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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO - PE

NATHALLIA EDUARDA DE LIMA ADELINO ARAÚJO, brasileira, casada,


portadora do RG nº 8.067.052, inscrita no CPF sob o nº 102.812.304-39, residente e
domiciliada na Rua São Vicente de Paula, nº 22, bairro Lagoa Redonda, Vitória de
Santo Antão – PE, por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na
rua Dr. José Augusto, nº 960, bairro matriz, Vitória de Santo Antão-PE, onde
receberá as notificações e intimações futuras, vem perante à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no § 6º do art. 226 da CRFB/88, Emenda Constitucional n.
66/10, Lei n. 6.515/77 e demais dispositivos legais cabíveis, propor

AÇÃO DE DIVÓRCIO C/C COM ALIMENTOS E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

Em face de DIOGENES DA SILVA ARAÚJO, brasileiro, casado, supervisor


de logística, inscrito na CPF nº.07345822427 residente e domiciliado na Rua Beatriz
Carneiro Leão, nº 42. Bairro São Vicente de Paula, CEP: 55604-380, Vitória de
Santo Antão- PE pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Requerente é pobre na acepção jurídica da palavra, sendo assim incapaz


de possuir condições de arcar com os encargos decorrentes do processo sem que

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ocorra prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme declaração de
hipossuficiência em anexo.

Desta forma, requer os benefícios da justiça gratuita, preceituados no artigo


5.º, LXXIV da Carta Magna e do Art. 98 da Lei 13.105/2015.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Com fundamento no art. 319, VII do CPC, a Requerente declara possuir


interesse na realização de audiência de conciliação, portanto, considerando que esta
inicial preenche os requisitos dispostos no art. 334 do mesmo diploma legal, requer
que esta seja designada com maior brevidade possível. Requer ainda a citação do
requerido para que este compareça a referida audiência.

I- DOS FATOS

A Requerente contraiu matrimônio com o Requerido em 10/12/2011, sob o


regime de Comunhão Parcial de Bens. Na constância do casamento o casal não
adquiriu bens móveis ou imóveis que possam serem objetos de partilha na presente
demanda.

Desta união nasceram três filhos menores impúberes: Heitor Vinicius de Lima
Araújo, nascido no dia 11/10/2013, Anna Heloísa de Lima Araújo, nascida no dia
18/09/201 e Diógenes da Silva Araújo, nascido no dia 26/08/2021.

Após sucessivos desentendimentos, o convívio harmonioso do lar acabou.


Diversas foram as tentativas de reconciliação, mas todas se frustraram, os mesmos
se encontram separados de fato desde a mais de 13 dias, permanecendo a cônjuge
no imóvel residencial, situado à Rua São Vicente de Paula, nº 22, bairro Lagoa
Redonda, Vitória de Santo Antão – PE.

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Dessa forma, rompido em caráter definitivo o vínculo conjugal, sem se cogitar
de reconciliação uma vez que, já não mais comungam dos mesmos interesses, pois
lhes falta a principal causa para a continuação do casamento: a affectio maritalis,
ou seja, o ânimo de viver conjuntamente, a requerente está decidida em formalizar o
divórcio, com pedido de alimentos devidos aos seus filhos, regulamentação das
visitas, em observância aos princípios processuais da celeridade, economia e
instrumentalidade.

Ante a impossibilidade de resolver o conflito de forma amigável, não resta


alternativa, para a Requerente, a não ser ajuizar a presente ação, para efeito do
rompimento do vínculo conjugal, haja vista não mais existir possibilidade de
reconciliação.

II- DO DIREITO

Dada a natureza potestativa do divórcio, e que nenhum sujeito está obrigado


a estar unido a outrem se esta não for a sua vontade, bem como não requer a
presença de nenhum requisito prévio do requerente, o direito ao divórcio encontra-se
disposto na Constituição Federal brasileira em seu artigo 226, § 6º, com redação
dada pela Emenda Constitucional 66/2010, cujo teor aduz que:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Seguindo o mandamento presente na Lei Maior Brasileira, o Código Civil, em seu


artigo 1.571, inciso IV, rege que:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:

IV - divórcio.

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Estando portanto o desejo da Requerente à luz do que disciplina o Direito
brasileiro em seu ordenamento jurídico quanto ao divórcio e não existindo a
possibilidade de reconciliação, não resta dúvidas quanto a legitimidade da presente
ação para a solução da lide.

Dos Alimentos Aos Menores

Corroborando com os princípios processuais supracitados, o § 2º, do artigo


327, do Código de Processo Civil, permite a cumulação de pedidos mesmo nos
casos em que cada um deles siga um procedimento diferente, desde que se adote o
rito ordinário, que é o que ocorre na presente Ação.

Neste sentido, digno de nota a lição de Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo


Pamplona Filho no sentido de que “seja qual for a modalidade do divórcio
judicial, os alimentos devidos aos filhos é cláusula fundamental, de natureza
cogente e matriz de ordem pública”.

Portanto, a cumulação de divórcio cumulado com alimentos em favor dos


filhos da requerente se afigura perfeitamente possível no caso em comento, quer
seja com base no artigo 327, § 2º, CPC, ou para respeitar o princípio da
inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF) bem como, a economia e a
celeridade processual.

Sem mais delongas, a obrigação alimentar do requerido decorre do fato dele


ser pai dos menores, que atualmente encontra-se sob a guarda fática da requerente.

