Você está na página 1de 47

SÍFILIS E OUTRAS

IST’s
Dr. Frederico Zago Maneira
UNIUBE – 2023
SÍFILIS
 Etiologia: Treponema pallidum.
 PI: 10 a 90 dias com média de 21 dias.
 Sífilis primária, secundária, terciária:
Neurossífilis e Cardiovascular.
 Transmissão em 90% dos casos é sexual.
 Foram 1.035.942 casos notificados de sífilis
adquirida, 466.584 casos de sífilis em
gestantes e 221.600 casos de sífilis neonatal
de 2.011 a 2021.
SÍFILIS
SÍFILIS
 Formas latentes
 Precoce
 Tardia
 “Grande imitadora”
 Sintomas – assintomática
 HIV
 Gestantes e neonatal
 Aumento de casos recentemente – nova
epidemia
SÍFILIS PRIMÁRIA

Lesão única
Fundo limpo
Bordas elevadas e enduradas
CANCRO DE INOCULAÇÃO Linfadenomegalia regional
3 a 8 semanas Localização diversa
Pouco doloroso
Consistência firme
Extra-genital é raro (< 2%)
SÍFILIS PRIMÁRIA
SÍFILIS PRIMÁRIA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO CANCRO
DURO
Cancro mole
Condiloma acuminado
Granuloma inguinal
Linfogranuloma venéreo
Esporotricose
Leishmaniose tegumentar
Herpes simples
Tuberculose
SÍFILIS SECUNDÁRIA
 Seis semanas a seis meses após o contato.
 Lesões desaparecem sem cicatrizes após 4 a 12
semanas.
 Podem recidivar.
 Latente recente até um ano do contato e latente
tardia após um ano do contato.
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SINTOMAS GERAIS MUCOCUTÂNEOS
Febre prolongada Erupção (macular  maculopapular 
Mal-estar psoriforme  pustular)
Faringite Condiloma plano
Laringite Linfadenomegalia generalizada
Anorexia Prurido
Perda de peso Placas mucosas oral e genital
Artralgias Úlceras aftóides
Alopecia
OUTRAS ALTERAÇÕES
SISTEMA NERVOSO CENTRAL Vertigem
Cefaleia Hipoacusia
Meningismo Lesão de pares cranianos II - VIII
Meningite Glomerulonefrite
Diplopia Síndrome nefrótica
Visão borrosa Hepatite
Uveíte anterior Artrite - osteíte - periostite
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS TERCIÁRIA
15 a 25% das infecções não tratadas
De 2 a 40 anos após contato

Goma sifilítico – raro e sífilis óssea


(pode estar associada a Goma)

Assintomática, mais comum (40 a 80%)


Sintomática – 2 formas:
Neuro-sífilis Meningovascular – endarterite obliterante
das meninges, cérebro e cordão medular –
cefaleia, rigidez de nuca, vômitos
Parenquimatosa – destruição do
parênquima cerebral, principalmente
córtex – paresias, demência
SÍFILIS TERCIÁRIA

Sífilis cardiovascular:

 Necrose da camada média da aorta

 Aortite e formação de aneurisma sacular (aorta ascendente)

