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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _______ VARA

DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA - CE.


*PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO CONFORME PREVISÃO DO ESTATUTO DO IDOSO LEI
Nº 10.741/03
AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE VISITAS AVOENGAS COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA

-----------------------, brasileiro, divorciado, aposentado, portador da cédula de identidade RG


nº -------------------, inscrito no CPF sob nº ------------------, residente e domiciliado à Rua
--------------, Bairro --------------, CEP ---------------, Fortaleza – CE, por sua procuradora que ao
final subscreve, vem, respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, propor a
presente
AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE VISITAS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA:
Em face de ---------------, brasileira, casada, médica, inscrita no CPF: ------------, residente e
domiciliada na Rua ----------, nº -------, apto -----, Bairro -------, CEP: -------, Fortaleza-CE.,
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir alinhados:
DA PRELIMINAR DE JUSTIÇA GRATUITA
Requer os benefícios de Assistência Judiciá ria Gratuita de acordo com a Lei 1.060/50, em
seu art. 4º, dada a impossibilidade financeira de arcar com o dispêndio decorrente da lide
sem prejuízo de seu pró prio sustento, nos termos da declaraçã o em anexo, razã o pela qual
suplica, desde já , o teor do preconizado no art. 98 da Lei 13.105/15.
Destaca-se que neste sentido é a orientaçã o jurisprudencial do STJ, inclusive, sendo firme
em recepcionar o benefício, senã o vejamos:
“EMENTA: Assistência Judiciária. Benefício postulado na inicial, que se faz acompanhar por
declaração firmada pelo Autor. Inexigibilidade de outras providências. Não-revogação do art.
4º da Lei nº 1.060/50 pelo disposto no inciso LXXIV do art. 5º da Constituição. Precedentes.
Recurso conhecido e provido”.
“Em princípio, a simples declaração firmada pela parte que requer o benefício da assistência
judiciária, dizendo-se ‘pobre nos termos da lei’, desprovida de recursos para arcar com as
despesas do processo e com o pagamento de honorários de advogado, é, na medida em que
dotada de presunção iuris tantum de veracidade, ser suficiente à concessão do benefício
legal.”
Porquanto, observa-se que o artigo retro mencionado, da Constituiçã o Federal, nã o
revogou o art. 4º, § 1º, da Lei 1060/50, in verbis:
“Art. 4º - A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação,
na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
§ 1º - Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos
desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais”.
Neste sentido, a afirmaçã o de hipossuficiência da parte é dotada de presunçã o juris tantum
em favor de quem a alega, cabendo à outra parte trazer aos autos prova contundente de
que a beneficiá ria possui condiçõ es financeiras de arcar com os ô nus processuais, conforme
entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça:
“PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE POBREZA.
DESNECESSIDADE DO REQUERENTE COMPROVAR SUA SITUAÇÃO. 1. É desnecessária a
comprovação do estado de pobreza pelo requerente, a fim de lograr a concessão de
assistência judiciária, sendo suficiente a sua afirmação de que não está em condições
para arcar com as custas processuais, presumindo-se a condição de pobreza, até prova
em contrário. Agravo regimental desprovido.”
“JUSTIÇA GRATUITA. HIPÓTESES DE DEFERIMENTO.DECISÃO IMPLÍCITA. DESERÇÃO. 1. A
jurisprudência desta Corte Superior admite a concessão da assistência judiciária
gratuita mediante a simples declaração, pelo requerente, deque não pode custear a
demanda sem prejuízo da sua própria manutenção e da sua família. 2. Apresentado o
pedido, e não havendo indeferimento expresso, não se pode, em princípio, estabelecer uma
presunção em sentido contrário ao seu deferimento, mas sim a seu favor. Precedentes (...).”
Portanto, ressalte-se que, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a
declaraçã o de hipossuficiência firmada pela Requerente tem presunçã o iuris tantum de
veracidade, sendo, portanto, suficiente para a concessã o do benefício pleiteado.
I - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
O REQUERENTE, em observâ ncia ao art. 319, VII do Có digo de processo civil, opta pela
realizaçã o da audiência de conciliaçã o uma vez que se trata de matéria envolvendo menor,
razã o pela qual se faz necessá rio empreender todos os esforços possíveis a manter o
melhor interesse da criança.
II – DOS FATOS
Os autores sã o avó s paternos do menor impú bere ------------, nascido em 05/11/2013, e
sempre mantiveram uma convivência saudá vel com a criança.
A requerida, genitora da menor, possui até o presente momento a guarda unilateral da
criança, pois enfrenta uma batalha judicial com o genitor da mesma.
