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INFECÇÕES

SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
(IST)

Enfermeira Thamires Antunes


A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a
possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção,
mesmo sem sinais e sintomas.
Se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas
complicações e levar a pessoa, inclusive, à morte.
INDIVÍDUO
PREVENÇÃO
SEXUALMENTE SEXO SEGURO VACINAS
COMBINADA
ATIVO
RASTREAMENTO

ESTRATÉGIA DE
ATENÇÃO COMUNICAÇÃO
INTEGRAL DE PARCERIAS
SEXUAIS

IST
• As principais manifestações clínicas das IST são:
corrimento vaginal, corrimento uretral, úlceras
genitais e verrugas anogenitais.

• O manejo das IST sintomáticas segue


condutas baseadas em fluxogramas (com e
sem a utilização de testes laboratoriais)
Principais IST

SÍFILIS ADQUIRIDA/CONGÊNITA

INFEC. QUE CAUSAM CORRIMENTOS VAGINAIS E CERVICITES

INFEC. QUE CAUSAM CORRIMENTO URETRAL

INFEC. Q CAUSAM ÚLCERAS GENITAIS

DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)

INFECÇÕES PELO HPV

INFEC. ENTÉRICAS E INTESTINAIS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS


HIV

HEPATITES VIRAIS

HTLV

VÍRUS ZICA
SÍFILIS ADQUIRIDA
 Agente etiológico: Treponema pallidum – espiroqueta
de transmissão sexual ou congênita.

 Classificação:

 Sífilis recente (primária, secundária e latente


recente): até um ano de evolução;
 Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de um
ano de evolução.
 Sífilis congênita recente (até 2 anos)
 Sífilis congênita tardia( diagnóstico após o 2º ano)

OFÍCIO CIRCULAR Nº 9/2020/CGIST/.DCCI/SVS/MS, 2020.


SÍFILIS PRIMÁRIA
Sífilis Recente (primária) - Cancro duro

• lesão única, indolor, rosada ou ulcerada, base


endurecida e fundo liso brilhante e ↓ secreção.
SÍFILIS PRIMÁRIA (CANCRO DURO)

 Aparece entre 10 e 90 dias após contato sexual;

 Presença de adenopatia regional não supurativa,


móvel indolor e múltipla

 No homem: glande e sulco bálano-prepucial;

 Na mulher: pequenos lábios, parede vaginal e


colo de útero, fundo de saco de Douglas
SÍFILIS SECUNDÁRIA
Fase exantemática
•Ocorre em media entre seis
semanas e seis meses apos
a cicatrização do cancro
• Roséolas são
patognomônicas de sífilis
(secundarismo):

• Lesões exantemáticas em
pele do corpo, palmas de
mãos e/ou plantas dos pés.
Sífilis secundária
 Lesões cutâneo-mucosas não ulceradas;
 Manchas eritematosas (roséolas);
 Pápulas eritemato-acastanhadas lisas no início e
depois escamosas – sifílides papulosas;
 Alopécia de couro cabeludo e sobrancelhas;
 Lesões em platô, de superfície lisa, nas
mucosas ( placas mucosas)
 Lesões pápulo-hipertróficas nas regiões de
dobras ou atrito (condiloma plano)
 Artralgia, Adinamia, febrícula,
comprometimento hepático e ocular
SÍFILIS LATENTE
 Não apresenta sinais ou sintomas clínicos;
• Duração variável: dividida em latente recente (até
um ano de infecção) e latente tardia (mais de um
ano de infecção).
 Pode apresentar reagudização;

SÍFILIS TERCIÁRIA
 Sinais e sintomas surgem após 1- 40 anos do
contato;
 Lesões cutâneo-mucosas: tubérculos ou gomas;
NEUROSSIFÍLIS
 Lesões neurológicas; demência; “tabes dorsalis”
(destruição/deformação dos ossos e tecidos das
articulações, de origem neuropática), disfunção
da sensibilidade
 Articulares: artropatia de Charcot
 Lesões cardiovasculares: aneurisma aórtico
Tabes dorsalis:
degeneração de neurônios
que carregam informação
sensorial para o cérebro. Os
nervos que se degeneram
estão localizados na coluna
dorsal da medula espinhal e
carregam informações que
ajudam a pessoa a manter
seu senso de posição
(propiocepção), e percepção
ao toque fino.
Artropatia de Charcot

