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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL II
-AULA 2,3,4-

Prof. Patricia Elias Vieira, Drª


Elementos
Causa
(destacados) da petição de
Pedir
inicial:
Pedido
Partes
Sujeitos do processo: partes (parciais) e juiz (imparcial).
Pressuposto processual subjetivo.

Estado-
juiz

Autor Réu
Partes: representação e assistência
Se a parte não tem capacidade plena para estar em juízo, precisa ser representada ou assistida.
Art. 3º, I,CC (menores impúberes) – representado por um dos pais
Art. 4º, I, CC (menor púbere) – assistido por um dos pais
Art. 1728,CC pelo tutor
Art. 1727,CC pelo curador
Partes: curador especial
Representante legal nomeado ao incapaz somente para
determinado processo.
Art. 72, CPC:
Incapaz sem assistente ou representante;
Interesses do incapaz colidirem com os de seu assistente
ou representante;
Réu preso e revel;
Réu citado por edital ou por hora certa, que não
compareça ao processo, nem constitua advogado.

Obs. Art. 72, parágrafo único: nomeia defensoria


pública.
Partes: sucessão processual e legitimação extraordinária
Sucessão processual
• Entrada de parte no processo, no lugar de outra, excluindo a primeira. Art. 109,
CPC (depende de consentimento do adverso e alienante). Se o adverso não
consente, o adquirente pode atuar como assistente litisconsorcial do alienante (§2º).
• Art. 110, CPC: ingresso do espólio ante ao óbito do antecessor.
Legitimação extraordinária
• A legitimidade ordinária é aquela em que o sujeito defende direito próprio. A
extraordinária, é aptidão conferida pelo ordenamento jurídico para postular, em
nome próprio, direito alheio. Art. 6º, 18, CPC. Ex.: legitimidade do MP para propor
ação de investigação de paternidade.
Partes: autorização
Consentimento do cônjuge ou
companheiro(a) em ação real
imobiliária ou possessória(composse
ou ato por ambos praticado), quando
exigido por lei.
Art, 73 do CPC.
Suprimento judicial de autorização:
art. 74 do CPC.
Há litisconsórcio passivo necessário.
Partes: capacidade postulatória

Aptidão genérica para peticionar em Juízo.


