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Atividade dermatoviroses, piodermites e parasitoses

1. Vivian, 4 anos, há 4 dias com febre e há 3 dias com exantema. Ao exame:


pápulas eritematosas, vesículas, pústulas e crostas em face, tronco e
membros. Pista para o diagnóstico: polimorfismo das lesões cutâneas
(presença de lesões em vários estágios de evolução – pápulas, vesículas,
pústulas e crostas – simultaneamente no mesmo paciente).

Diagnóstico: Catapora.

Agente etiológico: Vírus varicela-zóster (VZV).

Em que idade a vacina deve ser aplicada pelo PNI: A primeira dose é aplicada aos
12-15 meses, como parte da vacina tetra viral (SCR-V). O Programa Nacional de
Imunizações (PNI) disponibiliza uma dose da vacina varicela, aos 4-6 anos de idade,
correspondente à segunda dose do esquema contra varicela.

Deve-se evitar ácido acetilsalicílico para prevenir a síndrome de: “Reye” - é


caracterizada pela inflamação do cérebro e rápido acúmulo de gordura no fígado.

Até quando a criança precisa de isolamento: Para evitar o contágio, é necessário


restringir a criança ou adulto com catapora de locais públicos até que todas as lesões de
pele estejam cicatrizadas, o que acontece, em média, num período de duas semanas.

Conduta nos contatos suscetíveis: Em vigência de surtos de varicela, deve-se realizar


o bloqueio vacinal com a vacina varicela (atenuada) para os contatos suscetíveis a partir de
9 meses de idade ou a vacina tetra viral a partir dos 15 meses de idade. Devem ser
vacinadas pessoas sem história de vacinação, em tempo oportuno até 120 horas, após o
contato com caso de varicela.

2. Saulo, 3 anos, há 3 dias com febre, coriza, tosse seca, hiperemia em


conjuntivas, fotofobia e "manchas" na boca. Há 48h com máculas e pápulas
eritematosas de início na linha de implantação dos cabelos e face, com
disseminação para tronco e extremidades.
Diagnóstico: Sarampo.

Nome dos pequenos pontos brancos na mucosa bucal apontados pelas setas:
Manchas de Koplik.

Em que idade a vacina deve ser aplicada pelo PNI: A primeira dose é aplicada aos
12-15 meses, como parte da vacina tetra viral (SCR-V). O Programa Nacional de
Imunizações (PNI) disponibiliza uma dose da vacina varicela, aos 4-6 anos de idade,
correspondente à segunda dose do esquema contra varicela.

Notificação: A vigilância é realizada de forma integrada como vigilância de doenças


exantemáticas, sendo de notificação compulsória imediata em até 24 horas. É um caso
suspeito de sarampo toda pessoa que apresentar febre, exantema e tosse ou coriza ou
conjuntivite, independentemente de idade ou situação vacinal.

Exame solicitado nos casos suspeitos: O diagnóstico laboratorial pode ser realizado
por isolamento ou detecção do vírus por meio de PCR reverso (RT-PCR) nas secreções
nasofaríngeas (ou urina), bem como por ensaios sorológicos para os anticorpos específicos
do sarampo (IgM ou IgG).

Vacinação de bloqueio em contatos suscetíveis em até: Para os indivíduos não


vacinados expostos ao sarampo, a administração da vacina em 3 dias ou da imunoglobulina
intramuscular ou intravenosa (IM/IVIg) em 6 dias de exposição pode oferecer uma certa
proteção.

Vitamina recomendada em crianças para evitar formas graves: Administração de


vitamina A para todas as crianças com sarampo agudo (diariamente por 2 dias; 200.000 UI
se ≥ 12 meses, 100.000 UI se 6-11 meses, 50.000 UI se < 6 meses).

3. Rúbia Mara, 13 anos, há 3 dias com febre baixa, artralgia em mãos, punhos e
joelhos, mialgia, coriza, e tosse seca. Há 2 dias, notou "ínguas" na nuca e
atrás das orelhas e manchas vermelhas no "céu da boca". Há 24h, com
"manchas e bolinhas vermelhas" que se iniciaram na face e se espalharam
para tronco e membros. Não recebeu vacinas, exceto a BCG e a 1a dose
contra Hepatite B.
Diagnóstico: Rubéola.

Idade da vacina pelo PNI: A primeira dose é aplicada aos 12-15 meses, como parte da
vacina tetra viral (SCR-V). O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza uma
dose da vacina varicela, aos 4-6 anos de idade, correspondente à segunda dose do
esquema contra varicela.