Goma
BRASIL, 2016
SÍFILIS CONGÊNITA

• É o resultado da transmissão da espiroqueta do


Treponema pallidum da corrente sanguínea da
gestante infectada para o concepto por via
transplacentaria ou, ocasionalmente, por contato direto
com a lesão no momento do parto (transmissão
vertical).
• A transmissão vertical e passível de ocorrer em
qualquer fase gestacional ou estagio da doença
materna e pode resultar em aborto, natimorto,
prematuridade ou um amplo espectro de
manifestações clínicas.
SÍFILIS CONGÊNITA

A presença de sinais e sintomas ao nascimento


depende do momento da infecção intrauterina e do
tratamento durante a gestação. São sinais mais
frequentes:
• › Hepatomegalia;
• › Esplenomegalia;
• › Icterícia;
• › Corrimento nasal (rinite sifilítica);
• › Exantema maculopapular;
• › Linfadenopatia generalizada;
• › Anormalidades esqueléticas.
SÍFILIS CONGÊNITA
PRECOCE
A sífilis congênita precoce pode surgir ate o segundo
ano de vida.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Febre Exantema maculopapular

Hepatomegalia Exantema vesicular(pênfigo sifilítico)

Esplenomegalia Condiloma lata

Linfadenomegalia generalizada Icterícia

Atraso no desenvolvimento Anemia


neuropsicomotor
Edema Trombocitopenia
Leucopenia
Leucocitose
Rinite sifilítica ou corrimento nasal Anormalidades radiográficas

Anormalidades no liquido Sífilis crônica meningovascular


cefalorraquidiano (liquor, LCR) Síndrome Nefrótica
SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA
 É definida como aquela em que os sinais e sintomas
aparecem apos os dois anos de idade da criança.
DIAGNÓSTICO DE
SÍFILIS
 TESTES NÃO TREPONÊMICOS
 Identificam anticorpos não específicos anticardiolipina para os
antígenos do T. Palidum
 Os testes não treponêmicos são utilizados para o diagnostico (como
primeiro teste ou teste complementar) e também para o
monitoramento da resposta ao tratamento e controle de cura.
 VDRL, RPR e TRUST – podem ser qualitativos e quantitativos.
Resultados expressos em 1:2; 1:4; 1:8; …1:64
 Na fase tardia da doença os títulos são baixos ≤ 1:4, que sem
história de tratamento e sem data de infecção conhecida deve ser
tratada como sífilis latente tardia.
 Títulos baixos = doença antiga ou muito recente tratada ou não►
dois títulos baixos com intervalo de 30 dias → exclui sífilis recente.
DIAGNÓSTICO
SÍFILIS
SOROLOGIA TREPONÊMICA
• FTA-Abs, ELISA, TPHA, testes rápidos: identificam anticorpos
específicos contra T. Palidum. Indicado para confirmação de
infecção, não para acompanhamento. Se – indica ausência
de infecção anterior ou atual.
• Pode permanecer positivo após tratamento pelo resto da
vida
 Reativo a partir de 15 dias de infecção;
 Pode ocorrer falso positivo
TRATAMENTO DA SÍFILIS
• Sucesso no tratamento – queda de 2 diluições em 3 meses
3 diluições em 6 meses ( ex.; 1:32 cai em 3 meses 1:8 ou
1:4 em 6 meses)

• Seguimento sorológico de 3/3 meses, até 1 ano. De 6/6 até


estabilizar.

• Se >2 titulações do último VDRL = repetir tratamento ( ex.;


de 1:16 para 1:64), indica reinfecção ou reativação.

• Títulos baixos persistentes – cicatriz sorológica

• Gestante: seguimento mensal


Reação febril de Jarisch-Herxheimer

•A reação de Jarisch-Herxheimer e um evento que pode


ocorrer durante as 24 horas apos a primeira dose de
penicilina, em especial nas fases primaria ou
secundaria.
•Caracteriza-se por exacerbação das lesões cutâneas,
mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia, que regridem
espontaneamente apos 12 a 24 hora. Pode ser
controlada com o uso de analgésicos simples, conforme
a necessidade, sem ser preciso descontinuar o
tratamento.
Herpes
genital
 Lesões vesiculosas ► pequenas úlceras.

