Você está na página 1de 30

Sífilis (LUES)

A sífilis é uma doença infectocontagiosa, crônica e


costuma se disseminar sistemicamente.
Faz parte do grupo das IST (infecções sexualmente
transmissíveis), uma vez que a principal forma de contágio
ocorre pela via sexual.
O agente etiológico desta enfermidade é uma bactéria

denominada Treponema pallidum (Tp)


Sífilis (LUES)
Esta infecção ocorre em ambos os gêneros, com
predileção por adultos jovens (cerca de 20 anos de
idade) independente de classe socioeconômica. Apesar
de ser uma doença facilmente diagnosticada e curada,
ainda existe um número crescente de casos na
atualidade, o que demonstra a falta de conhecimento a
respeito das ISTs, bem como o descaso com as medidas
preventivas.
Sífilis (LUES)
As gestantes, rotineiramente, fazem os testes para
detecção da sífilis durante o primeiro trimestre da
gravidez. O diagnóstico e tratamento da sífilis, nesta
etapa, impede que o Tp atravesse a barreira
transplacentária causando danos irreversíveis ao feto.
A doença pode ser vinculada ao aborto fetal, bem
como ser responsável por danos irreversíveis em várias
estruturas do organismo, incluindo surdez, estruturas
dentárias, etc.
A transmissão do Treponema pallidum (Tp)
ocorre a partir de:

• Contato sexual (sêmen, secreções vaginais)

• Transfusão sanguínea (sangue contaminado)

• Transmissão vertical (da gestante para o feto)

• Contato direto com as lesões


A história natural da doença contempla
basicamente 3 estágios:

1. Sífilis Primária
2. Sífilis Secundária
3.Sífilis Terciária
A seguir é possível visualizar um esquema ilustrativo da
evolução da doença nos distintos estágios.
Cerca de 3 semanas após o contato direto com o Treponema pallidum
(Tp), observa-se a presença da lesão primária (denominada cancro de
inoculação). A linfadenopatia regional inflamatória (satélite)
acompanha sempre o cancro sifilítico

SÍFILIS PRIMÁRIA
3 semanas
 Cancro de inoculação
Latência
 Linfadenite satélite (inflamatória)

A duração do cancro é de 3 a 8 semanas. Se


não for diagnosticado e tratado,o cancro involui
espontaneamente, dando a sensação de cura e
entrando em fase de latência (desaparece a
manifestação clínica)
Após algumas semanas ocorre a
disseminação sistêmica do Tp por via
Latência
sanguínea e linfática. Até este momento, era
uma lesão localizada.

SÍFILIS SECUNDÁRIA
Tem duração de semanas a meses.
Manifesta-se clinicamente através Latência
das
 placas mucosas
 roséolas sifilíticas
 linfadenopatia regional

O período de latência no secundarismo sifilítico contempla episódios de remissão


e exacerbação das manifestações clínicas que pode durar meses
SÍFILIS TERCIÁRIA
O período de latência,
As manifestações clínicas
pode ocorrer por meses
desta fase contemplam
a anos, com remissão e
sequelas irreversíveis
exacerbação das
manifestações do  goma sifilítica (usualmente

secundarismo sifilítico. localizada no palato duro)

Sabe-se que cerca de  doenças do Sistema Nervoso

1/3 dos casos evoluem Central

para a fase terciária  doenças do Sistema


Cardiovascular
A lesão característica da SÍFILIS PRIMÁRIA é
denominada cancro de inoculação e ocorre no exato local
da entrada do Tp no organismo.

Cerca de 95% dos cancros de inoculação sifilítica ocorrem


na genitália e 5% em outras localizações, entre elas a
boca. Quando o cancro estiver presente na boca, as
localizações mais frequentes desta manifestação são os
lábios e a língua. Costuma ser uma lesão única e
assintomática.
As características do cancro de
inoculação sifilítica são:
Lesão única, ulcerada com base endurecida (granulomatosa). Se não
for diagnosticada e tratada nesta fase, sofre involução espontânea
(latência), progredindo gradativamente para o estágio secundário da
doença. A disseminação para o secundarismo se dá por via sanguínea ou
linfática.
Sífilis Primária
Cancro de inoculação: lesão única
Linfadenite satélite
Cancro de inoculação labial acompanhado de
linfadenite satélite
As manifestações clínicas presentes
na sífilis secundária são:

 Placas Mucosas (bucais)

 Roséolas Sifilíticas (cutâneas)

 Linfadenopatia Regional Generalizada


(com características inflamatórias)
As manifestações clínicas presentes na
sífilis secundária são:
Placas Mucosas

