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AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXXX – XX

CONTESTAÇÃO A AÇÃO DE REVERSÃO DE GUARDA

Nº PROC: XXXXXXXXX
NOME DA REQUERIDA, brasileira, inscrita no CPF sob o nº 000.000.00, residente e
domiciliada no endereço xxxxx, CEP. 000000-000 , com telefone para contato de nú mero
xxx, email eletrô nico xxxxxxxx@xxxx, vêm, por meio de seu advogado infra-assinado (doc.
em anexo), com escritó rio situado em, onde recebe intimaçõ es e avisos,( CPC, art. 39, I), à
presença de V.Exa, nos autos de AÇÃO DE REVERSÃO DE GUARDA requerida por NOME
DO REQUERENTE, já devidamente qualificado nos autos, oferecer sua CONTESTAÇÃ O em
vista dos seguintes motivos de fato e de direito:

I - BREVE SÍNTESE
O REQUERENTE pediu, em sede de liminar, a Guarda Unilateral da menor
XXXXXXXXXXXX, alegando que já está com a guarda fá tica a 2 (dois) meses, sendo que a
menor foi conviver por vontade pró pria e com consentimento de sua genitora e de sua tia
xxxxxxxx, que, até o presente momento, tinha a guarda judicial da menor.
Como está provendo os alimentos diretamente, pediu exoneraçã o da pensã o
alimentícia.
Pediu, também, que fosse dispensada a audiência de conciliaçã o em vista da Pandemia.
O juiz deferiu liminarmente a guarda provisó ria.
Vieram os autos para a presente manifestaçã o.
Breve é o relató rio.

II– DA REALIDADE DOS FATOS


Diferentemente do que foi narrado nos fatos, a REQUERIDA nã o abriu mã o da
guarda da menor, sendo que sempre deixou claro o deseja de que a adolescente viesse
residir com ela.
Cabe salientar que, retificando o que foi narrado (que a menor reside desde os 3
anos com a tia), a menor passou a viver desde os 4 (quatro) anos com sua tia e sua mã e
juntas. E assim foi, até seus 6 (seis) anos quando casou-se e deixou a menor sob os cuidados
de sua tia.
Porém a situaçã o era provisó ria, e a REQUERIDA sempre residiu pró ximo à sua
tia e filhos, exercendo efetivamente sua maternidade. A situaçã o provisó ria culminou no
processo de guarda nº xxxxxxxxxx, em que ela entrou em acordo, nã o por nã o desejar a
guarda, mas por entender que no momento seria o melhor para as crianças.
Desde entã o nunca deixou de tomar decisõ es referente à educaçã o e saú de da adolescente,
como havia sido acordado com a guardiã , assim como nunca deixou de conviver com sua
filha.
Diante dos fatos fica nítido que a REQUERIDA sempre esteve presente, sempre
zelando pelo bem estar físico e psicoló gico da menor, nã o pretendendo, assim, abrir mã o da
Guarda, como se passa a expor nos fundamentos de mérito.