 Virose transmitida + por contato sexual, contato


direto com lesões e objetos contaminados (Solução
de continuidade);

 Incubação: 3 a 14 dias;

 Agente: Herpes simplex vírus, tipo 1 e 2;

 Predomínio do tipo 2 em lesões genitais.


HERPES
GENITAL
A primo-infecção do Herpes
Genital é, geralmente, mais intensa
que as recorrências.

•Caracterizada pelo surgimento de


lesões eritemato-papulosas de um a
três milímetros de diâmetro;

•Pode cursar com febre, mialgia,


disúria com ou sem retenção urinária
e ainda linfadenomeglia inguinal
dolorosa bilateral em 50% dos casos;

•Período de incubação médio de seis


dias.
HERPES GENITAL
 Quadro clínico: pústulas eritematosas de 2 a 3 mm →
vesículas que se rompem → ulcerações; adenopatia
inguinal; lesões cervicais → corrimento aquoso.

 Na mulher localiza-se em pequenos e grandes lábios,


clitóris, fúrcula e colo;

 No homem, na glande e prepúcio;

 Período de latência: Após infecção primária o vírus


ascende por nervos periféricos, penetra nos núcleos de
céls. Ganglionares;

 Diagnóstico: clínico; (citológico, biópsia e cultura)


HERPES GENITAL
 Reativação – exposição a radiação ultravioleta,
traumatismos locais, menstruação, estresse físico ou
emocional, antibioticoterapia prolongada e/ou
imunodeficiência;

 Recomendações:
◦ Recorrência, tratar no início dos pródromos
(queimação, prurido leve, fisgadas)
 Tratamento sistêmico em lesões + severas

 Tratamento:
◦ Analgésicos e anti-inflamatórios para dor local;
limpeza de lesões com SF ou água boricada a 3%
BRASIL, 2016
CANCRÓIDE (cancro mole)
•Agente etiológico: Haemophilus Ducrey, mais frequente
nas regiões tropicais.
•Denomina-se também cancro mole, cancro venéreo ou
cancro de Ducrey.
Lesões auto-
inoculantes, de borda
irregular e contornos
eritemato-edematoso,
fundo irregular coberto
por exsudato necrótico,
fétido; múltiplas (ou
única), dolorosas
CANCRÓIDE (cancro mole)
 Período de incubação: 3 a 5 dias – até 2 semanas;

 As lesões no homem é + frequente no frênulo e sulco


bálano-prepucial;

 Na mulher é + frequente na fúrcula e face interna de


pequenos e grandes lábios;

 30 a 50 % apresentam bubão unilaterais, em 2/3 dos


casos (tumefação sólida e dolorosa, evoluindo para
liquefação e fistulização com orifício único)
Aspiração do bubão com
agulha grossa é indicdo
para alívo dos linfonodos
tensos e com flutuação
CANCRÓIDE (cancro mole)

 Diagnóstico:

◦ Gram do material de esfregaço da úlcera ou de


aspiração do bubão;
◦ Cultura: + sensível , mas, + difícil;

 Recomendações:

◦ Reexaminar paciente de 3-7 dias e seguimento até


involução total da lesão;
◦ Abstinência sexual até resolução;
◦ Tratar parceiro;
◦ Contra-indicado drenagem com incisão ou excisão de
linfonodos ;
◦ Descartar sífilis
Donovanose (granuloma venéreo)
• Agente etiológico: Klebsiela granulomatis

• Mecanismos de transmissão não muito conhecidos;

• Acomete preferencialmente bordas da pele e mucosas;

• Contagiosidade baixa, mais frequente em climas


tropicais e subtropicais;

• Período de incubação: de 30 dias a 6 meses


Donovanose (granuloma venéreo)
Quadro clínico: inicia com ulceração de borda plana ou
hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto
vermelho vivo e de sangramento fácil; torna-se múltiplas,
ulcero-vegetante (configuração em espelho)

• Predileção pelas regiões de dobras das regiões genitais,


perianal e inguinal.

