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Instituto Politécnico Ibn Sina – Extensão de Quelimane

Curso: Técnico de Medicina Geral, Turma 08

Cadeira: Estomatologia

Grupo: 4º

Tema: Sífilis e Asparagilose

Discentes: Docente:
Edema Miguel Dr. Luís Transval
Jorgina Bento
Lasmim Luciano
Latifa Albino
Santos Artur

Quelimane, Março de 2024


Índice
Introdução......................................................................................................................................................3

Sífilis..............................................................................................................................................................4

Vias de transmissão da Sífilis....................................................................................................................4

Classificação da Sífilis...............................................................................................................................4

Manifestações orais da sífilis.........................................................................................................................4

Sífilis primária...........................................................................................................................................4

Manifestações Clínicas da Sífilis primária:...............................................................................................4

Diagnóstico................................................................................................................................................5

Tratamento:................................................................................................................................................5

Sífilis secundária............................................................................................................................................6

Manifestações Clínicas:.............................................................................................................................6

Diagnóstico:...............................................................................................................................................6

Tratamento:................................................................................................................................................7

Sífilis terciária................................................................................................................................................7

Manifestações Clínicas:.............................................................................................................................7

Diagnóstico da sífilis terciária...................................................................................................................8

Tratamento:................................................................................................................................................8

Aspergilose oral.............................................................................................................................................8

Quadro clínico............................................................................................................................................9

Diagnóstico da aspergilose........................................................................................................................9

Tratamento...............................................................................................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................................11

Referência bibliográfica...........................................................................................................................12
Introdução
A sífilis é uma infecção pode afectar qualquer órgão do corpo, sendo a pele, as mucosas, os
olhos, o sistema nervoso central e o sistema cardiovascular os mais envolvidos. Causada pelo
microrganismo Treponema pallidum. A doença tem evolução crónica. Em Moçambique, os
dados da Ronda de Vigilância Epidemiológica (RVE) de 2007 mostrou uma taxa de positividade
da sífilis em mulheres grávidas de 7% (variação de 1% a 26%), com uma tendência crescente da
região sul do país para a região norte. As taxas de positividade foram as seguintes: Sul – 3% (1%
- 18%); Centro – 7% (1% - 16%); Norte – 12%. A aspergilose é uma doença infecciosa
oportunista causada pelo fungo Aspergillus fumigatus, A. Flavus, A. niger e A. terreus, que estão
presentes em diversos ambientes, como solo, pantas, material em decomposição e de obras.
Sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa sistémica, de transmissão sexual, causada pelo microrganismo
Treponema pallidum.

Vias de transmissão da Sífilis


É transmitida pelas seguintes vias:

 Relações sexuais, incluindo os contactos urogenital e anorectal.


 Materno-fetal (sífilis congénita);
 Transfusão de sangue contaminado.

A infecção pode afectar qualquer órgão do corpo, sendo a pele, as mucosas, os olhos, o sistema
nervoso central e o sistema cardiovascular os mais envolvidos. A doença tem evolução crónica.
(KALININ; NETO; PASSARELLI, 2016)

Classificação da Sífilis
A Sífilis pode ser classificada de acordo com o tempo de evolução em estadios clínicos:

Recente (com menos de 1 ano de evolução) e inclui:

 Sífilis primária;
 Sífilis secundária;
 Sífilis latente precoce.

Tardia (com mais de 1 ano de evolução) inclui:

 Sífilis latente tardia;


 Sífilis terciária.

Manifestações orais da sífilis

Sífilis primária

Manifestações Clínicas da Sífilis primária:


 O cancro típico é uma úlcera, habitualmente única, indolor, redonda ou oval;
 A úlcera é de contornos muito regulares, de 0,5 a 2cm, com fundo limpo, superfície lisa,
rosada, exsudato claro;
 A base é dura (cancro duro);
 Evolui com adenopatia regional;
 Se não tratada a lesão inicial cicatriza dentro de 3 a 8 semanas;
 As lesões ocorrem mais comummente nos lábios, mas também em outras regiões como
língua, gengiva, palato, e amígdalas. (GARBIN et al., 2019; NAVAZO-EGUÍA et al.,
2017).

Diagnóstico
É feito com base no quadro clínico. A presença de úlcera indolor de base duro, associada a
adenopatia regional, história de exposição sexual não protegida nos últimos 3 meses, é
fortemente sugestivo de sífilis primária. (PIRES et al., 2014; READ; DONOVAN, 2012).

