas que moram com o caso, vizinhos próximos, creches e pessoas
que ocupem a mesma sala que o indivíduo no cotidiano (sala de aula, alojamento, sala de
trabalho, etc.).
Vacinação de bloqueio não deve ser administrada em menores de 6 meses. Paciente que
tiver contato com caso suspeito ou confirmado e tiver idade entre 6 meses e 1 ano deve
receber uma dose da vacina tríplice viral, e esta não é contabilizada no calendário vacinal,
recebendo as doses subsequentes normalmente. Aqueles com idade entre 1 e 59 anos
devem ser vacinados conforme o calendário nacional de vacinação vigente (exposto no
item anterior).
Já a imunoglobulina, segunda modalidade de profilaxia pós-exposição ao sarampo, pode
ser administrada até seis dias após a exposição. É administrada nos comunicantes que não
podem receber a vacinação de bloqueio (por esta ser de vírus vivo atenuado), como menores
de 6 meses, gestantes (sem evidência prévia de imunização) e imunocomprometidos graves
(independentemente do histórico vacinal).
Em tempo, no caso dos menores de 6 meses, a aplicação de imunoglobulina não é necessária
para crianças cujo peso ao nascer foi superior a 2.500 g e cujas mães tenham comprovação
de esquema vacinal prévio completo para sarampo (ou que já tenham tido essa doença
anteriormente à gestação).
2. Doença de Kawasaki ⚠
A doença de Kawasaki é bastante cobrada como diagnóstico diferencial das doenças
exantemáticas de etiologia infecciosa. Fique atento a esse tema, pois a incidência dessa
patologia aumentou e, possivelmente, aparecerá ainda mais nas provas. Consiste, basicamente,
em uma doença febril aguda que se associa a uma vasculite sistêmica de vasos de médio
calibre, com risco de acometer as artérias coronárias. O risco de evoluir com anormalidades
coronarianas é de, aproximadamente, 25% em pacientes não tratados e de 4% nos tratados.
Dessa forma, o diagnóstico é bastante importante!
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Doenças exantemáticas
Questão 02
(UEL - PR - 2022) Em relação à doença de Kawasaki, considere as afirmativas a seguir.
I. Associados à febre, são critérios diagnósticos: alterações de lábios e cavidade oral,
hiperemia conjuntival, alteração de extremidades, exantema polimorfo e linfadenopatia
cervical.
II. No período febril, há indicação de ácido acetilsalicílico (AAS), em baixas doses, para
inibir agregação plaquetária.
III. A indicação de imunoglobulina humana endovenosa se restringe aos casos em que
houver comprometimento cardíaco.
IV. Os exames séricos da fase aguda demonstram leucocitose com neutrofilia e aumento
das provas inflamatórias.
Assinale a alternativa correta.
✂ ✂ ✂ ✂ ✂
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
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Doenças exantemáticas
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Doenças exantemáticas
Existe a doença de Kawasaki incompleta, na qual vemos dois ou três critérios associados
a febre e alterações laboratoriais. Como é um tema em discussão, vamos disponibilizar
o fluxograma diagnóstico, mas não se preocupe em decorar tudo! Saiba que essa entidade
existe e, quando o quadro clínico não se encaixar em outra patologia, lembre-se dessa
possibilidade!
PCR < 3 mg/dL e VHS < 40 mm/hora PCR ≥ 3 mg/dL e VHS ≥ 40 mm/hora
2.2. Complicações
A mais temida complicação na doença de Kawasaki é o aneurisma de coronárias, e seu
diagnóstico é feito por meio de um ecocardiograma. Acompanhe no quadro a seguir os
possíveis achados ecocardiográficos no caso dessa patologia:
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Doenças exantemáticas
Derrame pericárdico
Regurgitação mitral
2.3. Tratamento
O grande objetivo do tratamento na doença de Kawasaki é diminuir a formação de aneurismas
coronarianos. A resposta ao tratamento medicamentoso na prevenção desta complicação
é alta, de modo que apenas 2-4% dos pacientes tratados com ácido acetilsalicílico
e imunoglobulina a apresentam. Na fase aguda, administraremos imunoglobulina e ácido
acetilsalicílico (AAS).