• Não há adenites, mas pode formar pseudo bulbões


(granulomas subcutâneos)

• Na mulher pode ter forma elefantiásica quando há obstrução


linfática
Donovanose (granuloma venéreo)
Diagnóstico

Identificação dos
corpúsculos de Donovan
(Klebsiela granulomatis)
no material de biópsia,
feita pelas colorações de
Wright, Giemsa ou
Leishman
Linfogranuloma Venéreo (LGV)
 Doença infecciosa caracterizada pela presença de
bubão inguinal;
 Incubação: 3 a 30 dias

 Agente: Chlamydia trachomatis, sorotipos: L1, L2 e L3


 Quadro clínico: 3 fases:
• Lesão de inoculação: pápula, pústula ou exulceração indolor,
pode não ser notada,

• Disseminação linfática regional: 1-6 sem após lesão inicial,


comprometimento ganglionar evolui para supuração e fístula;
febre, mal estar, anorexia, sudorese noturna e meningismo;
artralgia

• Sequelas: elefantíase genital (obstrução linfática crônica),


fístulas retais, vaginais e vesicais, estenose retal
LINFOGRANULOMA
VENÉREO
-Fase aguda Adenomegalia
inguinal: o LGV,
geralmente, causa a maior
das massas inguinais,
quase sempre única,
dolorosa, na qual jamais
deve ser feita drenagem
cirúrgica e sim a punção
para aspiração do material
purulento, com agulha de
grosso calibre, o que alivia a
dor. Quando ocorre
fistulização, esta se dá em
múltiplos orifícios: sinal do
"bico de regador".
-.
 Diagnóstico: clínico*
(fixação de complemento - Ac específicos para
Chlamídias, cultura, histopatológico);
BRASIL, 2016
Uretrite gonocócica
 Conceito e agente etiológico: Processo infeccioso e
inflamatório da mucosa uretral causado pela
Neisseria Gonorroeae (diplococo Gram –
intracelular)
 Incubação: 2 a 5 dias.
 Transmissão: exclusiva por contato sexual
 Quadro clínico: prurido uretral, disúria, corrimento
mucóide a purulento. Febre pode ocorrer. Se
persiste→ polaciúria e sensação de peso no períneo.
Pode ser assintomática na mulher (70%)
URETRITE GONOCÓCICA AGUDA

Secreção uretral: amarelo-


esverdeada acompanhada
com frequência de ardência
e dor à micção.
URETRITE GONOCÓCICA
 Complicações: prostatite, epididimite, artrite,
meningite, faringite, pielonefrite, miocardite,
pericardite, septicemia, conjuntivite gonocócica.

 Diagnóstico laboratorial: Swab para Gram em


homens (95%) e cultura em meio específico
para mulheres ( Thayer-Martin).
Uretrite gonocócica e Sífilis
(Cancro Duro)

Secreção uretral e
úlcera em
prepúcio: observar
a secreção
purulenta
acompanhada do
Cancro Duro no
prepúcio.
Uretrites não gonocócicas
 Agentes diversos: Chlamydia trachomatis, Ureoplasma
urealyticum, Mycoplasma hominis, Trichomonas vaginalis.

 C trachomatis é o agente + comum. Bactéria intracelular


também causa conjuntivite no RN, linfogranuloma
venéreo

 Incubação: 14 a 21 dias

 Quadro clínico: sintomas + brandos, corrimentos,


mucoides, disúria leve e intermitente, pode simular
gonorreia
URETRITE NÃO GONOCÓCICA (UNG)

Secreção uretral: as
uretrites não
gonocócicas, assim como
as cervicites não
gonocócicas, são menos
sintomáticas que as
gonocócicas. Na maioria
das vezes são causadas
pela clamídia. Não é raro
o achado de infecção
mista (gonorreia e
clamídia) em casos como
este.
URETRITE NÃO GONOCÓCICA (UNG)
 Diagnóstico: Definitivo: imunofluorescência direta,
Elisa ou PCR;
Sugestivo: presença de >4 piócitos por campo em
esfregaço corado pelo Gram, ou >10 pióc./campo em
sedimento urinário de 1º jato.