Ocorre que os Autores, ora Avó s Paternos nã o tem acesso à criança, pois a genitora nã o
permite que a mesma tenha qualquer contato com os Avó s Paternos.
A avó paterna presenteou a neta com um celular na esperança por telefone, manter contato
com a neta, o que foi de pronto proibido pela genitora. Buscou-se também contato
telefô nico através do celular da babá , o que segundo a mesma em resposta a avó paterna,
estava proibida de deixar avó e neta se comunicarem.
Requerida possui conflitos com os requerentes devido aos conturbados conflitos
decorrentes do divó rcio do filho dos autores, por isso, impede que a criança tenha contato
com os mesmos, que por sinal sofrem muito com esta separaçã o.
Compreende-se excelência, a gravidade das acusaçõ es feitas da genitora ao pai da menor,
filho dos demandantes, porém, tais acusaçõ es merecem apuraçã o e comprovaçã o nã o
podendo ser os avó s punidos pelas supostas prá ticas do filho.
Nessa idade, a criança necessita de acompanhamento familiar, principalmente dos avó s que
oferecem amor, carinho e educaçã o.
Ocorre Excelência, que segundo os Avó s Paternos, ora demandantes, a requerida impede de
forma reiterada a convivência entre a criança e os mesmos, proibindo que com estes, a
menor mantenha qualquer tipo de contato.
Tal atitude vem causando extremo sofrimento aos Requerentes, bem como à sua neta, que
sente falta do convívio harmonioso e saudá vel que estabeleceram entre si.
Desta feita, os Avó s ao questionarem todos esses acontecimentos e relatos feitos pela
criança junto à requerida, que nã o quer que os Requerentes tenham mais contato com à
neta, nã o obtiverem êxito. Por esse motivo, nã o restou alternativa, que o ingresso da
presente demanda para que os Avó s Paternos exerçam o seu direito de visita à neta.
Diante disto, e tendo em vista o melhor interesse e o bem estar da menor, faz-se necessá ria
a presente açã o para regularizar judicialmente o direito de visitas dos autores em relaçã o à
criança, e assim, permitir que seus avó s paternos continuem a proporcionar-lhe todo o
cuidado e apoio afetivo de que necessita.
III - DO DIREITO
A lei nº 12.398/2011 estende aos avó s o direito de convivência com os netos, onde
acrescentou ao art. 1.589 do Có digo Civil o pará gra ú nico:
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em
sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como
fiscalizar sua manutenção e educação.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz,
observados os interesses da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.398, de 2011)
(grifo nosso)
Preceitua o artigo 227, caput, da Constituiçã o Federal:
Art. 227 – É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
Para maior amplitude, traz a este juízo sentença extraída da Obra de Galeno Lacerda na sua
obra Direito de Família, casos selecionados. Rio de Janeiro: Forense, v. III, 2000, pá ginas
18-20, por ser esta sensível e humana, sendo a sua transcriçã o necessá ria nesta ocasiã o:
“Examinada a espécie, tenho para mim que o caso sub judice não é de amor contido pela
força; é de puro, triste e condenável desamor!... Faço a primeira afirmação porque o
depoimento da autora acabou não confirmando relação causal direta e concreta entre
quaisquer ações da demandada e a omissão afetiva de seus filhos. Ouso a segunda, porque não
vislumbro neles algum motivo suficientemente forte que lhes justifique a recusa. Creio poder,
em rápidas pinceladas, retratar as partes envolvidas. De um lado, uma anciã solitária, viúva,
sem saúde para arrostar os três andares de escada que, à falta de um elevador, constituem o
exclusivo acesso à morada dos netos. De outro, uma mulher descasada, que não restringe, mas
também não estimula aquilo que seria saudável intercâmbio de ternura, e que, ao menos
aparentemente, não conseguiu poupar os filhos de uma participação muito envolvente em sua
derrocada matrimonial. Entre elas, os dois adolescentes, imbuídos de verdades absolutas e de
uma visão maniqueísta do drama familiar. Que o não visitar a avó tenha sido uma
deliberação voluntária deles, parece-me evidência consumada. Recolho com reservas os seus
pretensos fundamentos. Admito, como quer ‘C’ (fls. 77v.), possa a pobre velha tornar-se
incômoda por lhes falar do filho, pessoa contra quem o rapaz não esconde um forte rancor.
