Você está na página 1de 26

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS
MICROBIOLOGIA CLÍNICA - FAR 157
DOCENTE: SORAIA CORDEIRO
DISCENTES: ARIELE AZEVÊDO E CARLA LOURENÇO

SÍFILIS: DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E CONTROLE

SALVADOR
2023
INTRODUÇÃO

● Conhecida desde do final do século XV.


● Doença infecciosa sistêmica de evolução
crônica.
● Acomete praticamente todos os órgãos e
sistemas, e, apesar de ter tratamento eficaz e
de baixo custo, vem se mantendo como
problema de saúde pública até os dias atuais.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
No Brasil, em 2003, estimaram-se 843 300 casos de sífilis.
Não sendo doença de notificação compulsória, os
estudos epidemiológicos são realizados em serviços que
atendem IST ou grupos selecionados, como gestantes,
soldados, prisioneiros, etc.

Os casos registrados de sífilis congênita entre 1998 e 2004


totalizaram 24.448.
AGENTE ETIOLÓGICO
QUADRO 1: Características Treponema pallidum

Gênero Treponema

Família Treponemataceae
Espiral (10 a 20 voltas), com cerca de 5-20μm de comprimento e
Forma
apenas 0,1 a 0,2μm de espessura.
Se iniciam na extremidade distal da bactéria e encontram-se
Flagelo
junto à camada externa ao longo do eixo longitudinal
Motilidade Rotação do corpo em volta desses filamentos
Envelope externo com 3 camadas de moléculas de ácido N-acetil
Proteção
murâmico e N-acetil glucosamina
AGENTE ETIOLÓGICO
Treponema pallidum

Gram-negativa
Treponema pallidum: desenho
esquemático. In: Trabulsi. Microbiologia Anaeróbia facultativa
Catalase negativa
TRANSMISSÃO
● Via sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis
congênita) pela placenta da mãe para o feto.
● Contato com as lesões contagiantes (cancro duro e
lesões secundárias) pelos órgãos genitais é
responsável por 95% dos casos de sífilis.
● Via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por
transfusão sangüínea.
FISIOPATOLOGIA

Imagem portal educaps


FISIOPATOLOGIA
Sífilis secundária

Incubação

6 a 8 sem

Sífilis Secundária:
Artralgia, febre, cefaléia, Rash
Alopécia
Condiloma plano
Sífilis Terciária
•Geralmente após anos da infecção primária
•Doença inflamatória de progressão lenta
•Pode afetar qualquer órgão do corpo
–Neurossífilis
–Sífilis cardiovascular
–Goma sifilítica
–Osteíte sifilítica
Sífilis Cardiovascular
● Sintomas entre 10 a 30 anos
● Acometimento mais comum é a aortrite (70%)
● Assintomática

Principais complicações da Ortite:

● Aneurisma,
● Insuficiência da válvula aórtica
● Estenose do óstio da coronária.
Imagem portal educaps
SÍFILIS CONGÊNITA
● Ocorre quando o Treponema
Pallidum atravessa placenta de
uma mãe infectada.
● A infecção é grave pode causar má
formação do feto, aborto ou morte
do bebê.
● A transmissão materna acontece
mais frequentemente entre a sifilis
primária ou secundária.
SÍFILIS E HIV
•Sífilis
–Aumenta a eficácia da transmissão do HIV
•as lesões da sífilis são uma porta de entrada para o HIV

•HIV - afeta o curso natural da sífilis


–Múltiplos cancros, mais profundos
»

–Sobreposição sífilis primária e secundária


»

–Progressão mais rápida para a sífilis terciária


»

–Resultados falso-negativos da sorologia da sífilis


»

–Menor eficácia da terapia padrão para sífilis precoce (falha terapêutica)


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Conforme evolução da doença.
Sífilis primária e em algumas lesões da fase
secundária o diagnóstico poderá ser direto, feito
pela demonstração do treponema.
Sorologia a partir da 2ª ou 3ª semana após o
aparecimento do cancro, quando os anticorpos
começam a ser detectados.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PROVAS DIRETAS

São indicadas na fase inicial da enfermidade,


quando os microorganismos são muito numerosos.
Encontram sua indicação na sífilis primária e
secundária em lesões bolhosas, placas mucosas e
condilomas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
EXAME EM CAMPO ESCURO

Exame direto da linfa da lesão.