URETRITE GONOCÓCICA X NÃO GONOCÓCICA


• Teste do cotonete
• Microscopia – gonocócica : presença de diplococos
gram negativos intracelulares
Gonorréia e infecção por clamídia

Endocervicite purulenta:
ectrópio visto à
colposcopia. Notar muco
cervical turvo junto, com
grande eversão (mucosa
endocervical que se
exterioriza para a
ectocérvix)
Gonorreia aguda
Endocervicite purulenta:
observar a intensa secreção
purulenta que sai do canal
endocervical. Quando não
detectada a tempo, a
infecção sobe atingindo a
cavidade pélvica,
provocando a Doença
Inflamatória Pélvica (DIP).

A falta de sintomas leva as mulheres a não procurarem tratamento para essas


infecções, as quais podem se agravar quando não tratadas, causando Doença
Inflamatória Pélvica (DIP), infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante
as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde.
Gonorreia complicada.

Bartholinite aguda
Abscesso em vulva:
abcesso em grande
lábio direito de vulva
causada por obstrução
das glândulas de
Bartholin devido à
infecção por gonococos
Gonorreia extragenital
Artrite em joelho:
líquido amarelado
sendo extraído de
joelho acometido por
artrite gonocócica.
Admite-se que seja a
Neisseria gonorrhoeae
o agente etiológico
mais frequente em
casos de artrite
infecciosa em adultos
jovens sexualmente
ativos.
Conjuntivite gonocócica
Secreção conjuntival
purulenta: tanto a clamídia
quanto o gonococo podem
causar oftalmias; em
adultos geralmente por
auto-inoculação e em
recém-nascidos por
contaminação na
passagem pelo canal do
parto infectado. A aplicação
do colírio de nitrato de
prata (técnica de Credê) é
obrigatória em todas as
maternidades.
BRASIL, 2016
Os agentes mais comuns são a Neisseria
gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis,
seguindo-se o Micoplasma hominis, Ureaplasma
urealyticum, Streptococus β Hemolítico grupo A,
anaeróbios(em especial o Bacterioides fragilis) e
outros aeróbios.
BRASIL, 2016
Outras possíveis causas da dor ou desconforto
pélvicos devem ser investigadas:

infecções do trato urinário, endometriose, varizes


pélvicas, aderências pélvicas, tumores pélvicos,
alterações gastrointestinais (verminoses, constipação
intestinal, doenças da vesícula).

BRASIL, 2016
BRASIL, 2016
• Anti-inflamatórios não esteroides, ou não hormonais
ou AINES, exemplos: Paracetamol, Tylenol,
Acetaminofen, Dôrico.

• não é necessário a remoção do DIU, mas caso


indicado, fazer após 2 doses do esquema
terapêutico

• As parcerias sexuais dos últimos 2 meses mesmo


que assintomáticos devem ser tratados para clamídia
e gonorreia
HPV (Papiloma Vírus Humano)
 Doença infecciosa de transmissão + sexual. Crista de
galo ou condiloma acuminado

 Agente: Papilomavírus humano: DNA vírus do grupo


papovavírus. 200 tipos descritos, destes 40 tipos infectam
trato anogenital, 20 subtipos associados ao câncer colo
útero
 Está presente
HPV
 Persistência da Infecção e progressão para neoplasias
geniturinárias inclui subtipos de HPV de alta
oncogenicidade, tabagismo e estado imunológico:
INFECÇÃO POR HPV (PAPILOMA VÍRUS
HUMANO):

Condiloma Acuminado
Lesões vegetantes
verrucosas em pênis:
observar que as lesões
são verrucosas,
multifocais, com
aparência de crista de
galo ou couve-flor.
HPV
 Quadro clínico: maioria assintomática ou inaparentes;

 Incubação: semanas a décadas;

• Os condilomas podem ser dolorosos, friáveis e/ou


pruriginosos;

• Podem estar presentes: vulva, pênis, ânus, uretra e


colo; - frequentes: conjuntivas, mucosa oral, nasal e
laríngea
CONDILOMA
ACUMINADO