Com efeito, o dever alimentar dos pais para com os filhos está expressamente
previsto no artigo 229 Carta Magna, bem como nos artigos 1.694 e 1.696 do Código
Civil.

Neste diapasão, uma vez reconhecida a obrigação alimentar, faz-se


necessário determinar o quantum a ser pago. E aqui nos deparamos com o famoso
binômio necessidade do alimentado e possibilidade do alimentando.

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Pois bem, conforme qualificação apresentada no preâmbulo, o requerido
possui uma profissão específica qual seja supervisor de logística na empresa
Mondelez, podendo assim, ajudar com as despesas dos menores.

De outro lado temos os alimentados, que atualmente tem 9, 1 e 5 anos


de idade, demandando gastos com alimentação, vestuário, educação, saúde e lazer.

Confrontando este binômio e não havendo dúvida quanto à obrigação


alimentar do requerido, aparenta ser plenamente razoável a fixação de pensão
alimentícia em favor dos menores no percentual de 30% dos seus rendimentos
líquidos, obrigando aquele a depositar o valor até o dia 10 de cada mês na conta
corrente da requerente, qual seja: Banco Bradesco, Agencia: 3217, Conta: 52559-6

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Dos Alimentos Provisórios

Para evitar qualquer discussão sobre a possibilidade ou não de concessão de


alimentos provisórios no rito ordinário, far-se-á o pedido de antecipação dos efeitos
da tutela (art. 300, caput, CPC) para fins de sustento dos filhos dos ex-consortes, em
analogia ao que dispõe o artigo 20 da Lei 6.515/77.

Neste contexto temos que o artigo 300, caput, CPC, permite ao magistrado


antecipar os efeitos da tutela “quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.

O requisito exigido pela primeira parte do artigo 300 do Código de Processo


Civil, que costumeiramente é denominado fumus boni iuris, pode se
cristalinamente vislumbrado na certidão de nascimento em anexo.

De outro lado, o artigo 300, in fine, do CPC, estabelece que além da


verossimilhança é preciso que exista aquilo que a práxis forense denomina
como periculum in mora, que no caso em testilha independe de prova (art. 375,

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CPC), uma vez que é inequívoco que o filhos menores e absolutamente incapaz
necessita do amparo de ambos os pais para sobreviver.

Por fim, não há qualquer risco de irreversibilidade, uma vez que a obrigação
alimentar do requerido é inequívoca, e prover o sustento dos filhos cabe
primordialmente aos pais.

Portanto, uma vez demonstrados os requisitos necessários, deve ser


concedido a antecipação dos efeitos da tutela para o fim de condenar o requerido a
pagar pensão alimentícia em favor dos menores.

Da Regulamentação Das Visitas:

Importante salientar que o pai ou a mãe tem o direito de visitar, sobre o


assunto Maria Berenice Dias (Manual de Direito das Família, 2011, p. 447) esclarece
que:

A visitação não é somente um direito assegurado ao pai ou à mãe, é


direito do próprio filho de com eles conviver, o que reforça os
vínculos paterno e materno-filial. (...) Consagrado o princípio proteção
integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário estabelecer
formas de convivência, pois não há proteção possível com a exclusão
do outro genitor.

De acordo com o acatado e no melhor interesse dos menores, à requerente


entende e requer que seja regulamentada a visita da seguinte forma:

 Finais de semana intercalados, um com a mãe e o outro com o pai.


 Feriados intercalados.
 Dias dos pais com o autor buscando os menores às 18 horas da sexta feira e
entregando às 17 horas do domingo.

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DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

a) Que liminarmente seja determinado que o requerido entregue de imediato todos


os documentos pertencentes aos menores.

b) A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, por não ter a


Autora condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu sustento;

c) A citação do requerido para, caso queira, apresentar resposta dentro do prazo


legal sob pena de revelia;

d) A intimação do representante do Ministério Público do Estado de Pernambuco


para participar do feito, nos termos do artigo 178, II, do Código de Processo Civil;

e) A antecipação da tutela para que o réu arque com os alimentos provisórios no


percentual de 30% a serem depositados no Banco Bradesco, Agencia: 3217,
Conta: 52559-6.

f) A expedição de ofício a empresa MONDELEZ, situada na Rua Dois Leões, Vitória


de Santo Antão - PE, CEP 55630-000, na pessoa do seu representante legal,  para
que proceda o pagamento da pensão alimentícia mediante desconto em folha de
pagamento a ser depositado até o dia 10 (dez) de cada mês na conta indicada;

g) Seja julgada procedente a presente ação, convertendo-se os alimentos


provisórios fixados em definitivos;

h) A regulamentação de visitas, designado ao requerido em finais de semanas


alternados. Feriados intercalados. Dias dos pais com o autor buscando os menores
às 18 horas da sexta feira e entregando às 17 horas do domingo;

i) A declaração de extinção do vínculo conjugal entre requerente e requerido,


mediante divórcio, determinando-se a expedição do competente ofício para
averbação junto ao Cartório de Registro Civil onde fora firmado o matrimônio;

j) A condenação do requerido nas custas processuais e honorários advocatícios.

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Consta salientar, que os registros de nascimento dos menores, bem como a
certidão de casamento encontra-se em poder do requerido, que se recusa a
entregar a requerente.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do requerido.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos fiscais.

Nestes Termos,
Pede e espera Deferimento.

Vitória de Santo Antão - PE, 18 de janeiro de 2023

SANDRO SILVA
OAB/PE nº 48.395

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