Tipo de exantema (morbiliforme ou escarlatiniforme?) Morbiliforme.

Os exantemas morbiliformes consistem em máculas e pápulas eritematosas, com áreas de


pele sã entre as lesões; assemelham-se às erupções observadas no sarampo e rubéola.
Os exantemas escarlatiniformes constituem-se de eritema confluente semelhante à
Escarlatina.

O que são as manchas de Forchheimer? São máculas petequiais eritematosas


presentes no palato mole.

4. Enzo, 3 anos, apresenta febre, cefaleia e astenia há 4 dias, evoluindo com


vermelhidão nas bochechas, e, há 24 horas, com manchas vermelhas no
corpo com aspecto reticulado.

Diagnóstico: Eritema infeccioso.

Agente etiológico: Parvovírus B19.

Complicação que pode ocorrer em pacientes com anemia hemolítica: Crise


aplástica, que é quando a medula óssea interrompe a produção de sangue.
5. Sabrina, 2 anos, apresentou febre alta nos últimos 4 dias. A febre cedeu há
18 horas, mas surgiram máculas e pápulas róseas na face, pescoço, tronco e
membros superiores e pápulas eritematosas no palato mole e na úvula.

Diagnóstico: Roséola infantil.

Agente etiológico: Herpes-vírus humano tipo 6 (HHV-6).

O que são as manchas de Nagayama? É um enantema de pápulas eritematosas no


palato mole.

6. Marina, 18 meses, apresenta febre, vesículas branco-acinzentadas com halo


eritematoso em palmas, plantas e nas nádegas, e erosões na mucosa oral,
dolorosas. Nega uso de medicamentos. Não apresenta doenças
preexistentes. Frequenta CMEI, mas a mãe não sabe informar se há outras
crianças com as mesmas queixas.

Diagnóstico: Doença ou síndrome mão-pé-boca.

Agente etiológico: Coxsackie vírus..

7. Murilo, 16 anos, queixou-se de febre, dor de garganta e fadiga. Ao exame,


apresentava hiperemia e placas esbranquiçadas nas amígdalas. Fez uso de
Amoxicilina por 3 dias, sem melhora. Evoluiu com exantema formado por
máculas e pápulas eritematosas disseminadas, hepatoesplenomegalia e
linfonodomegalias. Hemograma revelou linfocitose com mais de 30% de
linfócitos atípicos.

Diagnóstico: Mononucleose infecciosa (idade, amigdalite, HMG e AMG,


hemograma).

Agente etiológico: Vírus Epstein-Barr (HVH-4).

8. Giovani, 4 anos, apresenta pápulas normocrômicas em face e membros há


2 dias, poupando o tronco e as mucosas. Antecedente de IVAS, com coriza
e febre na semana anterior. Pistas para o diagnóstico: lesões monomórficas
(somente pápulas) que poupam o tronco.
Diagnóstico: “Síndrome de Gianotti-Crosti” (pápulas normocrômicas que
poupam o tronco, antecedente de IVAs).

Pode ser causada por diferentes agentes, mas os mais frequentes são:
Hepatite B, EBV, enterovírus.

9. Marina, 4 anos, apresenta pápulas normocrômicas com umbilicação


central no abdome e nos joelhos. Frequenta CMEI.
Diagnóstico: Molusco contagioso (“pápulas arredondadas e firmes de 2 a 5 mm,
rosadas ou da cor da pele, com superfícies brilhantes e umbilicação central. As
lesões podem ser únicas, múltiplas ou agrupadas e, ocasionalmente, apresentar
halos eritematosos ou ser pediculadas).

Opções de tratamento: A necessidade de tratamento em pacientes com MC é


controversa, dado o curso autolimitado da infecção. No entanto, a opção pela
terapêutica permite o alívio do desconforto e o aspecto inestético causado pelas
lesões, reduz a auto inoculação e a transmissão para outras crianças e previne
infecções secundárias e cicatrizes. A remoção por meio da curetagem é a forma
mais rápida e efetiva de tratamento.

- Dor pode ser atenuada com o uso de anestésicos tópicos à base de


lidocaína, associada ou não à prilocaína, cerca de 30 minutos a 1 hora antes
do procedimento;
- Pode-se também empregar a crioterapia com nitrogênio líquido, aplicada
em jatos muito rápidos sobre cada lesão, ou com auxílio de um cotonete;
- Cáusticas, como as soluções de hidróxido de potássio (KOH) a 5%, embora
possam causar ardor e irritação local. Deve-se, portanto, avaliar cada caso,
levando em consideração a idade e o estado imunológico do paciente, o
número e a localização das lesões para escolher a melhor e mais prática
alternativa terapêutica.

