Você está na página 1de 15

MATÉRIA 2 PROVA

INFECÇÕES BACTERIANAS
Mais importantes p/ nós Impetigo, sífilis, actinomicose e tuberculose.

IMPETIGO: (STREPTOCOCUS PYOGENES E SPAPHYLOCOCCUS AUREUS)

 É uma infecção Cutânea superficial oportunista. Então não se tem impetigo intrabucal, só peribucal.

 Ele é decorrente da contaminação de lesões ou ferimentos pré existentes na pele é comum em arranhaduras
e picadas de insetos. No caso de picada de insetos, normalmente a pessoa tem uma alergia com prurido, e
ao manuseio no ato de coçar, as bactérias são inoculadas no ferimento.

 Comum em crianças devido a um padrão de resposta alérgica a qualquer ferimento


 Etiologia: streptococus pyogenes e spaphylococcus aureus – ESTÃO PRESENTES NA MICROBIOTA DE UNHA
 Multiplicidade de sítios; locais que mais ocorrem: joelho e mãos por manipulação e face- por estar exposta a
picadas de inseto.

Características Clínica:

 Infecções por bactérias = grande chamamento de células de defesa =linfadenopatia do local envolvido

 Vesículas ou bolhas que se rompem e formam crostas e prurido. *Ocorre reinstalação da bactéria por
manipulação do prurido.

 Pode durar de até 3 meses.

 Sempre vai haver ferimento pré-existente.

Diagnóstico Diferencial: Herpes Simples Recorrente labial: TEMPO- autolimitado de 7 a 10 dias, é sempre unilateral
e no mesmo local / Impetigo: pode afetar vários sítios e pode ser bilateral.

Diagnóstico:

 Os dados colhidos na anamnese e exame clinico são suficientes para o fechamento do diagnóstico.
 Em casos de dúvida pedir leucograma – haverá grande aumento de neutrófilos.
 Comum pacientes fazerem auto medicação com pomadas corticoide (baixa o sistema imune favorecendo a
proliferação da microbiota), pomadas anti histamínico (pode até aliviar o prurido, mas a lesão continua) ou
usam também corticoide+ neomicina (não tem efeito nenhum)

Tratamento: A escolha vai depender da quantidade de lesões e do tempo que quero o resultado.

 Antibioticoterapia sistêmica - mais rápido e mais eficiente:

- Penicilinas (Amoxilina 8 em 8 ou 12 em 12 hrs) ou Eritromicinas (para alérgicos)

- Cefalexina (maior espectro, para spaphylococcus aurus resistente)

 Antibioticoterapia tópica - depende do paciente aplicar adequadamente, tempo maior:

- Pomada gentamicina – Trok-G.

 Orientações de higiene – sabonete líquido neutro e hidratante corporal por pelo menos 30 dias, aparar e
higienizar as unhas.

Posologia: Acompanhar melhora clínica + 3 dias


ACTINOMICOSE: (ACTINOMYCES ISRAELI)

 Infecção bucal Oportunista


 Actinomyces israeli se encontra na microbiota bucal e ele pode se tornar patogênico em caso de
traumatismo prévio (exodontias múltipla, politraumatismo facial- as lesões ficam banhadas por saliva)
 Acontece muito em casos de reagudecimento onde pode-se formar um abscesso dento alveolar com
abertura de fístulas múltiplas e a bactéria desse abscesso será o actinomyces israeli.

Agente etiológico: actinomyces israeli

Características Clínicas:

- Grande inchaço na face (devido ao abcesso)

- Fístulas múltiplas (patognomônico)

Diagnóstico:

Laboratorial: esfregaço.

Edema com aspecto lenhoso (duro)

Fístulas múltiplas

O dentista dá sugestão de Actinomicose pelo sinal patognomônico e já trata o paciente com drenagem do abscesso e
antibioticoterapia. O laboratório dá o diagnóstico depois, e é importante mesmo assim, pois além de confirmar o
diagnóstico, determina o tempo de tratamento.

Tratamento:

 Antibioticoterapia sistêmica por tempo prolongado (base de 15 dias ou mais- depende do esfregaço):
Penicilinas e similares 1 a 2 gramas diárias de 10 a 15 dias (azitromicina não terá sucesso no tratamento)
 Associado: medidas de controle de higiene bucal e limpeza local ( depende de cada caso; limpeza do alvéolo,
limpeza endodôntica, bochecho, etc).