 Debilidade do anel valvar aórtico

 Regurgitação aórtica

 Estenose coronariana
SÍFILIS
TERCIÁRIA
CURSO DA SÍFILIS NÃO
TRATADA
DIAGNÓSTICO
 Clínico-epidemiológico.
 Sorologias.
1. HA
2. VDRL
3. FTA – abs IgG e IgM
 PCR, Imunoblot e Western blot.
 Pesquisa do Treponema – microscopia de campo
escuro, impregnação pela prata ou tinta da China
CAUSAS DE TESTES FALSOS POSITIVOS
PARA SÍFILIS - VDRL
Doença de Lyme Pneumonia por micoplasma
Leptospiroses Sarampo
Febre recorrente Varicela
Febre por mordida de rato Linfogranuloma venéreo
Hanseníase Hepatites
Tuberculose Mononucleose infecciosa
Pneumonia pneumocócica Síndrome retroviral aguda
Endocardite infecciosa Uso de drogas ilícitas
Cancro mole Doenças do tecido conjuntivo
Febre escarlatina Febre reumática
Rickettsioses Politransfusão
Malária Gravidez
Tripanossomíase Idade avançada
Algumas vacinas Doença hepática crônica
TRATAMENTO
ESTADIAMENTO ESQUEMA ALTERNATIVA
TERAPEUTICO
SÍFILIS 1ª, SÍFILIS 2ª E PENICILINA G DOXICILINA 100MG
LATENTE RECENTE BENZATINA 2,4 12/12H POR 15 DIAS
MILHOES UI, IM EM (EXCETO GESTANTES)
‘SÍFILIS RECENTE’ DOSE ÚNICA OU CEFTRIAXONA 1G EV
OU IM 1X/DIA POR 8 A 10
DIAS
SÍFILIS LATENTE PENICILINA G DOXICILINA 100MG
TARDIA, LATENTE BENZATINA 2,4 12/12H POR 30 DIAS
COM DURAÇÃO MILHOES UI, IM, (EXCETO GESTANTES)
IGNORADA E SÍFILIS 3ª SEMANAL POR 3 OU CEFTRIAXONA 1G EV
SEMANAS OU IM 1X/DIA POR 8 A 10
‘SÍFILIS TARDIA’ DIAS
NEUROSSÍFILIS PENICILINA CRISTALINA CEFTRIAXONA 2G EV
18-24 MILHOES UI/DIA 1X/DIA POR 10 A 14 DIAS
EV (3-4MILHOES UI 4/4H)
POR 14 DIAS
CRITÉRIOS DE CURA
 Atualmente, para definição de resposta
imunológica adequada, utiliza-se o teste não
treponêmico não reagente ou uma queda na
titulação em duas diluições em até seis meses
para sífilis recente e queda na titulação em
duas diluições em até 12 meses para sífilis
tardia
GONORRÉIA
 Agente: Neisseria gonorheae.
 PI: 2 a 5 dias (24 horas a 15 dias).
 Manifestações (apenas 10% assintomáticos):
1. No homem: Epididimite, balanopostite,
prostatite, proctite, orquite e uretrite.
2. Na mulher: Bartholinite, salpingite, DIP,
ooforite, uretrite, esterilidade e gravidez tubária.
 Cerca de 1.500.000 casos ao ano no Brasil
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Diagnóstico: exame direto, swab da lesão e/ou
cultura; PCR.
 Tratamento:
1. Ceftriaxona 500mg + Azitromicina 500mg 2 cp
ambos DU
2. Ceftriaxona 500mg + Doxiciclina 100mg 12/12h
por 7 dias
3. Ceftriaxona 1g ao dia por 7 dias + Azitromicina
500mg DU nas infecções disseminadas
CLAMÍDIA
 Agente: Chlamydia sp
 PI: 3 dias a 2semanas
 Uretrite, salpingite, ooforite, DIP, epididimite,
proctite
 Pode ser causa de esterilidade
 Menos dolorosa e com descarga menos
volumosa que a gonorréia
 Cerca de 2.000.000 casos no Brasil ao ano
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Exame direto – bacterioscopia
 Sorologia e PCR
 Tratamento:
1. Azitromicina 500mg 2cp em DU
2. Doxiciclina 100mg 1cp de 12/12h por 7 dias

 Avaliar individualmente - recidivas


DONOVANOSE
 Agente: Klebsiella granulomatis.
 PI:. 30 dias a 6 meses

 Manifestações: O quadro clinico inicia-se com

ulceração de borda plana ou hipertrófica,


delimitada, com fundo granuloso, de aspecto
vermelho vivo e de sangramento fácil. A
ulceração evolui lenta e progressivamente,
podendo tornar-se vegetante ou úlcero-
vegetante. As lesões costumam ser multiplas.
.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Diagnóstico: exame direto e evolução clínica,
eventualmente biópsia da lesão.
 Tratamento:
n Azitromicina 500mg, 2 cp VO, 1x/semana, por pelo
menos tres semanas ou até a cicatrização das lesões
n Doxiciclina 100mg 1 cp 2x/dia/21 dias
n Ciprofloxacino 500mg 1 cp 2x/dia/21 dias
n Sulfametoxazol-trimetoprima(400/80mg), 2cp
12/12h/21 dias
CANCRO MOLE -
CANCROIDE
 Agente: Haemophilus ducreyi.
 PI: 3 a 5 dias podendo chegar até 15 dias.

