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Sífilis

Introdução
 As bactérias da ordem Spirochaetales foram agrupadas com base em propriedades
morfológicas comuns.

 Espiroquetas
• Gram negativas
• Helicoidais
• Delgadas ( 0,1 a 0,5 x 5 a 20 μm)

 Dividida em três famílias e 13 gêneros


• Sendo 3 responsáveis por doenças humanas ( Treponema, Borrelia, Leptospira).
Treponema
Treponema pallidum (com três subespécies) e o Treponema carateum.

Todas são morfologicamente idênticas, produzem a mesma resposta sorológica nos seres
humanos.

São suscetíveis a penicilina.


Treponema
Organismos são distinguidos por características epidemiológicas e apresentação clínica.

T.pallidum subsp. pallidum - Sífilis venérea.


T.pallidum subsp. endemicum – Sífilis endêmica (Bejel).
T.pallidum subsp. pertenue – Bouba.

T. carateum – Pinta.


Fisiologia e Estrutura
T.pallidum trata-se de uma espiroqueta delgada, intensamente espiraladas, com extremidades
afiladas.

Três flagelos periplasmáticos estão inseridos em cada uma das extremidades.

Não crescem em culturas usuais de laboratório.

A dificuldade de cultivo in vitro se deve a:


• Ausência de ciclo dos ácidos tricarboxílicos nessa bactéria;
• Dependência às células hospedeiras para obtenção de todas as purinas, pirimidinas e a
maioria dos aminoácidos.
Fisiologia e Estrutura
As espiroquetas são microaerófilas ou anaeróbias e extremamente sensíveis ao oxigênio.

Catalase-negativas.

Não são observadas por amostras coradas por Gram ou Giemsa ao microscópio ótico
convencional.

As formas móveis podem ser visualizadas por microscopia de campo escuro ou coloração com
anticorpos antitreponema, marcados com corante fluorescente.
Doenças Clínicas
• Sífilis primária:
• Se desenvolve no local onde a espiroqueta é inoculada
• Inicia-se como uma pápula até se tornar uma úlcera indolor com bordas
elevadas
• A linfadenopatia indolor localizada surge após o aparecimento do cancro
• Um grande número de espiroquetas está presente no cancro
• Cicatrização espontânea da úlcera
Sífilis primária

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SífilisSífilis
primária
primária

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Doenças Clínicas
Doenças Clínicas
• Sífilis secundária:
• Evidência clínicas da doença disseminada marcam esse estágio
• Apresentam um estado típico semelhante ao de uma síndrome gripal
• Sintomas semelhantes da gripe e linfadenopatia se manifestam
primeiramente
Doenças Clínicas
Doenças Clínicas
• Sífilis secundária:
• O exantema cutâneo e os sintomas curam espontaneamente dentro de
algumas semanas
• O exantema pode ser variável e pode desaparecer lentamente ao longo de
semanas a meses
• O condiloma plano pode ocorrer em dobras úmidas da pele e pode se
desenvolver erosões na boca e em outras superfícies mucosas
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Condiloma acuminado
Condiloma acuminado

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Condiloma plano

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Sífilis secundária

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Sífilis secundária

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Sífilis secundária

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Sífilis secundária

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Doenças Clínicas
• Sífilis terciária (tardia):
• 1/3 dos pacientes não tratados
• Inflamação difusa crônica  assintomática por alguns anos à décadas 
pode afetar qualquer órgão ou tecido (ex: arterite, demência, cegueira)
• Lesões granulomatosas (gumas): ossos, pele e outros tecidos
Doenças Clínicas
Doenças Clínicas
Doenças Clínicas
Doenças Clínicas
• NEUROSSÍFILIS
• Acomete o SNC
• Convulsões, hemiparesia, plegias, alterações de personalidade,
hiperreflexia, ataxia, comprometimento de pares cranianos.
• AVI em pacientes jovens  Considerar Sífilis

Pacientes com HIV


Doenças Clínicas
• SÍFILIS CARDIOVASCULAR
• Acomete principalmente a aorta
• Vaso Vasorum da aorta  aneurisma
• Anel valvar aórtico  enfraquecimento valvar  calcificação 
regurgitação aórtica
Doenças Clínicas
• Sífilis congênita
• Infecções intrauterinas  Doença grave fetal
• Quando:
• Segunda metade da gestação
• Grávida nunca houver feito tratamento para sífilis
• Começou o tratamento há menos de 4 semanas para o parto
• Aborto espontâneo, morte fetal, prematuridade
• Inicio assintomático  rinite  exantema maculopapular
descamativo disseminado.
• Malformação de dentes e ossos, cegueira, surdez, sífilis
cardiovascular
Doenças Clínicas
Sífilis congênita
• Principais sintomas
• Até aos 2 anos de idade podem surgir sinais precoces como:
• Manchas brancas e vermelhas com descamação da pele
• Pele muito amarelada
• Coriza com secreções avermelhadas
• Alterações visuais
• Dificuldade para aumentar de peso
• Alterações ósseas (osteocondrite, periostite, osteíte)
• Após o 2º ano, sintomas mais graves:
• Alterações no ossos, surdez, cegueira ou dificuldade para aprender,
caracterizando a sífilis congênita tardia.
Doenças Clínicas
Sífilis congênita
Doenças Clínicas
Sífilis congênita
Doenças Clínicas
Sífilis congênita
Doenças Clínicas
Sífilis congênita
Doenças Clínicas
Sífilis congênita x Rubéola x Catapora
Detecção de Anticorpos
Não treponemicos (biologicamente não específicos):
• Teste de rastreamento;
• Rápida execução e baixo custo.

Treponêmicos (específicos para treponemas)


Detecção de Anticorpos
Não treponêmicos (biologicamente não específicos):
• Medem os anticorpos IgG e IgM;
• Antígeno Cardiolipina;
• Testes mais utilizados: VDRL (Veneral disease research laboratory)
RPR (Reagina plasmática rápida);
• Outros utilizados: URS (Reaginina com soro não aquecido);
TTRUST (Toluidina vermelha com soro não aquecido)

Reações falso-negativas são raras (1 a 2%) – alta sensibilidade e baixa especificidade


Detecção de Anticorpos
Treponêmicos (biologicamente específicos):
• T. pallidum como antígeno e detectam anticorpos anti-T. pallidum;
• Podem ser positivos antes e permanecer + mesmo com a inversão dos
enespecíficos;
• Utilizados para a confirmação dos testes não treponêmicos;
• Teste mais comum: FTA-ABS (absorção de anticorpo de treponema
fluorescente)
• Outros utilizados: TP-PA (aglutinação de partículas do T. pallidum)
Exames qualitativos e muitoEIAs (Imunoensaios
específicos com enzimas
para o treponema, específicas)
e raramente são observados
resultados falso-positivos

Assim, a limitação dos testes não treponêmicos é a reduzida sensibilidade no início da


doença primária e na sífilis tardia.
Detecção de Anticorpos
Detecção de Anticorpos
Referência
• MURRAY, PATRICK R.; ROSENTHAL, KEN S.; PFALLER, MICHAEL A.
Microbiologia Médica. 6 ed. Ed. Elsevier, 2009

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