SÍFILIS: (TREPONEMA PALLIDUM)

 IST – Infecção Sexualmente Transmissível bacteriana

Agente etiológico: Treponema pallidum

 A existência das lesões está intimamente ligada ao sistema imunológico. Todo paciente diagnosticado faz
obrigatoriamente o teste de HIV (mesma via de transmissão)
 Tempo muito dilatado, ex: de 1 a 6 semanas.

 A sífilis sem o tratamento com antibióticos tinha 3 fases, primaria, secundaria e terciaria (evolui óbito).

 Na atualidade só tem duas fases, pois a bactéria é sensível a penicilina e penicilina é o medicamento de
eleição para tratamento de infecções das vias aéreas superiores. Então acredita-se que a pessoa vai ter o
contato com o antibiótico e o controle da bactéria.
 Possui diagnóstico somente por HE (não possui coloração histológica especial)
 Sífilis é uma doença notificada, ou seja, todos os novos casos devem ser obrigatoriamente registrados no
Ministério da Saúde para tratamento onde o agente de saúde vai até essa pessoa para explicar a doença e
induzir o tratamento. Os parceiros sexuais do paciente com sífilis também devem fazer o diagnóstico e/ou
tratamento.

Contágio:

 Contato com o sangue infectado


 Ato sexual desprotegido (risco de 30% - É preciso ter parceiro com lesões ativas em locais de atrito e porta de
entrada na outra pessoa, ou seja, ter TC exposto ou microexposto. Sexo anal/oral aumenta o risco para 80%)

 Transmissão vertical: mulher contaminada gravida passa pela placenta para o feto a sífilis congênita. É uma das
principais causas de aborto espontâneo no segundo trimestre (fase incomum de acontecer abortos).

 Recomendações do Ministério da Saúde: Fazer o exame para detecção de sífilis na primeira consulta do pré-
natal, durante o terceiro trimestre da gestação e no momento do parto.

Fases

- Primária: também conhecida como fase latente precoce

- Secundária: também conhecida como fase latente tardia

- Terciária: Quase não se vê mais casos que evoluam para essa fase

Contágio Se não tratar primária Se não tratar secundária Se não tratar fica em um ciclo vicioso de latência secundária e após anos evolui para Terciária

Se houver tratamento Se houver tratamento Evolui para óbito

Evolui para a cura Evolui para a cura

SIFILÍS PRIMÁRIA

 Período de incubação: surgimento dos sintomas variam de 3 a 90 dias, mas sempre aparecem (intervalo de
tempo entre o contato e a manifestação da doença que varia de acordo com a resposta imunológica do
indivíduo -se a pessoa estiver mais imunossuprimida, os sintomas surgiram nos primeiros dias e quanto
melhor a capacidade reacional do sistema imunológico do indivíduo, maior será o período de incubação, pois
o sistema imunológico ficará combatendo o agente agressor o máximo possível).
 Na porta de entrada da bactéria (onde ela entrou) surge o cancro duro: cerca de 35% dos indivíduos não
lembram da presença dessa lesão porque é indolor ou pode estar localizada em local de difícil visualização.
Essa alteração crônica (granulomatosa) inflamatória persiste por 3 a 8 semanas e depois ocorre cicatrização
natural encerrando assim a sífilis primária.
 Características clínicas:

. Cancro duro: Úlcera delimitada indolor com borda endurecida

. Geralmente única

. Localização depende de onde foi a porta de entrada para a bactéria: pênis, vagina, reto, pontas dos dedos e boca

. Linfadenopatia regional bilateral

. Após desaparecimento do cancro duro tem-se baixa disseminação da bactéria pela corrente sanguínea
(hematogênica) e linfática e as bactérias ficam circulantes (momento passível de transmissão)

 Diagnóstico diferencial: por ser uma úlcera indolor tem-se a alerta para investigar se é uma lesão
potencialmente maligna. Para o diagnostico diferencial avalia-se a idade do paciente (se já é sexualmente
ativo) e o mais indicado é fazer a biopsia.
 Se o paciente for tratado nessa fase ele fica curado.

