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#CONCEITOS INICIAIS:
Infecções congênitas são aquelas que o RN apresenta desde o nascimento, ainda na vida intrauterina;
A contaminação do feto ocorre por transmissão hematogênica (transplacentária);
Obs: não é a contaminação durante o parto...
A maioria dos RN são assintomáticos ou com manifestações inespecíficas;
Obs: a contaminação ocorre normalmente nas últimas semanas da gravidez, pois a placenta vai estar maior e
mais vascularizada e por isso logo após o nascimento as manifestações podem não ser tão evidentes...
Sorologia: cuidado com interpretação, pois o IgG positivo evidenciado pode ser materno já que atravessa a
barreira placentária. No entanto, o IgM é uma molécula grande que não atravessa barreira e se positivo é
provavelmente do RN.
#SÍFILIS CONGÊNITA:
Agente: Treponema pallidum
Contaminação transplacentária e a transmissão pode ocorrer em qualquer estágio da sífilis materna
(primário, secundário, latência que não apresenta sintomas...)
Obs: porém a transmissão ocorre mais normalmente na sífilis 1 a e 2a
Clínica:
a) Sífilis precoce (< 2 anos):
Rinite sifilítica (resultado da infecção e erosão da mucosa nasal pelo treponema): Obstrução nasal
+ secreção serossanguinolenta
Lesões cutâneas e mucosas: Condiloma plano (principalmente perianal e pode ocorrer também na
sífilis pós natal) / Placas mucosas (princ. Boca) / Pênfigo (lesões vesicobolhosas contagiosas que
descamam em várias regiões do corpo, principalmente palmar e plantar)
Lesões ósseas: Periostite (duplo contorno no RX por inflamação do periósteo que forma novas
camada na região de diáfise óssea em ossos longos e planos) / Osteocondrite (acometimento das
metáfeses, região adjacente a cartilagem de crescimento. São lesões dolorosas que impossibilitam
o movimento – PSEUDOPARALISIA DE PARROT)
#TOXOPLASMOSE CONGÊNITA:
Agente: Toxoplasma gondii
Transmissão apenas na infecção aguda ou reativação na imunodeprimida (infecção prévia)
Clínica – tropismo por tecido ocular e nervoso (geralmente nasce assintomática e desenvolve clínica depois):
Coriorretinite
Hidrocefalia
Calcificações intracranianas DIFUSAS
Obs: toxoplasmose deve ser considerada no diagnóstico diferencial de uma alteração neurológica
até o 1° ano de vida
Tratamento (mesmo para RN assintomático):
Sulfadiazina + pirimetamina + ác. Folínico (esse último por causa dos efeitos colaterais dos 2
primeiros na MO, pois inibem e interferem no metabolismo do ácido fólico) -> até o 1° ano de vida,
pois a medicação reduz a circulação do taquizoíto do toxoplasma, impedindo a sua deposição em
tecidos mais nobres;
Corticoide (em caso de inflamação + grave: coriorretinite grave e/ou ptn líquor > 1g/dL)
#CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA:
Agente: Citomegalovírus
Esse vírus faz parte da família dos herpes vírus que apresentam como característica persistir no organismo
contaminado sob forma de infecção latente e voltar a se manifestar posteriormente;
Transmissão na infecção aguda ou REATIVAÇÃO (então infecção pode ocorrer mesmo que IgG – e IgM +,
diferente da rubéola);
Obs: pode ser transmitida verticalmente no período pós natal tbm, através do aleitamento materno
Clínica (na maioria está assintomático):
Microcefalia e petéquias
PIG
Calcificações intracranianas periventriculares (CMV -circunda meu ventrículo)
Avaliação:
CMV na urina (nas primeiras 3 semanas -> para ter ctz de que seja congênita e não pós natal deve
ser feita nesse período)
Tratamento (só em casos graves com repercussão sistêmica ou neurológica):
Ganciclovir IV por 6 semanas / Valganciclovir VO por 6 meses
Sequelas: Surdez (a CMV congênita é a principal causa de surdez neurossensorial não hereditária na
infância)
#ALGO A MAIS - PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DO HIV (não é infecção congênita, mas pode se estabelecer por
transmissão vertical):
Dar banho no RN na sala de parto
Contraindicar o aleitamento materno
Prescrever medicações (todo RN com exposição ao perinatal ao HIV) faz profilaxia com antirretrovirais,
exemplo:
a. AZT: começar na sala de parto ou nas primeiras 4 horas de vida (máx 48h) / manter por 4 semanas /
indicado para todos os RN expostos;
b. Nevirapina: 3 doses (1as 48h de vida + 48h após 1a dose + 96h após 2a dose) / Indicações: RN com
mãe que não fez o antirretroviral durante a gestação; mãe com carga viral desconhecida ou ≥1000
no último trimestre; mãe com má adesão ao antirretroviral; mãe com outras ISR (principalmente
sífilis).