É descrito um fenômeno de inflamação que precede a involução natural das


lesões de molusco. É chamado na língua inglesa de BOTE sign, abreviatura de
beginning of the end (o começo do fim), e parece tratar-se de um fenômeno
imunológico que indica a autorresolução das lesões, não devendo ser confundido
com infecção secundária. Esta seria uma das indicações para adiar o tratamento e
aguardar algumas semanas, para então verificar a evolução.

10. Henrique, 31 anos, apresentou ardência nos lábios há 3 dias, evoluindo com
surgimento de vesículas agrupadas dolorosas no lábio inferior.

Diagnóstico: Herpes labial simples.

Agente etiológico: HSV 1.

Tratamento: Aciclovir 200 mg 5x/dia por 7-10 dias.

11. Heitor, 23 anos, apresenta vesículas dolorosas, com base eritematosa e


exulcerações na glande há 3 dias.
Diagnóstico: Herpes simples genital

Agente etiológico: HSV 2

Tratamento: Para todas as formas de herpes simples utiliza-se: aciclovir, na dose


de 200mg, 5 vezes ao dia, por 5 dias, podendo ser estendida nas primo-infecções.

- Em imunocomprometidos, a dose pode ser duplicada.

Nas infecções primárias, o aciclovir, o valaciclovir e o panciclovir diminuem a


duração dos sintomas, apresentando os dois últimos comodidade posológica em
relação ao aciclovir.

- O panciclovir está indicado na dose de 125mg de 12 em 12 horas.


- Em pessoas com recorrências frequentes (mais de 4 episódios/ ano), a
profilaxia pode ser indicada, geralmente com aciclovir, 200mg, 3 vezes ao
dia, por 6 a 12 meses.

Gravidez: deve ser considerado o risco de complicações obstétricas,


particularmente se a primo-infecção ocorrer durante a gravidez. A infecção
primária materna no final da gestação oferece maior risco de infecção neonatal
do que o herpes genital recorrente. As complicações do herpes na gestação são
numerosas. Entretanto, a transmissão fetal transplacentária é rara. O maior risco
de transmissão do vírus ao feto dar-se-á no momento da passagem deste pelo
canal de parto

- O tratamento das lesões herpéticas no decorrer da gestação com o


aciclovir poderá ser feito nos casos de primo-infecção: 200mg, VO, 5 vezes
ao dia, durante 10 dias.
- Tratamento neonatal: aciclovir, 5mg/dia, IV, de 8/8 horas, durante 7 dias.
- Cuidados gerais: na fase aguda evitar alimentos quentes, salgados, doces e
ácidos. Em casos muito dolorosos, utilizar xilocaina 2% pomada cinco
minutos antes das refeições.
12. Valéria, 8 anos, apresenta eczema em áreas flexurais, diagnosticada como
dermatite atópica, em uso de Ciclosporina, hidratantes e corticoide tópico.
Há 2 dias, evoluiu com febre, piora do quadro de dermatite atópica e
surgimento de vesículas disseminadas, pústulas, além de crostas
necróticas.

Esta é uma infecção cutânea extensa e grave provocada pelo Herpes vírus em
pacientes portadores de dermatose preexistente que propicia a disseminação
desses vírus. Qual o nome desta complicação? E o tratamento?

Erupção variceliforme de Kaposi ou Eczema herpético: disseminação do vírus


do herpes simples em pacientes com alguma doença cutânea, por exemplo,
dermatite atópica e pênfigos.

A erupção variceliforme de Kaposi, também chamada de eczema herpético, é


uma erupção vesicobolhosa generalizada, causada sobretudo pelo vírus herpes
simples, e ocasionalmente pelo vírus Coxsackie A16. Pode apresentar-se como
evento único ou com recorrências.

Acomete principalmente crianças e tem como principal fator predisponente a


dermatite atópica, mas também pode ocorrer com outras doenças de pele, como
queimaduras, rosácea, pênfigo, queratose folicular. Também é associada com
micose fungoide, síndrome de Sezary, gravidez e uso de imunossupressor tópico.
A fisiopatologia é desconhecida. O diagnóstico clínico pode ser difícil. A doença
deve ser tratada com as mesmas recomendações da infecção disseminada por
herpes simples.

TRATAMENTO

Para todas as formas de herpes simples utiliza-se: aciclovir, na dose de


200mg, 5 vezes ao dia, por 5 dias, podendo ser estendida nas primo-infecções.