Infecção por HPV - Lesões


vegetantes em vulva: é
fundamental examinar toda a
área genital, anal e oral,
para a identificação de todas
as lesões. Lembrar sempre
da associação entre infecção
pelo HPV e câncer de colo
uterino.
Condiloma Acuminado

Infecção por HPV -


Condilomatose em
vulva: condiloma
gigante em vulva, o
qual apesar de
muito grande,
estava pediculado
no períneo.
HPV

 Formas de apresentação

 Latente – sem sinais e sintomas, podendo ser


identificada por exame de biologia molecular (DNA viral)

 Subclínica – quando as microlesões são


diagnosticadas através do PCCU (lesões precursoras
do CA de colo uterino), e/ou colposcopia (lesões
acetobrancas) e/ou biópsia

 Clínica – lesões macroscópicas (verrugas genitoanais,


condilomas)
HPV
Tratamento: vários métodos:

Domiciliar:
Imiquimode 50mg/g creme; podifilotoxina (não
podem ser usados em gestantes)

Ambulatorial: podofilina a 10 -25%, ATA a 80-90%,


crioterapia (jato de nitrogênio líq. que destrói a verruga por
congelamento), eletrocoagulação, ecxerese cirúrgica

Se infecção subclínica encaminhar a serviço


especializado
TRICOMONÍASE
 Incubação: 5 a 28 dias

 Agente: Infecção causada pelo vírus Trichomonas vaginalis

• Quadro clínico: Corrimento vaginal intenso, amarelo-


esverdeado, por vezes acinzentado, bolhoso e espumoso,
acompanhado de odor fétido (na maioria dos casos, lembrando
peixe) e prurido eventual
• Às vezes ocorre prurido, sangramento após relação sexual
(Sinusorragia), dor durante relação sexual (dispareunia) e dor
ao urinar (disúria).
• A tricomoníase pode ser assintomática, mas é um facilitador
para a transmissão de outros agentes infecciosos agressivos,
como gonorreia e infecção por clamídia, e na gestação, quando
não tratada, pode evoluir para rompimento prematuro da bolsa.
TRICOMONÍASE
• Diagnóstico: Exame vaginal com testes de amplificação de
ácidos nucleicos (NAATs), exame microscópico a fresco,
testes rápidos com tira reagente de antígeno ou, às vezes,
cultura ou citologia cervical
• Cultura da urina ou swabs uretrais de homens

 Tratamento:
CANDIDÍASE
 É uma infecção comum da vulva e da vagina causada por
fungos do gênero Cândida.

 Incubação: 4 a 28 dias

 Agente: Candida albicans e o agente etiológico da


candidíase vulvovaginal

• Quadro clínico: A maioria dos casos de CVV são


assintomáticos;
• Prurido, ardência, corrimento geralmente grumoso, sem
odor, dispareunia de introito vaginal e disúria externa. Os
sinais característicos são eritema e fissuras vulvares,
corrimento grumoso, com placas de cor branca aderidas a
parede vaginal, edema vulvar, escoriações e lesões
satélites, por vezes pustulosas pelo ato de cocar.
CANDIDÍASE
• Diagnóstico: Para a citologia a fresco, utiliza-se soro
fisiológico e hidróxido de potássio a 10%, a fim de
visibilizar a presença de hifas e/ou esporos dos fungos.

• Diante de forte suspeita de CVV, mas com citologia a


fresco negativa, deve-se realizar cultura vaginal especifica
em meios de Sabouraud, Nickerson ou Microstix-cândida.
CANDIDÍASE
 Tratamento:
INFECÇÕES ENTÉRICAS E INTESTINAIS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
 Sinais e sintomas, eles são divididos em baixos (retais) e
altos (colônicos).

 Os baixos: dor anal, corrimento anal mucopurulento,


tenesmo e hematoquezia ( perda sg vermelho pelo
ânus).

 Os altos envolvem diarreia, dor abdominal, cólicas,


náuseas e febre.