• Imunoglobulina: realizada idealmente até o décimo dia do início da doença, em dose
única, na posologia de 2 g/kg (podendo ser repetida se a febre persistir).
• AAS: realizar ataque em doses moderadas (30 a 50 mg/kg/dia) ou altas (80 a 100 mg/kg/dia)
até a criança ficar afebril por ao menos 48 a 72h. Outras recomendações indicam que esta
dose de AAS deve ser mantida até ao menos o 14º dia de doença e a criança estar afebril
por 48 a 72 h. Posteriormente, deve ser mantida dose de manutenção (3-5 mg/kg/dia)
por seis a oito semanas, se o paciente não tiver evidência de alteração coronariana.
Em caso de alteração coronariana, o paciente geralmente necessita de AAS por tempo
mais prolongado.
3. MIS-C ou SIM-P
Nesses últimos anos a Multisystem inflammatory syndrome in children (MIS-C) ou
síndrome da resposta inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) vem ganhando
um espaço importante no diagnóstico diferencial da doença de Kawasaki. Essa patologia,
associada ao SARS-CoV-2, é uma síndrome de resposta inflamatória multissistêmica.
Vamos pincelar os tópicos mais importantes que a Sociedade Brasileira de Pediatria traz
sobre o assunto.
Como é uma doença nova, muitos estudos ainda estão sendo feitos. Você vai perceber
que alguns critérios diagnósticos dessa doença são bem parecidos com a doença de
Kawasaki, portanto, saber o diagnóstico diferencial entre ambas é muito importante.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um documento (que é seguido pela SBP)
sugerindo uma definição de casos:
Crianças e adolescentes de 0 a 19 anos com febre ≥ 3 dias E mais dois dos seguintes
sintomas:
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Doenças exantemáticas
4. Varicela
Conhecida como catapora, ou chicken-pox, é uma doença causada pelo vírus varicela-
zoster. Este apresenta capacidade de causar infecção primária (a catapora clássica) e
permanecer latente por longos períodos, reativando-se na forma de herpes-zoster. Sua
transmissão ocorre por meio de contato com secreções orofaríngeas ou em fluidos (que
se dissipam no meio aéreo na forma de aerossol). Seu período de transmissão vai de dois
dias antes do início do exantema até que todas as lesões se tornem crostosas.
Teste seus conhecimentos com essa questão:
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Doenças exantemáticas
Questão 03
(UFS - SE - 2020) C.J.S., 04 anos, está internado na enfermaria de pediatria em
tratamento para pneumonia lobar com derrame pleural laminar à direita, em uso de
penicilina cristalina, com melhora clínica significativa. No quarto dia de internação
o paciente evolui com máculas eritematosas inicialmente em face, que evoluem para
pápulas, vesículas e pústulas, com aspecto polimorfo.
O paciente divide o mesmo quarto com outras duas crianças (leitos 02 e 03). Leito 02:
M.N.F., 02 anos, em tratamento hospitalar de infecção urinária, calendário vacinal
atualizado. Leito 03: R.L.S., 11 meses, em tratamento hospitalar para síndrome nefrótica,
com calendário vacinal atualizado e sem história prévia de doenças exantemáticas.
Objetivando que os pacientes do leitos 02 e 03 não evoluam com a mesma condição
do paciente 01, qual a opção que se adequa ao caso apresentado:
a) Leito 02: imunoglobulina para a doença em questão; leito 3: observação
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clínica rigorosa.
b) Leito 02: vacina para a doença em questão; leito 3: imunoglobulina para
✂ ✂ ✂
doença em questão.
c) Leito 02 e leito 03: antibioticoterapia profilática para doença em questão.
d) Leito 02: observação clínica rigorosa; leito 3: imunoglobulina para doença em
questão.
