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SÍFILIS

Doença infecciosa causada pela


bactéria Treponema pallidum.
A transmissão vertical acontece
principalmente por via transplacentária.
São menos comuns as transmissões por via
transamniótica e intraparto.
A transmissão pode ocorrer em qualquer
idade gestacional e não há transmissão através
do leite materno.
SÍFILIS
Estas considerações justificam a
necessidade de testagem na gestação.
• Primeira consulta
• Terceiro trimestre
• E no momento da internação hospitalar
Parceiros sexuais devem ser tratados,
caso contrario, o recém nascido será́
considerado caso de sífilis congênita.
SÍFILIS
A realização do teste para sífilis (VDRL) no
início do terceiro trimestre (28-32 semanas)
permite o tratamento materno até 30 dias antes
do parto.
FORMAS DE TRANSMISSÃO

A transmissão de Treponema pallidum pode


ocorrer por:
• Relação sexual
Com uma pessoa que possui alguma ferida na
pele, seja na região genital, anal ou oral,
causada pela bactéria responsável pela sífilis.
EPIDEMIOLOGIA
OMS estima em 12 milhões de casos novos
por ano no mundo.
No Brasil o Boletim Epidemiológico da
doença, apontou que em 2020 foram
registrados 61.441 de sífilis em gestantes e
22.065 de sífilis congênita com 186 óbitos.
Doença de notificação compulsória (tanto em
gestante quanto congênita);
MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS

Sífilis Primária
Lesão surge cerca de 3 semana após contato
sexual infectante.
Apresentação
 Úlcera indolor
 Bordas regulares
 Fundo limpo
 Eventualmente com discreta adenomegalia
satélite.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS
Mulher
Na mulher, geralmente aparece nos:
• Pequenos lábios
• Parede vaginal
• Colo uterino
A lesão é caracteristicamente rica em
treponemas
MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS
 Não percebida em 15-30% dos pacientes.
 Cancros costumam desaparecer em 2 e 6
semanas, mesmo na ausência de tratamento.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS
Sífilis Secundária
Em geral, manifesta-se 6 a 8 semanas após o
desaparecimento espontâneo do cancro duro.
É marcada pela disseminação sistêmica.

Apresentação
• Rash
Lesões máculo-papulares difusas em tronco e
extremidades, incluindo palmas das mãos e
plantas dos pés.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS
• Adenopatia difusa
• Mialgia
• Artralgia
• Alopecia
• Madarose
• Cefaleia
• Febre baixa
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sífilis Latente
Ausência de sintomas ou sinais clínicos
É dividida em relação ao tempo decorrido da
infecção:
• Sífilis Latente Recente: ≤ 1 ano de evolução.
• Sífilis Latente Tardia: > 1 ano de evolução.
O diagnóstico é realizado exclusivamente por
meio de testes sorológicos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Sífilis terciária:
Os sinais e sintomas surgem em um período
variável após três a 12 anos, ou mais anos após
a infecção primária.
Suas manifestações clínicas mais comuns são:
Sífilis cutânea: Gomas sifilíticas
Tumores moles que surgem em pele e
mucosas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sífilis cardiovascular:
Caracteriza-se por acometimento da aorta
ascendente.
Sífilis ósseas:
Articulares (artropatia de Charcot);
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA

Diagnóstico de certeza:
É a identificação do Treponema através do
exame de campo escuro
Tem sensibilidade limitada, e só é capaz de
auxiliar na sífilis primária e secundária.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Exames Sorológicos
Pode ser feito com teste:
 Testes treponêmicos (específicos)
o Exame FTA-abs
o Imunocromatográfico (Teste Rápido)
 Teste não treponêmicos
o Exame VDRL
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
 Teste não treponêmicos
o Exame VDRL
• Teste sensível, realizado para triagem de
infecção e seguimento pós-tratamento;
• Positiva duas semanas após o aparecimento
do cancro duro;
• Após tratamento adequado, costumam
negativar entre seis a 12 meses, podendo
permanecer baixos por toda a vida (cicatriz
sorológica);
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Sugerem infecção ativa:
• Título ≥ 1:8,
• Positivação de sorologia anteriormente
negativa
Falsos-positivos:
• Reações cruzadas com anticorpos em
situações de gestação.
• Uso de substâncias ilícitas
• Hanseníase, Malária
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
VDRL (Venereal Disease Research Laboratory)
É um exame de sangue, que tem como
objetivo diagnosticar a sífilis e fazer o
acompanhamento de pacientes que sofrem com
esse problema.
• Tem especificidade menor (mais falsos
positivos).
• 85% dos pacientes com sífilis primaria terão o
teste positivo.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• O resultado é expressado em títulos.
Exemplo:
1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32, 1/64
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
 Testes Treponêmicos:
o Imunocromatográfico (Teste Rápido)
• Tem elevada especificidade (poucos falsos
positivo).
• Eleva-se precocemente – 95% dos
pacientes com sífilis primária terão o teste
positivo.
• Não é útil para o seguimento clínico, pois
se mantém positivo por toda a vida.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
O que vem no KIT Sífilis.
1- Instrução de Uso
2- Embalagem de Alumínio contendo:
3- Dispositivo de Teste
4- Sachê de Sílica
5- Diluente
6- Pipeta Plástica Descartável
7- Lanceta
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
COMO SE FAZ OS TESTES RÁPIDOS
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
MATERIAIS COMPLEMENTARES
1- Descarte Biológico e perfurocortante
2- Cronômetro ou Relógio
3- Álcool 70%
4- Algodão ou gaze
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA

