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AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA COMARCA DE

___________________ /UF.

(Nome, qualificação, CPF, RG, profissão, endereço DA (O) GENITOR


(A)), vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos
artigos 1.583 do Código Civil, 33, § 1º da Lei 8.069/90 e 300 do Código de
Processo Civil propor:

AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA UNILATERAL COM


PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de (Nome, qualificação, CPF, RG, profissão, endereço DO REQUERIDO) ,


pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Preliminarmente, requer a parte que lhe seja concedido o benefício da
justiça gratuita, em razão do fato de não possuir recursos suficientes para
custear o processo, sem que comprometa o sustento próprio, visto que não
possui condições de arcar com as custas judiciais, sem que isso lhe prejudique a
sua subsistência mínima.

De efeito, o pedido ora posto encontra respaldo nas cláusulas pétreas


esculpidas nos incisos XXXIV e LXXIV, ambos do Artigo 5º da Carta Magna e
no Artigo 98 do Código de Processo Civil, que garantem o acesso gratuito ao
Poder Judiciário, que dispõe, respectivamente:

“à parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante


simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em
condições de pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.

“A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.”

II. DOS FATOS: (ESTE É UM EXEMPLO DE FATOS)

A menor XXXXX, impúbere, é filha da autora, é fruto de um momento


entre a requerente e o requerido, no entanto, ainda no período de gestação ao
informar ao genitor que a mesma estava grávida, o genitor instruiu a autora
para que se realizasse o aborto, o que não ocorreu, a menor foi concebida e o
mesmo não a registrou, conforme se comprova através da certidão de
nascimento em anexo.

A requerente vem por meio deste, pedir a guarda unilateral de sua


filha, pois entende que se o genitor em nenhum momento da gravidez, buscou
entrar em contato com a genitora da menor, para ajudar com as despesas, e
arcar com suas responsabilidades como pai, sendo incapaz de sequer registrar
a menor em seu nome, a mesma não vê razões para que o mesmo tenha acesso
a criação e convívio com a criança.

Diante dos fatos expostos, a genitora vem por meio desta ação expor o
seu desejo de oficializar a guarda unilateral, pois encontra-se extremamente
constrangida com as ameaças que vem sofrendo do genitor, com relação a
guarda da criança, e através de suas ações, e fazendo temer cada vez mais que
o mesmo tenha contato com sua filha, desde é pedido a total compreensão
deste Juízo para com a situação presente, e que seja acatado a guarda
unilateral para a genitora, o que claramente, será indubitavelmente mais
saudável na criação e desenvolvimento da menor.

III. DOS PRESSUPOSTOS DA TUTELA DE URGÊNCIA


Diante de todo o exposto, não pairam dúvidas para que, num gesto de
estrita justiça, seja concedida liminarmente a guarda unilateral e provisória da
menor xxxxx(nome da menor) em favor de XXXX (nome da requerente) , a fim
de evitar uma mudança repentina na vida da menor que já está totalmente
adaptada à rotina da mãe.

A plausibilidade jurídica da concessão da liminar encontra-se


devidamente caracterizada. O “fumus boni iuris” se faz presente nos elementos
fáticos e jurídicos trazidos à colação, os quais demonstram todo suporte
probatório necessário para a concessão da medida. Por sua vez, o “ periculum
in mora” está no fato das constantes “ameaças” do genitor em levar à criança
para sua criação sem ter a menor condição de cria-la dignamente, pois como já
citado acima, a convivência com suas duas outras filhas fala por si só, sendo
imprescindível a rápida intervenção jurídica para concessão da guarda
unilateral da menor em favor da genitora.

Neste ínterim, não há que se falar em perigo de irreversibilidade dos


efeitos, uma vez que deferida a tutela de urgência, a situação fática atual não
se alterará, ou seja, a menor continuará residindo com a mãe.

IV. DO DIREITO

01- DA GUARDA

A requerente já vem exercendo a guarda de forma unilateral de fato, no


qual vem pretendendo permanecer, haja vista que o requerido como citado
nos fatos, não apresenta a menor condição psicológica de arcar com a guarda
compartilhada da menor, pois como supracitado, não seria possível nem
mesmo a guarda compartilhada, em face de que se a mesma for decretada
haverá sensível prejuízo para com a criação da menor, pois além do possível
abalo emocional, o mesmo ainda vem praticando alienação parental, para com
a menor e como já desenvolvido nos fatos acima, o mesmo em nenhum
momento da gestação, arcou com suas responsabilidades, o que no momento
irá prejudicar enormemente o desenvolvimento da menor.
É certo e consabido que houvera alteração significante no que se refere à
guarda compartilhada. É dizer, com a edição da Lei nº. 13058/2014, a guarda
compartilhada passa a ser a regra no nosso ordenamento jurídico. Tanto é
assim que se optou por nominá-la de Lei da guarda compartilhada
obrigatória.