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Doenças exantemáticas
4.2. Tratamento
O tratamento é sintomático, na maioria das vezes. Podemos fazer aciclovir (deve ser
iniciado nas primeiras 24 horas do exantema, ou até 72 horas, no máximo) para casos
selecionados, como: pacientes não gestantes com mais de 12 anos, crianças com mais
de 1 ano com doenças pulmonares ou dermatológicas crônicas, usuários crônicos de
salicilatos, usuários de corticoide em dose não imunossupressora e segundo caso no
mesmo domicílio.
Em caso de quadro muito grave em imunossuprimido ou em recém-nascido por exposição
perinatal, podemos fazer aciclovir endovenoso. Não administrar AAS concomitante, devido
à incidência aumentada de síndrome de Reye nessa associação. Essa síndrome consiste em
uma encefalopatia não inflamatória aguda com infiltração lipídica de vários órgãos, inclusive
hepática, podendo levar o paciente a óbito rapidamente.
4.3. Complicações
As complicações inerentes à infecção por varicela são infecções bacterianas secundárias
às lesões cutâneas, pneumonia e complicações do sistema nervoso central.
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Doenças exantemáticas
4.4. Profilaxia
Como visto anteriormente, o paciente internado por varicela deve permanecer em
isolamento padrão aéreo (para aerossóis). A profilaxia se divide em:
Pré-exposição: imunização com vacina de vírus vivo atenuado (logo, não pode ser feita
em gestantes e imunossuprimidos). No Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina
para varicela é realizada aos 15 meses (incluída na tetra viral) e com 4 anos (vacina
monovalente contra varicela).
Pós-exposição: ⚠ é a parte relacionada à varicela que mais cai em provas, junto ao quadro
clínico. Existem duas opções:
• Vacinação de bloqueio: até cinco dias após o contato. A vacina só é liberada pelo
Ministério da Saúde para controle de surto em ambiente hospitalar em maiores
de 9 meses e imunocompetentes. Isto é, se uma criança com mais de 9 meses ou
qualquer comunicante suscetível tiver contato intra-hospitalar, faremos a vacinação de
bloqueio! Do contrário, se uma criança maior de 9 meses tiver contato com seu irmão
com catapora em casa, ele não receberá a vacinação de bloqueio. O máximo que será
feito é a atualização do cartão vacinal.
• Imunoglobulina humana antivaricela-zóster (IGHAVZ): até 96 horas após o contato.
Quando uma de cada condição abaixo acontecer:
• Que o comunicante seja suscetível, isto é:
• Pessoas imunocompetentes e imunodeprimidos sem história bem definida da
doença e/ou de vacinação anterior.
• Pessoas com imunossupressão celular grave, independentemente de história anterior.
• Que tenha havido contato significativo com o vírus varicela-zoster, isto é:
• Contato domiciliar contínuo: permanência junto ao doente durante, pelo menos, uma
hora em ambiente fechado.
• Contato hospitalar: pessoas internadas no mesmo quarto do doente ou que tenham
mantido com ele contato direto de, pelo menos, uma hora.
• Que o suscetível seja pessoa com risco especial de varicela grave, isto é:
• Crianças ou adultos imunodeprimidos.
• Grávidas.
• Recém-nascidos de mães nas quais a varicela apareceu nos cinco últimos dias de
gestação ou até 48 horas depois do parto.
• Recém-nascidos prematuros com 28 ou mais semanas de gestação, cujas mães nunca
tiveram varicela.
• Recém-nascidos prematuros com menos de 28 semanas de gestação (ou com menos
de 1.000 g ao nascimento), independentemente de história materna de varicela.
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Doenças exantemáticas
5. Eritema infeccioso
Primeiramente, vamos resolver essa questão:
Questão 04
(HIAE - SP - 2021) Paciente, sexo feminino, 3 anos, é levada ao pediatra com história
de manchas avermelhadas em face e posteriormente em tronco e extremidades.