Contudo, não vejo nessa inconveniência, único argumento apontado, causa de
insuportabilidade ponderável, capaz de justificar um afastamento. Desprezadas, pois, as
filigranas de cunho psicológico, penso que os dois jovens estejam apenas procedendo com o
individualismo egoísta que vai tornando a pedra fundamental da sociedade moderna, e que
reserva aos velhos as mais dolorosas e cruéis de suas farpas. Acusados de improdutivos,
encarados como coisas imprestáveis, mal amados ou desamados, os velhos perdem espaços e
cada vez encontram menos lugar. Já não aconselham, porque não têm ouvintes; já não
produzem, porque são desacreditados; já não participam, porque se decretou fossem
marginalizados.
Particularmente, acredito que as pessoas não nascem amantes; são ensinadas a amar. E
parece-me gravíssima omissão que não se lhes ensine. Que não se lhes grave indelevelmente o
que escreveu Thiago de Melo nos Estatutos do Homem: ‘Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu amor. Mas que, sobretudo, tenha sempre o sabor quente da
ternura. ’ A manifesta inclinação de ‘C’ no sentido de ‘manter com a avó um relacionamento à
certa distância, visitando-a eventualmente quando lhe for possível’, pode ser cômoda,
explicável e até compreensível, mas isso não a torna menos egocêntrica...
Diria, via de consequência, que a aspiração da autora (cujo provimento, ainda no arrepio de
textos legais expressos, o venerando acórdão de fls. 64-72 demonstrou possível em tese)
esbarra na inexistência de reciprocidade. Ela quer, no fundo, uma prestação de afeto, e os
netos recusam mesmo uma presença convencional, esgrimindo com o constrangimento que
lhes seria imposto por uma sentença que determinasse a realização das visitas. Não me
parece, nessa sede, bom argumento.
Conquanto irreversível que o menor adquira, muito jovem, maior independência, nem por isso
se nega aos pais ou ao Estado um poder/dever de cerceá-los e constrangê-los no interesse de
sua formação, como ocorre, v.g., nos casos de internamento em colégios, que independem da
aquiescência do internado. Se a isso e a mais se chega validamente, com maior razão se
poderá impor alguma disciplina no campo do vínculo da solidariedade familiar, que não se
concebe ausente de um caráter medianamente estruturado. Quem, como o homem moderno,
aprende desde cedo a quase tudo sacrificar no altar alheio das convenções e dos modismos,
pode perfeitamente aprender a dar de si uma oferenda ínfima à própria estirpe, para, no
mínimo, poder um dia pedir outro tanto. Uma sentença que negasse, por esse prisma, a
pretensão da autora, pessoa fisicamente impedida de ir ter com os que lhe são caros, mais do
que negá-la afirmaria um odioso ‘direito à indiferença’ divorciando-se daquele mínimo ético
que constitui parte essencial do ideal jurídico de uma civilização. Evidente, pois, que o ponto
nevrálgico do caso repousa na duvidosa eficácia e na discutível exequibilidade do decisum. O
amor não se impõe; o afeto não pode ser extorquido. Posso, enquanto menores,
mandar ou fazer conduzir os netos à presença da avó. Não posso determinar que a
amem. Todavia, sempre entendi, que não se nega um direito porque duvidosa a sua
execução. Coube-me ouvir a autora, vê-la chorar, e, nada encontrando que lhe
desampare a súplica, iria contra minha consciência o subtrair-lhe a oportunidade de,
ao menos, tentar! Se for inevitável que a doçura almejada se converta em amargo fel,
que o carinho tenha por recompensa a incompreensão, que isso se faça por obra de
outrem. Acho que, no fundo, confio na generosidade dos jovens, no potencial imenso de
suas almas, e na sensibilidade de quem, sendo mãe e educadora, será amanhã,
também uma avó.”
Conforme estabelecido de forma expressa no texto constitucional, a criança deve ter
garantidos de forma prioritá ria, todos os direitos fundamentais inerentes à sua condiçã o de
ser humano e imprescindível para que se desenvolva de forma digna e propícia para a sua
saú de física, mental e intelectual.
Com isto, em respeito ao Princípio da Solidariedade Familiar, a convivência entre a pessoa
em formaçã o e seus parentes deve ser estabelecida de forma plena desde o seu nascimento,
ou seja, sem qualquer tipo de condiçã o ou restriçã o. É imprescindível que a criança tenha
contato com seus familiares para um desenvolvimento saudá vel.
Maria Berenice Dias acerca do assunto entende que: “Quando a Constituição (CF 227) e o
ECA asseguram o direito à convivência familiar, não estabelecem limites. Como os vínculos
parenterais não se esgotam entre pais e filhos, apesar do silencio legal, o direito de
convivência estende-se aos avós de conviverem com seus netos.”