13. Geovana, 3 anos, com quadro de odinofagia, irritabilidade e febre. Ao


exame: gengivas com enantema e edema, e exulcerações na mucosa labial.

Diagnóstico (infecção primária por herpes vírus humano tipo 1):

Gengivoestomatite herpética aguda, geralmente, é o resultado de infecção


primária com HSV-1, tipicamente em crianças. Algumas vezes, por contato
oral-genital, é provocada por HSV-2. Vesículas orais e gengivais se rompem,
geralmente dentro de várias horas a 1 ou 2 dias, formando úlceras. Febre e dor
ocorrem com frequência. Dificuldade para comer e beber pode provocar
desidratação. Depois de resolvido, o vírus reside de forma inativa no gânglio
semilunar.

14. Paulo, 29 anos, cirurgião-dentista, apresenta vesículas dolorosas com base


eritematosa na ponta do indicador há 3 dias.
Diagnóstico:

- Panaríceo herpético?: infecção herpética recidivante atingindo os dedos


das mãos e dos pés. Na primo-infecção, o quadro inicial é de vesículas que
coalescem, podendo formar uma única bolha, com adenopatia e
eventualmente febre. Após a cura da primo-infecção, ocorrem recidivas
locais.
- Erisipela?Infecção aguda da pele envolvendo a derme e o subcutâneo, que
se caracteriza por febre, anorexia, calafrios, outros sintomas gerais,
leucocitose e lesão cutânea em placa eritematosa, edematosa e dolorosa.
Dessa placa podem ter origem faixas eritematosas ao longo do trajeto de
vasos linfáticos (linfangites). Existe adenite satélite à região comprometida.
Vesículas e bolhas podem ser observadas - erisipela bolhosa. As áreas
comprometidas são em geral membros inferiores, face ou abdome.

15. Zuenir, 60 anos, diabético, apresenta vesículas agrupadas, com disposição


em faixa, seguindo dermátomo na região lombar, com base eritematosa,
extremamente dolorosas. Antecedente de Varicela na infância.

Diagnóstico: Herpes Zoster

Agente etiológico: vírus varicella zoster

Tratamento:

– Aciclovir 800 mg; 5x/dia 7 dias

– Fanciclovir 500mg; 3x/dia 7 dias

– Valaciclovir 1000mg; 3x/dia 7 dias

• Adjuvantes para neuralgia:

– Prednisona/ Gabapentina/ Carbamazepina / Amitripitilina

O CDC recomenda solicitar anti-HIV para pacientes que desenvolvem esta doença
antes de que idade?

Entre 15 a 39 anos

Indicações da vacina:

A vacina contra o herpes-zoster, disponível no Brasil desde 2014, é recomendada


para todas pessoas com mais de 60 anos de idade, incluindo aquelas que já
tiveram a doença, mas seu uso é aprovado já a partir dos 50 anos de idade. A
partir dessa faixa etária, a única contraindicação é para pessoas com o sistema
imunológico debilitado. Como a vacina utiliza o vírus vivo atenuado do
herpes-zoster (um tipo de vírus mais fraco), nessas pessoas a aplicação poderia
acabar levando ao aparecimento da doença.

A eficácia da vacina é de aproximadamente 70%, e a imunização é feita por meio


de dose única injetável abaixo da pele (via subcutânea). Alguns pacientes podem
apresentar efeitos adversos, como vermelhidão e dor no local da aplicação, febre
baixa e dores no corpo, como se fosse uma gripe.

16. Verena, 9 anos, apresenta lesões “elevadas, ásperas e rosadas” nos


quirodáctilos.

Diagnóstico: Verrugas Vulgares

Agente etiológico: HPV tipos 1, 2, 4 e 7

Opções de tratamento:

MÉTODOS DESTRUTIVOS:

– ATA

– Crioterapia

– Eletrocauterização

MÉTODOS IMUNOLÓGICOS:

– Imiquimode

– 5-FU

– Podofilina • MÉTODO

ANTIPROLIFERATIVO:

– AcitreYna (EDV)

17. Virgínia, 24 anos, apresenta lesões verrucosas na genitália externa,


recorrentes, com mais de 6 episódios por ano.

Diagnóstico: Condilomas /Verrugas genitais

Agente etiológico: HPV

Opções de tratamento (para quadro recorrente):

Imunoterapia
• Interferon:

É eficaz para o tratamento, especialmente nos casos recidivantes, principalmente


quando associados à neoplasia intra-epitelial do colo uterino. Os efeitos colaterais
são leves e controláveis.