Neste estádio, os testes serológicos RPR (Rapid Plasm Reagin) e VDRL (Venereal Disease
Research Laboratory), são negativos tornando-se positivos por volta das 6 semanas após a
infecção. (CASTRO-MORA; GUZMÁN-PÉREZ, 2015).
Tratamento:
 Penicilina Benzatinica 2,4 milhões UI I.M. dose única

Em caso de alergia a Penicilina: usar Doxiciclina 100 mg 2x dia por 14 dias.


(OTORRINOLARINGOLOGIA-OFTALMOLOGIA-ESTOMATOLOGIA Pág: 278).

Sífilis secundária

Manifestações Clínicas:
É a fase de generalização da infecção, com aparecimento de sinais e sintomas gerais. Durante
este período surgem sintomas sistémicos tais como:

 Linfoadenopatia indolor
 Dor de garganta, de cabeça e músculo-esqueléticas
 Anorexia
 Perda de peso
 Febre
 Rigidez da nuca (casos raros).

A sífilis afecta principalmente a pele e mucosas e as lesões são bilaterais e simétricas,


aparecendo sob várias formas (por isso a Sífilis é designada de grande imitadora):

 As lesões são placas mucosas múltiplas não dolorosas de cor branco acinzentado e
cobertas por uma superfície ulcerada. Aparecem na língua, gengiva e mucosa oral.
 Todas estas lesões contêm treponemas. (THOMPSON, 2019).

As lesões aparecem em surtos sucessivos. Podem persistir por meses, ou desaparecer


espontaneamente mesmo sem tratamento (caso da sífilis latente), e aparecem mais tarde. Tem
duração de 1 a 6 meses. (CONTRERAS; ZULUAGA; OCAMPO, 2008; FREGNANI et al.,
2017).
Diagnóstico:
O diagnóstico da sífilis secundária baseia-se na clínica, associado a história de exposição sexual
não protegida nos últimos 3 meses. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

Neste estádio, o diagnóstico pode ser confirmado pelos testes RPR ou VDRL que são positivos,
com valores => 1: 8 diluições. (OTORRINOLARINGOLOGIA-OFTALMOLOGIA-
ESTOMATOLOGIA Pág: 277-278).

Normalmente, estes testes têm títulos mais altos na fase secundária da doença.

Tratamento:
 Penicilina Benzatinica 2,4 milhões UI I.M. por semana x 3 semanas

Em caso de alergia a Penicilina: usar Doxiciclina 100 mg 2x dia por 28 dias.


(OTORRINOLARINGOLOGIA-OFTALMOLOGIA-ESTOMATOLOGIA Pag: 278).

Sífilis terciária

Manifestações Clínicas:
 A lesão típica da fase terciária é o goma sifilítico intra-oral que afecta a língua e o palato.
Tem forma nodular, firme que se ulcera e pode produzir perfuração do palato.
 São indolores
 As queixas do doente são geralmente secundariam a dor óssea, que piora durante a noite.

Diagnóstico da sífilis terciária


 O diagnóstico baseia-se na clínica ou seja é feita com base no quadro clínico do
paciente.
Tratamento:
 Penicilina Benzatinica 2,4 milhões UI I.M. por semana x 3 semanas
 Em caso de alergia a Penicilina: usar Doxiciclina 100 mg 2x dia por 28 dias.

Deve-se fazer seguimento do doente aos 3, 6, 12 meses para monitorar o tratamento e possíveis
recidivas; (OTORRINOLARINGOLOGIA-OFTALMOLOGIA-ESTOMATOLOGIA Pag: 278-
279).

Aspergilose oral
A aspergilose é uma doença infecciosa oportunista causada pelo fungo Aspergillus fumigatus, A.
Flavus, A. niger e A. terreus, que estão presentes em diversos ambientes, como solo, pantas,
material em decomposição e de obras. (MEDICINA INERNA DE HARRISON 20ed Pag:579)

Dessa forma, como o fungo pode ser encontrado em diversos ambientes, as pessoas estão em
contacto frequente com o Aspergillus fumigatus, porém nem todas desenvolvem a doença, isso
porque o fungo cresce mais facilmente e leva ao aparecimento de sintomas em pessoas que
possuem o sistema imunológico mais comprometido por doenças, como HIV e lúpus, realização
de transplante ou uso de medicamentos. (CAMERON; LUKEHART, 2014).

