Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da Vara da Família e

Sucessões da Comarca de Piracicaba/SP.

Julia Santos de Jesus, brasileira, menor, nascida em 30/08/2006, estudante,

representada por sua mãe Sra. Lusiete Aparecida dos Santos, brasileira, divorciada,
desempregada, portadora do RG n. 21.344.383-1, residente e domiciliada à Rua
Dumont, 461, bairro Jardim Sol Nascente, na cidade de Piracicaba, Estado de São
Paulo – SP, CEP: 13.425.804, por sua advogada, conforme instrumento de procuração
anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento na
Lei n. 5.478/68 c/c arts. 1.694 e 1.696 do Código Civil e art. 229 da CF/88, propor a
presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C PEDIDO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS E

REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

em face de:
José Cláudio Costa de Jesus, brasileiro, estado civil desconhecido, autônomo,
residente e domiciliado à Avenida Aureliano Fernandes de Araújo Neto, 571, bloco 6,
ap. 31, bairro Vale do Sol, na cidade de Piracicaba, Estado de São Paulo, CEP:
13.406-054, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

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DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A requerente não possui condições financeiras para arcar com as

custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e da sua
família. Por tais razões, pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela
Constituição Federal, art. 5º, LXXIV e contidos no art. 98 e seguintes do CPC.

DOS FATOS

Conforme faz prova a certidão de nascimento em anexo, a

requerente é filha legítima do requerido. Ocorre que, desde a separação dos genitores,
a menor, que está aos cuidados de sua genitora, não vem recebendo o devido auxílio
de seu pai.

A mãe da requerente trabalhava de forma autônoma como babá,

porém, atualmente encontra-se sem renda, o que a impossibilita de garantir sozinha os
custeios relativos à alimentação, saúde, roupas, lazer e estudos da menor.

Por isso, sendo notório que a criança deve ter auxílio de ambos os
pais em sua criação, as responsabilidades devem ser divididas. No caso, cumpre
mencionar que o réu é autônomo e trabalha no setor da construção civil há anos.       
 
Diante dos fatos aqui expostos, exsurgiu a necessidade de se
ingressar com a presente Ação de Alimentos para fixação do valor da pensão
alimentícia, haja vista a situação financeira da mãe e a necessidade de se
compartilhar as responsabilidades quanto à criação da filha.

DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

                 
Destarte, requer, desde logo, a fixação de alimentos provisórios em
favor da requerente, no percentual de 30% sobre o salário mínimo vigente, a serem

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convertidos, posteriormente, em alimentos definitivos, conforme estabelece o art. 4º da
Lei 5478/68.

Isso porque, a genitora está com dificuldades para arcar, de maneira

isolada, com as despesas da filha. Por tal motivo, a fixação de alimentos provisórios é
essencial à sobrevivência da menor.

DA REGULAMENTAÇÃO DAS VISITAS

A genitora detém a guarda unilateral da menor e assim deseja

manter.

De acordo com a própria genitora, o requerido realiza visitas à menor

em horários inapropriados, sem avisar, e entra na residência materna sem nenhuma
autorização causando constrangimentos tanto à menor quanto à mãe.

Sendo assim, faz-se necessário a regulamentação das visitas da

seguinte forma:

Em qualquer dia e horário, desde que previamente combinado com a

genitora e com a menor, que, por se tratar de adolescente com 16 anos de idade, já
possui maturidade biológica, e, portanto, sua opinião deve ser considerada (art. 12 da
Convenção sobre os Direitos da Criança e art. 100, parágrafo único, XII, do ECA) e,
ainda, que as visitas ocorram fora da residência materna, em local a ser combinado
pelas partes.

DO DIREITO
             
O dever da família de assegurar à criança, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à educação e ao lazer, vem esculpido no art. 227, da
Constituição Federal. Deveres esses que devem ser garantidos pela família, sendo
recíproco entre os pais, cujo dever é de assistir, criar e educar seus filhos menores,
vide art. 229, também da CF.

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 O pedido da parte autora encontra fundamento no art. 1.696, do
Código Civil, o qual prevê que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais
e filhos. Outrossim, nos moldes do art. 1695, do referido Diploma, resta demonstrada a
necessidade, vez que a genitora se encontra desempregada e sem ajuda do pai da
criança para arcar com as despesas da filha.

No mais, até onde a parte requerente tem ciência sobre os

recebimentos do requerido, o mesmo tem possibilidade em prestar a assistência
devida.

Por todo exposto, requer a fixação dos alimentos no valor de 30%

(trinta por cento) do salário mínimo vigente a serem depositados na conta corrente de
propriedade da requerente.

Requer, ainda, seja regulamentada de forma definitiva as visitas do

requerido à menor de acordo com a proposta supramencionada, considerando o
disposto no art. 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90).

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer à Vossa Excelência:

             
a) a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos
do art. 98 e seguintes, do Código de Processo Civil e art. 1º, §
2º, da Lei nº 5.478/68;

b) a fixação de alimentos provisórios, no percentual de 30% do

salário mínimo vigente, com base no art. 4º, da Lei nº 5.478/68;

c) a citação do Requerido para comparecer à Audiência de

Conciliação e Mediação, nos termos do art. 5º, § 1º, da Lei nº
5.478/68;

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 d) a regulamentação das visitas de acordo com a proposta
indicada;

 e) a intervenção do representante do Ministério Público, nos

termos do art. 178, inciso II, do CPC;

f) a procedência do pedido para condenar o requerido ao

pagamento de alimentos definitivos, no percentual de 30% (trinta
por cento) do salário mínimo vigente a serem depositados na
conta corrente de propriedade da representante da menor;

g) a condenação do Requerido ao pagamento das custas e

honorários sucumbenciais, nos termos da Lei; e

h) provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em

direito;
 
Dá-se, à causa, o valor de R$ 4.687,20 (quatro mil seiscentos e oitenta e sete reais e
vinte centavos)

Termos em que,
solicita e aguarda deferimento.

Piracicaba, 30 de janeiro de 2023.

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Mariana Cristina Zago
OAB/SP n. 472921