SÍFILIS SECUNDÁRIA

 Sequência da sífilis primária não tratada


 As lesões surgem de 1 a 3 meses após a lesão primária ter desaparecido
 Sempre são múltiplas
 Alta transmissibilidade
 As lesões duram de 3 a 8 semanas e involuem espontaneamente
 Características clínicas:

- Sistêmicas: Febre irregular, Mal estar, Cefaléia, Perda de apetite, Dor muscular generalizada, Linfadenopatia
bilateral indolor e erupção cutânea (principal sinal da doença, sendo pápulas ou placas amarronzadas distribuídas
simetricamente pelo tronco, membros, pés e mãos - tem alta predileção por pele e a presença dessas erupções
simétricas em palma de mãos e sola dos pés é um sinal patognomônico de Sífilis Secundária)

- Locais (em boca): Em lábio, língua e palato na forma de placas mucosas com coloração alterada

 Essas lesões persistem por tempo indeterminado (de 3 a 12 semanas) com retrocesso espontâneo. O tempo
também varia de acordo com a condição do sistema imunológico da pessoa
 Dor variável.
 Caso o paciente não seja tratado ocorrerá recidivas após 3 a 8 semanas novamente.

SÍFILIS TERCIÁRIA

 Praticamente não existe mais casos


 Leva anos para se manifestar
 Características clínicas:

. Presença de gomas sifílicas: Nódulos ou úlceras com grande destruição tecidual

. Qualquer parte do corpo, inclusive no esqueleto ósseo

. Deformidade articular

. Afeta sistema nervoso e cardiovascular

. Leva a óbito

SÍFILIS CONGÊNITA

 Se o bebê da mãe sífilis positiva nascer, esse terá uma síndrome denominada Tríade de Hutchinson:

- Dentes de Hutchinson (alteração em incisivos e molares permanentes- incisivos com formato de chave de fenda e
molares com formato de amora)

- Queratite ocular e cegueira (grau variado)

- Surdez (grau variado)

 Hoje também são raros os casos de sífilis congênita principalmente por causa das medidas do Ministério da
saúde e do pré-natal.

Diagnóstico geral de sífilis

 Exames complementares

- Esfregaço do exsudato da lesão ativa (exame em campo escuro ou Imunofluorescência direta)

- Teste sorológico: VDRL (é o teste mais utilizado em triagem pelo SUS mas não é específico) ou FTA (Teste específico
usando anticorpos treponêmicos fluorescentes)

- Biopsia: Pouco expressiva pois se trata de um processo inflamatório crônico inespecífico


Tratamento

 Encaminhamento médico
 Antibioticoterapia sistêmica que tem como primeira opção a indicação de Penicilina G, mas também é muito
utilizada 1 a 3 aplicações de Benzetacil durante a fase de manifestação da doença.

INFECÇÕES FÚNGICAS
PARACOCIDIOIDOMICOSE

 Doença fúngica/pulmonar.
 A forma disseminada (sistêmica) dessa doença tem alta predileção pelos tecidos bucais e especificamente,
pelo ligamento periodontal.
 Alta predileção por homens 15:1, já que o beta-estradiol da mulher inibe a transformação das hifas em
leveduras (forma patogênica) mas pode existir casos de acometimento da mulher na pré-puberdade ou
menopausa. Caso se encontre alguma mulher na faixa etária entre pré-puberdade e menopausa, com a
doença, com certeza ela possui um descontrole hormonal.
 Forma não patogênica=hifa ou filamentosa / Forma patogênica = levedura
 Fatores de risco:

- Atividades relacionadas ao manejo do solo: atividades agrícolas, terraplanagem, preparo do solo

- Contato com o fungo nas primeiras 2 décadas de vida, porque vai demorar no mínimo de 10 a 20 anos para o fungo
desenvolver e então, manifestar a doença.

- Etilismo facilita a instalação da doença em 3,6 (risco de 3,6 vezes maior de desenvolver a doença)

 Como o fungo se dissemina: Por inalação de conídios, o fungo chega ao pulmão, onde ele promove um
processo inflamatório agudo inicial (é a mesma resposta inflamatória para a tuberculose). Inicialmente, há
alto predomínio de neutrófilos, mas que rapidamente caminha para o processo inflamatório crônico. Até
aproximadamente a 6ª semana está instalado o granuloma epitelióide (granuloma de corpo estranho =
microorganismo no centro e ao redor a resposta inflamatório com macrófagos e deposição de fibra). O
granuloma epitelioide fica “quieto” no pulmão, como doença pulmonar e após mais ou menos 10 ou 30
anos, por disseminação hematogênica, tem-se a manifestação tardia da doença.
 Manifestação tardia: mucosas (boca), linfonodos, fígado, baço, supra-renais, ossos (10 a 30 anos). Quadros
recorrentes de pneumonia ou suspeita de tuberculose, deve-se investigar, pois podem ser manifestações da
paracoccidioidomicose.

