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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ...

a VARA CÍVEL DE SÃO PAULO


– ESTADO DE SÃO PAULO.

TUTELA DE URGÊNCIA

RICARDO PEREIRA DA SILVA, brasileiro, pessoa física, portador da cédula


de identidade RG n. 27.348.060-2 e devidamente inscrito no CPF/MF sob n.
297.410.208-56, residente e domiciliado à Rua Max Wiliam Silva Gomes, 5 - Recanto
Verde do Sol, São Paulo - SP, CEP: 08382-342, por sua advogada que esta subscreve
(procuração em anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
propor a presente:

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C GUARDA E ALIMENTOS COM


PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de FERNANDA CAROLINA ROSSI SERME DA SILVA, pessoa física,


portadora da cédula de identidade RG n. 41.214.282-X, devidamente inscrita no CPF
n.319.751.118-26, residente e domiciliada à Rua Pedro Zonta, n. 23, São Paulo – SP,
CEP: 03471-100, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. PRELIMINARES DE MÉRITO
1.1 Das Intimações e Publicações
Nos termos do artigo 77, inciso V do CPC, requer que todas as
publicações/notificações nos autos, de seu interesse, sejam feitas única e
exclusivamente em nome de sua advogada Dra. ANDRÉIA FERNANDES DE
ANDRADE, OAB/SP 315.189, sob pena de nulidade.
1.2 Do Benefício da Justiça Gratuita
Preliminarmente, e consoante as recentes alterações introduzidas pela reforma
trabalhista, cabe destacar que o acesso ao Poder Judiciário é assegurado inclusive
aos pobres, consoante o art. 5°, inciso XXXIV, alínea "a", LXXIV, art. 3°, III e IV,
ambos da Constituição Federal. Ademais, no mesmo sentido, a Lei 1060/50, assegura
que o benefício da assistência judiciária gratuita deverá ser assegurado a todo aquele
que declarar não dispor de meios para pagar despesas processuais sem prejuízo do
sustento próprio e da família, exatamente como fez o Exequente através do incluso
documento assinado de próprio punho pela mesma, e sob as penas da lei.
Declara o Autor carecer de condições financeiras para assumir as custas
processuais e honorários advocatícios do presente processo sem o prejuízo do
sustento de sua família e de si.

2. DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS


O Requerente celebrou casamento com a Requerida em 27/05/2006 sob o
regime de comunhão parcial de bens, conforme certidão de casamento anexa aos
autos.
Desta união nasceu o filho Bernardo Rossi Serme da Silva, em 13/05/2016, no
qual atualmente está residindo com a Requerida, que não possibilita que o Requerente
visite ou tenha contato com o mesmo.
Ocorre que em 30/06/2020, tornou-se inviável a vida em comum, ocorrendo a
separação.
Frisa-se que o Requerente e a Requerida não chegam a um acordo comum
quanto aos termos da dissolução de seu vínculo e, além disso, há um filho em comum,
menor de idade, o que demanda a intervenção judicial.

3. Do Mérito
3.1 Da Guarda Compartilhada
Como mencionado anteriormente, a guarda do filho em comum está
atualmente, de forma integral e exclusiva com a Requerida.
A Requerida não está permitindo acesso do Requerente ao filho, impedindo de
realizar visitas e manter contato.
Sobre a Guarda, dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente:
“Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou
adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
termos desta Lei.

§ 3 Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a


relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências
decorrentes da medida.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida,
liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de
adoção por estrangeiros.”
Como podemos evidenciar com a juntada de provas documentais, extraídas
das redes sociais da própria Requerida, o Requerente sempre fora um exemplo de pai.
Esteve presente em todos os momentos da vida do filho, sempre o tratou
excelentemente bem e sempre fora muito presente e atencioso.
Inclusive, a própria Requerida cita que o Requerente é um pai incrível e muito
presente na vida do filho.
Portanto, não há quaisquer motivos para que a Requerida mantenha o
Requerente sem ter a possibilidade de contato e visitas ao filho.
Para isso, requer com urgência a guarda compartilhada do filho.