Apresentam-se na mucosa bucal, como lesões múltiplas,


ulceradas, indolores, em forma de placas esbranquiçadas
(de aspecto perolado), com fundo eritematoso
(avermelhado), acompanhadas de linfadenopatia regional
generalizada.
Sífilis secundária: PLACAS MUCOSAS

 Assintomáticas, múltiplas
 Acometem qualquer sítio
anatômico da mucosa
bucal
 Altamente contagiosas
 Variação no aspecto clínico:
peroladas, avermelhadas...
Sífilis secundária: PLACAS MUCOSAS
Sífilis secundária
A presença de linfadenopatia regional generalizada nas cadeias
ganglionares adjacentes é observada apresentando características
inflamatórias ou seja, os linfonodos são dolorosos, móveis e
superficiais. A presença da linfadenopatia é reacional, devido à
progressão do quadro infeccioso.
Roséola Sifilítica

• Apresentam-se como lesões múltiplas sob a forma de


máculas e/ou pápulas avermelhadas, não pruriginosas,
distribuídas na superfície cutânea. Podem ulcerar,
especialmente quando houver algum tipo de
traumatismo sobreposto.
Sífilis Secundária
Roséolas Sifilíticas
Evolução da Sífilis Secundária

Se as lesões não forem diagnosticadas e tratadas


neste estágio, involuem espontaneamente, entrando
em estágio de latência. Contudo a infecção sistêmica
permanece. O paciente poderá ter episódios de
recorrência (exacerbação e remissão) das lesões do
secundarismo sifilítico, durante meses.
SÍFILIS TERCIÁRIA

• Cerca de 1/3 dos pacientes não-tratados evoluem para o


terciarismo sifilítico.

• É uma condição raramente observada na atualidade, pois os


pacientes costumam ser diagnosticados em estágios mais
precoces.
SÍFILIS TERCIÁRIA

• Quando as lesões deste estágio estiverem presentes,


invariavelmente deixam sequelas ou seja, danos irreversíveis,
mesmo após o diagnóstico e tratamento específico. Nos estágios
primário e secundário, após o tratamento, os pacientes não
apresentam qualquer sequela.

• A goma sifilítica pode ocorrer nesta fase da enfermidade. Trata-se


de um processo inflamatório crônico, progressivamente destrutivo,
com zonas de necrose central. Pode estar presente na pele, nas
mucosas, no esqueleto e em órgãos internos.
SÍFILIS TERCIÁRIA
• A goma sifilítica é a lesão bucal característica do terciarismo sifilítico.
Localiza-se preferentemente no palato duro. Decorre da falta de
nutrição tecidual onde observa-se a endoarterite obliterante (processo
inflamatório na porção interna do vaso sanguíneo, reduzindo a luz do
mesmo e favorecendo a necrose tecidual).
O DIAGNÓSTICO DA SÍFILIS no estágio primário da
doença é feito através dos testes sorológicos (VDRL e
FTA-ABS) acompanhados da pesquisa direta de Tp em
campo escuro. Os testes sorológicos não reagentes
podem configurar um exame falso-negativo. Assim sendo,
é imprescindível fazer, nesta fase, o exame de
microscopia em campo escuro. Na fase primária,
poderemos ter a presença do Tp localmente na lesão
primária, sem que haja a disseminação do mesmo ou a
presença de anticorpos na via circulatória.
O diagnóstico da sífilis no Estágio Primário é feito através
dos testes sorológicos (VDRL e FTA-ABS) e da
microscopia em campo escuro.
 VDRL (pesquisa laboratorial de doenças venéreas)

 FTA-ABS (absorção de anticorpos treponêmicos


fluorescentes)
O diagnóstico da Sífilis nos estágios Secundário e
Terciário poderá ser feito através do teste rápido (TR) e,
nos casos positivos, se indica o teste laboratorial para
confirmação.

 VDRL (pesquisa laboratorial de doenças


venéreas)
 FTA-ABS (absorção de anticorpos
treponêmicos fluorescentes)
Tratamento da Sífilis
É fundamental que o tratamento da doença seja feito em
conjunto com a fonte de contágio ou com as pessoas que
possam ter sido contaminadas pelo paciente

Sífilis evoluindo há menos de 1 ano


Antibioticoterapia

 Penicilina G benzatina ( intramuscular)


2.400.000 UI ( dose única)

OU

 Doxiciclina 100 mg/dia 2x ao dia por 1 mês


CRITÉRIOS DE CURA
 Desaparecimento das lesões

 Garantia de que o paciente fez o


tratamento corretamente
IMPLICAÇÕES PARA A
ODONTOLOGIA

 A sífilis tem manifestações bucais

 A doença pode ser transmitida pelo contato


direto com as lesões, sangue

 O Cirurgião-Dentista, muitas vezes, é o primeiro


profissional que o paciente procura

Você também pode gostar