Negava febre e anorexia. Ao exame físico encontrava-se em bom estado geral e afebril
com presença de eritema malar bilateral e exantema máculo-papular de aspecto
rendilhado em tronco e extremidades proximais, poupando a palma das mãos e a planta
dos pés. O agente etiológico mais provável deste quadro clínico, dentre os abaixo, é:
a) Citomegalovírus.
✂ ✂ ✂ ✂ ✂
b) Paramixovírus.
c) Epstein-Barr vírus.
d) Adenovírus.
e) Parvovírus B19.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
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Doenças exantemáticas
5.2. Complicações
Pode causar artropatia, artralgias, artrites e crise aplástica transitória, com diminuição da
produção medular, causando anemia. Toda criança com anemia falciforme que apresente
crise aplásica deve ser considerada infectada pelo parvovírus B19 até que se prove
o contrário, entre outras complicações menos importantes para sua prova.
5.3. Tratamento
O tratamento básico ao eritema infeccioso se resume a sintomáticos e terapia de suporte.
6. Síndrome mão-pé-boca
Causada pelo vírus Coxsackie A ou B, ou enterovírus 71. O principal agente é o subtipo
Coxsackie A16. É classificada como uma das enteroviroses não pólio. A transmissão das
infecções por enterovírus ocorre por meio de fezes ou secreções respiratórias, em período
bastante variado de tempo (podendo chegar a semanas).
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Doenças exantemáticas
Doença mão-pé-boca
Fonte: https://corregofundo.mg.gov.br/2019/03/21/secretaria-de-saude-divulga-alerta-sobre-sindrome-mao-pe-boca/
6.2. Tratamento
O tratamento é sintomático e a profilaxia é feita com medidas de higiene. É importante
avaliar a hidratação da criança e garantir formas de ingesta oral. Caso a criança apresente
sinais de desidratação e não consiga ingerir líquidos via oral, deve-se internar e considerar
a passagem de sonda nasogástrica para alimentação.
6.3. Complicações
A principal complicação da doença é a desidratação, secundária à baixa ingestão por causa
das lesões orais. Outra queixa frequente após a infecção é a onicomadese, descolamento
da unha a partir da sua base, nas mãos e/ou pés. Ocorre de três a oito semanas após
a infecção e não necessita de tratamento específico.
O vírus Coxsackie pode causar miocardite, e devemos prestar atenção em situações em
que a criança sinta precordialgia. A miocardite é causada mais comumente pelo Coxsackie
tipo B, mas todos os subtipos podem apresentar essa complicação.
Há alguns anos ocorreu um surto dessa doença na Ásia, e algumas crianças evoluíram
com acometimento de sistema nervoso central, sendo a encefalite uma complicação
descrita. Acomete principalmente os menores de 5 anos e cursa com mioclonia, tremores,
ataxia e paralisia de nervos cranianos, disautonomia, desregulação circulatória e glicêmica.
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Doenças exantemáticas
Questão 05
(SEMAD - RJ - 2021) Sobre as doenças exantemáticas, marque a afirmativa ERRADA.
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b) A roseola infantum cursa com febre baixa e prolongada antes de surgir o
exantema.
c) Na doença de Kawasaki, o comprometimento vascular mais importante
✂ ✂ ✂
ocorre nas coronárias.
d) A doença/síndrome mão-pé-boca é uma enterovirose.
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Doenças exantemáticas
Exantema súbito
O que é cobrado e que você deve ter na sua cabeça é o seguinte: é uma doença com
febre alta em lactentes por três a cinco dias e que apresenta um exantema após a
defervescência.
7.2. Complicações
Devido ao quadro febril prolongado, a crise (convulsão) febril pode estar presente em 10 a 15%
dos casos, e é a principal complicação que pode ocorrer na vigência de um quadro clínico
de roséola.
7.3. Tratamento
O tratamento consiste apenas em terapia de suporte à criança durante o curso clínico da
doença.
8. Escarlatina
A escarlatina é a primeira doença dessa aula de síndromes exantemáticas que tem uma origem
bacteriana.