3.2 Da Tutela de Urgência


Pelo exposto acima, restou demonstrado que o Requerente não está
conseguindo acesso ao seu filho, visto que a Requerida cortou qualquer tipo de
acesso ou visita.
Assim, preceitua o Código de Processo Civil:
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.”
A falta de contato com o filho está trazendo diversos prejuízos ao Requerente e
ao seu filho, fazendo com que o mesmo fique imensamente triste, depressivo e
chateado com a situação atual. É de suma importância o direito de visita do
Requerente e também um direito do da criança em conviver de forma harmoniosa com
o pai, figura tão essencial em seu crescimento e desenvolvimento pessoal.
Quando falamos acerca de guarda, há de se considerar o bem estar do menor,
onde o mesmo possui direito à saúde, à alimentação, à educação, entre outros. Torna-
se totalmente inviável que o menor fique sem contato com seu genitor, a figura paterna
tão essencial em sua educação. Direito esse que lhe fora tirado arbitrariamente por
sua genitora, a Requerida da presente ação.
Nesse contexto, o Requerido deve ser amparado com a medida judicial
almejada, vejamos o que rege o art. 1.583 do CC:
“Art. 1.583 – a guarda será unilateral ou compartilhada:
[...]
§ 2 Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser
dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as
condições fáticas e os interesses dos filhos.
[...]
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos
filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.
[...]
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos
genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de
contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.”
Desse modo, como forma de tutela de urgência, requer desde já a concessão
da possibilidade de visitas e contato do Requerente com o filho, a fim de possuir a
guarda compartilhada, podendo conviver harmoniosamente e participar da criação de
seu filho.
O Requerente possui horário totalmente disponível nos finais de semana,
requerendo assim, que o menor passe os dias de semana com sua genitora e aos
finais de semana, com o genitor.
Portanto, com amparo no art. 303 do Código de Processo Civil, diante das
provas anexadas aos autos, e a restrição imposta arbitrariamente pela Requerida de
restringir visitas e quaisquer contatos que o Requerente tente realizar com seu filho, se
faz necessário a concessão liminarmente da tutela de urgência para que o acesso e
visitas voltem a ocorrer.
3.3 Dos Alimentos
Demonstrado por documentos em anexo, a Requerida possui uma condição
financeira muito mais privilegiada que o Requerente, sendo sócia-proprietária de uma
escola infantil.
Restando a guarda compartilhada configurada, o Requerente necessita do
arbitramento dos alimentos, de forma a ajudar no sustento e criação do filho em
comum.
Para tanto, não poderá prejudicar o seu próprio sustento, devendo o valor
arbitrado ser um valor acessível e confortável para que o Requerente possa contribuir
mensalmente, de forma integral, sem deixar qualquer parcela em aberto.
Por isso, com o arbitramento da guarda compartilhada, o Requerente se
compromete ao pagamento das despesas divididas de forma igualitária entre genitor e
genitora.
Como mencionado anteriormente, o Requerido se compromete a ter a guarda
do menor nos finais de semana, portanto, requer a divisão dos gastos relativos ao
menor divididos igualmente entre as partes, considerando ser a forma mais justa.

3.4 Da Divisão dos Bens


O Requerente e a Requerida contraíram casamento sob o regime de
comunhão parcial de bens, qual seja, o regime de divisão de todos os bens adquiridos
durante o matrimonio de forma igualitária entre as partes.
O Requerente informa que o casal não possui bens a serem partilhados.
Apenas por amor ao debate, caso a Requerida entenda possuir bens a serem
partilhados, requer desde já a divisão de forma igualitária, conforme o regime
adquirido no casamento (certidão anexa).

4. Dos Pedidos
Posto isto, requerendo o acolhimento pelo MM Juízo, o Requerente protesta
pela TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, nos seguintes termos:
a) Requer a Vossa Excelência que determine a notificação da Requerida,
para querendo, contestar a presente dentro do prazo legal;
b) Requer procedente o benefício da assistência judiciária gratuita por ser
pessoa pobre e não possuir condições de arcar com eventuais custas do processo
sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família;
c) Requer procedente o pedido de tutela de urgência, procedendo a
guarda
compartilhada, para que o Requerido tenha acesso imediato ao menor, com as visitas
constantes;
d) Requer, ao final, caso não haja acordo, julgada procedente presente
ação, com a decretação do divórcio, e após as formalidades da lei, a expedição de
mandado de averbação nos termos da lei;
e) Requer a procedência da guarda compartilhada, com o objetivo do
menor
permanecer com sua genitora nos dias de semana, ou seja, segunda a sexta feira e
com o seu genitor aos finais de semana, qual seja, sábado e domingo;
f) Requer a condenação da Requerida ao pagamento de custas e
honorários por ter dado causa à presente demanda litigiosa.

Para tanto, requer ainda o Requerente:


Protesta por todas as provas em direito admitidas, em especial pela produção
de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, além da juntada de
novos documentos e demais meios que se fizerem necessários, sem exceção de
nenhuma por mais específica que seja, devendo a presente ao final ser julgada
totalmente procedente.

Dá-se a causa o valor de R$1.000,00 (mil reais).

Termos em que,
Pede Deferimento.
São Paulo, 7 de dezembro de 2020.
ANDREIA FERNANDES DE ANDRADE
OAB/SP 315.189

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