 Quadro clinico:

- Assintomática = forma + frequente

- Forma pulmonar = aguda (é autolimitado e diagnostico clinico difícil – muitas vezes acredita-se que é tuberculose) e
crônica (ocorre por pequenas reativações pulmonares após a primo-infecção).

- Disseminada: comprometimento de outros órgãos, secundário a forma pulmonar crônica. Comprometimento


sistêmico como alto emagrecimento e linfodenopatia generalizada. Em boca tem-se alto comprometimento
periodontal (periodontite agressiva generalizada) e presença de úlceras moriformes – mucosa alveolar e gengiva
(periodonto), palato, lábios e língua (PATOGNOMÔNICO) altamente doloroso. Essas
úlceras são discretamente elevadas, com a superfície granulosa e pontinhos vermelhos.
 Diagnóstico

- Padrão ouro: isolamento do agente etiológico (exame a fresco de escarro, raspado de lesão (citologia), aspirado de
linfonodo, fragmento de biopsia). Ou seja, independentemente do método, deve-se enxergar/detectar o fungo.

- PROVA: descritivo do caso clinico. Pergunta: como diagnostica?? Resposta: deve-se analisar o caso e a situação, ou
seja, não é pra responder de cara o padrão ouro. Não pode colocar anestésico tópico em úlcera. Então só se indica a
citologia esfoliativa no paciente assintomático.

 Microscopia:

- Infiltrado crônico mononuclear

- Granulomas: células gigantes (formado pela fusão de células epitelioides) ou célula de Langherans (macrófagos e
caracterizada pela presença de vários núcleos)

- Micro-abscessos: pus com liquido

- Hiperplasia pseudoepiteliomatosa

- HE: classificar a lesão como granulomatosa/ PAS/ Gomori-Grocott

 Tratamento:

Encaminhar médico.É um fungo muito resistente:

- Sulfametoxazol: 12 meses nas formas leves e 18 a 24 meses nas formas moderadas

-Fluconazol (400mg/dia, VO, por 45 dias, depois 200mg/dia até completar 12 meses)

-Itraconazol (100mg/dia, por 12 meses)

Anfotericina B: formas graves

*São medicamentos caros, o que dificulta a continuidade do tratamento por grande parte dos pacientes, já que não
é disponibilizado pelo sistema público. Além disso, os pacientes não entendem a necessidade do tratamento.

CANDIDÍASE

 Infecção oportunista superficial em um tecido.


 Etiologia: Candida (Monilia) albicans
 Dimórfico – levedura (forma não patogênica) e hifa (forma patogênica)
 Infecção em boca, genitália e oportunamente em pele (é encontrado na microbiota em diversas partes do
nosso corpo)
 Fatores predisponentes

- Baixa de imunidade

-Criança (ex: nascimento parto normal em uma mãe com candidíase vaginal

- Idoso (declínio do sistema imune)

-Paciente de UTI ou acamado por muito tempo (alimentação por sonda não estimula salivação, diminuindo a
proteção)

-Corticoterapia (acima de 15 dias ou uso contínuo, ex: uso de bombinha para asma (o contato do gás vai impregnar
na mucosa do palato ou da língua, diminuindo especificamente naquele local o sistema imunológico)
-Uso de imunossupressores

-HIV (paciente AIDS) (tem candidíase em todos os sítios anatômicos -> quem trata é o médico, a gente não)

- Uso abusivo de antibióticos (ex: uso abusivo da Clorexidina)

- Falta de higiene bucal (não ocorre higiene não tem desequilíbrio da microbiata = proliferação de algum
microoganismo)

- Doenças sistêmicas

-Diabetes (diabético descompensado)

-Anemia (comum os pacientes com anemia por carência nutricional)

-Leucopenia

- Perda de dimensão vertical devido perde dos dentes posteriores que leva á perda da altura do terço inferior,
favorecendo o acúmulo de saliva em região de comissura e ocasionando a instalação da candidíase.

- Uso de prótese total (falta de higiene = estomatite protética)

- Alterações relacionadas à saliva (diminuição na produção ou alteração na composição)

- Lesões neoplásicas (principalmente carcinoma de células escamosas. As áreas de necrose superficiais desse tumor
favorecem a entrada do fungo)

- Gravidez (alteração hormonal, com predomínio da progesterona - ela funciona quase como um fator de
crescimento de colônia)

 Características:

- Vermelhidão da mucosa

- Pode haver pseudomembranosa (forma clínica mais aguda)

-Placas brancas destacáveis/raspáveis

-Sensação de queimação ou ardência

 Diagnóstico diferencial de língua saburrosa para candidíase: língua saburrosa é só em língua. Candidíase dá
em outro lugar.