Procuração (instrumento de mandato judicial) ou
em causa própria.
Art. 104, 105 do CPC.
Exceção: jus postulandi: JEC, art. 9º da Lei
9099/95 até 20 SM (opção)
Fatos + Causa de Pedir
Fundamentos
Jurídicos = É o “porquê” do pedido.
CAUSA DE “É constituída pelos fatos e pelos fundamentos jurídicos
PEDIR (relação jurídica de direito material).”
“Fundamento jurídico é a relação jurídica de direito
material originada dos fatos.”
(Fabrício Castagna Lunardi)
Teoria da Substanciação: para existir causa de
pedir“exige que o autor substancie – fundamente – a
demanda através de um fato ou de um conjunto de fatos
aptos a suportarem a pretensão.” (Gilberto Sérgio Porto)
Art. 319, III, CPC.
Importante: fundamento jurídico é diferente de
fundamento legal.
STJ: CONECTANDO A CASO CONCRETO
06/08/2021 06:55
FATOS
Criança sob guarda é equiparada a dependente natural em plano de saúde,
decide Terceira Turma
Titular de plano de saúde tem a guarda de criança sobre a
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), qual não detém poder familiar.
privilegiando os princípios da isonomia material e da proteção O plano de saúde exige pagamento do valor 1.X para
integral às crianças e aos adolescentes, definiu que uma criança dependente (filho) e 1,5.X para dependente agregado.
sob guarda deve ser equiparada ao filho natural do titular para
O plano de saúde cobra 1,5.X do titular do plano de saúde,
efeitos de inclusão em plano de saúde, não podendo ser inserida
como beneficiária do plano apenas como dependente agregada. no que se refere a criança que está sob a guarda do titular
Com a decisão – tomada por maioria de votos –, o colegiado do plano de saúde.
determinou que a operadora restitua ao titular as diferenças dos
valores desembolsados entre a contribuição ao plano de saúde do FUNDAMENTOS JURÍDICOS
dependente natural e da menor anteriormente considerada como
dependente agregada. Todavia, ao contrário do que havia sido Equiparação como dependente de criança e adolescente
estabelecido em sentença, a turma determinou que a devolução sob guarda com filhos, conforme o art. 33, §3º, do ECA,
deve ocorrer não em dobro, mas de forma simples. 
princípio da isonomia e princípio da melhor proteção do
Na ação, o juízo de primeiro grau determinou que o plano incluísse
o menor sob guarda como dependente natural do titular, mas o menor. Desde que comprovada a dependência econômica.
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul reformou a sentença por Julgamento anterior em recurso repetitivo: REsp
entender que o direito à inclusão da criança como filho natural não
1.411.258).
estaria previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, nem na
Lei 8.213/1991.
TJSC: CONECTANDO AO CASO CONCRETO
Banco é condenado a indenizar empresa vítima de fraude ao pagar dívida por boleto
26 Julho 2021 | 09h23min
Uma instituição bancária terá de indenizar empresa que foi vítima de golpe aplicado por um falsário com utilização de boleto bancário. A decisão foi da 6ª Câmara
Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em matéria sob relatoria do desembargador Stanley da Silva Braga, que condenou o banco ao pagamento de R$
10.579,80 por danos materiais, com a devida correção monetária, mais honorários advocatícios fixados em 15% do valor atualizado da causa.
Uma empresa do setor agropecuário propôs ação de reparação por danos materiais contra a instituição bancária depois que um falsário se apresentou como
representante de um credor e enviou por e-mail boleto para pagamento de dívida. O boleto pertencia ao banco, o valor foi pago e só depois, em contato com o
credor, é que a empresa descobriu a fraude, que atribuiu à falha dos serviços prestados pelo banco.
O pedido foi julgado improcedente, mas a empresa interpôs apelação cível para pedir a reforma da sentença, com o argumento de falha nos serviços prestados pelo
banco, uma vez que possibilitou a alteração do código de barras pelos estelionatários para que o pagamento fosse remetido a conta bancária de terceiros. Em seu
voto, o relator utilizou as informações prestadas pela empresa para explanar sobre as circunstâncias do golpe, como a presença de dados bancários do fornecedor e
do credor no boleto, o que não despertou a suspeita de golpe.
Segundo o magistrado, a relação entre as partes é de consumo e a ela são aplicáveis as normas constantes na Lei n. 8.078/1990. No caso específico, todos os
documentos apresentados corroboram a versão da empresa de que foi induzida ao erro, pois não poderia ter identificado o golpe. "Não se pode falar, então, em
'culpa exclusiva do consumidor'", definiu.
No seu entendimento, apesar da atuação de um falsário que alterou o documento para destinar o valor a outra conta bancária que não a do credor, não há como
afastar a instituição financeira da responsabilidade pelos danos materiais causados à empresa, ainda que por omissão. "Trata-se do chamado fortuito interno, que
não tem o condão de desobrigar a instituição financeira dos serviços, porque se inclui nos riscos do empreendimento e poderia ter sido evitado se a instituição fosse
mais diligente na criação, administração e fiscalização do sistema pelo qual fraudes como tal ocorrem", relatou. A decisão foi unânime (Apelação n. 0307628-
05.2016.8.24.0020/SC).
CAUSA DE PEDIR

Entendimento majoritário:Misael
Montenegro Filho
Causa de pedir próxima: relação jurídica
afirmada. A fundamentação jurídica.
Causa de pedir remota: fatos contrários
ao direito. O fato propriamente dito.
PEDIDO
Pedido é o núcleo da petição inicial, o objeto da demanda, a pretensão material deduzida em
juízo.
PEDIDO IMEDIATO
• É o provimento jurisdicional (resposta judicial), a espécie
de sentença que é requerida ao órgão jurisdicional. Ex:
declaração, constituição, condenação, ...
PEDIDO MEDIATO
• É o bem da vida postulado pelo autor. Ex: R$ 10.000,00, o
carro, o imóvel reivindicado...
PEDIDO
Pedido delimita a prestação jurisdicional.
Sentença
Princípio da congruência: o juiz deve se cingir Sentença Extra
Ultra Petita
a decidir o que foi pedido pelo autor na Petita
petição inicial. Portanto, não pode prolatar
Sentença
sentença ultra petita, extra petita ou citra Citra
Petita
petita.

Nulidade
Pedido certo: é expresso no sentido de dizer o que é devido. Ex.: casa, carro, soja,
moeda corrente...

Requisitos do pedido Art. 322, CPC


§1º: valor nominal + juros legais, correção monetária, verbas de sucumbência.
(pedido implícito)
Súmula 254, STF: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o
pedido inicial ou a condenação.
§2º: interpretação= conjunto da postulação + boa-fé.
Art. 323, CPC: obrigações de trato sucessivo (pedido implícito)
Obs.: a sentença deve ser expressa quanto ao pedido implícito.