Assim, nã o se podem impedir visitas entre avó s e netos, o que já vem, de há muito, sendo
consagrado pela jurisprudência. Tal direito deve ser conjugado com o principio do melhor
interesse da criança, fundamentando-se na prerrogativa do neto de ser visitado por seus
ascendentes ou por qualquer parente que com ele mantenha laços de afeto, de
solidariedade, de respeito e amor. A criança tem o direito de personalidade de ser visitada
nã o só pelos avó s, como também pelos bisavó s, irmã os, tios, primos, padrinho, madrinha,
enfim, por toda e qualquer pessoa que lhe tenha afeto.
O Tribunal de Justiça de Rio Grande do Sul afirma em Jurisprudência
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS AVOENGAS. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. MANUTENÇÃO. 1. Todas as crianças ou adolescentes têm direito a serem
criados e educados no seio da sua família, no que se insere a convivência com os avós,
devendo ser assegurada, na medida do possível, a preservação e o fortalecimento de
vínculos afetivos saudáveis. 2. No caso, a despeito de animosidades entre a o genitor e a avó
materna do infante, não foi apurada qualquer situação a contraindicar o seu convívio com o
neto, com o que deve ser mantida a procedência do pedido de regulamentação das visitas,
providência indicada pelo estudo social realizado na origem. APELO DESPROVIDO. (Apelação
Cível Nº 70077385391, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo
Moreira Lins Pastl, Julgado em 16/08/2018). (TJ-RS - AC: 70077385391 RS, Relator: Ricardo
Moreira Lins Pastl, Data de Julgamento: 16/08/2018, Oitava Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 23/08/2018)(grifo nosso)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. VISITAS DOS AVÓS
PATERNOS À NETA NA CASA DA GENITORA. MANUTENÇÃO. PRESERVAÇÃO DO CONVÍVIO
SAUDÁVEL ENTRE A MENOR E SEUS FAMILIARES. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA
CRIANÇA. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de
Instrumento Nº 70076062751, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em 28/02/2018).(TJ-RS - AI: 70076062751 RS, Relator:
Sandra Brisolara Medeiros, Data de Julgamento: 28/02/2018, Sétima Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 02/03/2018)(grifo nosso)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA CUMULADA COM REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS.
PRINCÍPIO DO BEM-ESTAR DO MENOR. DISPUTA ENTRE A GENITORA E A AVÓ PATERNA. I -
As questões atinentes à guarda devem sempre ser decididas tendo como norte o princípio do
bem-estar do menor, assim como devem ser evitadas, sempre que possível, alterações da
situação de fato, na medida em que acarretam modificações na rotina de vida e nos
referenciais do menor, e, por conseguinte, geram transtornos de toda ordem. Nesse contexto,
deve ser confirmada a sentença que deferiu a guarda à genitora, tendo em vista que
corresponde à vontade do menino e atende ao princípio do melhor interesse. II - A avó tem o
direito de exercer a visitação em relação ao neto e este tem o direito de receber o afeto
avoengo, bem como de estreitar - ou estabelecer - laços de convivência familiar e ampliar a
convivência social. Mantida a visitação regulametada na sentença. RECURSOS DESPROVIDOS.
(Apelação Cível Nº 70075555755, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 22/11/2017).(TJ-RS - AC: 70075555755 RS,
Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Data de Julgamento: 22/11/2017, Sétima Câmara
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 24/11/2017)
Na qualidade de parentes diretos dos netos, a convivência avoenga é uma das maneiras de
respeito as garantias constitucionais descritos no art. 227 da Carta Magna, razã o pela qual
deve o juízo considerar o interesse da menor em manter-se integrada a convivência
familiar, inclusive, com os avó s que tanto a amam.
IV – DAS VISITAS
Com o intuito de preservar os direitos dos avó s e da menor em continuarem a convivência
familiar e manter os laços já criados, requererem a regulamentaçã o do direito de visitas
nos seguintes termos:
a) Os avó s paternos deverã o, passar um final de semana no mês com a neta, recolhendo a
criança à s 17:30 horas da sexta-feira, e a devolvendo à requerida à s 21:00 horas do
domingo;
b) Os avó s paternos deverã o, também de forma alternada, buscarem a criança para
passarem com esta a data de seu aniversá rio, e do aniversá rio dos Requerentes;
c) Nas férias escolares da criança, os avó s terã o direito à 1/3 das mesmas;
d) As festividades de carnaval, semana santa, bem como natal e final de ano, os avó s
desejam participar com a Neta, ainda que seja apenas para passar um dia em cada um dos
feriados prolongados, recolhendo a menor à s 8 horas e devolvendo até à s 22 horas do
mesmo dia.