FORMAS CLÍNICAS DA CANDIDÍASE:

 Pseudomembranosa

- forma clínica mais aguda, pois produz pseudomembrana

-Placas brancas destacáveis/raspáveis

-Sensação de queimação ou ardência

- O que eu devo buscar: -Imunossupressão (por ser quadro agudo)

- Diagnóstico diferencial de língua saburrosa para candidíase: língua saburrosa é só em língua. Candidíase dá em
outro lugar.

 Eritematosa

- aguda também, só que não ao ponto de formar pseudomembrana

-Manchas vermelhas

-Sensação de queimação
-Dorso de língua e palato (é localizada, não tem em boca toda)

- O que eu devo buscar: Imunossupressão, antibioticoterapia, corticoterapia inalatória, xerostomia e anemia (adora
produzir candidíase em dorso de língua, e leva a despapilação da língua)

 Atrofia papilar central (ou glossite romboidal mediana)

- Pode ser aguda ou crônica

-Área atrófica vermelha na porção central posterior de dorso de língua (é específica).

- Geralmente acompanha língua saburrosa

- Assintomática ou discreta ardência

- Idiopática (aquilo que não se conhece o motivo, o que originou)

- Alguns casos de atrofia papilar central podem desenvolver o que a literatura chama de lesão beijada, que é quando
tem a candidíase na língua e a cópia no local de repouso da língua (no palato)

 Queilite angular

-Fissura avermelhada em comissura labial (manifestação da candidíase)

- Uni ou bilateral.

- Construção de diagnóstico: Quando unilateral geralmente o paciente é dentado, ou seja, não tem perda de
dimensão vertical, e o fator que está associado é carência nutricional (anemia, leucopenia e falta de vit A e B).
Quando bilateral geralmente está associada a sialorreia, quadros de imunossupressão: paciente AIDS, paciente
idoso)

- Pode ter associação com bactéria: nos casos de quielite angular bilateral, mais ou menos 1/3 é só fungo, outro 1/3
tem associação fungo + bactéria, outro 1/3 tem fungo + bactéria + carência nutricional)

 Estomatite protética

-Mancha vermelha associada a área chapeável da prótese

-Assintomática (mais comum) ou sensação de queimação

-Associação com bactéria (não tem fungo sozinho)

-Palato (muito comum) e rebordo inferior (raro) devido lavagem por saliva.

- Indicado para paciente que faz uso de prótese deixar de usá-la por algum tempo todo dia para favorecer a defesa
através do banho de saliva.

 Hiperplásica

- Rara

-Placa branca não destacável/raspável em região retrocomissural (internamente)

-Assintomática ou discreta ardência

-Imunossupressão e tabagismo pesado

-Diagnóstico diferencial: leucoplasia (faz prova terapêutica, se resolver melhora é candidíase hiperplásica, se não é
leucoplasia)

 Mucocutânea

Tem comprometimento de pele e de mucosa


-Mucosa = pseudomembranosa / Pele = manchas vermelhas com sensação de queimação

-Imunossupressão

-Idade (idoso)

 TRATAMENTO CANDIDÍASE

Tópico

- Nistatina: Controla replicação, não é fungicida. Suspensão; 1 colher de sopa em ¼ de copo d’água, 4 x ao dia.
Tempo: no mínimo o dobro do tempo que levou para a lesão desaparecer. Em bebês 2 a 3 gotas, 4x ao dia; de 7 a 10
dias.

- Miconazol gel oral: Fungicida. Aplicar no interior da prótese (caso de estomatite protética) ou na mucosa. Tempo:
no mínimo o dobro do tempo que levou para a lesão desaparecer. 3 a 4x ao dia.

Sistêmico

Os antifúngicos sistêmicos tem efeitos colaterais hepáticos, logo paciente com problema hepático, tem restrição de
uso. Quando escolher tratamento sistêmico a tópico: quando tem mais sítios anatômicos acometidos, dificuldade de
aplicação no sítio, resposta mais ágil

- Cetoconazol 200mg – 1 comp. ao dia. Tempo: no mínimo o dobro do tempo que levou para a lesão desaparecer. 7 a
10 dias.

- Fluconazol 150mg – 1 comp. ao dia. o efeito no fígado é pior.