Pedido determinado: é aquele delimitado na qualidade e quantidade. Ex.: mil sacas


de soja, a casa situada na rua dos Girassóis, n. 20, na cidade de Amor Perfeito/SC,
matrícula n. (...) perante o Registro de Imóveis da Comarca.
Art. 324, CPC

Súmula 318, STJ: Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem
interesse recursal em arguir o vício de sentença ilíquida.
Pedido genérico Ações universais, se o
A. não puder individuar
os bens demandados.
Art. 324, §1º,CPC
Exceção à regra:

Quando não for possível


PEDIDO determinar, desde logo, as
consequências do ato ou do fato.
GENÉRICO

Quando a determinação do
objeto ou do valor da
condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS (art. 327,CPC)

PRÓPRIA: IMPRÓPRIA
Formulados dois ou mais pedidos; pretende- Formulados dois ou mais pedidos; apenas um deles pode
ser deferido.
se o acolhimento de todos os pedidos.
Alternativa: quando não há preferência do A. entre
Simples: um pedido pode ser julgado qual dos pedidos é apreciado primeiro. (325, 326,
independente do outro, não há parágrafo único, CPC)
prejudicialidade entre eles. Eventual: o A. pede que caso não seja acolhido o
primeiro pedido, seja acolhido o segundo. Princípio da
Sucessiva: o segundo somente será eventualidade. Pedido subsidiário (art. 326, caput, CPC).
apreciado, se o primeiro for acolhido, há Ver Enunciado 287 do FPPC: (art. 326) O pedido
relação de prejudicialidade entre eles. subsidiário somente pode ser apreciado se o juiz não
puder examinar ou expressamente rejeitar o principal.
(Grupo: Petição inicial, resposta do réu e saneamento)
Pedido Alternativo
Autor requer o cumprimento de
obrigação alternativa (arts. 252 a
256, CC)
Art. 325, caput e parágrafo único
CPC
Importante: não confundir com
pedido onde o direito material trata
de ob. Indivisível com pluralidade
de credores: art. 328, CPC
Cumulação de Pedidos
INICIAL: U LT E R I O R :

Quando, na exordial, o autor já deduz os Quando, no aditamento da inicial, ocorre a


pedidos cumulados. cumulação de pedidos. Pode ocorrer sem o
consentimento do réu até a citação deste,
ou, com o seu consentimento, somente até
o saneamento do processo (art. 329, CPC)
Requisitos da cumulação de Pedidos: art. 327, §1º, CPC
Competência (ver Enunciado 289 do
FPPC)

Compatibilidade

Mesmo procedimento ou conversibilidade


Desafio Jurídico
Procurador, Câmara de Ji-Paraná, RO, 2020. Mário propôs ação anulatória de casamento em face de
Antônia, pelo procedimento comum, sob a alegação da ocorrência de erro essencial sob a pessoa do
cônjuge, com base na legislação civil vigente. Na petição alegou que ignorava a existência de certos fatos,
ligados à boa fama de Antônia, os quais tornavam insuportável o convívio sob o mesmo teto. Na parte
relativa aos pedidos, requereu também, na hipótese de não ser acolhido o pedido principal, qual seja, o
de anulação do casamento, que fosse decretada então a separação judicial do casal. Nesse sentido,
quando ao segundo pedido formulado, podemos dizer que:

a) trata-se de pedido alternativo, tendo previsão na lei adjetiva, cuja escolha compete ao autor da ação.
b) trata-se de pedido certo e determinado, o qual é autorizado pela legislação em vigor, a critério do
autor.
c) o segundo pedido é incompatível com o pedido principal, posto que contraria a determinação legal
processual e que estabelece que todo pedido deve ser certo e determinado.
d) trata-se de verdadeiro pedido cumulativo, o qual é permitido num único processo, contra o mesmo
réu, ainda que entre eles não haja conexão.
e) ao optar pelo uso do pedido subsidiário, Mário estabeleceu uma ordem de preferência, a qual,
entretanto, o juiz não estará obrigado a apreciar no momento em que proferir a sentença em respeito
ao princípio do livre convencimento e da decisão motivada.
C U S TA S P R O C E S S U A I S G R AT U I D A D E D E J U S T I Ç A
Contadoria Art. 98 e ss. do CPC
Regimento de custas – Taxas de Serviços Requerimento expresso.
Judiciais (TSJ e despesas processuais) Pedido expresso na inicial, contestação,
Acesse para TJSC: petição para ingresso de terceiro no processo,
recurso ou petição.
https://www.tjsc.jus.br/web/corregedoria-ger
al-da-justica/normas-e-orientacoes/regimento Direito personalíssimo.
-de-custas
Estabilidade subjetiva e objetiva da demanda
Estabilidade da demanda=os elementos da demanda (partes, causa de pedir e pedido) não podem
mais ser alterados.

Estabilidade Subjetiva
• Partes (com a propositura, exceto depois da citação o chamamento ao
processo, denunciação da lide, sucessão por morte de uma das partes,
alienação de coisa litigiosa com consentimento do adverso, sucessão pela
extinção de pessoa jurídica, concordância de ambas as partes (190, CPC).
Estabilidade Objetiva
• Causa de Pedir e Pedido(até a citação sem concordância do R., após com
concordância, desde que até o saneamento, intimando-se para contraditório
de 15 dias, permitindo prova suplementar, conforme art. 329, CPC)

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