Com a introdução do interferon alfa para o tratamento de verrugas genitais,


aumentaram as esperanças de que, ao mesmo tempo em que se eliminaria a
lesão, ocorreria o mesmo com o vírus em função da melhora imunológica ou por
um mecanismo antiviral específico.

18. Cícero, febre há 4 dias, cefalelia, mialgia, exantema no tronco e nos


membros e poliartrite simétrica em mãos, punhos, tornozelos e joelhos.
Dosagem de antígeno NS1 negativo. Os sintomas melhoraram há 7 dias,
mas persistiu com tendinite no punho direito. Qual o diagnóstico mais
provável?

Chikungunya

Febre acima de 38,5 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de
pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor de cabeça,
dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não
chegam a desenvolver sintomas. O início dos sintomas pode levar de dois a dez dias
para ocorrer. É o chamado período de incubação.

A principal diferença entre a dengue e a chikungunya é a dor nas articulações, muito


mais intensa na chikungunya, afetando principalmente pés e mãos, geralmente
tornozelos e pulsos. Ao contrário do que acontece com a dengue, não existe uma
forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a
artrite possa continuar ativa por muito tempo

19. Febre baixa e poliartralgia há 4 dias, hoje evoluiu com exantema e edema
facial. Nega comorbidades e uso de medicamentos. Qual o diagnóstico
mais provável?

O provável diagnóstico desse paciente é Zika

20. Dênis, 27 anos, apresenta febre, cefalelia, mialgia, artralgia, prostração, dor
retroorbitária, diarreia, náuseas e vômitos há 5 dias. Evoluiu com exantema
na face, pescoço e tronco, com muito prurido. Nega sangramentos
mucosos, mas foram observadas petéquias nas pernas.

Qual o diagnóstico mais provável?


Paciente está provavelmente com Dengue

Qual dos dois tipos de lesões está relacionado a plaquetopenia?

A dengue é a que está relacionada com plaquetopenia. Na Zika o hemograma de


pacientes infectados pelo Zika vírus pode não ocorrer alterações, leucopenia,
linfocitose e plaquetopenia podem aparecer, mas são incomuns e inespecíficas

21. Marcos, 26 anos, relata que teve febre (39ºC) por 3 dias, cefaleia, mialgia e
poliartragia. Em seguida, surgiram máculas eritematosas na face, no
pescoço, nos membros (incluindo palmas e plantas) e na região genital,
que evoluíram para pápulas eritematosas, vesículas e pústulas (estágio
atual, no sétimo dia de doença). Também se queixa de diarreia e de
“gânglios dolorosos” na regição inguinal. Ao exame, você notou
umbilicação central nas lesões (que estão no mesmo estágio de
desenvolvimento) e linfonodomegalia cervical e inguinal.

Qual o diagnóstico mais provável e como diferenciar de varicela?

Varíola, tendo como característica clínica um paciente com doença sistêmica, que
apresenta pródromos com duração média de 2 a 4 dias, que se inicia com
sintomas inespecíficos, tais como: febre alta, mal estar intenso, cefaléia, dores
musculares, náuseas e prostração, podendo apresentar dores abdominais
intensas e delírio. A doença progride com o aparecimento de lesões cutâneas
(mácula, pápula, vesícula, pústula e formação de crostas) em surto único, de
duração média entre 1 e 2 dias, distribuição centrífuga, atingindo mais face e
membros. Observa-se o mesmo estágio evolutivo das lesões, em uma
determinada área.

A diferenciação com a varicela é quase impossível distingui-las clinicamente nos


primeiros 2-3 dias de aparecimento das máculas
Como confirmar o diagnóstico?

● Exame direto de material de lesões da pele ou mucosas


● Exame de antígeno virótico presente nas lesões da pele ou no soro
● Isolamento e identificação do vírus variólico

Quais grupos estão mais propensos a formas graves?

Recém-nascidos, crianças e pessoas com imunodepressão

22. Frederico, 22 anos, queixando-se de prurido na região pubiana.

Diagnóstico: Pediculose pubiana → conhecida popularmente como chato, é uma


doença contagiosa causada pelo inseto parasita Phthirus pubis, chamado
também de piolho-da-púbis. A pediculose pubiana é uma infecção semelhante à
que ocorre no couro cabeludo quando infestado por piolhos.

Tratamento: O tratamento pode ser tópico, com permetrina 5% e benzoato de


benzila.