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Doenças exantemáticas
Ela é comum nas provas devido à apresentação clínica, que veremos no próximo tópico,
e seu agente etiológico é a bactéria Streptococcus pyogenes, ou estreptococo beta-
hemolítico do grupo A, produtor de toxina pirogênica (um coco Gram + catalase negativo).
Sua transmissão ocorre por contato com gotículas de saliva ou secreção nasal da pessoa
infectada.
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Doenças exantemáticas
Sinal de Pastia
Fonte: Still University of Health Sciences/
Kirksville College of Osteopathic Medicine.
Disponível em: https://www.atsu.edu/faculty/ Sinal de Filatov
chamberlain/gettings/Case5answer.htm." Fonte: Wikimedia commons
8.2. Complicações
Na escarlatina, há possibilidade de complicações supurativas (disseminação para outras
regiões do corpo, causando otite, mastoidite, sinusite, abscesso faríngeo e meningite) e não
supurativas (febre reumática e glomerulonefrite pós-estreptocócica, abordadas em aulas
específicas) ⚠.
8.3. Diagnóstico
O diagnóstico é, basicamente, clínico. Pode ser feito também com pesquisa de
Streptococcus pyogenes em esfregaço colhido por swab de nasofaringe com cultura, ou
por teste rápido e testes sorológicos.
A cultura de orofaringe é o padrão-ouro e tem sensibilidade de 90–95% para a detecção de
SGA (Streptococcus beta-hemolítico do grupo A). O teste rápido para detecção do antígeno
estreptocócico é bastante específico. Já os testes sorológicos como a antiestreptolisina O e a
antidesoxirribonuclease B são marcadores de infecção prévia, não tendo papel no manejo agudo
da doença.
8.4. Tratamento
O objetivo do tratamento é encurtar o quadro clínico, evitar as complicações supurativas
e também a famigerada febre reumática (lembre que o impetigo, outra infecção causada
pelo estreptococo, não causa febre reumática!). As drogas usadas são: penicilina G benzatina
(droga de escolha), penicilina V oral ou amoxicilina. A azitromicina é uma alternativa que pode
ser usada por apenas cinco dias, em pacientes com histórico de alergia a betalactâmicos.
O tratamento deve ser iniciado em até nove dias do início dos sintomas para a prevenção
da complicação de febre reumática.
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Doenças exantemáticas
9. Rubéola
Também conhecida como sarampinho ou sarampo alemão, a rubéola é causada por um
Rubivirus (de RNA) da família Togaviridae. Sua transmissão ocorre por meio de contato
com secreções nasofaríngeas de pacientes infectados, principalmente entre cinco dias
antes até cinco a sete dias após o surgimento do exantema. Sua evolução costuma ser
benigna.
Lembrando que a rubéola atualmente é uma doença considerada erradicada no Brasil
desde 2016.
Manchas de Forchheimer
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Doenças exantemáticas
9.2. Diagnóstico
O diagnóstico ocorre por meio de pesquisa de anticorpos IgM e IgG no sangue (a partir do
surgimento do exantema), ou por identificação viral na urina (ou na secreção de nasofaringe).
9.3. Tratamento
Não há tratamento específico, apenas uso de sintomáticos.
9.4. Profilaxia
A profilaxia à rubéola é dividida em duas modalidades: pré e pós-exposição. Acompanhe:
• Pré-exposição: vacinação com vacina de vírus vivo, faz parte da tríplice viral (aplicada
aos 12 meses) e da tetra viral (aplicada aos 15 meses).
• Pós-exposição: deve ser realizada com a vacinação em até 72 horas após a exposição.
Não é recomendada para todos os pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, a profilaxia
pós-exposição é recomendada para crianças entre 6 e 11 meses (dose zero) e pacientes
com esquema vacinal incompleto. O uso de imunoglobulina é bastante controverso e pode
ser indicado a gestantes expostas, entretanto, não garante a não contaminação do feto.
9.5. Complicações
As possíveis complicações associadas à rubéola incluem ocorrência de artrite, encefalite
e trombocitopenia. Para além das complicações, é importante lembrar que a rubéola
é uma doença de notificação obrigatória e imediata!