 Manifestações:

Pápula, mácula ou pústula circundada por halo


eritematoso evoluindo rapidamente para úlcera
de bordos irregulares, fundo purulento, odor
fétido, mole e muito dolorosa geralmente
múltiplas.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Diagnóstico: exame direto (mais usado),
cultura(mais sensível) PCR(padrão ouro, mas
raro) e Fixação do complemento.
 Tratamento:
1. Azitromicina 500mg 2cp DU.
2. Ciprofloxacino 500mg de 12/12h por 3 dias.
3. Ceftriaxona 250mg IM DU.
HERPES SIMPLES
 Agente: Herpes simples virus
 PI: 5 dias a meses.
 Manifestações: bolhas de conteúdo hialino que
rompem formando exulceração dolorosa
 Pode ter pródromos e localização variada.
 650.000 casos de Herpes genital ao ano no Brasil
 Imunidade
 Autolimitada mas recorrente e/ou recidivante
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Diagnóstico: exame direto e PCR.
 Tratamento – Diretriz SBI:
1. Aciclovir 200mg, 2 comprimidos, VO, 3x/dia, por 7-
10 dias OU Aciclovir 200 mg, 1 comprimido, VO,
5x/dia (7h, 11h, 15h, 19h, 23h), por 7-10 dias na
primo-infecção
2. Aciclovir 200mg, 2 comprimidos VO, 3x/dia, por 5
dias OU Aciclovir 200mg, 4 comprimidos, VO,
2x/dia, por 5 dias na recidiva
 Tópico X Sistêmico
TERAPIA SUPRESSIVA
 Supressão de herpes genital (6 ou mais
episódios/ano):
1. Aciclovir 200mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia,

por até seis meses, podendo o tratamento ser


prolongado por até 2 anos
Consideram-se elegíveis para o tratamento
supressivo pacientes com episódios repetidos de
herpes genital ou oral (mais de 6 ao ano). Indicada
avaliação periódica de função renal e hepática
PAPILOMAVÍRUS HUMANO-
HPV
 Agente: Papilomavírus humano – HPV - + de
70 sorotipos
 Oncogênicos:16,18,31,33,35,39,45,51,52,56,5
8,59,68,73 e 82 dentre outros
 PI: 1 a 20 meses, média de 3 meses
 Clínica: na grande maioria é assintomática ou
inaparente, pode ser latente (só detectável por
PCR – DNA)
PAPILOMAVÍRUS HUMANO-
HPV
 Clínica: As lesões da infecção pelo HPV são polimórficas,
sendo as lesões pontiagudas denominadas condiloma
acuminado. Variam de um a vários mm, podendo atingir
vários cm. Podem ser únicas ou múltiplas, achatadas ou
papulosas, mas sempre papilomatosas. Por essa razão, a
superfície apresenta-se fosca, aveludada ou semelhante à
da couve-flor. Apresentam-se da cor da pele, eritematosas
ou hiperpigmentadas. Em geral são assintomáticas, mas
podem ser pruriginosas, dolorosas, friáveis ou sangrantes.
As verrugas anogenitais resultam quase exclusivamente de
tipos não oncogênicos de HPV
PAPILOMAVÍRUS HUMANO-
HPV
 Cerca de 685.400 casos ao ano no Brasil
 Diagnóstico: Exame direto e PCR.
 Tratamento: exérese da lesão com crioterapia
(nitrogênio), eletrocauterização, cauterização
química com ATA 80-90%(ácido
tricloroacético) ou Podofilina 10-25% e ainda
em alguns casos exérese cirúrgica;
Imiquimode creme 50mg/g ou Podofilotoxina
para tratamento domiciliar
VACINAÇÃO PARA HPV
 Crianças e adolescentes:
- 2 doses (0 e 6 meses)
- Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14
anos
 PVHIV, transplantados de órgãos sólidos, de
medula óssea ou pacientes oncológicos
- 3 doses (0, 2 e 6 meses)
- 9 a 49 anos
FLUXOGRAMA DAS IST’S

+ -
=
www.missaoafrica.org.br/

CONHEÇA, PERMITA-SE, DOE, APADRINHE, SEJA


VOLUNTÁRIO!!

Você também pode gostar