23. Lucas, 19 anos, evoluiu com lesão eritematosa serpiginosa no pé durante


férias na praia.

Diagnóstico: Larva Migrans → erupção linear, serpiginosa, eritematosa,


discretamente elevada, e muito pruriginosa consequente do deslocamento da
larva na pele. As áreas mais afetadas são pés, pernas e nádegas.

Agente etiológico: larvas das espécies Ancylostoma caninum, Ancylostoma


brasiliensis e Strongiloides stercoralis.

Tratamento: uma ou poucas lesões: usa-se a pomada de Tiabendazol a 5% três


vezes ao dia, durante 10 dias. Muitas lesões: usar o tiabendazol sistêmico na dose
de 25mg/kg de peso, duas vezes ao dia, 5 a 7 dias. Albendazol 400mg/dia em dose
única ou repetido durante três dias consecutivos. Ivermectina na dose única de
200mg/kg.

24. Túlio, 28 anos, morador de zona rural, trabalha com criação de gado leiteiro
e de porcos; apresenta pápula amarelada com orifício enegrecido central
nos pés, com prurido.
Diagnóstico: Tungíase

Agente etiológico: Pulga - Tunga penetrans

Tratamento: Extração do parasita com agulha, seguida da desinfecção com


tintura de iodo. O parasita pode ser destruído por eletrocoagulação ou cirurgia,
após anestesia local (tópica ou infiltrativa). Em caso de infestação intensa, está
indicado o uso de tiabendazol (25 mg/kg VO duas vezes ao dia, durante três a
cinco dias).

25. Mila, 38 anos, com antecedente de déficit cognitivo grave, apresenta


nódulos furunculoides no couro cabeludo. Na UPA, foram removidos
parasitas identificados na foto.

Diagnóstico e tratamento:

- Miíase - cochlimyia hominivorax


- TTO: extrair as larvas e assepsia.
26. Pérola, 9 anos, 36kg, queixa-se de prurido no couro cabeludo. Exame físico
do couro cabeludo é mostrado abaixo.
Diagnóstico e tratamento:

- Pediculose
- Tratamento tópico: não estão indicadas loções hidroalcoólicas, que
promovam irritação e ardor nas lesões. Deve-se usar produtos
recomendados (permetrina/ benzoato de benzila/monossulfiram/ enxofre
precipitado em vaselina ou pasta d’água mole), aplicado no couro cabeludo
e permanecer por seis horas (uma noite), com lavagem normal no dia
seguinte. A seguir, aplicar mistura acidulada (vinagre em água morna,
proporção de duas colheres de vinagre em meio litro de água morna),
deixar agir por duas horas e retirar as lêndeas manualmente, uma a uma,
e/ou com pente fino de dentes amarrados com barbantes, repetir após seis
dias.
- Tratamento sistêmico: tiabenzadol/ivermectina
27. Ester, 69 anos, queixa-se de prurido intenso, difuso (poupa somente a face),
com piora noturna. Apresenta lesões lineares elevadas milimétricas na
lateral dos dedos, palmas, punhos e pés, além de micropápulas
eritemato-escoriadas em axilas, mamas, nádegas, espaços interdigitais das
mãos, cintura pélvica e pés.

Foi realizada dermatoscopia no ambulatório, e foram observados sulcos na pele,


com um triângulo marrom na ponta, lembrando uma asa delta com seu rastro no
ar:
Foi coletada amostra de um desses sulcos com fita adesiva e observado a
seguinte imagem no microscópio:

Diagnóstico: Escabiose

Agente etiológico: ácaro - Sarcoptes var. hominis

Tratamento: pode ser tópico ou sistêmicos

- A permetrina é um piretróide sintético atóxico, empregado sob a forma de


creme a 5%, sem os riscos de irritação da deltametrina, piretróide natural. É
indicada no tratamento de gestantes, mulheres que estão amamentando e
doentes com muitas escoriações.
- O enxofre precipitado a 5% em vaselina ou pasta d’água é menos irritante
que os preparados com enxofre mais concentrados (10 a 20%) e costuma
ser indicado para crianças com escabiose eczematizada. Pode ser usado
por três dias e repetido depois de sete a 10 dias.
- O monossulfiram é empregado diluído em água (1:2 em adultos e 1:3 em
crianças com menos de 10 anos de idade), durante três noites seguidas. É
um tratamento trabalhoso e menos interessante, em vista das opções mais
modernas. É importante que seja recomendada a abstenção do álcool,
quando indicado para adultos (risco de “efeito antabuse”).
- O benzoato de benzila em loção a 25% foi utilizado nas últimas décadas,
mas tem sido abandonado devido aos novos recursos terapêuticos e à
capacidade de provocar dermatites irritativas e eczematosas que
prejudicam a conclusão do tra- tamento.
- O tratamento sistêmico é feito com tiabendazol na dose de 50 mg/kg/dia
(máximo 3,0 g/dia) durante 10 dias ou com ivermectina na dose de 200
g/kg/dia, em dose única, re- petindo após uma e/ou duas semanas (dose
total de 6 a 18 mg), conforme a gravidade do
-
28. Estêvão, 8 anos, há 2 dias com dor de garganta e febre (39oC). Há 24h com
mialgia, cefaleia e vômitos. Ao exame, apresenta exantema difuso e
uniforme (poupando a região perioral que apresenta palidez; e aspereza à
palpação, conferindo à pele aspecto de lixa), enantema, placas
esbranquiçadas nas amígdalas, língua com superfície esbranquiçada e com
papilas avermelhadas, e petéquias com disposição linear nas flexuras (seta
azul).
Após 3 dias, a língua tornou-se lisa e avermelhada.

Após 7 dias, o exantema esvaeceu, com descamação fina no corpo e lamelar em


palmas e plantas.

Como se classifica o exantema desse paciente?


- Exantema maculopapular disperso

Quais os sinais de exame físico encontrados neste caso clínico?

- Sinal de Filatov (palidez perioral);


- Sinal de Pastia (intensificação desse exantema nas regiões de dobra);
- Língua de framboesa.

Diagnóstico: Escarlatina

Agente etiológico: Streptococo beta-hemolítico do grupo A

Complicações que podem ocorrer: Infecções, abscesso periamidagliano, choque


tóxico e a febre reumática

Opções de tratamento: penicilina V oral, penicilina G benzatina ou amoxicilina.

29. Silvanio, 2 meses, com quadro de febre, irritabilidade, vermelhidão e crostas


melicéricas na face. Evoluiu com manchas vermelhas em todo o corpo,
mais intensas em flexuras e áreas periorificiais. Após 2 dias, descamação
perioral, bolhas no corpo e destacamento da epiderme.

Diagnóstico: sífilis congenito

Tratamento: Penicilina G cristalina, 100.000 a 150.000 U/kg dia, a cada 4 a 6 horas


por 10 a 14 dias

Ian, 4 anos, apresenta crostas melicéricas na região perioral. Afebril, bom estado
geral, eupneico, sem linfonodomegalias, com frequência cardíaca normal para a
idade.
Diagnóstico: Impetigo Crostoso (não bolhoso)

Agentes: S. aureus e Streptococcus pyogenes

Tratamento: geralmente é autolimitado – 3 semanas. Orientação sobre


higienização: limpeza delicada, remoção das crostas e restos cutâneos das bolhas:
evitar que a doença se espalhe e se perpetue. Banhos com água e sabão
(antissépticos de triclosan, iodopovidona e clorexidina NÃO estão indicados).
Limpeza constante das mãos, corte das unhas e a higiene à principal fator de
autoinoculação.

Crostas aderidas à compressas úmidas com água morna durante o banho para
sua remoção.

30. Bruno, 2 anos, com bolhas com conteúdo purulento e base eritematosa no
flanco esquerdo. Apresenta febre e irritabilidade.

Diagnóstico: Impetigo bolhoso

Agente etiológico mais provável: S. aureus produtor de toxinas

Tratamento: geralmente é autolimitado – 3 semanas. Orientação sobre


higienização: limpeza delicada, remoção das crostas e restos cutâneos das bolhas:
evitar que a doença se espalhe e se perpetue. Banhos com água e sabão
(antissépticos de triclosan, iodopovidona e clorexidina NÃO estão indicados).
Limpeza constante das mãos, corte das unhas e a higiene à principal fator de
autoinoculação.

Antibióticos tópicos: eficazes quando existe um pequeno número de lesões e


apresentam a vantagem de aplicar alta dose do medicamento na área alvo,
limitando a absorção sistêmica.

o Mupirocina (3 vezes/dia por 7 dias) ou retapamulina (2 vezes/dia por 5 dias).

31. Écio, 31 anos, em situação de rua, procurou pronto-socorro com impetigo


nas pernas, foi prescrito cefalexina, mas estava em falta na unidade e não
conseguiu realizar o tratamento. Retornou após 7 dias com as lesões
abaixo.