 A ocorrência e a frequência dos sintomas variam de


acordo com a etiologia da infecção e o status
imunológico da pessoa infectada

 As infecções podem ser mais graves em PVHIV


INFECÇÕES ENTÉRICAS E INTESTINAIS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
As infecções mais comuns são proctite, proctocolite e
enterite

Medidas de prevenção para prática sexual anal

 Usar preservativo e gel lubrificante;


 Usar barreiras de látex durante o sexo oral-anal e
luvas de látex para dedilhado ou "fisting";
 Lavar as mãos e a região genital e anal antes e depois
do ato sexual;
 Higienizar vibradores, plugs anais e vaginais.
Hepatite virais
Hepatite A (HAV)
É uma doença comumente transmitida por meio de contato
oral-fecal, por ingestão de água e/ou alimentos
contaminados. Também transmissão sexual

A doença têm sido relatados entre homens que fazem sexo


com homens (HSH), homossexuais ou bissexuais

PREVENÇÃO: medidas de higiene antes e após as


relações sexuais, assim como o uso de preservativos, no
contexto das práticas sexuais que envolvam a possibilidade
de contato oral-fecal.
No SUS, a vacina para hepatite A está indicada para
crianças de 15 meses a cinco anos incompletos (quatro
anos, 11 meses e 29 dias).
HBV – hepatite B
 Agente: HBV, DNA vírus
 Incubação: 45 a 180 dias

 Quadro clínico:
◦ Fase prodrômica: anorexia, náuseas e vômitos,
alterações de olfato e paladar , artralgia e mal-estar,
cefaléia e febrícula
◦ Fase ictérica: >5 a 10 dias: colúria e icterícia;
◦ Convalescença: sintomatologia, até 12 semanas.

• Diagnóstico: marcadores sorológicos, teste de função


hepática
HEPATITE B
• Transmissão: perinatal, sexual e parenteral/percutâneo.

• -5% dos portadores HBV adultos, tornam-se crônicos

• HBV alta infectividade, pois permanece viável por longo


tempo fora do corpo, por ex. numa gota de sangue

• O HBV é condição para infecção para HBD

• A maioria das pessoas com a forma crônica desconhece


seu diagnóstico, constituindo elo fundamental na cadeia
de transmissão do vírus

• PREVENÇÃO: Vacinação em qualquer faixa etária.


Adultos: 3 doses da vacina monovalente
 Tratamento: repouso, abster-se de álcool.
Acompanhamento com pesquisa de marcadores
(HBsAg e Anti-HBs) para avaliar cronicidade

 Profilaxia: Vacinação (1ª dose ao nascer –


monovalente e com 2, 4 e 6 meses a vacina
pentavalente); imunoglobulina hiperimune.
Marcadores sorológicos do VHB
HBsAg HBeAg Anti HBc IgM Anti - HBs
•Antígeno de superfície •Antígeno “e” de VHB Ac contra o •Ac contra o
•1º a aparecer •Indica presença de antígeno C antígeno de
•Presente no Pcte replicação viral Marcador da fase superfície
crônico • + após 8 – 12 aguda •Fase de
•Presente na grávida = semanas convalescença
chance de transmissão •Imunidade natural
vertical
Fonte: BRASIL, 2006
 Hepatite Viral B - 5 a 10% →portadores crônicos do
HBV.
 20 a 25% dos casos crônicos→ cirrose

Hepatite Viral B e C
tropismo primário pelo tecido hepático. Transmissão
parenteral, sexual e vertical.

*PCDT específico no site do telelab


HCV

• Transmissão: exposição percutânea repetida, pircings,


tatuagens, procedimentos de manicure e pedicure,
odontológicos, endoscópicos; hemodiálise; grandes
volumes de sangue contaminado; vertical e sexual
principalmente PVHIV, HSH

• Redução da transmissão por meio trasnfusional a partir


de 2003 com a padronização de triagem pré-doação

 Transmissão sexual : 2 – 6%
 Vertical: 3 -5%
 Cronificação: 70 – 85% dos casos
HIV
• Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV;

• Fases clínicas: Infecção aguda, Fase assintomática,


(latência clínica), Fase sintomática inicial ou precoce, Aids.

