Você está na página 1de 7

Doenças Infecciosas da

Mucosa Bucal

1. Sífilis
- Infecção bacteriana;
- Congênita ou adquirida;
- Hospedeiro natural: ser humano.

1.1 Sífilis Adquirida


- Transmissão: relações sexuais e transfussão de sangue;
- Dividido em: Primária, secundária e terciária;
- O paciente é infeccioso nas duas primeiras fases, porém as gestantes podem
transmitir para o feto durante o período de latência.

SÍFILIS PRIMÁRIA

- Lesão ELEVADA (cancro sifilítico no local da infecção) - 3 semana e 90 dias após


o contágio;
- Lábios, língua e palato possuem cancros crateriformes e endurecidos +
linfadenopatia cervical;
- Início: pápulas -> ulcerações indolores;
- Tratamento: lesão inicial desaparece sem deixar sequelas entre 3 a 8 semanas.

SÍFILIS SECUNDÁRIA

- Lesões cutâneo-mucosa (2 semanas após o cnt. inicial) + Cancro;


- Roséolas sifilíticas: manchas ulceradas crostosas avermelhadas na palma das
mãos e planta dos pés;
- Lesões com aspecto acinzentado com áreas de necrose. Sintomas: dor muscular
e de garganta e febre;
- Tratamento: exames sorológicos; resolução espontânea (3-12 semanas); recidivas
caso não for tratada.
SÍFILIS TERCIÁRIA/LATENTE

- 1 ano após a fase inicial ou até 25-30 anos depois


- Pode manter em forma latente por toda a vida ou desaparecer espontaneamente
- Afeta sist. cardiovascular e nervoso
- Glossite luética (Língua) e comunicação buconasal (Palato)

1.2 Sífilis congênita

- Transmissão da bactéria da gestante para o feto em desenvolvimento;


- Tríade de Hutchinson - incisivos (chave de fenda) e molares (amora);
- Queratite intersticial - opacidade da córnea (cegueira);
- Comprometimento do 8º par craniano (surdez);
- Diagnóstico: exame pré-natal e tratamento da gestante;
- Teste sorológico ou de imunofluorescência específicos;
- Cancro sifilítico some completamente após 15 dias.
- Tratamento: avaliar o estágio em que está da doença, estado imunológico e
envolvimento sistêmico antes de prescrever a medicação.

FASE PRIMÁRIA COM LESÃO


- Penicilina G benzatina - 1 ampola a cada dois dias totalizando em 5 aplicações
intramusculares (ou dose única)
- Eritromicina ou tetraciclina via oral (500mg 4x/dia durante 15 dias)
Infecção Fúngica

1. Candidíase
- Candida albicans
- Forma de levedura - inócua
- Forma de hifa - invasão dos tecidos
- Etiologia: os fungos leveduras em certas condições assume o filamento de hifa
(patogênica) e assim produz enzimas queratolíticas que penetram a mucosa.
- O estado imunológico e ambiente da mucosa oral evidenciam clinicamente a
doença.
- Sintomas: ardência, gosto desagradável.
- Característica clínica:
- Queilite angular - acúmulo de saliva por perda de dimensão. Eritema, fissura e
descamação;
- Estomatite protéica - causada pela não retirada da prótese para higienização.

1.1 Candidíase Eritematosa


- Glossite rombóide mediana

1.2 Candidíase hiperplásica


- Placa que não sai com raspagem e pode ser confundido com leucoplasia
- Etiologia: estresse, baixo fluxo salivar, corticóide, imunossupressor e
antibióticos.
- Diagnóstico: Exame Clínico e citopatologia
- Tratamento: Antifúngico tópico
EX. Nistatina: bochecho por 15 dias.
Miconazol gel: aplicar o gel por 15-30 dias.

Instruir sobre higiene oral e da prótese, tirá-la ao dormir e caso necessário, confecção
de nova prótese.

2. Paracoccidioidomicose

- Infecção fúngica profunda que atingem trabalhadores rurais


- Infecção pulmonar
- Principal micose sistêmica no Br.
- Adquirida através da inalação de propágulos do fungo.
- Úlceras moriformes que atingem a mucosa alveolar, gengiva e palato.
- Diagnóstico: brotamento múltiplos característica de leveduras (orelha do
mickey)
- Tratamento: Itraconazol.