Resulta da inalação dos esporos no ar e pode apresentar como:

 Uma alergia no hospedeiro normal;


 Uma infecção localizada do tecido danificado ou;
 Uma infecção invasiva no paciente imunocomprometido.

Esta infecção pode ser adquirida dentro do hospital. (CLEMENT; OKEKE; HICKS, 2015;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Quadro clínico
As manifestações clínicas da aspergilose variam, dependendo do estado imunológico do
hospedeiro e da presença ou ausência de dano tecidual.
No hospedeiro imunocompetente, a doença pode-se apresentar como uma alergia, afectando os
seios paranasais ou o trato broncopulmonar. (SANTOS; SÁ; LAMARCK, 2019).

No hospedeiro imunocomprometido pode evoluir para a forma disseminada afectando vários


órgãos e manifestar-se de acordo com a parte envolvida.

A apresentação clínica oral, é o surgimento de aspersilose após de uma extracção dentária ou


após tratamento endodôntico, (tratamento de canal) particularmente nos seguimentos posteriores
da maxila.
Aparentemente, o tecido danificado predispõe a infecção do seio maxilar, resultando em
sintomas de dor localizada e sensibilidade, acompanhada de secreção nasal.
(OTORRINOLARINGOLOGIA-OFTALMOLOGIA-ESTOMATOLOGIA Pág: 288-289).
Diagnóstico da aspergilose
 Normalmente, cultura fúngica e amostras teciduais histológicas;
 Teste de antígeno de galactomanana no soro e lavado broncoalveolar.

Tratamento
A maioria das infecções fúngicas orais deve ser tratadas e seguidas pelo especialista, devendo o
TMG reconhecê-las e referi – las imediatamente. (OTORRINOLARINGOLOGIA-
OFTALMOLOGIA-ESTOMATOLOGIA Pág: 278).

O tratamento para a aspergilose normalmente é iniciado com o uso de remédios anti-fúngicos,


como o Itraconazol ou a Anfotericina B, que ajudam a eliminar o excesso de fungos do corpo,
ajudando o sistema imune a controlar a infecção e aliviar os sintomas. (MEDICINA INERNA
DE HARRISON 20ed Pag:588-591)

Os anti-fúngicos indicados para tratamento da aspergilose são:

 Itraconazol;
 Fluconazol;
 Voriconazol;
 Posaconazol;
 Caspofungina;
 Micafungina ou formulações de anfotericina B.
Conclusão
Chegado ao fim deste trabalho concluímos que A Sífilis é uma doença infecciosa sistémica, de evolução
crónica, causada pelo Treponema pallidum, cuja transmissão é fundamentalmente pela via transmissão
sexual. Suspeitar sempre de Sífilis quando observar lesões pápulo-descamativas nas regiões palmo
plantares. O tratamento da sífilis é com Penicilina Benzatínica. Em caso de alergia às penicilinas, usar
doxiciclina. A estratégia básica para o controle da transmissão da Sífilis é a prevenção que baseia-se na
informação dos pacientes, em particular das mulheres grávidas, durante qualquer oportunidade de
contacto do indivíduo com o serviço de saúde. Quando não houver disponibilidade de um teste adicional,
todos os doentes com RPR positivo devem ser tratados para sífilis. As manifestações clínicas da
aspergilose variam, dependendo do estado imunológico do hospedeiro e da presença ou ausência de dano
tecidual. No hospedeiro imunocompetente, a doença pode-se apresentar como uma alergia, afectando os
seios paranasais ou o trato broncopulmonar. No hospedeiro imunocomprometido pode evoluir para a
forma disseminada afectando vários órgãos e manifestar-se de acordo com a parte envolvida.
Referência bibliográfica

Neville BW et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 2ª Edição Guanabara Koogan, Rio de Janeiro;
2004;

Moore K; Dalley A. Anatomia Orientada Para A Clínica. 5ª ed. Guanabara Koogan; 2006;

Ministério da Saúde, República de Moçambique. Formulário Nacional de Medicamentos, 5ª


Edição;

Medicina Interna de Harrison 20 edição;

Manual de Otorrinolaringologia-Oftalmologia-Estomatologia).

Tratado de Fisiologia Médica.

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