• Fase aguda – 1ª à 3ª semana após a infecção com sinais e


sintomas inespecíficos

• Fase assintomática – pode durar anos

• AIDS - aparecimento de infecções oportunistas(tuberculose,


neurotoxoplasmose, etc)e algumas neoplasias como
linfomas não Hodkin e o sarcoma de Kaposi
HIV
• Formas de transmissão
sexual, vertical, sanguínea, ocupacional
• Prevenção
Sexo Seguro (principal)

• TESTES DE DETECÇÃO DE ANTICORPOS


ELISA (ensaio imunoenzimático), Imunofluorescência
indireta, Western-blot, TESTES RÁPIDOS

• Tratamento: Tratamento Antirretroviral (TARV)


HIV X AIDS
• HIV e aids não são sinônimos.

• HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus


causador da aids, que ataca células específicas do
sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+),
responsáveis por defender o organismo contra
doenças. Ao contrário de outros vírus, como o da gripe,
o corpo humano não consegue se livrar do HIV.

• Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é a


doença causada pelo HIV, que ataca células
específicas do sistema imunológico, responsáveis por
defender o organismo de doenças.
Zika vírus
• Flavivírus capaz de causar infecção em humanos
• 1º caso no Brasil em 2015 no nordeste
• Maioria assintomáticos
• Quando sintomático: rash cutâneo, febre, conjuntivite,
cefaleia, dores articulares e mialgia

• Transmissão: picada do vetor Aedes aegypti (o


mesmo mosquito que transmite dengue, Chikungunya
e febre amarela), assim como por transmissão vertical
e sexual.
Zika vírus
PREVENÇÃO:

• medida de combate à infecção é a prevenção, com


medidas de controle do vetor e medidas protetivas
individuais (uso de repelentes e de roupas com mangas
longas e calças compridas);
• Uso preservativo nas relações sexuais

 Não existe tratamento específico nem vacina

COMPLICAÇÕES: anomalias congênitas, principalmente


microcefalia – transmissão vertical
Zika vírus

Para casais que desejam a concepção,


recomenda-se:

• Homem infectado: aguardar até seis meses


após sinais/sintomas relacionados à infecção pelo
vírus Zika

• Mulher infectada: aguardar até oito semanas


após sinais/sintomas relacionados à infecção pelo
vírus Zika
HTLV (VÍRUS LINFOTRÓPICO DA CÉLULA
HUMANA)
• Os vírus HTLV 1 e 2 pertencem a família
Retroviridae, sendo que a infecção não implica.

• É um vírus da mesma família do HIV e infecta


células importantes para a defesa do organismo.

• As vias de transmissão são a sexual, a parenteral


e a vertical (gestação, parto ou aleitamento
materno, principalmente).

• Está associado a doenças neurológicas,


oftalmológicas e dermatológicas, assim como a
leucemia/linfoma.
HTLV (VÍRUS LINFOTRÓPICO DA CÉLULA
HUMANA)
• A infecção pode ser absolutamente assintomática.
Quando se manifestam, são sintomas indicativos de
doença neurológica:
 Dor na batata da perna e nos pés e na coluna lombar;
 Fraqueza, dormência e formigamento nos membros
inferiores;
 Perturbações urinárias, principalmente dificuldade para
urinar.
 Nos quadros de leucemia e linfomas, os sintomas mais
comuns são:
 Lesões cutâneas maculopapulares (ou seja, regiões
avermelhadas com pequenas elevações moles);
 Descamação;
 Gânglios inchados;
 Alterações visuais e ósseas.
HTLV (VÍRUS LINFOTRÓPICO DA CÉLULA
HUMANA)

• Diagnóstico: Testes ELISA e Western-blot específicos


para esse tipo de retrovírus.

• Tratamento: Como o risco do desenvolvimento da doença


associada ao HTLV-I é muito baixo, não existe tratamento
preventivo ainda. Também não se descobriu uma solução
terapêutica para eliminar o vírus completamente do
organismo infectado.
REFERÊNCIAS

BRASIl. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e


Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas
com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília : Ministério da Saúde, 2018.(versão não
diagramada)

BRASIl. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e


Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas
com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica.HIV/Aids, hepatites e outras DST / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde,Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em saúde. Programa Nacional de DST e


Aids. Manual de controle das doenças Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde,
2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e


Aids. Manual de Bolso das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da
Saúde,2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições


Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção
Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/– Brasília : Ministério da Saúde, 2020.

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