III- DA GUARDA COMPARTILHADA


Como vimos na narrativa dos fatos, a REQUERIDA quer ver o interesse de sua
filha totalmente atendido, participando ativamente da vida da filha, tanto no convívio
quanto nas decisõ es, de forma igualitá ria ao REQUERENTE. Para tanto, requer que a regra
seja aplicada, deferindo-se a GUARDA COMPARTILHADA.
Como preconizado em nossa Constituiçã o, em seu artigo 227, o melhor interesse
da criança é a prioridade, e a guarda compartilhada é a forma de acordo mais eficaz no caso
concreto para que esse objetivo seja alcançado, visto que o sentimento de uniã o e interesse
igualitá rio entre as partes é o que melhor atende a formaçã o psicoló gico, moral, física e
social da menor.
A nova lei da Guarda Compartilhada, de nº 13.058, em vigor desde 23/12/14, que
alterou o Có digo Civil, tornou a Guarda Compartilhada a regra, regulamentando a divisã o
de responsabilidades, a decisã o conjunta, o tempo de convivência de cada um dos pais,
garantindo, assim, o melhor para seus filhos.
Assim dispõ e o art. 1.584, inciso II e § 2º, do Código Civil:
“Art. 1.584.§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do
menor.”
A aplicaçã o do pará grafo supracitado reforça a uniã o dos laços familiares e
protege contra possível alienaçã o parental, sendo o melhor para proteçã o da adolescente
em questã o.
Nas palavras da Ministra Nancy Andrighi:
“A custódia física conjunta é o ideal a ser buscado na fixação da guarda compartilhada,
porque sua implementação quebra a monoparentalidade na criação dos filhos, fato
corriqueiro na guarda unilateral, que é substituída pela implementação de condições
propícias à continuidade da existência de fontes bifrontais de exercício do Poder Familiar”
Por essa razã o a REQUERIDA busca o convívio alternado, salientando ser
totalmente possível pois as partes residem no mesmo Município. Propõ e-se, assim, uma
semana em cada domicílio, e decisõ es conjuntas em relaçã o à educaçã o e saú de da filha.

IV- DA DESNECESSIDADE DE RECONVENÇÃO EM AÇÃO DE NATUREZA DÚPLICE


A fim de evitar obscuridades, ressaltamos o entendimento sobre a reconvençã o
em açã o de guarda de menor:
“Em uma ação de guarda e regulamentação de visita pelo pai da menor, em que a mãe
consegue a guarda da filha por meio de contestação. Não é preciso pedido formal de
reconvenção” STJ.
É pacífico que açã o de guarda tem natureza dú plice, em que os dois pó los tem a
mesma posiçã o, nã o podendo se falar em autor e réu, assim como afirma o ministro Luiz
Felipe Salomã o:
"tanto o pai como a mãe podem exercer de maneira simultânea o direito de ação, pleiteando a
guarda da filha menor, sendo que a improcedência do pedido do autor conduz à procedência
do pedido de guarda à mãe, restando evidenciada, assim, a natureza dúplice da ação”.
Sendo assim, fica evidenciado que se trata de pedido contraposto, e nã o
reconvençã o.

IV- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (CPC, art. 319, inc. VII)


Manifesta-se a parte Requerida também sobre seu interesse na realizaçã o de
audiência de conciliaçã o ou mediaçã o, nos termos do art. 319, VII do CPC.
V– DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA:
A REQUERIDA afirma que nã o possui condiçõ es de arcar com custas processuais
e honorá rios advocatícios sem prejuízo do sustento pró prio, bem como o de sua família,
razã o pela qual faz jus, a REQUERIDA, ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do
artigo 98 e seguintes do CPC.

VI – DOS PEDIDOS
Sendo que a REQUERIDA pretende continuar zelando pelo bem estar físico e
psicoló gico da menor com toda autoridade que lhe é de Direito, e para evitar futura
alienaçã o parental, requer:
i. a revogaçã o da guarda provisó ria unilateral do REQUERENTE, atribuindo a
guarda compartilhada à s partes, devendo a menor ficar, alternadamente, uma semana em
cada domicílio, e a decisã o quanto à s questõ es educacionais e de saú de serem dividida
entre as partes;
i. a concessã o do benefício da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 98 do Novo Có digo
de Processo Civil, em razã o de pobreza, conforme declaraçã o anexa;

1. ao final, a procedência dos pedidos, fixando-se a guarda compartilhada da


menor xxxxxxxxxxx à s partes;
2. seja intimado o Ministério Pú blico para manifestar-se no feito.
3. a produçã o de todos os meios de provas admitidos, em especial a documental e
testemunhal.
Nesses termos,

Pede deferimento.

DATA E LOCAL

Xxxxxxxxxxxx

OAB: xxxx/xx

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