O artigo 1.583 do Código Civil de 2002 prevê a guarda unilateral e a


guarda compartilhada e, muito embora esta seja regra aplicada na maioria dos
casos concretos, mas no caso em tela há excepcionalidade, no que deve ser
levado em conta, pois é o melhor a ser indicado devido a necessidade do bom
desenvolvimento psicossocial da criança, e é sem dúvida a guarda unilateral a
ser exercida pela requerente, mãe da menor, a melhor decisão para o
impúbere, posto que assim atender-se-á melhor os interesses não da mãe e
nem do pai, mas o da própria criança.

O presente pedido de guarda deve ser analisado sob o manto do


princípio da garantia prioritária do menor, erigido à ótica dos direitos
fundamentais previstos na Constituição Federal, tais como o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, à dignidade da pessoa humana e à
convivência familiar, competindo aos pais e à sociedade torná-los efetivos.

Algumas características a serem ponderadas são as condições emocionais


e psicológicas de cada um dos pais para cuidar dos filhos e zelar pelos seus
interesses. Ademais, consideremos identicamente se a rotina familiar
proporcionará estabilidade aos filhos, se existe um local bem estruturado e
seguro para a moradia, acesso à educação e se o círculo de convivência do
pretenso responsável é adequado.

No caso em vertente, não resta dúvida que a genitora atende às


exigências, proporcionando uma boa qualidade de vida para a filha, uma vez
que goza de estabilidade financeira e profissional.

Destarte, para que não paire qualquer dúvida quanto à pretensão


judicial, o que se ora busca é pedido de provimento jurisdicional de
regularizar a guarda fática, visto que o Autora detém maiores condições de
exercer a guarda.
Com esse enfoque:

DIREITO DE FAMÍLIA E PROCESSUAL CIVIL.


AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
FIXAÇÃO DE GUARDA UNILATERAL C/C COM
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E BUSCA E
APREENSÃO DO MENOR PROPOSTA, PELO
GENITOR, PERANTE A COMARCA DE TEIXEIRA
DE FREITAS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE
INDEFERIU O PEDIDO DE GUARDA
PROVISÓRIA AO AGRAVADO, E, NOMEOU OS
AVÓS MATERNOS DO MENOR COMO SEUS
GUARDIÕES, COM ESPEQUE NO ART. 1.584, II,
DO CPC, GARANTINDO-LHE O DIREITO DE
VISITAS A AMBOS GENITORES DO INFANTE,
COMO TAMBÉM, DETERMINOU QUE A
AGRAVANTE ENTREGASSE O FILHO, NO
PRAZO DE 48 HORAS, SOB PENA DE BUSCA E
APREENSÃO E RESPONSABILIZAÇÃO
CRIMINAL. ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR
PARA DECLARAR A INCOMPETÊNCIA
ABSOLUTA DO JUÍZO A QUO, EM RAZÃO DA
RECORRENTE E DO MENOR JÁ ESTAREM
RESIDINDO NA CIDADE DE TERESINA/PI.
EXEGESE DO ART. 53, A C/C ART. 693,
PARÁGRAFO ÚNICO, AMBOS, DO CÓDEX NOVO
C/C ART. 146 E 147 DO ECA, EM DATA ANTERIOR
AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO ORIGINÁRIA.
ACÓRDÃO EM SINTONIA COM O QUANTO
DECIDIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA NO CONFLITO POSITIVO DE
COMPETÊNCIA DE Nº. 2018/0015463-0) QUE
RECONHECEU A PREVALÊNCIA DO MELHOR
INTERESSE NO MENOR. EXEGESE DO ART. 147
DO ECA. MÉRITO PREJUDICADO. AGRAVO
INSTRUMENTAL QUE SE DÁ PROVIMENTO.

(TJ-BA - AI: 00036427320178050000, Relator:


DINALVA GOMES LARANJEIRA PIMENTEL,
SEGUNDA CAMARA CÍVEL, Data de Publicação:
23/09/2020).
V – DOS PEDIDOS:

a) Seja deferido o pedido de Gratuidade da Justiça, nos termos do


artigo 98 e seguintes da Lei nº 13.105/2015, artigo 5º,
inciso LXXIV da Constituição Federal;

b) o deferimento da guarda provisória e unilateral da menor


XXXXX à parte requerente a título de tutela de urgência, tendo
em vista a verossimilhança das alegações e o perigo de dano
grave à criança (consistente em eventual alteração da situação de
fato em que se encontra);

c) a intimação do Ministério Público para atuar no feito, conforme


determina o artigo 178, inciso I do Código de Processo Civil;

d) seja julgado procedente o pedido, regulamentando-se a


GUARDA UNILATERAL E DEFINITIVA da menor XXXX, em
favor da autora.
e) A condenação do requerido ao pagamento das custas processuais
e honorários advocatícios.

Para demonstrar o alegado, o autor valer-se-á de prova testemunhal,


documental, pericial, estudo social e outras que eventualmente se fizerem
necessárias.

Dá à causa o valor de R$ XXXX (Valor por extenso), para os efeitos legais.

Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
CIDADE-UF. DATA, MÊS, ANO.
ADVOGADO
OAB/UF.

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