O material é levado ao microscópio com condensador de
campo escuro, que possibilita a visualização do T. pallidum
vivo e móvel por meio de luz indireta.
Teste rápido, de baixo custo e definitivo.
A sensibilidade varia de 74 a 86%, podendo a especificidade
alcançar 97% dependendo da experiência do avaliador.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PESQUISA DIRETA COM MATERIAL CORADO
Fontana-Tribondeau: após a coleta da linfa é feito um esfregaço na lâmina com adição da
prata. A prata por impregnação na parede do treponema torna-o visível;

Método de Burri: utiliza a tinta da China (nanquim);

Giemsa: o T. pallidum cora tenuamente (palidamente);

Levaditi: usa a prata em cortes histológicos.


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IMUNOFLUORESCÊNCIA
DIRETA
Exame altamente específico e com sensibilidade
maior que 90%. É chamado de DFA-TP (diret
fluorescent-antibody testing for T. pallidum).

https://ibapcursos.com.br/imunofluorescencia-direta-e-indireta-c
onheca-as-diferencas-aplicacoes-vantagens-e-desvantagens/
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PROVAS SOROLÓGICAS
Testes não treponêmicos: Detectam anticorpos não específicos para T.
pallidum, mas que são encontrados em pacientes com sífilis.
O T. pallidum no organismo promove o desenvolvimento de 2 tipos de
anticorpos: as reaginas (anticorpos inespecíficos IgM e IgG contra
cardiolipina), dando origem a esses testes.
Úteis para triagem em grupos populacionais e monitorização do
tratamento;

Testes treponêmicos: utilizam o T. pallidum como antígeno e são usados


para confirmar a reatividade de testes não treponêmicos e nos casos em
que os testes não treponêmicos têm pouca sensibilidade.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TESTES NÃO TREPONÊMICOS

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnostico_brasil.pdf
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TESTES TREPONÊMICOS

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnostico_brasil.pdf
REAÇÃO DE JARISCH-HERXHEIMER
A etiopatogenia é atribuída a antígenos
lipoprotéicos da parede do T. pallidum com
atividade inflamatória, liberados após a morte
dos treponemas.

Exacerbação das lesões Cefaléia

Febre Mialgias

Leucocitose com
Calafrios
linfopenia

https://healthjade.net/jarisch-herxheimer/
TRATAMENTO
QUADRO 3: Esquema de tratamento da sífilis

A penicilina age interferindo na síntese do peptidoglicano, componente da parede celular do T.


pallidum. O resultado é a entrada de água no treponema, o que acaba por destruí-lo.

Sífilis recente: sífilis


Penicilina benzatina 2.400.000UI, IM, dose única
primária

Sífilis recente: sífilis


secundária ou latente Penicilina benzatina 4.800.000UI, IM, em duas doses semanais
recente (com menos de um de 2.400.000UI
ano)

Sífilis tardia: sífilis


terciária, sífilis latente
Penicilina benzatina 7.200.000UI, IM, em três doses semanais de
tardia (com mais de um
2.400.000UI
ano) e sífilis latente de
tempo desconhecido

Outras alternativas: ceftriaxona e azitromicina


PREVENÇÃO E CONTROLE
O objetivo do controle da sífilis é a
interrupção da cadeia de
transmissão e a prevenção de
novos casos.

Uso de preservativos durante a


relação sexual;

Evitar contato com sangue e


secreções contaminados.
REFERÊNCIAS
AVELLEIRA, João Carlos Regazzi; BOTTINO,
Giuliana. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle
Syphilis: diagnosis, treatment and control.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. SÍFILIS: Estratégias para


Diagnóstico no Brasil. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis
_estrategia_diagnostico_brasil.pdf. Acesso em:
29 abr. 2023
REFERÊNCIAS
AVELLEIRA, João Carlos Regazzi; BOTTINO,
Giuliana. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle
Syphilis: diagnosis, treatment and control.

https://www.drakeillafreitas.com.br/sifilis-cardiova
scular/ Acesso em: 01 Maio.. 2023

https://saude.sc.gov.br/index.php/documentos/at
encao-basica/eventos-1/capacitacao-em-sifilis-d
a-aps/9384-2-sifilis-adquirida/file/Acesso em 01
de Maio.2023
https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/713
149/ Acesso em 01 de Maio.2023

Você também pode gostar