Infecção Viral

Vírus
- Replicação intracelular
- RNA e DNA
- Cadeia simples ou dupla de ácidos nucléicos

1. Herpes
Lesões vesiculares que ocorrem predominantemente no LÁBIO e ulceram com
frequência.

- Primeiro contato com o vírus: infância (permanece latente no gânglio


trigeminal);
- Aparecimento das lesões possui diversos fatores (estresse físico, emocional,
mudança de temperatura ambiental)
- Manifestações clínicas:
1 dia ou horas antes: prurido, queimação, eritemas e vesículas múltiplas;
2 a 3 dias após o aparecimento: rompimento das vesículas e aparecimento das úlceras,
os lábios ficam com uma crosta dura e escurecida (7 a 15 dias depois, indicando
regressão).
- Diagnóstico: Exame clínico e citologia esfoliativa
- Prognóstico: favorável, mas pode tornar-se duvidoso devido a complicações.
- Tratamento: Aciclovir (via oral ou tópico) e vitamina C para a melhora da
imunidade.

2. Herpes Zoster VZV


Lesões vesiculares que ocorrem principalmente na pele e na mucosa, acompanhando
terminações dos nervos facial e trigêmeo.

- Um lado da face é comprometido


- INFECÇÃO PRIMÁRIA – VARICELA: mal estar, febre baixa, náusea, dores
musculares e cefaleia. Inicia-se com prurido e vesículas que afetam o tronco e
cabeça
- MANIFESTAÇÃO TARDIA: dores de alta intensidade, vesículas e bolhas se
rompem e formam crostas na pele peribucal, no nariz, nas pálpebras e no palato,
em geral unilaterais. Incubação: 7 a 14 dias.
- Diagnóstico: exame clínico
- Prognóstico: favorável, porém depende da evolução
- Tratamento: corticóides e analgésicos mais potentes.

3. Mononucleose - Citomegalovírus (Doença do beijo)

- Adolescência - via de transmissão


- Manifestação clínica
Fetos: surdez, hidrocefalia, microcefalia e prematuridade.
Recém-nascido: aumento de tamanho do baço e fígado ou sem sintomas;
Adultos: febre, dor na garganta, fadiga e infartamento linfonodal.
- Diagnóstico: Teste de sorologia ELISA (detecção de anticorpo)
- Tratamento: medicação de antiviral
Indivíduos com AIDS = LEUCOPLASIA PILOSA (placas brancas na borda lateral da
língua)

4. Síndrome da Imunodeficiência adquirida SIDA/AIDS


NÃO é doença, é um estado de deficiência imunológica

- Vírus da imunodeficiência humana (HIV), penetra na corrente circulatória


infectando o linfócito T4 e o espermatozoide;
- Transmissão rara por fluidos corporais;
- Manifestações clínicas: Febre, linfadenopatia cervical, sudorese noturna,
fraqueza, emagrecimento rápido.
BUCAIS: herpes, candidíase eritematosa e pseudomembranosa, leucoplasia, sífilis e
doença periodontal e gengival.
- Diagnóstico: pesquisa de anticorpos e verificação de carga viral
- Tratamento: complexo

5. HPV e Papiloma escamoso


- Neoplasia benigna mais comum na boca: HPV 6 e 11;
- Assintomática - língua, lábios, mucosa jugal, palato duro e mole;
- Aspecto de couve flor rosácea ou branca;
- Tratamento: remoção cirúrgica.
Biópsia

1. Citologia esfoliativa
Auxilia na detecção de neoplasias de origem epitelial (95% das neoplasias são de origem
epitelial).

1.2 Técnica
1. Raspar a lesão com espátula;
2. Espalhar o material sobre uma lâmina de vidro;
3. Fixagem imediata.
4. Álcool absoluto ou álcool/éter 50%;
5. Enviar ao laboratório de patologia;

2. Punção aspirativa por agulha fina (PAAF)

As células que fazem parte da lesão são aspiradas com agulha de fino calibre e as
alterações são observadas no microscópio.

3. Biópsia incisional
Ocorre quando apenas parte da lesão é removida para avaliação.

3.1 Indicações
- Lesões grandes
- Características diferentes em sua extensão
- Suspeita de lesão maligna

4. Biópsia excisional
- Remoção total da lesão

4.1 Indicações
- Lesão menor que 1cm com aspecto benigno
- Qualquer lesão removível sem mutilar o paciente

Você também pode gostar