 Não precisa associar o tratamento sistêmico ao tópico pois a candidíase é um desequilíbrio na relação
microbiota e hospedeiro. E para retornar ao equilíbrio é preciso erradicar o fator predisponente.
 A escolha entre sistêmico e tópico vai por conveniência de tempo, sitio afetado, adesão do paciente ao
tratamento. O retorno do fungo é pior que a primeira lesão. Os tratamentos tópicos são mais difíceis de
serem cumpridos devido ao número de vezes ao dia, e ao tempo de duração de tratamento que varia de 12
a 21 dias, ou até mais.
 Especificamente para queilite angular: Pomadas com antibiótico e antifúngico, ou só antifúngico
=Cetoconazol + Sulfato de neomicina + betametasona. Para casos unilaterais deve-se prescrever complexo
vitamínico com minerais – Conbiron fólico ou Sufradyn (pois não vai responder só ao medicamento)

INFECÇÕES VIRAIS
HIV - VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

 Agente infeccioso com predileção pelo CD4 e faz com que o CD4 perca a função de apresentar Ag,
promovendo uma depleção (deficiência) de sua função; ele está no organismo, mas não desempenhando sua
função.
 Difícil desenvolver vacina, pois, é um vírus humano-específico (só replica na CD4 humana).
 Existem mais de 20 tipos de drogas voltadas para os nucleotídeos específicos dos vírus inibidores da protease.
 Tem-se 2 tipos de vírus:

HIV 1: alta virulência, alta infectividade, distribuição global

HIV 2: típico da Africa ocidental

 Características gerais:

- É um retrovírus;
- Não é oncogênico;

- Infecta os linfócitos t auxiliares CD4, macrófagos, células dendríticas;

- O vírus precisa estar associado a células; ele fora da célula morre.

- Ele é desativado com desinfetante domestico, alcool, isopropanol, agua oxigenada 10 vol., por 10 minutos a
temperatura ambiente.

 Fluídos que contém o HIV: Sangue, Sêmen, Fluido vaginal e Leite materno , Cérebro-espinhal, Fluido sinovial
e Líquido amniótico
 A saliva propriamente dita não tem o vírus, mas se o paciente possuir uma gengivite ou lesão ulcerativa, por
exemplo, terá na saliva o vírus.

CONTAMINAÇÃO

Para que ocorra qualquer forma de transmissão precisa de um hospedeiro doente e um indivíduo susceptível
(sistema imunológico baixo) e que tenha contato com algum dos fluidos supracitados. Para que uma Pessoa esteja
doente, além de soro positivo, precisa ter uma certa carga viral. A literatura fala que se tem carga viral baixa e
sistema imunológico em alta, também pode ocorrer a contaminação desde que tenha uma frequência alta a
exposição.

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO

 Relações sexuais desprotegidas – Local e frequência influencia. Essa é a forma que mais acontece a
transmissão. Se tiver a relação de homem com homem ou de homem com mulher, quem for receber o
sêmen terá maior chance de se contaminar. A concentração do vírus no fluido vaginal é bem menor do que
no sêmen.
 Uso de drogas com compartilhamento de seringas – No Brasil é muito baixo

TRANSMISSÃO

 Sexual – maior ocorrência. Sendo a de sexo oral de maior risco/prevalência, por ser uma área que terá maior
atrito.

 Parenteral

 Transfusão sanguínea – No brasil é quase zero (principalmente devido ao processamento que é feito com o
sangue)

 Compartilhar agulhas/seringas – tem transmissibilidade baixa (Menos de 1%)

 Acidentes com perfurocortantes – Aproximadamente 2%, já que o vírus só sobrevive dentro de uma célula ou
em um líquido.

 Vertical (mãe – filho)

 Se uma pessoa tiver contato com o vírus, e não for infectada, não produzirá anticorpos (pois isso leva mais
tempo), portanto não dará positivo no teste rápido feito em postos de saúde

TUDO isso aumenta com a frequência. A chance de infecção mostrado acima é em proporção de apenas um contato.

Caso de saúde pública - O HIV é um assunto de saúde pública, porque ainda existem regiões em que não se tem o
controle como no caso de comunidades indígenas (o não uso de preservativo). Uma pessoa pode contaminar uma
comunidade inteira.

 INFECÇÃO MÚLTIPLA

A infeção com HIV não proporciona imunidade contra novas infeções, sobretudo no caso de vírus geneticamente
diferentes. As múltiplas infeções são associadas a uma progressão ainda mais rápida da doença.
A "coinfeção" denomina duas estirpes que aparentam ter sido adquiridas simultaneamente ou num espaço de
tempo curto. Isso significa que a pessoa tem dois tipos de vírus, o que pode estar associado a múltiplos parceiros
(Existem 10 tipos de vírus na atualidade).