Área de amostra (A)


Onde é aplicada a amostra e a solução
tampão.
Área de teste (T)
Onde se lê o resultado da amostra testada.
Área de controle (C)
É que permite a validação do teste.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Técnica utilizando punção digital
• Retirar o dispositivo de teste (cassete) da
embalagem protetora e identificá-lo de forma
adequada.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Passar álcool 70% na ponta do dedo para
assepsia da área utilizada.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Posicionar e pressionar a lanceta com firmeza
sob a área a ser puncionada. Em seguida, o
sangue sairá pela área perfurada.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Coletar o sangue com auxílio da pipeta
plástica descartável
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Na área de amostra (A), dispensar o sangue
pressionando novamente a pipeta.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Segurar o frasco de Diluente verticalmente e
aplicar 2 gotas na área de amostra (A).
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Aguardar a formação das linhas. Interpretar os
resultados entre 15 e 30 minutos. Não
interpretar após 30 minutos
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
CONDUTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

• A sífilis na gestação pode ser manejada na


APS;
• Necessita de intervenção imediata para
reduzir a chance de transmissão vertical;
• O teste deve ser realizado no primeiro contato
com a gestante e repetido no terceiro
trimestre;
• Oferecer teste rápido e VDRL.
CONDUTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

• Deve-se registrar na caderneta da gestante.


o Os resultados dos testes
o Os tratamentos realizados tanto para a
gestante quanto para o(s) parceiro(s).
CONDUTAS PARA RESULTADOS DOS
TESTES:
Se teste rápido e VDRL negativos, ou apenas um
deles realizado com resultado negativo:
Repetir teste rápido e/ou VDRL no terceiro
trimestre (28 semanas)
Se teste rápido e VDRL positivos, ou apenas um
deles realizado com resultado positivo:
Tratar imediatamente, testar e tratar
parceiro(s),
Realizar acompanhamento do VDRL pós-
tratamento da gestante e do(s) parceiro(s) até o
final do pré-natal.
CONDUTAS PARA RESULTADOS DOS
TESTES:
Se teste rápido positivo e VDRL negativo:
Pesquisar tratamento anterior.
Se comprovado, pode-se descontinuar o
tratamento.
Repetir VDRL em 30 dias;

Se VDRL em baixos títulos (< 1/8) e teste rápido


negativo:
Considerar reação cruzada e falso-positivo;
CONDUTAS PARA RESULTADOS DOS
TESTES:

Se VDRL em baixos títulos (< 1/8) e teste rápido


positivo ou indisponível:
Instituir tratamento, a não ser que haja
comprovação de tratamento prévio adequado.
TRATAMENTO
Fármaco de Escolha
• Penicilina Benzatina
O esquema depende da fase:
 Sífilis Recente
 Sífilis Tardia
TRATAMENTO
 Sífilis Recente:
Sífilis primária, secundária e latente precoce
(até 1 ano de infecção) .
Penicilina G benzatina 2.400.000 UI – IM, DU,
(1.200.000 UI em cada glúteo).
TRATAMENTO
 Sífilis Tardia e Terciária
Sífilis latente tardia (mais de 1ano) e terciária.
Penicilina G benzatina 2.400.000 UI – IM,
sendo 1.200.000 UI em cada glúteo, a cada 7
dias por 3 semanas.

Atenção:
Caso a data da infeção seja desconhecida, o
esquema proposto é o de sífilis tardia.
TRATAMENTO
Alternativas:
• Ceftriaxona (8-10 dias)
• Doxiciclina (15-30 dias)
TRATAMENTO
Medidas adicionais:
Tratamento de parceiros mesmo com prova
sorológica não reagente para sífilis.
O parceiro poderá ser tratado com esquema
para sífilis recente.
UMA GESTANTE É CONSIDERADA
ADEQUADAMENTE TRATADA SE:

• Tratamento com Penicilina;


• Tratamento finalizado, pelo menos, 30 dias
antes do parto;
• Tratamento do parceiro;
• Documentação de todo o tratamento.

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