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AO JUÍZO DA __ VARA DE FAMÍLIA E DE ÓRFÃOS E SUCESSÕES DA CIRCUNSCRIÇÃO


JUDICIÁRIA DE PLANALTINA – DISTRITO FEDERAL

CÉLIA CRISTINA DA CONCEIÇÃO, brasileira, solteira, operadora de


caixa, portadora da RG nº 2.642.349 SSP/DF, CPF nº 034.867.481-30, residente e
domiciliada no Nú cleo Rural Taquara, quadra 2 Lote 19 B, Planaltina-DF, CEP: 73.389-
006, telefone: (61) 98133-3781 (ligaçã o e whatsapp), e-mail:
celiaealessandro85@gmail.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
por intermédio de Defensoria Pú blica do Distrito Federal, Nú cleo Planaltina, com fulcro
na Lei n.º 11.804, de 2008 propor

AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS

em face de MAILTON CÍCERO NEGREIROS MOTA, brasileiro, solteiro, agricultor


(autô nomo), RG desconhecido, CPF 084.099.473-74, residente e domiciliado no Nú cleo
Rural Taquara, Chá cara 55, Planaltina- DF, CEP: 73.389-030, telefone: (61) (61) 98283-
2859 (ligaçã o e whatsapp), e-mail: mailtoncicero8@gmail.com, expondo e requerendo o
seguinte:

I – DOS FATOS

A Autora e o Réu viveram em uniã o está vel por aproximadamente dois


anos.

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O relacionamento do casal envolveu a manutençã o de relaçõ es sexuais


sem a utilizaçã o de métodos contraceptivos, resultando o atual estado de gravidez da
Autora, que já conta com oito meses de gestaçã o (documentos anexados).

Quando a Autora estava com 30 semanas de gestaçã o (7 meses e meio),


as partes tiveram uma discussã o e o Réu a expulsou de casa.

A concepçã o ocorreu durante o período de convivência, nã o havendo


dú vidas a respeito da paternidade que ora se atribui ao Réu.

Desde a separaçã o de fato, o requerido nã o contribui para as despesas


decorrentes da gestaçã o, tampouco fez mençã o de prestar qualquer auxílio financeiro sem
que fosse provocado judicialmente.

A Autora, atualmente, encontra-se desempregada (ninguém empregaria


uma gestante), ela trabalhava esporadicamente de operadora de caixa, mas nã o trabalha
atualmente, contando somente com o auxílio de amigos e familiares, que nã o
conseguem fazer frente à s despesas da gestaçã o. Portanto, sem possibilidades de
atender à s suas necessidades, torna-se imprescindível a contribuiçã o do futuro pai.

O réu, por sua vez, tem condiçõ es de atender as necessidades da autora,


sem desfalque ao indispensá vel ao seu sustento, pois é agricultor (autô nomo),
percebendo remuneraçã o mensal no valor de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais), além
de comissõ es.

II – DO DIREITO

Dispõ e o artigo 2º, da Lei 11804/2008:

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Art. 2o  Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores


suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que
sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a
alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições
preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de
outras que o juiz considere pertinentes.

Como se sabe, existem todas as mudanças físicas, associadas aos


hormô nios, bem como a insegurança e a ansiedade, sentimentos que sempre
acompanham a gravidez. Por outro lado, a melhor garantia para a sustentaçã o da
gravidez é uma alimentaçã o variada. Na opiniã o de vá rios especialistas sã o nos
alimentos ingeridos pela mã e que o bebê encontra importantes fontes de vitaminas, sais
minerais e outros nutrientes, considerados indispensá veis ao desenvolvimento
intrauterino. A boa alimentaçã o auxilia no desenvolvimento celular, no adequado
crescimento ó sseo, enfim, na regular formaçã o do feto, além de interferir no sistema
imunoló gico da gestante.

Neste diapasã o, a autora necessita de alimentos imprescindíveis ao


regular desenvolvimento do feto, bem como para fazer frente aos custos do futuro
nascimento (enxoval, eventuais despesas do parto, incluindo remédios).

Assim, demonstrados os requisitos da necessidade e da possibilidade, e


considerando, ainda, o parâ metro da proporcionalidade, resta claro o direito da autora em
pleitear os alimentos nos termos aqui propostos.

Outrossim, nos termos do artigo 6º, da Lei Nº 11.804/08, encontram-se


presentes os requisitos para antecipaçã o dos efeitos da tutela jurisdicional, haja vista a
comprovaçã o da gravidez da autora e a concepçã o durante a constâ ncia da uniã o está vel,

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bem como o risco de dano irreversível à gestante e ao feto caso insuficientes os recursos
necessá rios para provimento da gestaçã o saudá vel.

III – DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer:

a) a concessã o dos benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA, por


ser pessoa pobre, na acepçã o jurídica do termos, nã o podendo arcar
com as custas processuais e honorá rios advocatícios, sem prejuízo do
pró prio sustento e de sua família, nos termos da Lei;

b) a intimaçã o do Ministério Pú blico para oficiar, nos termos da


lei;

c) a citaçã o do requerido para, querendo, contestar a presente


demanda no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de se sujeitar aos efeitos
da revelia;

d) a antecipaçã o dos alimentos gravídicos, inaudita altera pars,


no valor equivalente a 35% (trinta e cinco por cento) do salário
mínimo a serem depositados na conta bancá ria da Autora, cujos dados
sã o: agência 1088, op 013, Conta Poupança n. 12198-8 da Caixa
Econô mica Federal, até o dia 10 (dez) de cada mês;

e) Ad cautelam, caso Vossa Excelência entenda que nã o estã o


presentes os indícios de paternidade para concessã o da tutela liminar
pretendida, pugna pela designaçã o de audiência de justificaçã o, com
maior brevidade possível, com a oitiva das partes e das testemunhas
arroladas;
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f) Ao final, requer o julgamento de procedência do pedido,


condenando-se o Réu ao pagamento de alimentos gravídicos à Autora
nos termos do pedido liminar;

g) apó s o nascimento com vida, que os alimentos gravídicos


postulados liminarmente sejam convertidos em pensã o alimentícia em
favor da criança (§ ú nico do artigo 6º, da Lei 11.804/2008);

h) A condenaçã o do Réu ao pagamento das custas processuais e de


honorá rios advocatícios, no percentual de 20% do valor da causa, a serem
revertidos em favor do Fundo de Aparelhamento da Defensoria Pú blica do
Distrito Federal - PRODEF.

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos,


especialmente pelo depoimento pessoal da parte Requerida, sob pena de confesso, oitiva
de testemunhas, cujo rol segue abaixo, bem como prova pericial.

A causa tem o valor de R$ 4.620,00 (quatro mil, seiscentos e vinte


reais).
Nesses termos,
Pede deferimento.

Planaltina-DF, 12 de janeiro de 2021.

DORCAS FONSECA DE CARVALHO GUIMARÃES


Defensora Pública

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ROL DE TESTEMUNHAS

MARY POLLYANA FOGAÇA, residente e domiciliada no Núcleo Rural Taquara,


quadra 3, Lote 2 A, Planaltina-DF, CEP:, telefone: (61) 98527-4215;

ÉRICA DE SOUZA SILVA LIMA, residente e domiciliada no Núcleo Rural Taquara,


quadra 3, Lote 8, Planaltina-DF, CEP:, telefone: (61) 98564-3046 e (61) 3483-4476;

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