A "superinfeção" denomina a infeção com uma segunda estirpe num intervalo de tempo maior, porém em um
paciente sem diagnóstico havendo simultaneamente uma fase crônica e aguda – Tem-se já no corpo um vírus na fase
crônica e tem contado com outro vírus (tendo assim uma fase aguda). Também está relacionada a quantidade
variadas de parceiros.

PATOGENIA

Características importantes:

 O vírus é transmitido por troca de fluidos orgânicos – precisa de ter contado com algum dos fluidos orgânicos já
citados, além de uma porta de entrada para o vírus.

 O vírus persiste no hospedeiro por definitivo, podendo estar em níveis baixos (quando toma o coquetel, por ex.)
ou alto (quando a doença se manifesta).

 A infecção evolui lentamente através de estágios específicos.

 Às vezes, são necessários vários anos para o desenvolvimento da doença (normalmente quando a pessoa tem
um sistema imunológico/modo de vida que desfavorece o desenvolvimento da doença)

ESTÁGIOS DA INFECÇÃO

Infecção Primária: Ocorre replicação viral e viremia (só é detectada em cerca de 6-12 semanas). Por isso, que já se
recomenda a profilaxia do HIV (coquetel), para não ficar todo esse tempo no aguardo/angústia se houve
contaminação ou não.

Disseminação do vírus para órgãos linfoides: 50 a 75% dos indivíduos desenvolve síndrome semelhante à
Mononucleose aguda (sintomas parecidos com o da gripe), em 3 a 6 semanas. Por isso, hoje, todo indivíduo que
tenha suspeita de mononucleose, faz teste para HIV.

Latência clínica: É variada, em alguns casos pode desenvolver rapidamente, em outros não. Terá uma alta taxa de
replicação viral que é condizente com o sistema imunológico, tendo assim aparecimento de sintomas ou a doença,
podendo perdurar por 10 anos. Nesse caso, a pessoa tem a doença e não sabe, ou está tomando coquetel. Tendo
assim uma vida normal.

Doença clínica: Expressão elevada do vírus e surgimento de doenças oportunistas.

Morte – Decorrente das doenças oportunistas. Até 2012 não constava nos registros de morte o óbito por HIV.
Depois dessa época, tinha que colocar: Tuberculose por HIV, Sarcoma de Kaposi por HIV, tendo assim, um registro
epidemiológico. Já que a pessoa não morre por ter AIDS e sim pelas doenças que se tem/agravam devido a
decadência do sistema imunológico.

 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Sorologia:

- Teste rápido: sensibilidade (capacidade do teste em detectar o que se está procurando) e especificidade (ser
específico para um determinado antígeno) – 95 a 98%. Feito com a saliva. A sensibilidade seria detectar que tem um
vírus e a especificidade é detectar que o vírus é HIV.

- ELISA: sensibilidade e especificidade > 98%.

- Western blot: Detecta anticorpos contra proteínas do HIV com peso molecular específico.

Detecção do ácido nucléico ou dos antígenos virais.

PCR
RT-PCR

Contagem de CD4

Carga viral

 A literatura trata o teste rápido e de ELISA como triagem (pois não é 100%, tendo uma margem de erro). E o
Western Blot como exame confirmatório. Assim, pede-se dois testes de triagem e um confirmatório – na
literatura. Mas, normalmente se faz um de triagem (teste rápido ou ELISA) e quando este dá HIV positivo faz
o confirmatório (Western blot, PCR ou RT-PCR).

 A contagem de CD4 e da carga viral é feito quando o teste é positivo para a fabricação de um coquetel
específico (combinação de antivirais e outros medicamentos como antifúngicos – cada pessoa toma um
diferente, de acordo com suas necessidades) e para saber também em qual fase o indivíduo está (infecção
primária, latência, ect). O coquetel é feito de acordo com a carga viral, contagem de CD4 e doenças
oportunistas.

Contagem de CD4:

 Valor de referência normal – 560 a 2700/mm3

 Faz o Tratamento profilático quando a contagem de linfócitos CD4 estiver abaixo de 200/mm3.

 Contagens abaixo de 200/mm3 classifica-se como AIDS independente de apresentar sinais e sintomas.