10. Herpangina
A herpangina é um tema específico que raramente aparece em provas. Trata-se de uma
enterovirose não pólio, causada pelo Coxsackie tipo A, assim como a doença mão-pé-boca.
Caracteriza-se por febre alta, odinofagia e lesões vesiculares e ulceradas na faringe
posterior (diferencia-se da síndrome mão-pé-boca, pois, nesta, a distribuição das lesões
é por toda a cavidade oral).
O tratamento é realizado com suporte clínico e visa principalmente o controle álgico e a
hidratação adequada da criança.
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Doenças exantemáticas
Herpangina
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Doenças exantemáticas
TOP FIVE
Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou clique sobre ele para abrir a questão na plataforma.
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Doenças exantemáticas
Referências:
1. Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de pediatria. 5ª edição, 2021.
2. Marcdante et al. Nelson Essentials of Pediatrics. 9ª edição, 2023.
3. Kliegman et al. Nelson Textbook of Pediatrics. 21ª edição, 2020.
4. Sociedade Brasileira de Pediatria - Atualização sobre Sarampo, 2018.
5. Centro de Vigilância Epidemiológica. Uso da imunoglobulina humana na profilaxia pós-exposição ao
Sarampo, 2019.
6. McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW. Diagnosis, Treatment, and Long-Term Management of
Kawasaki Disease: A Scientific Statement for Health Professionals From the American Heart Association.
Circulation, 2017.
7. World Health Organization. Living guidance for clinical management of COVID-19. 2021.
8. Sociedade Brasileira de Pediatria. Síndrome inflamatória multissistêmica em crianças e adolescentes
provavelmente associada à COVID-19: uma apresentação aguda, grave e potencialmente fatal, 2020.
9. Ministério da Saúde, Guia de Vigilância em Saúde, 2019.
10. Sociedade Brasileira de Pediatria - Departamento Científico de Dermatologia e Departamento Científico
de Infectologia. Documento científico: Síndrome Mão-Pé-Boca, 2022.
11. Sociedade Brasileira de Pediatria - Departamento Científico de Reumatologia. Documento Científico:
Doença de Kawasaki, 2019.
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Doenças exantemáticas
Comentário da Questão 01
Temos aqui uma criança de 8 meses, nascida de parto normal, a termo, com peso ao
nascimento de 2980 g, trazida para atendimento de emergência, pois apresenta febre
elevada há 3 dias, acompanhada de tosse, coriza e conjuntivite. Ao exame físico, percebe-se
exantema iniciado atrás da orelha e pontos esbranquiçados na região dos dentes molares.
Apenas com a primeira frase, a hipótese de sarampo já deve passar pela sua cabeça.
É claro que, diante de um quadro gripal com febre e conjuntivite, existem outras doenças
virais que seriam prováveis, mas o sarampo já deve estar listado entre as possibilidades.
O dado, inclusive, da febre com piora progressiva é importante, porque essa evolução
é muito característica do sarampo!
O exantema iniciado atrás da orelha segue o clássico padrão de exantema que se inicia
na linha de implantação dos cabelos. E para confirmar, ainda temos os pontos esbranquiçados
perto dos dentes molares, que são as famosas manchas de Koplik, alteração patognomônica
do sarampo!
Alternativa D - Incorreta: A imunoglobulina é indicada para pessoas que não podem receber
o bloqueio vacinal, como gestantes, menores de 6 meses e imunossuprimidos. Como nosso
paciente tem 8 meses e está no terceiro dia de doença, ele ainda se encontra no período
viável para receber o bloqueio vacinal.
Alternativa E - Incorreta: A contagem reticulocitária não tem relação nem nenhum valor
propedêutico na infecção por sarampo.
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Doenças exantemáticas
Comentário da Questão 02
E o tratamento?
O grande objetivo do tratamento na doença de Kawasaki é diminuir a formação de
aneurismas coronarianos (inclusive, mantenha em mente que essa é a complicação mais
grave, viu? Tem prova que gosta de cobrar isso).