Diagnóstico: Ectima (piodermite ulcerada)

Tratamento: sistêmico e medidas de higiene e limpeza local. Remoção das crostas


e limpeza, duas a três vezes ao dia, com água e sabão, ou água Dalibour ou
permanganato de potássio 1/40.000, ou água boricada a 2%. Em seguida aplica-se
pomada de antibióticos: neomicina, mupirocina, gentamicina.

32. Frederico, 22 anos, apresenta pústulas foliculares com halo eritematoso na


área da barba.
Diagnóstico: Foliculite bacteriana

Agente etiológico mais provável: S. aureus

Tratamento: Remover agente causal – uso do barbeador.

Limpeza com água e sabão (sabonetes antissépticos com triclosan, iodopovidona


ou clorexidina por curtos períodos)

33. Fabio, 26 anos, apresenta nódulo eritematoso com pústula central, quente
e doloroso no braço direito.

Diagnóstico: furúnculo

Agente etiológico mais provável: bactéria Staphylococcus aureus

Tratamento (para o quadro inicial): antibioticoterapia e drenagem

Profilaxia (se o quadro for de repetição): manter mãos limpas e higiene corporal
adequada, evitar uso de roupas apertadas e tecidos sintéticos, evitar atrito, não
coçar a lesão.
34. Abner, 33 anos, relata que apresentava “pelo encravado” na região do
queixo, que evoluiu com a formação de lesão muito dolorosa, com calor
local e vermelhidão, contendo pus.

Diagnóstico: abcesso

Tratamento: antibioticoterapia e drenagem

35. Elizete, 43 anos, veio ao pronto-socorro devido a perna quente e dolorosa,


acompanhada de febre e mal estar. Não há sinais de trombose venosa
profunda ao exame físico. Note a borda bem delimitada da lesão.

Diagnóstico: Eripsela
Agentes etiológicos mais frequentes: estreptococos grupo A, mas também pode
ser causada por estreptococos dos grupos B, C e G e, eventualmente, pelo
Staphylococcus

Tratamento: Em casos mais leves, pode ser realizada a terapêutica com penicilina
benzatina intramuscular ou penicilina V via oral, ou mesmo com macrolídeos,
como eritromicina e azitromicina.3,4 Manutenção do membro elevado e repouso
relativo são medidas úteis para a redução do edema. Nos pacientes com
manifestações sistêmicas, como febre e calafrios, deve ser iniciada a terapia
parenteral, sendo os antibióticos ceftriaxona e cefazolina drogas bastante eficazes

Critérios para internação:

36. Célia, 39 anos, procurou unidade de saúde devido a febre e dor na perna.
Ao exame, observou-se eritema, edema e aumento local da temperatura.

Diagnóstico: celulite

Agentes etiológicos mais frequentes: Staphylococcus e o Streptococcus do grupo


A, mas pode ser causada por cepas de Streptococcus pneumoniae, principalmente
quando ocorre em face, e até Haemophilus influenzae do tipo B em crianças
menores de 2 anos não vacinadas

Tratamento: varia de acordo com a extensão e localização. Quando as lesões se


localizam em regiões de face e cervical, quando são muito extensas ou quando há
comprometimento do estado geral, a criança deve ser hospitalizada com
indicação de tratamento endovenoso com uma penicilina resistente a
penicilinase (oxacilina 100 a 200 mg/ kg, a cada 6 horas) ou cefalosporinas de 1ª
geração. Recomenda-se a coleta de cultura, quando possível, das crianças que são
internadas, sendo que a cultura deve ser feita a partir de um aspirado com agulha
fina. A realização da hemocultura é fortemente recomendada.3,4,8 Quando se
opta pelo tratamento ambulatorial, as melhores opções são a cefalexina (50 a 100
mg/kg, a cada 6 horas, por 7 dias) e amoxicilina associada a ácido clavulânico (30 a
50 mg/ kg de amoxicilina a cada 12 horas, por 7 dias)

Critérios para internação:

37. Fidelis, 29 anos, deu entrada no pronto socorro queixando-se de dor e


edema no membro superior esquerdo. Relata que o quadro se iniciou no
punho e progrediu rapidamente. Apresentava se em mal estado geral,
febril, taquicárdico, com hipotensão arterial. No exame dermatológico,
apresenta eritema, edema inelástico, exulceração, áreas de cianose e de
crepitação no dorso da mão, punho e antebraço esquerdo.

Diagnóstico: Fasciíte necrosante

Tratamento: desbridamento do tecido acometido, suporte hemodinâmico e


antibioticoterapia empírica IV

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