É importante ressaltar que apenas o medicamento não leva a baixa da carga viral. Existe o fator imunológico que
está intimamente relacionada com o estilo de vida (dormir mal, alimentação, vícios) da pessoa HIV+. Então uma
associação de um bom estilo de vida e do coquetel pode levar a baixa da carga.

FASE SINTOMÁTICA OU AIDS

Gengivite, periodontite tem um comportamento padrão. Logo se fugir desse padrão deve ficar atento, pois o vírus
HIV muda qualquer padrão de doença. Devendo encaminhar esse paciente para a avaliação imunológica que dentre
elas será feito um teste de HIV. Na fase AIDS terá:

• Infecções oportunistas por bactérias, fungos, vírus, protozoários

•Neoplasias pouco comuns Sarcoma de Kaposi e câncer cervical

• Alterações neurológicas encefalopatias, demência

Manifestações de imunodeficiência moderada

Para ser considerado uma imunodeficiência moderada. O sujeito precisa ter a listagem a seguir (pelo menos uma ou
duas doenças). * Deixei só as q ela citou

•Candidíase oral persistente

•Leucoplasia pilosa oral

•Estomatite, gengivite ou periodontite aguda necrosante

•Herpes zoster (≥ 2 episódios ou ≥ 2 dermátomos)

Manifestações de imunodeficiência avançada

São consideradas doenças definidoras da fase AIDS. Para a pessoa ser considerada avançada pode apresentar:

* Deixei so as q ela citou:

•Herpes simples com úlceras mucocutâneas (duração > 1 mês) ou visceral em qualquer localização - foge do padrão.
•Candidíase esofágica ou de traqueia, brônquios ou pulmões (A pessoa apresenta candidíase de boca a anus com
exceção de locais com extremos de PH.

•Sarcoma de Kaposi

Para ser considerado AIDS e com a gravidade dessa fase, os pontos devem somar 20 de acordo com a tabela
abaixo. * Citou diarreia, febre, astenia (fraqueza muscular), Candidíase oral ou leucoplasia pilosa (essa última surgiu
com a AIDS, ela também é um termômetro para a doença – se ela aumenta o paciente está descontrolado, se ela
diminui o coquetel está fazendo efeito). / E Sarcoma de Kaposi. / No caso do Herpes zoster acima de 60 anos é
normal, pois nessa época começa ter a queda de imunidade (para a AIDS, ela se mostra acometendo um dermato (se
for todas as fases) ou mais de um dermato)
Quadro 1 representa – Caquexia / Quadro 2 – Tuberculose / Quadro 5 – Candidíase esofágica / Quadro 6 –
Pneumonia/tuberculose / Quadro 7 – Sarcoma de Kaposi / Quadro 9 – Candidíase / Quadro 12 – tuberculose.

MEDICAMENTOS

 Base de retroviral e dependendo do paciente pode ser medicação única.


 O Ministério da Saúde iniciou em 2014 a oferta da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos
medicamentos Tenofovir (300mg), Lamivudina (300mg) e Efavirenz (600mg)

DENTRE AS DOENÇAS BUCAIS EXISTEM TRÊS GRUPOS DE DOENÇAS:

Grupo I – FORTEMENTE ASSOCIADAS A AIDS

 Candidíase pseudomembranosa, eritematosa e queilite angular

 Leucoplasia pilosa

 Gengivite ulcero-necrosante (GUN)

 Sarcoma de Kaposi

 Linfomas

 Tuberculose (lesão bucal)

Grupo II – Comumente associadas a AIDS

 Ulcerações atípicas

 Doenças de glândulas salivares

 Infecções virais

 Herpes simples

 HPV

 Vírus varicela-zoster

Grupo III – Podem estar associadas a AIDS

 Osteomielite,

 Sinusites

 Carcinoma de células escamosas

 Dentre outras (são doenças bucais que já lidamos diariamente, mas que há uma mudança do padrão).

Leucoplasia pilosa: Placa com coloração branca acizentada /Manchas que não podem ser removidas com
escovação /Textura irregular ou lisa /Raramente provocam dor ou desconforto.

Gengivite linear – A pessoa conversando já pode haver sangramento (sangramento na fronha – que pode ser
gengivite linear ou quadros de leucemia – mas de qualquer forma deve ser encaminhado para o médico).

Ulceração aftosa recorrente (úlcera menor) possuindo três aftas e com longa duração (padrão de 1 a 2 aftas).
Herpes recorrente durando mais do que 10 ou 15 dias, ou do lado esquerdo e direito (padrão 2 a 3 dias de vesícula e
apenas 1 dermato).

Você também pode gostar