V – DO PEDIDO LIMINAR
Nã o há controvérsia acerca do direito dos demandantes, conforme já explicitado, os
requerentes sempre mantiveram exemplar relacionamento com a neta e necessitam se
resguardar com a regularizaçã o de visitas provisó ria em relaçã o ao mesmo, posto que, nã o
lhes tem sido permitido sequer o direito de visitar a criança por parte da genitora da
menor, o que lhes causa extrema preocupaçã o acerca das atuais condiçõ es em que esta se
encontra.
Conforme os art. 300 do Có digo de Processo Civil, requer a antecipaçã o da tutela inaudita
altera pars para que os avó s paternos possam exercer o seu direito de visitas.
Presente o requisito na verossimilhança das alegaçõ es bem como a prova inequívoca,
mister destacar que a melhor prova da imperiosidade da antecipaçã o da tutela é o sucesso
de ser necessá rio aos autores, para que possam exercer o seu direito de visitas, a
propositura da presente demanda.
Também resta evidente o dano irrepará vel, pois,impossibilitados de manter contato com a
neta, jamais recuperará as horas perdidas, como afirma o cediço brocardo factum nequit
infectum, prolongando um sofrimento e temor de que ao longo tempo de distâ ncia ante a
curta idade da neta, esta possa esquecê-los com o passar do tempo, afinal, já sã o 5 (cinco)
meses em que nã o a têm no colo.
No presente caso, nã o se pode aguardar a citaçã o da parte contrá ria, pois tal procedimento
prorrogaria ainda mais a distâ ncia de avó s e neta, prejudicando de forma irrepará vel o
direito de ambos. Ademais, o art. 4º da Lei nº 12.318/2010, permite a concessã o de
medidas provisó rias inaudita altera pars para que se resguarde o direito da infante, onde se
inclui a determinaçã o de tramitaçã o prioritá ria ao processo e faz ressalva ao direito de
visita.
Neste sentido, já demonstrada as condiçõ es para que a tutela antecipada seja concedida e
buscando garantir o resultado fá tico da presente açã o, requer o provimento dos pedidos
narrados nessa exordial, ou concedida a tutela antecipada, sendo fixada a sançã o
pecuniá ria no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) em caso de eventual descumprimento.
Ademais, a emergência da medida se impõ e, para que os avó s maternos do menor voltem a
lhe proporcionar todos os cuidados imprescindíveis à sua criaçã o, garantindo desta forma,
o seu bem-estar e a sua dignidade.
IV- DOS REQUERIMENTOS
Diante dos fatos e fundamentos legais acima articulados, requer a Vossa Excelência em
cará ter de urgência:
a) Seja concedido aos requerentes, de plano, o benefício da Justiça Gratuita, haja vista que
os mesmos nã o possuem condiçõ es econô micas e/ou financeiras de arcarem com as custas
processuais e demais despesas aplicá veis à espécie, sem prejuízo pró prio ou de sua família,
nos termos da inclusa DECLARAÇÃ O DE HIPOSSUFICIENTE;
b) A tramitaçã o prioritá ria do presente processo, consoante determinaçã o do ESTATUTO
DO IDOSO LEI Nº 10.741/03;
c) Seja deferida liminarmente a REGULARIZAÇÃ O DO DIREITO DE VISITAS AOS AVÓ S (Art.
300 do CPC), inaudita altera pars para que os autores exerçam de imediato o seu direito
nos termos acima mencionados, para que os mesmos voltem a promover os cuidados
imprescindíveis ao bem-estar de sua neta;
d) A citaçã o da demandada para que compareça a audiência de conciliaçã o, instruçã o e
julgamento, a ser designada por este juízo, onde poderá oferecer resposta, sob pena de
revelia (Art. 344 do CPC);
e) A regulamentaçã o de visitas conforme acima delineado;
f) Seja ouvido o ilustre Representante Ministerial no feito;·.
g) Seja determinada a realizaçã o de estudo psico-social avaliativo;
h) Seja fixada sançã o pecuniá ria, na forma descrita nos termos do art. 814 do CPC, no valor
de R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia, na eventualidade de a ré descumprir a decisã o que
antecipe os efeitos da tutela ou senteça de mérito.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos,
principalmente pelo depoimento das testemunhas arroladas.
Dá -se a presente causa o valor de R$ 998,00 (Novecentos e noventa e oito reais),
meramente para efeitos fiscais.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza-CE, 05 de Fevereiro de 2018.
FRANCISCA ROSÂNIA SILVA DE SOUSA
OAB/CE 35.679

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