Na fase aguda, administraremos imunoglobulina e AAS. A imunoglobulina é realizada
idealmente até o décimo dia do início da doença, em dose única, na posologia de 2 g/kg
(podendo ser repetida se a febre persistir).
Já no caso do AAS, é realizada uma dose de ataque em quantidades moderadas (30
a 50 mg/kg/dia) ou altas (80 a 100 mg/kg/dia) por cerca de quatro ou cinco dias, ou
até atingir a condição de 48 horas afebril, sendo depois mantida uma dose de manutenção
por seis a oito semanas (3-5 mg/kg/dia) se não houver acometimento de coronárias. Ou
então por período maior caso houver acometimento.
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Doenças exantemáticas
Comentário da Questão 03
Questão que pode gerar dúvidas por envolver decorebas, e que foi maliciosa ao abordar
indiretamente um ponto-chave para você acertar a alternativa (o fato de que o tratamento
para síndrome nefrótica inclui imunossupressão).
Saiba que quando falamos de doenças exantemáticas, a profilaxia pós-exposição é um dos
tópicos que mais cai em prova. Vamos relembrar?
Criança de 4 anos, está internada na enfermaria de pediatria com máculas eritematosas
inicialmente em face, que evoluem para pápulas, vesículas e pústulas, com aspecto
polimorfo, quadro sugestivo de varicela. Essa é a clínica principal: lesões em diferentes
estágios de evolução.
Este paciente divide o mesmo quarto com outras duas crianças (leitos 02 e 03). E agora?
• Vacina de bloqueio: só deve ser feita em surtos hospitalares nas pessoas susceptíveis,
em até 5 dias do contato. Contra-indicado nos pacientes < 9 meses de idade,
gestantes e imunocomprometidos.
• Imunoglobulina humana anti-varicela-zoster (IGHAV): deve ser feita em até 4 dias após
contato com aqueles que possuem contraindicação à vacina.
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Doenças exantemáticas
Comentário da Questão 03
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Doenças exantemáticas
Comentário da Questão 04
Questão que possui algumas palavras-chave que nos ajudam a achar a alternativa certa.
São elas: "bom estado geral", "eritema rendilhado" e "eritema malar". Se você se deparar
com essas palavras, atente-se para o eritema infeccioso!
O eritema infeccioso - que de infeccioso não tem nada - é uma erupção exantemática
após a infecção pelo Parvovírus B19 (muitas vezes, assintomática)! Como ele é pós-
infeccioso, a criança já está bem, sem outros sintomas gerais, e com bom estado geral.
Mas o que mais deve te chamar atenção é o relato de "eritema malar". Calma, não é
lúpus. Estamos falando da famosíssima "face esbofeteada", achado clássico do eritema
infeccioso.
Vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: O CMV pode causar uma síndrome mono-like com febre,
fadiga e linfadenomegalia generalizada. Geralmente acomete crianças mais velhas e
adolescentes. Não é o caso da nossa paciente, que está muito bem de saúde, obrigada.
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Doenças exantemáticas
Comentário da Questão 05
Roseola infantum, também conhecida como exantema súbito, é uma das principais doenças
exantemáticas infantis. Então fique atento, pois esse é um tema frequente em provas.
Importante destacar que, como a doença é de fácil transmissão, a criança deve ser afastada
do convívio da escola, principalmente durante o período febril. Vale lembrar que a questão
deseja encontrar a alternativa errada!
Alternativa B - Correta: O quadro clínico se inicia com febre alta, irritabilidade e inapetência.
Após aproximadamente 3 dias a febre termina subitamente e surge o exantema centrífugo,
ou seja, inicia-se no tronco e se dissemina para a cabeça e as extremidades.
Alternativa E - Incorreta: O Sarampo é uma doença aguda viral caracterizada por febre,
tosse, coriza, e conjuntivite. Associado a exantema eritematoso maculopapular de progressão
crânio-caudal, de distribuição centrípeta, que não poupa região palmo-plantar.
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